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No momento em que a participação popular tem se mostrado decisiva para cobrar a melhoria dos serviços públicos no país, é preciso saudar, novamente, o Movimento Passe Livre (MPL) e a presença dos jovens na política.
Em conjunto com outras entidades, como o Sindicato dos Metroviários, o MPL volta a ocupar as ruas para protestar sobre o desvio de finalidade no uso de verbas públicas e, em especial, contra as denúncias relacionadas a obras e licitações do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).
Calcula-se que os recursos desviados seriam suficientes para garantir a expansão anual de 30 quilômetros de metrô e promover mais 400 mil viagens diárias.
Ao invés de fugir desse tema, que é muito sério e precisa ser devidamente investigado, o governador Alckmin deveria orientar sua base de sustentação, na Assembleia Legislativa, a apoiar a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o caso.
Vale destacar que a bancada do PT entrou com um pedido de CPI, que encontra resistência para chegar ao número de assinaturas necessárias.
Ao contrário das alegações oficiais, que apontam o uso político-eleitoral das denúncias contra o PSDB, o que se quer é o esforço articulado dos governos estadual e federal, dos parlamentos, dos Ministérios Públicos e dos meios de comunicação para a rigorosa apuração dos fatos.
Os fatos, que são graves, envolvem empresas e gestores públicos, que devem ser investigados e punidos com o devido rigor pelo que fizeram.
Mas para que a CPI seja aprovada e analise os contratos com total isenção e independência, é preciso o apoio maciço da sociedade. Sem isso, fica evidente que não avançaremos.
Daí que defendo a realização de atos públicos para cobrar a apuração desses casos por quem é de direito.
O Estado de São Paulo está fortemente atrelado a esses atos ilícitos e a Assembleia Legislativa não pode fazer de conta de que isso não é com ela. Até o Tribunal de Contas do Estado está envolvido!
A gravidade do assunto é tanta que se está avaliando, na Câmara dos Deputados, a possibilidade de se abrir uma CPI com o mesmo objetivo.
A iniciativa do deputado federal Paulo Teixeira merece atenção, pois o que ocorreu no metrô, em São Paulo, precisa servir de exemplo no combate à corrupção em todo o país.
Os tempos são outros e o agente público que insistir em não ouvir as vozes vindas das ruas, ainda que posando de bonzinho, será duramente cobrado pelos cidadãos.
Seria o caso de publicar novamente quem é contra a CPI, para que os movimentos de rua saibam quem são os bandidos.
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