terça-feira, 15 de novembro de 2016

Folha, IstoÉ e o “pacto diabólico”

Por Altamiro Borges

Na quinta-feira passada (10), no ato de lançamento do manifesto “Por um Brasil justo para todos e para Lula”, em São Paulo, o ex-presidente fez um duro discurso contra o “pacto quase diabólico” entre a imprensa golpista e o “justiceiro” Sergio Moro, o jagunço da midiática Lava-Jato. O líder petista criticou o “comportamento perverso dos meios de comunicação, que mentem descaradamente. Não tenho problema em prestar quantos depoimentos forem necessários... Tenho preocupação é quando vejo um pacto quase diabólico entre a mídia, setores da Polícia Federal e do Ministério Público e o juiz que está apurando todo esse processo”.

Logo na sequência, dois veículos confirmaram que realmente fazem parte desta orquestração satânica para “matar” o ex-presidente. No domingo (13), a Folha de S.Paulo estampou a manchete terrorista: “Odebrecht fez reforma de piscina para Lula”. Uma obra de conservação no Palácio da Alvorada, realizada por um consorcio de construtoras, foi tratada como mais um ato ilícito do ex-presidente. A reportagem foi tão escrota que, segundo boatos, gerou constrangimento até na redação do próprio jornal. Na internet, a Folha virou alvo de chacota, sendo eleita como símbolo do pior tipo de jornalismo nativo. O renomado jornalista Mauro Santayana postou indignado no seu blog:

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Surreal e kafquiana, para dizer o mínimo, a nova investigação em curso para saber se a Odebrecht teria "beneficiado" Lula fazendo, de graça, consertos na piscina do Palácio do Alvorada. "Beneficiado", como? Lula, agora, virou dono do Palácio do Alvorada? Se a construtora consertou a piscina do palácio, ótimo. Ela arrumou e valorizou o patrimônio público. Nesse caso, qual foi o prejuízo para o erário?

Ou o Sr. Luis Inácio, já acusado antes – sem provas – de "roubar" crucifixos, faqueiros "fakes", cujas fotos foram tiradas de um site de leilões dos EUA, etc., saiu com a piscina debaixo do braço, quando deixou de ser Presidente da República? Ou mandou consertá-la para cometer outros crimes, quem sabe para fazer um "test-drive" nos emblemáticos – e caríssimos, ostentatórios – pedalinhos do sítio de Atibaia?

No afã de encontrar crimes que possam ser atribuídos ao ex-presidente da República, os responsáveis pelo "caso" tem que ter um mínimo de bom-senso e de sentido de proporção, para não passar ao mundo a impressão de que estão simplesmente forçando a barra para criar mais um de uma longa série de factoides políticos, ou simplesmente procurando, com microscópio eletrônico, pelo em cabeça de ovo para incriminar o ex-presidente da República.


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Na mesma semana, o “pacto diabólico” ainda contou com a contribuição da revista IstoÉ – conhecida nos meios jornalísticos pelo apelido de “QuantoÉ”, devido às práticas mercenárias e criminosas dos seus proprietários. Em mais uma capa sombria, o panfleto do covil golpista de Michel Temer acusou: “Lula recebeu pagamento em dinheiro vivo”. A “reporcagem” não teve maior repercussão e não foi levada à sério nem por outros veículos – afinal, a revista não tem mais crédito na praça e está quase falindo, dependendo da “ajudinha” do Palácio do Planalto. Mesmo assim, vale conferir a resposta postada no site do ex-presidente Lula na última sexta-feira (11):

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IstoÉ é uma revista sem nenhuma credibilidade que publicou uma mentira

A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está tomando as medidas judiciais cabíveis contra os proprietários da revista IstoÉ e os autores de sua capa desta semana, que é mais uma grosseira mentira contra o ex-presidente.

O ex-presidente Lula jamais recebeu ou pediu, nem direta nem indiretamente, valores ilícitos, seja da empresa citada pela revista ou por qualquer outra. A má-fé da revista é tão evidente que os autores sequer procuraram a defesa ou a assessoria do ex-presidente antes de publicar a mentira.

Como tem ocorrido com frequência, a revista faz escândalo sem observar os mínimos critérios jornalísticos. Não menciona suas supostas fontes, não cita testemunhos, não faz referência a documentos. Não explica sequer o enunciado da capa: quem teria pago quanto, a quem, quando, como e onde. Traz apenas um enunciado vago e falso, atribuído a uma suposta delação que estaria sob sigilo, algo impossível de ser checado jornalisticamente.

IstoÉ é uma publicação sem credibilidade, conhecida no mercado editorial pela venalidade e pela desfaçatez com que vende reportagens, capas e até editoriais, aos mais diversos “clientes”. Confiamos na Justiça para deter a delinquência dessa publicação, típica da imprensa marrom.

Assessoria de Imprensa de Lula

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