sexta-feira, 13 de julho de 2012

Mídia quer enterrar CPI do Cachoeira

http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/
Por Altamiro Borges

Por que será que a mídia demotucana deseja tanto encerrar as investigações da CPI do Cachoeira? Após a cassação do ex-demo Demóstenes Torres, o “mosqueteiro da ética” da Veja, ela até parece que suspirou aliviada com o fim da agonia e passou a pregar o enterro da CPI. Será que ela teme que as apurações também degolem o governador tucano Marconi Perillo ou atinjam o José Serra e seu amigo Paulo Preto? Ou ela tem medo que as investigações cheguem à revista Veja e respinguem no conjunto da mídia?
"Um antídoto para o mensalão" 

Em editorial hoje (13), a Folha concluiu, de maneira açodada, que a CPI está na míngua e não vai dar em mais nada. “São favas contadas”, decretou. Para o jornal da famiglia Frias, a comissão foi criada pelo “lulismo, à cata de um antídoto para o mensalão”, e tinha como objetivos “arruinar o paladino de vida dupla que brilhou no DEM” e “mover uma vendeta contra” Marconi Perillo. Ela nunca visou combater a corrupção, garante a arrogante Folha, que insiste em posar de arauto da ética e da moralidade pública.

Para comprovar a sua tese, o jornal afirma que a CPI não está disposta a investigar o “circuito Cachoeira-Delta” e insinua que os petistas seriam os principais responsáveis pelo fiasco da comissão. “A CPI não interessa mais tanto ao PT, que abateu Demóstenes, constrangeu Perillo e viu o pretendido tiro no julgamento do mensalão sair pela culatra; ao Planalto nunca interessou. Com o recesso parlamentar, ela caminha depressa para a vala comum das CPIs que não levam a lugar nenhum”.

Mídia quer mudar a pauta política

No mesmo rumo, O Globo e Estadão também já deram como encerrados os trabalhos da CPI. Seus “calunistas” amestrados dizem que com a cassação de Demóstenes Torres, o recesso parlamentar e as eleições municipais de outubro, o ímpeto investigativo dos parlamentares tende a diminuir. Para o Estadão, a bola da vez é o julgamento chamado mensalão do PT, “o maior escândalo de corrupção da história do país”. O Globo insinua que a CPI do Cachoeira já é página virada e que não produzirá mais frutos.

Os jornalões e as emissoras de tevê já preparam pirotécnicas coberturas das sessões do Supremo Tribunal Federal (STF). Para a mídia, a cassação do “cão sarnento” Demóstenes Torres deixa o terreno livre para o bombardeio contra os “mensaleiros do PT” – nas vésperas das eleições municipais. Daí sua torcida pelo fim da CPI do Cachoeira. Ela poderia abater outros tucanos, demos, Policarpos e Civitas. Os integrantes da CPI terão que trabalhar dobrado para evitar mais esta manobra eleitoreira da mídia demotucana! 

Um comentário:

  1. Certamente, em uma sociedade de classes, a mídia patrimonialista e oligárquica precisa elevar o seu nível de manipulação sobre o povo, visando os interesses da classe que representa. Claríssimo está que não pretende aceitar mais "baixas" em seu front. Demóstenes foi o "boi-de-piranha" que não puderam evitar. Civita(s), Perrillo(s), Cerra e Veja(s) são intocáveis, pensam. Arregimentam seus calunistas mais devotados: Cantanhêdes, Mervais, Jabors,Leitão(ões), Waacks, etc. em busca de desqualificar a CPI, arrogando-se o direito de fiscalizar e condenar com ou sem provas os que lhes são adversos. O contraponto à essa mídia oligárquica muito vai exigir destas fronteiras virtuais tão eficientes, apesar da desigual correlação de forças. Escândalos no território demotucano são revelados aqui; muita audiência já perdeu, por exemplo, essa mídia televisiva que emburrece, e pretende agalinhar o cidadão. Assim, na condição de dissidentes vai-se desmascarando as artimanhas do pensamento único neoliberal, e tornando a discordância uma expressão do antagonismo entre os interesses dessa mídia patrimonialista e oligárquica, e os interesses dos trabalhadores, cuja centralidade está na construção de uma sociedade democrática, menos desigual. Sim, a CPMI interessa a nós, não à oligarquia midiática. Estamos em lados opostos. CPMI viva, até o último dos invesigados!

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