terça-feira, 14 de novembro de 2017

Mídia poupa Waack, mas criminaliza Dirceu

Por Dayane Santos, no site Vermelho:

Enquanto a imprensa bota panos quentes na afirmação do jornalista William Waack por ter dito, durante uma conversa pouco antes de uma entrada ao vivo, que a suposta "bagunça" na rua que ele ouvira era "coisa de preto" e critica o que chamam de "tribunal da internet", essa mesma mídia divulgou um vídeo em que o ex-ministro José Dirceu foi filmado por um convidado dançando na festa de aniversário de sua mulher, no último sábado (11), em Brasília.

Apesar de Dirceu não ter violado nenhuma das medidas restritivas, imposta a ele, que desde maio deste ano aguarda em liberdade uma decisão da segunda instância, os grande meios de comunicação rataram as imagens em que ele aparece dançado com a esposa como uma violação.

Nenhum dos meios que divulgaram o vídeo disseram que Dirceu estava violando a lei, mas a construção midiática em tom de escândalo, deixa claro a intenção de criminalizar a conduta do ex-ministro como se ele estivesse debochando da Justiça.

No entanto, essa mesma mídia diz que as redes sociais, ou seja, as pessoas criaram um "tribunal" para julgar William Waack por ter colocado para fora o seu racismo. Hipocrisia daqueles que são os reais responsáveis pela cultura do punitivismo midiático.

Dirceu cumpre todas as medidas restritiva, inclusive usa a tornozeleira eletrônica e respeita a determinação de não deixar Brasília, cidade em que ele mora. Segundo as determinações da Justiça, o ex-ministro pode participar de festas como a do último sábado.

"Ele está solto. Enquanto estiver solto, tem o direito de comparecer à festa da esposa. Direito dele. Direto de gozar da liberdade enquanto estiver nessa posição", afirmou o advogado de Dirceu, Roberto Podval.

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