A mídia e o “aecioporto” que virou pó

Por Altamiro Borges

Só mesmo uma polêmica para ressuscitar o tão esquecido "aecioporto" - o aeroporto construído com recursos públicos na fazenda do tio-avô do cambaleante Aécio Neves no município de Cláudio. Na semana retrasada, o deputado federal Domingos Savio (PSDB-MG) comemorou o fato da 'imaculada' Justiça mineira ter arquivado as denúncias contra o ex-governador - confirmando a piada de que basta se filiar ao PSDB para não ser processado, investigado, julgado e, muito menos, preso.

As conspirações na América Latina

Por Altamiro Borges

Na quinta-feira passada (20), durante pronunciamento em cadeia de rádio e tevê, a presidenta Cristina Kirchner fez uma defesa enfática de Dilma Rousseff e Lula e afirmou que há uma "conspiração" em curso na América Latina. A argentina foi muito mais corajosa do que muitos governistas brasileiros. Segundo relato da BBC-Brasil, Cristina Kirchner referiu-se aos protestos da elite contra seu governo, em 2011, e ponderou: "O que está acontecendo em outros países da região, como no Brasil, é o que ocorreu na Argentina... Olhem o que estão fazendo com a Dilma". Para ela, "panelaços" e "marchas" são inflados por "setores da imprensa e da Justiça" para desgastar as forças progressistas da região.


A China e o cemitério das nações

Por Saul Leblon, no site Carta Maior:

A ideia de que o Brasil não tem mais jeito é poderosa, conta com avalistas de peso.

Interesses antipopulares, em qualquer época, acalentam esse horizonte sem ponto de fuga, onde se possa acuar qualquer iniciativa que desafie a lógica conservadora.

Essa por exemplo: dar a Moro o que é de Moro; e devolver à sociedade brasileira a prerrogativa de organizar o seu desenvolvimento, recapacitar suas empreiteiras, resgatar projetos estratégicos, descongestionar o futuro, o investimento, o emprego e a renda.

Austeridade fiscal e ofensiva ideológica

Por Pedro Rossi, no site Brasil Debate:

O economista é o tipo de profissional cuja opinião deve ser considerada somente após inúmeras ressalvas. Para cada recomendação de um economista deveria haver uma estrelinha, daquelas de preço promocional, que remete a uma longa explicação sobre suas condições de aplicação.

No caso dos economistas ortodoxos, predominantes na mídia brasileira, essa estrelinha deveria esclarecer que as opiniões carregam pressupostos inerentes a uma formação teórica que defende que o egoísmo do indivíduo é virtude social, a desigualdade é um incentivo para o crescimento, a economia é regida por leis naturais e que o ativismo estatal perturba o bom funcionamento da economia. Essas informações permitiriam identificar que nessas opiniões, aparentemente técnicas, há juízo de valor, ideologia e uma determinada concepção de justiça social.

Outra vez a China

Por Wladimir Pomar, na revista Teoria e Debate:

Como acontece de tempos em tempos, a China voltou negativamente ao noticiário. Internacionalmente, desta vez, porque as bolsas de Xangai e Shenzhen tiveram uma bolha especulativa, porque o yuan foi desvalorizado e porque as taxas de crescimento deverão se manter baixas em “apenas 7% ao ano”.

Em termos nacionais, afora isso, porque as relações do Brasil e outros países em desenvolvimento com a China conformariam uma ligação quase colonial, como mercados cativos supridores de matérias-primas para aquele país. Na prática, além de faltar um passo para apresentarem a China como o maior inimigo desses países e da humanidade, algumas dessas interpretações aproveitam a ocasião para criticar o modelo de desenvolvimento industrial capitalista chinês, que seria predador e o principal fator das mudanças climáticas mundiais.

Vida sexual de Dilma e a saúde da 'Época'

pigimprensagolpista.blogspot.com.br
Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Como se uma Veja não fosse suficiente para destruir qualquer crença em jornalismo decente, temos agora duas Vejas.

A revista Época, da Globo, tornou-se um espelho da Veja.

Os sinais da vejização apareceram quando a Época publicou na capa, no início do segundo turno, uma pesquisa de um certo Instituto Paraná que dava Aécio virtualmente eleito.

Barbas de molho diante da crise mundial

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Ninguém sabe qual será a profundidade da crise mundial – aquela que não existe, lembram? – neste novo mergulho.

O desastre da manhã, com quedas estupendas das bolsas de valores de todo o mundo (imagine o que são quedas de 10% no mercado americano!), quase “zerado” no meio do dia, para ser seguido de um “meio-desastre” à tarde, é um aviso de que as “placas tectônicas” do capital estão se movendo.

A história se repetiu, como farsa

Por Miguel do Rosário, no blog O Cafezinho:

Eis que, de repente, o crash mundial das bolsas faz a crise política brasileira ficar em segundo plano.

A coluna de Ricardo Melo, na Folha, soterra os três patéticos (Aécio, Gilmar e Cunha) sob sete palmos de argumentos furiosamente racionais.

A opinião de Melo, progressista solitário na grande imprensa, converge para o mesmo lugar para onde se dirigem todas as vozes do bom senso nacional, enfim unidas num só grito ao mesmo cansado e impaciente: não vai ter golpe!

A economia da China abala o mundo

Por Antonio Luiz M.C. Costa, na revista CartaCapital:

Modificar de repente a política econômica de um país como o Brasil é como mudar o rumo de um elefante no meio de uma feira lotada. Seria um milagre não ferir ninguém nem causar prejuízos, mesmo para um cornaca experiente. Para guardar as proporções ao fazer a mesma metáfora para a China, uma economia várias vezes maior e mais dinâmica, seria o caso de imaginar uma tentativa de fazer Godzilla dar uma guinada em meio a uma carreira disparada.

Ué, a crise mundial não tinha acabado?

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

O telespectador do Jornal Nacional – entre outros noticiários picaretas que embromam o país –, caso só se informe pela mídia corporativa, por certo ficou sem entender nada ao fim da edição do primeiro dia útil desta semana daquele telejornal.

Há meses que a mídia e a oposição ao governo Dilma Rousseff vêm desmentindo a presidente da República quando ela diz que as dificuldades econômicas do país se devem à crise internacional.

Corte de ministérios é mais uma bola fora

Por Bepe Damasco, em seu blog:                                

Está difícil arrancar do governo federal uma sinalização concreta para a esquerda, um gesto que contemple o contingente do eleitorado que levou Dilma à vitória no segundo turno de 2014. Mesmo colocando na balança a crise econômica, agravada pela sensível piora no panorama internacional, é difícil compreender a volúpia do Planalto em incorporar projetos e programas derrotados nas urnas, em detrimento das propostas e compromissos assumidos pela presidenta no palanque da reeleição.