Por que apoiar a imprensa independente?

Do site Opera Mundi:

A consolidação da imprensa independente no Brasil durou mais de uma década. Hoje, temos projetos de jornalismo internacional, jornalismo investigativo, jornalismo ativista, jornalismo regional e uma vasta blogosfera que tem pautado temas como política nacional, movimentos culturais da periferia, cultura regional, luta de movimentos sociais, como os movimentos negros e feministas.

Todo esse florescimento, no entanto, corre o risco de retroceder. O setor de publicidade privada continua a ser bastante avesso a diversificar seus investimentos e a direcionar uma parte deles para a audiência desses projetos. Além disso, como é sabido, o governo federal bloqueou a publicidade nos sites independentes e suspendeu diversos editais para a mídia livre.

Por quê calar a OAS?

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Entre tantas coisas insólitas que já aconteceram na Operação Lava Jato, nada mais esquisito e suspeito do que este cancelamento, pelo procurador-geral Rodrigo Janot, das negociações para a delação premiada da Construtora OAS. Ele já teria, inclusive, determinado a devolução de todos os “anexos” da negociação, ou seja, os esboços apresentados pela empresa sobre o que poderia dizer, bem como a trituração da papelada sobre o fracassado acordo. Como disse o ex-ministro Eugênio Aragão, “que cheira mal, cheira”. Nos últimos três meses, ficou clara a má vontade do Ministério Público Federal para com a delação da OAS, que aumentou depois de vazamentos sobre também supostas citações aos tucanos Aécio Neves e José Serra.

Viagem ao universo dos "coxinhas"

Por Ayrton Centeno, no site Sul-21:

Agora que o Coxismo pretende moldar o país a sua imagem e semelhança, é crucial entendê-lo. Adentrá-lo, penetrá-lo em profundidade. Visitar, percorrer e desbravar o território do fenômeno. Mas quem viajar ao Universo Coxa deve-se preparar para um impacto: é um mundo habitado exclusivamente por certezas absolutas. Seus nativos acreditam integralmente em tudo que lhes convém acreditar. Para eles, a ferramenta do conhecimento não é a experiência e a reflexão mas o desejo. É ele que constrói a convicção. Acreditam, então existe.

João Doria, o candidato indigesto

Por Adriana Dias, na revista Fórum:

O candidato do PSDB à prefeitura de São Paulo, João Dória, foi duramente criticado por falar em extinguir a Secretaria da Pessoa com Deficiência. Criticado por gente do próprio partido. Mara Gabrilli afirmou em seu Facebook que a proposta “é de uma falta de conhecimento inacreditável”.

É verdade. Uma secretaria dá uma força que uma coordenação não tem. No quesito falta de conhecimento, aliás, o mocinho do botox maravilha dá show: Dória promete acabar com duas secretarias municipais que não existem. Tipo a piada eterna da volta dos que não foram, mas ao contrário. A ida dos que não vieram… LGBT e Juventude não são secretarias. São subordinadas à Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania. Além disso, ele chamou, passeando pelo Centro, moradores em situação de rua de “indigentes”. Isso foi indigesto.

A radiografia do golpe no Brasil

Do blog Cafezinho:

A radiografia do golpe, do sociólogo Jessé Souza, é um dos primeiros e contundentes livros de análise do processo após o afastamento da presidente Dilma Rousseff. No calor do momento em que o Senado decide em definitivo sobre o impeachment, o livro descreve e analisa não só o dia a dia do processo que levou à derrubada da presidente Dilma Rousseff e seu governo democraticamente eleito, como esclarece as pré-condições do golpe deflagrado em 2016. Na síntese do autor: o objetivo é permitir ao leitor entender “como e por que foi enganado”.

O tempo de Dilma Rousseff

Por Katarina Peixoto, no blog Viomundo:

A história é a luta pelo passado. Essa boutade é mais fecunda que intuitiva, pois quer dizer, entre outras coisas, que história é uma experiência sobre o presente e sempre sobre o presente, e que é por meio dessa experiência e do embate normativo que a embala que poderemos dispor dos marcos para identificar o passado.

E nada dessas coisas é fácil de ver, num contexto de luta cotidiana e exaustiva, em que o Brasil foi jogado nos últimos dois anos, mesmo para democratas que não se apequenaram nem cederam à avalanche golpista que se espalha e dissemina destruição e medo pelo país.

Golpe institucional e a mídia monopolista

Por Fernando Marcelino, no site Vermelho:

Monopólio da mídia em poucas famílias teve papel crucial no golpe institucional e agora defende governo golpista de Temer contra a democratização dos meios de comunicação e a soberania popular.

O golpe institucional em curso no Brasil só foi produzido porque teve o apoio incondicional da grande mídia. Sem o bombardeamento negativo diário da mídia monopolista – sob o comando da Globo, Record, Band, Estadão, Folha de São Paulo e outros jornais, revistas e mídias digitais –, seria impossível a intensa partidarização das instituições de Estado para desfechar o golpe contra Dilma, num processo totalmente maculado pela fraude e pela manipulação. E desde que Temer assumiu como presidente interino, ocorre uma ampla campanha de informação visando assentar as bases da autoridade do governo golpista com aparência de continuísmo, legalidade e legitimidade.

A censura mal disfarçada a 'Aquarius'

Por Mauro Donato, no blog Diário do Centro do Mundo:

Em maio deste ano, o elenco do filme Aquarius estava em Cannes para exibição da película no festival homônimo e internacionalmente consagrado. Pouco antes da estréia, ainda no tapete vermelho, o diretor Kleber Mendonça Filho e mais Sônia Braga, Maeve Jinkings, Carla Ribas e Humberto Carrão pararam na porta e ergueram cartazes em protesto contra o golpe aplicado por Michel Temer e seus asseclas.

“Brasil não é mais uma democracia”, “Um golpe ocorreu no Brasil”, “Resistiremos” era o que estava grafado em francês e inglês para que o mundo atentasse ao que ocorria aqui nos tristes trópicos. O protesto repercutiu e estampou capas de vários jornais estrangeiros.

Deputada corrupta do DF é "cristovista"

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:



Bateu polícia na casa da deputada Celina Leão, ex-presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal.

A operação visa buscar e apreender provas de crimes de corrupção ativa, passiva ou concussão, envolvendo o pagamento de propina a ela e a outros deputados da Mesa Diretora, em um esquema que desviou R$ 31 milhões de reais de sobras orçamentárias da Câmara, em 2015 para empresas que prestam serviços à Secretaria de Saúde do DF.

Crônica em meio à grande crise global

Por Ladislau Dowbor, no site Outras Palavras:

Difícil deixar de pensar que estamos vivendo num circo gigante. Quando sentamos no sofá depois de um dia bizarro de trabalho e horas de transporte, as novelas surreais na TV nos dão uma visão geral do jogo global: tantas bombas sobre a Síria, mais refugiados nas fronteiras, os problemas das grandes finanças, os últimos gols de Neimar. Ah sim, e quem, depois da Hungria, a Grécia, a Polônia e o Reino Unido está ameaçando deixar a União Europeia em nome de ideais nacionais superiores.

Dez pontos para entender o impeachment

Por Ingrid Matuoka, na revista CartaCapital:

Na próxima quinta-feira 25, começa a última etapa do julgamento de Dilma Rousseff, afastada da Presidência da República desde 12 de maio.

O processo teve início em dezembro de 2015, quando o então presidente da Câmara, Eduardo Cunha, acolheu o pedido de impeachment protocolado pelos advogados Hélio Bicudo, Janaína Paschoal e Miguel Reale Jr. A decisão foi tomada logo após a bancada do PT anunciar apoio à cassação do mandato do peemedebista no Conselho de Ética da Casa.

Temer desarticula políticas de inclusão

Por Hylda Cavalcanti, na Rede Brasil Atual:

Ao analisar os 100 dias do governo provisório de Michel Temer, o deputado Patrus Ananias (PT-MG), ministro dos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e de Dilma Rousseff (Desenvolvimento Social e Desenvolvimento Agrário), ressalta especialmente sua preocupação com a desarticulação do programa Bolsa Família. Não apenas pela sinalização de que será reduzido o número de beneficiários, mas também por conta das iniciativas integradas que vinham sendo contempladas com o atendimento ao programa, como o Benefício de Prestação Continuada (BPC) – que propicia o pagamento mensal a pessoas idosas sem condições de trabalhar – e o trabalho atrelado aos programas de erradicação aos trabalhos escravo e infantil.

Quem investiga e julga os "justiceiros"?

Por Jeferson Miola

Na análise O xadrez de Toffoli e o fruto da árvore envenenada, Luis Nassif explora a hipótese de que o vazamento da delação do presidente da OAS pela revista Veja seja parte, na realidade, de uma armação maquiavélica para anular provas que incriminam os tucanos José Serra e Aécio Neves.

Com a jogada, a Lava Jato continua focada no objetivo fundamental, que não é apurar de verdade a corrupção na Petrobrás, mas somente incriminar políticos petistas para ferir de morte o PT.