quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Retrocesso na cidadania financeira

Por Fernando Nogueira da Costa, no site Brasil Debate:

Uma conquista da Era Social-Desenvolvimentista (2003-2014) foi o acesso popular a bancos e crédito. Por meio de contas bancárias, o “dinheiro de pobre” podia ter proteção contra a inflação. Com crédito ao consumidor de baixa renda, a aquisição de bens domésticos propiciava mobilidade social e melhor qualidade de vida. Essa inclusão no mercado era uma conquista de cidadania financeira.

A significativa queda (-3,7% no ano) da relação crédito/PIB de 54,1% em janeiro para 50,8% em setembro de 2016, segundo o Banco Central, já alertava para o impacto da volta da Velha Matriz Neoliberal. Durante o governo FHC, tinha caído de 36,6% em 1994 para 24,7% em 2003, indicando que os neoliberais, em sua obsessão de apenas cortar gastos, para via depressão diminuir a inflação e o risco da eutanásia dos rentistas, não se utilizam de política de crédito para incentivar o crescimento da renda e do emprego.


Ciro e a necessidade de frente única

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Como tantos brasileiros, sou um admirador de Ciro Gomes. Aprendi a respeitar sua postura corajosa para afirmar um pensamento progressista, mesmo em situações adversas.

Só para dar dois exemplos.

Em 2005, na crise provocada pela AP 470, Ciro demonstrou firmeza quando muitos fraquejavam, foi leal quando outros, aliados até mais antigos do governo Lula, preferiam o conforto da sombra. Em 2016, no auge da conspiração conservadora que produziu o golpe de 31 de agosto, Ciro demonstrou que tinha um lado no confronto que levou a mais grave ruptura institucional desde 1964 - o lado certo, da democracia e dos direitos do povo.

Depois do BB, o golpe quer destruir a Caixa

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Depois do anúncio, ontem, do desmonte do Banco do Brasil, pela extinção de 402 agências e a transformação de outras 379 em simples postos de atendimento, será a vez da Caixa.

Seu coveiro, digo, seu presidente, Gilberto Occhi – aquele, do PP, que pulou fora do Governo Dilma e ganhou o cargo e a “purificação – anunciou planos de fechar 100 agências e mandar embora 11 mil funcionários.

PT pagou para apanhar da mídia

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro de Mundo:

A dependência extrema das grandes corporações jornalísticas em relação à bilionária publicidade federal está na raiz do pesadelo que o país vive hoje.

Fato: as empresas de mídia simplesmente não sobrevivem sem a propaganda federal. Principalmente a Globo, mas não apenas ela.

Isso as leva a fazer o diabo pelas verbas, incluído aí dar golpes como o que derrubou Dilma.

Uma das primeiras providências de Temer ao assumir foi despejar dinheiro na mídia. Isso ao mesmo tempo em que cortava programas sociais.

O desmonte do Mais Médicos

Por Renan Truffi, na revista CartaCapital:

Sob pressão de entidades do setor, Michel Temer começa a deixar clara a pouca disposição em manter e expandir um dos principais programas do governo federal na área da Saúde, o Mais Médicos. Em público, o governo tenta vender à sociedade a ideia de um suposto aumento dos investimentos na iniciativa, bem avaliada por usuários e prefeitos. Enquanto isso, nos bastidores, atende aos anseios corporativos, a começar por aqueles do Conselho Federal de Medicina, que nunca escondeu sua rejeição ao programa. O maior risco reside, aliás, em uma medida pensada para atender a esses lobbies.

O Petrobras e os tribunais

Por Mauro Santayana, em seu blog:

Estudo da FUP - a Federação Única dos Petroleiros, mostra que, além de não haver justificativa para a acelerada desvalorização promovida pela atual diretoria nos ativos da Petrobras - já que eles já foram "reavaliados" em 2015 e em 2014, reduzindo seu preço em R$ 112,3 bilhões e diminuindo em 60% o seu valor de mercado - por trás dela estaria uma "vergonhosa manobra contábil que tem por objetivo jogar pra baixo os preços dos ativos para acelerar a privatização da empresa".

Governadores vendem barato a autonomia

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Em troca de R$ 5 bilhões originários das multas sobre os recursos repatriados, os governadores estão abdicando da autonomia que a Constituição lhes garante para fazer sua própria política fiscal. O número parece vistoso, mas quando este valor é dividido pelas 27 unidades da federação, segundo o mesmo critério da distribuição do Fundo de Participação dos Estados - FPE, o que cada um deles levará é muito pouco diante de tão importante renúncia política. O Distrito Federal, por exemplo, receberá minguados R$ 34 milhões, um grão de areia diante do déficit deste momento, de mais de R$ 2 bilhões. O estado melhor aquinhoado será a Bahia, com quase R$ 400 milhões, seguida do Ceará, com pouco mais de R$ 200 milhões.

Temer afunda em contradições

Foto: Felipe Bianchi
Por Felipe Bianchi, no site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

A crise política desatada pelo impeachment de Dilma Rousseff foi tema do Ciclo de Debates A Imprensa e o Golpe, nesta terça-feira (22), em São Paulo. Para os jornalistas Rodrigo Vianna, Maria Inês Nassif e Paulo Moreira Leite, o cenário presente revela não apenas os vícios e a fragilidade do sistema político brasileiro, mas também expõe o conluio histórico entre partidos da elite, Judiciário e oligopólio midiático. 

Qual o futuro da democracia no Brasil?

Do site do Centro de Estudos Estratégicos da Fiocruz:

Para onde vai a democracia no Brasil, em um cenário de retrocesso e perdas de direitos sociais garantidos na Constituição de 1988? Em novo evento da série Futuros do Brasil, o Centro de Estudos Estratégicos da Fiocruz (CEE-Fiocruz) convidou para analisar a atual conjuntura do país o cientista político Wanderley Guilherme dos Santos. Professor aposentado de Teoria Política da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pesquisador titular do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Iesp/Uerj), Wanderley Guilherme fará a conferência Democracia: qual futuro?, dia 7 de dezembro de 2016, às 13h30, no auditório térreo da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz). O evento será também transmitido via internet, com participação do público que poderá enviar perguntas online ao conferencista.

A restauração neoliberal nos Estados

Por Jeferson Miola

Os planos de ajuste dos governos do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul são protótipos da oligarquia golpista para a restauração neoliberal nas esferas subnacionais de governo. Depois do ajuste draconiano na União e nos Estados, o efeito dominó finalmente atingirá os Municípios, de maneira brutal.

Os planos preconizam medidas clássicas – e historicamente fracassadas – para responder à crise das finanças públicas: [i] cancelamento de investimentos, [ii] abandono das políticas sociais, de proteção social e de desenvolvimento, [iii] extinção de órgãos públicos, [iv] demissão de funcionários, arrocho salarial e mudança previdenciária do funcionalismo, e [iv] privatização de atividades econômicas rentáveis.