terça-feira, 10 de março de 2015

Feminicídio e o crime hediondo da mídia

Por Altamiro Borges

Nesta segunda-feira (9), a presidenta Dilma Rousseff sancionou a lei que criminaliza o feminicídio – o assassinato de uma mulher por razões de gênero. Rodeada por lideranças do movimento feminista e por deputadas federais, ela fez um incisivo discurso. “Em briga de marido e mulher, nós achamos que se mete a colher, sim, principalmente se resultar em assassinato... O machismo é um mal a ser combatido. Ele humilha, maltrata, agride e, no limite, mata”. Na mídia machista, porém, a nova lei não ganhou qualquer destaque. Não foi manchete dos jornalões nem motivo de elogios nas emissoras de rádio e tevê. Alguns veículos, inclusive, preferiram rotular a medida de “populista” e “eleitoreira”.

Cadê as vaias no Shopping Villa-Lobos?

Por Altamiro Borges

No último domingo (8), data da homenagem ao Dia Internacional da Mulher e dos panelaços e vaias de algumas áreas "nobres" de São Paulo contra a presidenta Dilma – aos berros machistas de "vaca", "puta" e outros –, ocorreu um fato curioso no shopping Villa-Lobos. Localizado no Alto de Pinheiros, considerado o quarto bairro mais rico da capital paulista, o estabelecimento ficou sem luz por várias horas. Muitas lojas de grife fecharam e dispensaram seus funcionários. Algumas madames da "zelite" até ficaram irritadas pela restrição ao seu doentio consumismo. Mas nenhuma delas gritou palavrões contra o governador tucano Geraldo Alckmin. As vaias da aristocracia têm caráter de classe.

TV Globo esconde desmentido de Dirceu

Do blog de Zé Dirceu:

A edição do Jornal Nacional (JN) desta 2ª feira (9), com o objetivo de mais uma vez tentar envolver José Dirceu nas investigações da Operação Lava Jato, ‘requenta’ trecho do depoimento de Alberto Youssef que faz referência ao ex-ministro, porém não diz que o delator foi desmentido pela advogada Beatriz Catta Preta, que representa o empresário Júlio Camargo.

Venezuela-Brasil: Ricos batem panelas

Por Igor Felippe, no blog Escrevinhador:

O ódio da alta classe média, a truculência da oposição conservadora e a campanha permanente das grandes corporações privadas de mídia resultam em atos de rua pelo impeachment e até panelaços em bairros dos abonados em São Paulo e Brasília, durante pronunciamento oficial da presidenta Dilma Rousseff.

Esse quadro de acirramento político leva a comparações do Brasil com a Venezuela. Embora essa situação guarde semelhanças, o quadro político, social e histórico é bastante distinto. Na Venezuela, o povo das regiões mais pobres sai às ruas para defender o governo. Uma manifestação da direita tem como resposta um ato ainda maior das massas chavistas. E aqui?

As razões do ódio das elites ao PT

Por Leonardo Boff, em seu blog:

Já dissemos anteriormente e o repetimos: o ódio disseminado na sociedade e nas mídias sociais, não é tanto ao PT, mas àquilo que o PT propiciou para as grandes maiorias marginalizadas e empobrecidas de nosso país: sua inclusão social e a recuperação de sua dignidade. Não são poucos os beneficiados dos projetos sociais que testemunharam: “sinto-me orgulhoso não porque posso comer melhor e viajar de avião, coisa que jamais poderia antes, mas porque agora recuperei minha dignidade”. Esse é o mais alto valor político e moral que um governo pode apresentar: não apenas garantir a vida do povo, mas faze-lo sentir-se digno, alguém participante da sociedade.

O panelaço e o analfabetismo político

Por Luiz Carlos Azenha, no blog Viomundo:

Nunca a classe média militou tanto politicamente quanto em tempos recentes. Nas eleições de 2014, atuou diuturnamente nas redes sociais e, mesmo sem ser convocada, saiu voluntariamente por aí com reproduções da Veja para buscar votos.

Tudo isso deve ser saudado como um passo positivo. O processo de criação de novas lideranças é prolongado e atuar em defesa de seus interesses de classe é não só legítimo, como pode servir de escola.

Por que todos querem crucificar Dilma?

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Lennon disse numa música, e Dilma poderia repetir: “Do jeito que as coisas estão, vão acabar me crucificando.”

Está na moda crucificar Dilma.

A direita bate nela. A esquerda bate nela. E é curioso: poucos meses atrás, ela foi reeleita com 54 milhões de votos.

Panelaço acirra a disputa política

Por Renato Rovai, em seu blog:

Estudo realizado pela Interagentes analisou a repercussão do pronunciamento de Dilma Rousseff e os protestos da oposição no Twitter. Enquanto a presidenta discursava em cadeia nacional na noite deste domingo (8), o panelaço foi o assunto que dominou a rede social.

O levantamento mapeou cerca de 55 mil perfis que citaram Dilma durante o dia, sendo que o maior volume de mensagens se deu entre 21h e 22h, quando o nome da presidenta foi citado 78.793 vezes.

HSBC: apenas a ponta do iceberg

Por Jerome Roos, no site Outras Palavras:

“O que é recompensado pelo alto é punido por baixo…
Os lucros são privatizados, os prejuízos são socializados”
Eduardo Galeano


Há semanas, divulgou-se o esquema em que o HSBC – maior banco da Europa – participou ativamente da execução e propagação de uma evasão fiscal em larga escala através de sua subsidiária suíça, permitindo que alguns de seus clientes internacionais mais ricos escondessem mais de 120 bilhões de dólares em ativos não declarados em 30 mil contas bancárias secretas. Principais reguladores britânicos, os deputados e funcionários do governo tinham conhecimento das irregularidades e conheciam os nomes dos sonegadores potenciais (incluindo estrelas de cinema, barões das drogas e chefes de estado), mas nunca propuseram acusações criminais.

O voto de confiança em Dilma Rousseff

Editorial do site Vermelho:

Há momentos na vida de uma nação em que o caráter de um povo e de suas lideranças se revela por inteiro, requerendo deles, para além da firmeza, energia e espírito de luta, paciência e serenidade. A fala da presidenta Dilma Rousseff em rede nacional de rádio e TV na noite deste domingo (8), teve esse sentido. Conclamou o povo brasileiro à unidade, pedindo tempo, paciência e confiança.

O que Brizola diria dos paneleiros?

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Os mais de vinte anos de convívio diário com Leonel Brizola me fazem, por vício, imaginar como ele reagiria diante de situações como a promovida pelos “paneleiros” da classe média, ontem.

Já fico vendo o velho recebendo os repórteres e dizendo: