sexta-feira, 4 de novembro de 2011

O câncer de Lula e o fascismo nativo

Por Gustavo Alves, em seu blog:

Esta semana, as redes sociais foram palco de um debate surreal pautado pela divulgação do câncer de laringe do ex-presidente Lula.

Apesar da sua dimensão pública, a doença do ex-presidente pertence ao universo particular e privado dele e de sua família. Mas confesso a vocês, que fiquei impressionado com a virulência, a raiva e a revolta contida nas mensagens que cobravam que Lula se tratasse em algum hospital do SUS.

Além do óbvio desrespeito à dor alheia, o ódio contido nas mensagens conseguiu ultrapassar as fronteiras do aceitável até por alguns ícones da oposição como é o jornalista Gilberto Dimenstein, que alegou ter ficado com "nojo" destas manifestações.



Os setores da mídia que há anos instilam ódio e preconceito contra Lula, mesmo eles, estão assustados com o Leviatã criado a partir de suas ações junto à classe média brasileira.

Um tipo de gente frustrada, revoltada e que sente usurpado seu direito de ser levemente superior ao restante da população. E quem mais personifica esta "usurpação" que Lula. O nordestino que ascendeu ao maior cargo da República foi responsável pela diluição da barreira social que comprimia milhões de brasileiros aos subterrâneos do consumo, da educação e do emprego.

A classe média enfurecida é capaz das piores atitudes, como a história já nos mostrou.

O fascismo e o nazismo foram a sua face mais visível. Mas as ditaduras militares que sangraram nosso continente nos anos 60 e 70 também foram sustentadas pelo mesmo sentimento.

Faço um pequeno desafio a você que me lê neste momento.

Veja este trecho:

"A nossa atual incapacidade para alianças resulta da situação do povo e, mais ainda, da orientação dos nossos governos. São estes, com a sua corrupção, os responsáveis por tudo. Por isso é que, depois de oito anos de desmedida opressão, existe tão pouco desejo de liberdade".

Pergunto a você, de quem teriam saído tais palavras: Diego Mainardi? Reinaldo Azevedo? Augusto Nunes?
Não, de nenhum deles.

O trecho citado é parte do capítulo XIII - "Política de aliança da Alemanha após a guerra", do livro Mein Kampf de Adolf Hitler.

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