Por Altamiro Borges
Na quinta-feira passada (26), o líder do Partido Socialista (PS) de Portugal, Antônio Costa, tomou posse como primeiro-ministro do país no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa. Após várias manobras para sabotar o resultado das eleições legislativas de outubro, que deram vitória às legendas de centro-esquerda e esquerda, o presidente direitista Cavaco Silva foi forçado a indicar o novo chefe do governo no regime parlamentarista. O desfecho do impasse não agradou aos chefões da “troika” – o comitê dos agiotas do Fundo Monetário Internacional (FMI), do Banco Central Europeu e da União Europeia. Ele também desapontou o jornal tucano Folha de S. Paulo, que torce pelos neoliberais no Brasil e no planeta.
Em editorial neste sábado (28), o diário da famiglia Frias mostra-se perplexo com o desenlace da novela portuguesa. Para os rentistas da Folha, a política de arrocho imposta ao país foi “um sucesso” e o fim da curta gestão do premiê conservador Pedro Passos Coelho é uma injustiça, “uma reviravolta surpreendente”. O jornal cita como prova do êxito do governo neoliberal a adoção de “rigoroso programa de austeridade, que elevou impostos, cortou subsídios, demitiu funcionários, suspendeu feriados; privatizou os correios, as empresas de energia, os aeroportos, os seguros. O PIB português caiu 4% em 2012 e 1,6% em 2013, mas o receituário amargo permitiu que a economia voltasse a crescer 0,9% em 2014”.
As vítimas desta política de desmonte do trabalho (demissões e regressão trabalhista), do Estado (privatizações e cortes sociais) e da nação (que ficou refém da “troika”), porém, não concordaram com este diagnóstico generoso e derrotaram as forças de direita de Portugal. Como confessa a contragosto a Folha, “os tempos sombrios cobraram o seu preço nas urnas. Em outubro, a aliança do primeiro-ministro Passos Coelho perdeu a maioria no Legislativo. Como ainda assim continuou sendo o bloco mais numeroso, com 107 dos 230 assentos da Assembleia da República, o presidente de Portugal, Aníbal Cavaco Silva, reconduziu o partido à chefia do governo. O novo ministério, contudo, durou meros 12 dias”.
Para tristeza da famiglia Frias e dos agiotas da “troika”, “pela primeira vez desde a Revolução dos Cravos, as legendas de esquerda esqueceram suas divergências e se uniram. Por 123 votos a 107, aprovaram no dia 10 de novembro uma moção de rejeição ao governo de Passos Coelho. Sem opção, o presidente viu-se obrigado a nomear o socialista Antônio Costa como primeiro-ministro. Controlando 37,4% da Assembleia e dividido internamente, seu partido se manterá no poder apenas se cumprir a promessa de relaxar o programa de austeridade. Isso incluiria a concessão de aumentos salariais, a suspensão das privatizações e a redução da jornada de trabalho”.
São esses compromissos, avessos ao destrutivo receituário neoliberal, que atormentam os rentistas da “troika” e da Folha – o jornal tucano que sonha com a volta dos seus conservadores ao poder no Brasil. Dai a tristeza da famiglia Frias com o desfecho da novela portuguesa. “O governo que implementou as medidas mais duras foi, paradoxalmente, punido por seu sucesso. A perspectiva de uma firme recuperação da economia levou boa parte do eleitorado a acreditar que a hora da austeridade já passou – e o país voltou às compras”. Que chororô neoliberal!
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Na quinta-feira passada (26), o líder do Partido Socialista (PS) de Portugal, Antônio Costa, tomou posse como primeiro-ministro do país no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa. Após várias manobras para sabotar o resultado das eleições legislativas de outubro, que deram vitória às legendas de centro-esquerda e esquerda, o presidente direitista Cavaco Silva foi forçado a indicar o novo chefe do governo no regime parlamentarista. O desfecho do impasse não agradou aos chefões da “troika” – o comitê dos agiotas do Fundo Monetário Internacional (FMI), do Banco Central Europeu e da União Europeia. Ele também desapontou o jornal tucano Folha de S. Paulo, que torce pelos neoliberais no Brasil e no planeta.
Em editorial neste sábado (28), o diário da famiglia Frias mostra-se perplexo com o desenlace da novela portuguesa. Para os rentistas da Folha, a política de arrocho imposta ao país foi “um sucesso” e o fim da curta gestão do premiê conservador Pedro Passos Coelho é uma injustiça, “uma reviravolta surpreendente”. O jornal cita como prova do êxito do governo neoliberal a adoção de “rigoroso programa de austeridade, que elevou impostos, cortou subsídios, demitiu funcionários, suspendeu feriados; privatizou os correios, as empresas de energia, os aeroportos, os seguros. O PIB português caiu 4% em 2012 e 1,6% em 2013, mas o receituário amargo permitiu que a economia voltasse a crescer 0,9% em 2014”.
As vítimas desta política de desmonte do trabalho (demissões e regressão trabalhista), do Estado (privatizações e cortes sociais) e da nação (que ficou refém da “troika”), porém, não concordaram com este diagnóstico generoso e derrotaram as forças de direita de Portugal. Como confessa a contragosto a Folha, “os tempos sombrios cobraram o seu preço nas urnas. Em outubro, a aliança do primeiro-ministro Passos Coelho perdeu a maioria no Legislativo. Como ainda assim continuou sendo o bloco mais numeroso, com 107 dos 230 assentos da Assembleia da República, o presidente de Portugal, Aníbal Cavaco Silva, reconduziu o partido à chefia do governo. O novo ministério, contudo, durou meros 12 dias”.
Para tristeza da famiglia Frias e dos agiotas da “troika”, “pela primeira vez desde a Revolução dos Cravos, as legendas de esquerda esqueceram suas divergências e se uniram. Por 123 votos a 107, aprovaram no dia 10 de novembro uma moção de rejeição ao governo de Passos Coelho. Sem opção, o presidente viu-se obrigado a nomear o socialista Antônio Costa como primeiro-ministro. Controlando 37,4% da Assembleia e dividido internamente, seu partido se manterá no poder apenas se cumprir a promessa de relaxar o programa de austeridade. Isso incluiria a concessão de aumentos salariais, a suspensão das privatizações e a redução da jornada de trabalho”.
São esses compromissos, avessos ao destrutivo receituário neoliberal, que atormentam os rentistas da “troika” e da Folha – o jornal tucano que sonha com a volta dos seus conservadores ao poder no Brasil. Dai a tristeza da famiglia Frias com o desfecho da novela portuguesa. “O governo que implementou as medidas mais duras foi, paradoxalmente, punido por seu sucesso. A perspectiva de uma firme recuperação da economia levou boa parte do eleitorado a acreditar que a hora da austeridade já passou – e o país voltou às compras”. Que chororô neoliberal!
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De facto, o Cavaco Silva (presidente da republica) fez de tudo para impedir os socialistas (centro esquerda) apoiados no Parlamento pela esquerda (PC e Bloco de esquerda) de formarem governo. Obviamente está mais interessado em agradar à troika do que ao país e a democracia para ele tem um significado muito especial. As dificuldades vão ser muitas para o novo governo que pode ver sabotadas as suas boas intenções pela finança que, como sabemos, domina atualmente a economia. Veremos.
ResponderExcluirA verdade é que a direita deixou o país em cacos.
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