Policarpo Jr., o editor da Veja que mantinha perigosas ligações
com o mafioso Carlinhos Cachoeira, ainda pode dormir sossegado. É o que sugere
o artigo do seu chefe, Eurípedes Alcântara, publicado no sítio da revista. O
texto, que estranhamente não saiu na edição impressa, é um arrazoado teórico sobre a “ética
no jornalismo”. Ele visa unicamente limpar a barra da Veja, acusada de se associar ao crime
organizado.
O artigo serve como peça de defesa preventiva, já que alguns
parlamentares que integram a CPI do Cachoeira anunciaram que pretendem convocar
para depor o jornalista Policarpo Jr. e o capo da publicação, Roberto Civita. Sem
citar o nome do mafioso, Eurípedes Alcântara insiste na tese de que o uso de
fontes bandidas não caracteriza banditismo midiático.
O diretor de redação da Veja não revela o que o seu serviçal
tratou, em mais de 200 telefonemas, com o chefe da quadrilha. De acordo com
escutas telefônicas vazadas da Operação Monte Carlo da Polícia Federal, Carlinhos
Cachoeira se jactou de contar os serviços da revista para desgastar e derrubar
integrantes do governo Dilma visando beneficiar os seus negócios ilícitos.
Na prática, Eurípedes tenta justificar as ligações da
revista com o crime organizado. Nesta relação promíscua, cabe tudo: o uso de
grampos e vídeos ilegais, o “assassinato de reputações”, a propaganda
disfarçada de negócios escusos, entre outras bandalheiras. “Entrevistar o Papa
não nos faz santos. Ter um corrupto como informante não nos corrompe”,
argumenta o diretor da Veja.
Veja no banco de réus
O seu caradurismo é risível. “Veja nunca permitiu que suas
páginas fossem usadas para outro fim que não a busca do interesse público.
Sempre que uma denúncia é publicada alguém ganha e alguém perde. Um ministro
cai, e outro ministro sobe. Um grupo político é prejudicado, e outro grupo
político é beneficiado. São consequências normais da divulgação de fatos
verdadeiros”.
Nem ele próprio deve acreditar nestas bravatas. Quem conhece
a sinistra história da revista Veja sabe muito bem que ela sempre defendeu
interesses privados – e não públicos – e que sempre se comportou como partido
político da direita. Ela não tem nada de isenta e nunca primou pela “ética
jornalística”. Agora, Eurípedes “teoriza” temendo que a Veja seja chamada ao
banco de réus!
Miro, quando a Veja veicula as arapongagens de interesse de Cachoeira ela o ajuda a eliminar inimigos e a se fazer hegemônico na bandidagem. Não contempla o interesse público de sociedade alguma o fornecimento de armas a bandidos, pois isso ao final amplia a corrupção, dado que criminosos dotados de armas midiáticas e tornados hegemônicos têm condições de expandir muito mais seus esquemas, mediante a destruição, inclusive, das estruturas de fiscalização, que terminam sendo intimidadas pelo poder do agente corruptor dotado de arma midiática.
ResponderExcluirhttp://www.cartamaior.com/capas_veja/
ResponderExcluir#VEJAGOLPISTA