terça-feira, 25 de março de 2014

Dilma enfrenta "blocão" e boatos

Por Mauricio Dias, na revista CartaCapital:
 

Dilma enfrentou e superou a mais forte crise provocada por um partido da própria base política. Não foi um confronto qualquer. Ela bateu-se com o PMDB, o maior e mais influente aliado da base de apoio governista no Congresso. Falou-se até mesmo, para susto nos mais ingênuos, em rompimento da aliança.

A presidenta pagou um preço pela pacificação. Principalmente aos deputados. Relutante, como de outras vezes, entregou um naco da administração, liberou verbas parlamentares e recuou em alguns pontos para resgatar a votação do Marco Civil da Internet. Tudo isso e algo mais, dentro das distorcidas regras das alianças políticas e do inchaço de uma administração com 39 ministérios. Assim diluiu gradualmente o chamado “blocão” de governistas e oposicionistas. Por onde passou um boi passou, em seguida, toda a boiada.

Alguns fanáticos da base governista chegaram a acreditar que muito mais gente, além deles próprios, romperia com a presidenta. Blefe. Quem desafiaria até o fim uma candidata que tem enorme chance de se reeleger?

Tentaram alguns golpes baixos. Não terá sido por coincidência a simultaneidade do grande debate no Congresso na quarta-feira 19, sobre a compra, pela Petrobras, da refinaria de Pasadena (EUA) com o boato de que a pesquisa Ibope, a ser divulgada no dia seguinte, apontava uma queda de 8 pontos nas intenções de voto para ela. Houve quem ganhou dinheiro com isso. Era especulação do mercado.

O Ibope trouxe o resultado: Dilma 43%, Aécio 15%, Eduardo Campos 7%.

Nada diferente das sondagens anteriores de quatro institutos (tabela). Todas indicam que, se Dilma ainda não pode se dizer reeleita, os adversários estão em maior dificuldade. Aécio e Eduardo tentam criar condições para um deles travar a batalha de segundo turno. As pesquisas são de datas diferentes, mas não distantes.

Os porcentuais mostrados, quando traduzidos em votos válidos, assustam mais os opositores. O número de votos brancos e nulos varia em torno de 24%. Um porcentual bem próximo dos resultados do primeiro e do segundo turno nas eleições de 2002 (Lula e Serra), 2006 (Lula e Alckmin) e 2010 (Dilma e Serra).

Dilma Rousseff chega, seis meses antes da eleição, com uma supremacia de votos arrasadora sobre Aécio Neves e Eduardo Campos. Se a eleição fosse hoje, ela se reelegeria no primeiro turno, com mais de 60% dos votos válidos. Aécio Neves e Eduardo Campos teriam, no melhor cenário, 25% e 12%, respectivamente. Juntos, alcançariam 37% dos votos.

Imbatível a presidenta não é. Na perspectiva de hoje, ela tem, entretanto, mais possibilidade de se reeleger do que de perder a eleição.

Além das virtudes pessoais, carrega com o cargo os vícios de regras eleitorais que favorecem a quem está no poder. Exemplo: a presidenta, pela atração dos partidos pelo poder, terá um tempo de 13 minutos no rádio e na tevê. Aécio Neves terá pouco mais de 3 minutos e Eduardo Campos, em torno de 2 minutos.

É bom lembrar que a reeleição no Brasil foi inventada no governo FHC, para evitar a chegada de Lula ao poder. Retardou, mas não evitou.

2 comentários:

  1. Eu cidadão brasileiro sei que devo ao PMDB muito e muito mesmo, não resta muita duvida, eles já me conveceram são muito importante não resta duvida e esperamos continuar contando com tão boas pessoas, mas não exagera PMDB vocês prometeram mais algumas coisas que ninguém viu e semelhantemente sito o PT, e vem o pensamento: Oque seria do Brasil se o PMDB e PT estivessem no comando desse pais, ai sim Estados Unidos so seria uma simplificação de pais; mas o historia das coisas monta o quadro da realidade e nossa realidade é negativa PMDB e PT resolveram deixar para as próximas gerações a ação, oque nos resta afinal só a esperança de um Brasil mais unido ate que aconteça de fato.

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  2. Caro Altamiro, assisti pela tv o debate com sua participação na Câmara Municipal da cidade de Limeira. Foi interessante e entendi sua defesa ferrenha dos princípios socialista. Comungo com muitos pontos de vista que você e discordo de outros. Mas o que me trouxe ao seu Blog para postar esse comentário, foi em relação à sua última resposta e posicionamento sobre a pergunta do Felipe que citando o jornalista Juca Kfouri questionou sobre a posição dúbia desse jornalista que lutou (sic) contra a ditadura e hoje trabalha para os mesmos que um dia ele foi contra. Pois, bem, você, de forma desrespeitosa, criticou duramente Sherazade, chamando-a de Sherazedo, o que não fica bem para alguém na sua posição, pois, isso o desacredita. Mas o que quero falar é minha decepção em ver você aliviar e não criticar o covarde Juca Kfouri por ele ser seu AMIGO. Oras, então se Sherazade fosse sua amiga e Juca não fosse, sua posição seria a mesma? Ou seja, você defenderia Sherazade e criticaria o Juca duramente como fez com Sherazade? Sabe, por esse tipo de comportamento e posição dúbia de TODOS os politicos sem exceção é que há várias eleições anulo meu voto. Infelizmente não existe no Brasil um politico que se possa confiar. Desculpe minha franqueza, mas espero com essa crítica construtiva melhorar suas retóricas em debates. Boa sorte e continue denunciando a principal causa do atraso e corrupção em nosso país: Rede esgoto Globo. Abraços.

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