sábado, 28 de maio de 2016

MBL: Os 'coxinhas' recheados de mortadela

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Só rindo mesmo. Se essa tsunami de gravações que, nos últimos dias, vem engolfando os golpistas tivesse chegado antes da votação na Câmara dos Deputados que autorizou o Senado a abrir o processo de impeachment contra Dilma Rousseff, o resultado daquela votação teria sido bem outro.

Felizmente, ainda dá tempo de o Senado criar juízo e não submeter o país a vexame dessa monta, já que essas gravações vêm estourando como bombas na imprensa internacional. À luz dos fatos que serão enumerados adiante, torna-se imperativo que a dita “Câmara Alta” rejeite o impeachment da presidente constitucional dos brasileiros.

A conversa grampeada entre o senador pelo PMDB de Roraima, Romero Jucá, e o ex-presidente da Transpetro Sergio Machado virou divisor de águas. Ninguém mais tem dúvida de que deputados e senadores votaram pelo impeachment visando parar a Operação Lava Jato. Temem a investigação e acham que com Dilma ela não para.

A partir dali, as máscaras não pararam mais de cair.

Primeiro, caiu a máscara do golpe em si com a revelação da motivação dos golpistas.

Depois, caiu a máscara dos paneleiros que, quando Dilma estava na Presidência, saiam nas varandas de seus apartamentos de luxo para bater panelas em um dito “protesto contra a corrupção”. Com a saída de Dilma e o surgimento de casos de corrupção envolvendo o novo governo, as panelas se calaram, deixando ver que são contra a corrupção dos adversários políticos e a favor da corrupção dos aliados.

Só esses fatos fizeram explodir uma avalanche de matérias na imprensa estrangeira que fazem os brasileiros parecerem um bando de imbecis e crédulos que apoiou a derrubada de uma presidente honesta para colocar no lugar dela um outro bando, só que de bandidos como Temer, Jucá, Cunha, Aécio etc.

Para que se possa começar a mensurar quanto o golpe fez mal para a imagem do país vale atentar para reportagem feita há um par de semanas pela versão em português da BBC de Londres sobre o nosso país. A matéria é arrasadora.




Como diz a manchete do portal da BBC supra reproduzida (clique na imagem para acessar a matéria), o conceito da imprensa brasileira no exterior é tão ruim que grupos de mídia estrangeiros estão colocando equipes de jornalismo investigativo para fazer no país trabalho que tevês, rádios, jornais, revistas e portais brasileiros não fazem, que é produzir um noticiário desapaixonado sobre uma crise política que está provocando danos imensos aos brasileiros.

Para a maioria da imprensa internacional, a divulgação do áudio do ex-ministro do Planejamento Romero Jucá reforça a tese do governo afastado de que o impeachment de Dilma Rousseff foi um “golpe” orquestrado para cessar as investigações da Operação Lava Jato.

Na última segunda-feira, 23, reportagens de jornais como The Guardian, The New York Times Le Monde, El País e Washington Post, entre muitos outros, divulgaram partes das conversas de Jucá com o ex-presidente da Transpetro Sergio Machado e levantaram dúvidas sobre a razão do impeachment de Dilma.

O New York Times cita que Temer substituiu todo o ministério do governo anterior no intuito de ganhar a credibilidade da população. Porém, o jornal também lembra que muitos dos ministros nomeados por Temer foram citados nas investigações.

Segundo o ‘NYT’, o áudio de Jucá gera dúvidas em relação aos motivos do afastamento de Dilma e coloca em xeque o gabinete do governo Temer. “As novas acusações devem levantar mais dúvidas sobre a iniciativa de afastar Rousseff. Elas também podem aumentar a investigação sobre outros ministros que também enfrentam acusações”, diz o jornal.

O Guardian é mais contundente e afirma que os reais motivos para o impeachment ficam claros no áudio. Eis um trecho da matéria do jornal inglês:

“Aliados de Temer argumentam que o impeachment foi constitucional e necessário para conter a paralisia política e a pior recessão do país em décadas. Mas os motivos duvidosos e a natureza maquiavélica da conspiração para afastar Dilma Rousseff estão aparentes na divulgação do áudio de uma conversa entre Jucá – um poderoso aliado de Temer no PMDB – e Sergio Machado, um ex-senador que até pouco tempo era presidente da estatal Transpetro”.

A vetusta publicação britânica The Economist também aderiu à tese de que o impeachment foi golpe. A revista afirma, em edição publicada nesta sexta-feira, que o afastamento da presidente Dilma Rousseff foi um ‘jeitinho’ dado na Constituição.

Já o Washington Post reproduziu as declarações do ex-secretário de governo Ricardo Berzoini, dadas em um vídeo postado na página de Dilma no Facebook. “Isso mostra a verdadeira razão do golpe praticado contra a democracia e o mandato legítimo de Dilma. O objetivo era frear as investigações e varrer para debaixo do tapete”, diz Berzoini, no trecho reproduzido pelo Post.

O Post também lembra que Dilma, mesmo sendo politicamente afetada, “se recusou a tomar qualquer medida para frear a investigação que, segundo ela, era necessária para o país”.

Agora, surge uma bomba que deve se espalhar como fogo pelo mundo. Simplesmente confirmou-se o que todos sabiam, que esses vagabundos de ultradireita que passam o dia na internet insuflando ódio político para inflar manifestações de rua são pagos pelo PSDB, pelo PMDB, pelo DEM e congêneres.

O que é mais divertido nessa história é que os fascistas desse grupo de trolls profissionais que foi flagrado em gravações confessando que é pago por partidos de direita, o tal “MBL”, vive afirmando que os manifestantes pró Dilma são pagos com “sanduíches de mortadela”.

A matéria publicada no UOL mostra que quem é pago para se manifestar e deve estar comendo muita mortadela é a direita antipetista. Quem entregou o jogo foi o “secretário de juventude” do PSDB-RJ, Ygor Oliveira, flagrado confessando que partidos pagam lanche, transporte e um troquinho aos grupos que o MBL leva para manifestações.



Diz o tucano-mirim Ygor Oliveira:

“(…) Aqui no RJ, foi feita uma parceria entre o MBL, na pessoa do Bernardo Sampaio [coordenador do MBL], e na minha pessoa, Ygor Oliveira, pela juventude do PSDB. Fizemos uma… um projeto de a JPSDB captar com amigos, colaboradores, o valor referente a hospedagem, alimentação, translado, entre outras despesas(…)”

Está provado, também, que esse bando de comentaristas de direita composto exclusivamente por anônimos e que passa os dias postando agressões na internet é movido por “idealismo” remunerado. Por isso que todos os militantes de direita que comentam matérias políticas em sites da internet são anônimos. Está explicado.

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