Por Paulo Henrique Amorim, no blog Conversa Afiada:
sexta-feira, 21 de junho de 2013
Globo derruba a grade. É o golpe!
As agressões na Avenida Paulista
Marcelo Camargo/ABr |
Os militantes de partidos de esquerda que foram à avenida Paulista nesta quarta-feira — e se identificaram com suas bandeiras — foram seguidos continuamente por um grupo considerável de manifestantes aos gritos de “sem partido”. Houve empurra-empurra, troca de insultos, agressões físicas e a tomada de bandeiras vermelhas, que eram em seguida queimadas. Isso aconteceu até mesmo com bandeiras do PSTU, cujos militantes gritavam palavras de ordem contra o governo Dilma durante a passeata.
Protesto virou rebelião fascista?
Valter Campanato/ABr |
Agora o estrago está feito. Minhas paranóias iniciais, de que a coisa poderia degenerar numa espécie de rebelião descontrolada tipo Líbia, com infiltração de todo tipo de oportunistas, tornaram-se realidade. Ainda tentei sufocar minhas paranóias e acreditar um pouco no bom senso dos jovens. “Eles querem ser politizados. Tudo vai dar certo”, pensei. É legal ver os jovens indo às ruas protestar por um Brasil melhor. É a primavera da juventude. Quebrei a cara. Não apenas eu. Até a presidenta fez elogios às manifestações. Mas todas as ressalvas que fiz acabaram se tornando o ponto principal. A coisa toda virou um pesadelo golpista. Sem foco, o movimento degringolou numa revolta fascista, com jovens camisas negras espancando militantes de partidos de esquerda e gritando “ditadura já”, conforme relatos que li do que aconteceu em São Paulo.
MPL denuncia “ares fascistas” em SP
Por Rodrigo Vianna, no blog Escrevinhador:
A marcha em São Paulo, nesta quinta-feira (20/06), foi convocada pelo MPL (Movimento Passe Livre), para comemorar a vitória obtida – com a redução nas tarifas de ônibus e metrô. Era pra ser uma festa. Virou mais um sintoma preocupante do avanço da extrema-direita nas ruas. É o que mostra a foto acima (Portal Terra): um manifestante morde a bandeira do PT. Outras bandeiras foram queimadas. Nenhuma era de partidos de direita, como PSDB ou DEM. Não. O ódio “anti-partido” tem um sentido muito claro.
Rejeitar as manobras golpistas
Do sítio Vermelho:
Os acontecimentos da última quinta-feira (20) mostram que tendências contraditórias estão presentes na grande onda de movimentações populares em todo o país. É preciso refletir sobre elas. O movimento popular tem na experiência atual um manancial de ensinamentos para orientar-se corretamente e resguardar-se de atuar como massa de manobra da direita golpista.
Os acontecimentos da última quinta-feira (20) mostram que tendências contraditórias estão presentes na grande onda de movimentações populares em todo o país. É preciso refletir sobre elas. O movimento popular tem na experiência atual um manancial de ensinamentos para orientar-se corretamente e resguardar-se de atuar como massa de manobra da direita golpista.