Por Altamiro Borges
Em mais um triste momento da sua história, a Academia Brasileira de Letras (ABL) elegeu o “calunista” da TV Globo, Merval Pereira, como o novo titular da cadeira 31, desocupada com a morte do escritor Moacyr Scliar. A deprimente escolha confirma o servilismo da chamada “elite da literatura” brasileira à ditadura midiática.
Entre o escritor Antônio Torres, autor reconhecido no mundo inteiro por sua vasta obra literária – em 1999, o governo francês concedeu a ele o título de “Cavaleiro das Artes e das Letras” – e o jornalista global, os “imortais” da ABL preferiram premiar o segundo. Merval publicou dois livros: um em 1979, feito a quatro mãos, e outro do ano passado, que reúne artigos publicados no jornal O Globo – a maioria de oposição raivosa e golpista ao governo Lula.
“Uma cloaca de fazenda”
Como aponta Luis Nassif, a escolha de Merval Pereira evidencia a pequenez da “elite” literária do país. “A ABL, a casa de Machado de Assis, que deveria ser a guardiã implacável dos valores da literatura, a defensora intransigente da meritocracia, a defensora dos escritores, o selo de qualidade, o passaporte final para a posteridade, é uma casa menor, em alguns momentos parecendo mais uma cloaca de fazenda do que um lugar de luzes e de letras”.
Na prática, os “imortais” fizeram uma negociata com a “cadeira” da ABL num escambo dos mais vergonhosos. Afinal, como diz Luis Nassif, “Merval tem a visibilidade e o poder proporcionados pela Rede Globo. Tem moeda de troca – o espaço na TV Globo, podendo abastecer o ego dos seus pares e as demandas da ABL. Poderia até ganhar prêmios jornalísticos, jamais a maior condecoração da literatura brasileira”.
“Calunista” do mercado e da direita
Como lembra Mário Augusto Jakobskind, esta não é a primeira vez que a ABL serve aos poderosos. Em pleno regime militar, ela elegeu como “imortal” o general Aurélio Lira Tavares, ministro do Exército da ditadura. Agora, ela escolhe Merval Pereira, um dos colunistas preferidos do “deus-mercado”, inimigo golpista do ex-presidente Lula e amiguinho dos “milicos de pijama” e da direita nativa.
Na campanha eleitoral do ano passado, o “calunista” global virou estrela no Clube Militar e nos debates do Instituto Millenium. Agora, passará a freqüentar as festanças dos “imortais”, destilando o seu veneno elitista contra tudo o que há de progressista na sociedade. A Academia Brasileira de Letras se apequenou ainda mais com este lamentável escolha!
Em mais um triste momento da sua história, a Academia Brasileira de Letras (ABL) elegeu o “calunista” da TV Globo, Merval Pereira, como o novo titular da cadeira 31, desocupada com a morte do escritor Moacyr Scliar. A deprimente escolha confirma o servilismo da chamada “elite da literatura” brasileira à ditadura midiática.
Entre o escritor Antônio Torres, autor reconhecido no mundo inteiro por sua vasta obra literária – em 1999, o governo francês concedeu a ele o título de “Cavaleiro das Artes e das Letras” – e o jornalista global, os “imortais” da ABL preferiram premiar o segundo. Merval publicou dois livros: um em 1979, feito a quatro mãos, e outro do ano passado, que reúne artigos publicados no jornal O Globo – a maioria de oposição raivosa e golpista ao governo Lula.
“Uma cloaca de fazenda”
Como aponta Luis Nassif, a escolha de Merval Pereira evidencia a pequenez da “elite” literária do país. “A ABL, a casa de Machado de Assis, que deveria ser a guardiã implacável dos valores da literatura, a defensora intransigente da meritocracia, a defensora dos escritores, o selo de qualidade, o passaporte final para a posteridade, é uma casa menor, em alguns momentos parecendo mais uma cloaca de fazenda do que um lugar de luzes e de letras”.
Na prática, os “imortais” fizeram uma negociata com a “cadeira” da ABL num escambo dos mais vergonhosos. Afinal, como diz Luis Nassif, “Merval tem a visibilidade e o poder proporcionados pela Rede Globo. Tem moeda de troca – o espaço na TV Globo, podendo abastecer o ego dos seus pares e as demandas da ABL. Poderia até ganhar prêmios jornalísticos, jamais a maior condecoração da literatura brasileira”.
“Calunista” do mercado e da direita
Como lembra Mário Augusto Jakobskind, esta não é a primeira vez que a ABL serve aos poderosos. Em pleno regime militar, ela elegeu como “imortal” o general Aurélio Lira Tavares, ministro do Exército da ditadura. Agora, ela escolhe Merval Pereira, um dos colunistas preferidos do “deus-mercado”, inimigo golpista do ex-presidente Lula e amiguinho dos “milicos de pijama” e da direita nativa.
Na campanha eleitoral do ano passado, o “calunista” global virou estrela no Clube Militar e nos debates do Instituto Millenium. Agora, passará a freqüentar as festanças dos “imortais”, destilando o seu veneno elitista contra tudo o que há de progressista na sociedade. A Academia Brasileira de Letras se apequenou ainda mais com este lamentável escolha!
Com atitudes como essa, a ABL se desqualifica como instituição e aos seus membros individualmente. Fiquei horrorizada. Uma lástima!!
ResponderExcluirMiro,
ResponderExcluirUm aspecto ainda ausente deste debate é que a eleição de Merval foi ilegítima, segundo o próprio estatuto da ABL.
As provas estão aqui:
http://www.ipetitions.com/petition/mervalnaabl/
Uma academia que tem Sarney nunca será imortal, e sim de mentira.
ResponderExcluirA que ponto chegamos!
ResponderExcluirImortalizaram mais um 'bostético'.
ResponderExcluirÉ só uma cadeira para elite. Não representa a literatura nacional. Essas posturas só evidenciam cada vez mais isso.
ABL:Academia Brasileira de Lobby( para a Rede Globo)
ResponderExcluirDe fato, uma lástima para a ABL, que volta-e-meia se perde em suas escolhas, com gente como Marco Maciel, José Sarney, Paulo Coelho e Ivo Pitanguy, nomes sem a menor contribuição para o enriquecimento da literatura brasileira.
ResponderExcluirUm abraço e parabéns pelo blog. Estou seguindo. É sempre bom ver que existem vozes destoantes da mídia hegemônica que temos por aqui. A internet permite isso.
Quando quiser, o blog está aberto: www.im-postura.blogspot.com
Gustavo - Rio de Janeiro
ResponderExcluirUm colunista é apenas um comentarista dentro de seu ponto de vista pessoal e atécnico.
Achismo nunca fez de ninguém graduado em Ciência Política, Economia, ou Direito, nem tampouco, Delegado de Polícia ou Juiz de Direito.
Hoje para ser chamado de jornalista, não é mais necessário, sequer, ser graduado em (pasmem!) Jornalismo, graduação esta, tão brilhante e necessária quanto às anteriormente citadas.
Se o Palhaço Tiririca não pode ser (daquela Câmara), Merval Pereira também não pode ser da ABL.
Acrescento que, agora, sabemos que "puxar o saco do chefe" também é um caminho para a ascenção.
É lamentável.