Dodge adere ao fascismo lavajatiano

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

Previsivelmente, Raquel Dodge, nova procuradora-geral, indicada pelo Usurpador, adere ao movimento fascista que pretende derrubar a Constituição e instituir um novo regime penal, onde mais pessoas são presas antes de poderem se defender perante uma terceira e última instância.

Detalhe: o juiz brasileiro já pode prender qualquer pessoa a qualquer momento. A nova lei que querem instituir é apenas para derrubar os poucos instrumentos que permitem ao réu – ainda não condenado em última instância – aguardar o julgamento em liberdade.

O governo quer acabar com a Caixa

Por Jorge Mattoso, Maria Fernanda Ramos Coelho, Jorge Hereda e Miriam Belchior, no site Brasil Debate:

O Ministério da Fazenda, através de sua representante no Conselho de Administração, vem tentando transformar a Caixa em Sociedade Anônima, para, em seguida, colocar suas ações no mercado e desta forma ajudar o governo Temer e seu austericídio, destinando ao Tesouro Nacional os bilhões de reais que as ações poderiam gerar.

Mas a abertura de capital da Caixa levaria ao seu fim como banco 100% público até agora capaz de gerar políticas inovadoras, criar novos mercados, favorecer ações sociais e alavancar políticas anticíclicas em períodos de crise.


A ofensiva obscurantista no Brasil

Por Hamilton Pereira (Pedro Tierra), no site da Fundação Perseu Abramo:

Onde quer que se queimem livros, terminarão um dia por queimar pessoas”. Heinrich Ibsen.

Poderia iniciar este comentário expondo o sentimento de indignação ao lado de setores da sociedade brasileira que prezam a liberdade e a democracia diante da ofensiva obscurantista que se abriu contra exposições em museus e outras manifestações culturais, sob a alegação de obscenidade e indução à pedofilia. Razões que, supõe-se, atendem a objetivos de natureza moral. A ofensiva avança nesses dias mais um degrau, com a censura à apresentação de um dos mais importantes artistas brasileiros, o cantor e compositor Caetano Veloso que seria oferecida à grande ocupação do MTST em S. Bernardo do Campo, em sua luta pelo direito à moradia digna, anunciada para a noite de 30 de outubro, e impedida pela justiça. Agora sob o pretexto de insegurança. Em pouco tempo a liberdade de expressão e criação artística garantida pela Constituição se tornará mero pretexto para medidas de força.

Bancos lucram mais e cortam vagas

Ilustração: Marcio Baraldi
Da Rede Brasil Atual:

Mesmo com a crise brasileira, os principais bancos continuaram registrando lucro crescente e ampliaram ativos. A conta foi paga na outra ponta: enxugaram estruturas fechando agências e eliminaram milhares de postos de trabalho, aponta o Dieese. "É crescente a necessidade de se aprofundar o debate sobre o papel desempenhado pelo Sistema Financeiro Nacional, especialmente em relação aos três maiores bancos privados, tendo em vista que, mesmo diante do forte quadro recessivo no Brasil, eles apresentaram resultados muito superiores aos de outras empresas dos mais diversos portes e setores. Mesmo assim, os bancos demitem e agravam a situação do desemprego no país", diz o instituto em estudo sobre o setor.

Carlos Marighella: O operário da revolução

Do site Vermelho:

A transformação de personagens históricos em mitos costuma simplificar figuras complexas e superestimar a importância de momentos particulares, deixando em segundo plano as realizações de longo prazo. Foi o que aconteceu com Carlos Marighella.

O período da luta armada contra a ditadura militar, que construiu no imaginário popular a figura de um homem com um fuzil na mão participando de atos violentos, não passou de três anos.

Marighella, que faria 100 anos em 5 de dezembro de 2011, teve uma militância política de mais de 30 anos nas fileiras do Partido Comunista Brasileiro (PCB) e só atuou na clandestinidade em períodos de intensificação da repressão e perseguição aos comunistas, tanto sob ditaduras como durante regimes mais democráticos.

Fies: Estudantes com a corda no pescoço

Por Katia Guimarães, no blog Socialista Morena:

O novo Fies do governo Temer, aprovado nesta terça, 31 de outubro, pelo plenário da Câmara dos Deputados, tem duas características fundamentais para atender o deus mercado: bancos privados atuarão como agentes operadores e farão a cobrança do financiamento estudantil. As instituições financeiras passarão a ter acesso aos recursos dos fundos constitucionais, de desenvolvimento e do BNDES como fontes de sustentação. Na gestão golpista, o financiamento estudantil virou negócio lucrativo para os bancos privados. Entre as principais mudanças estão as formas de pagamento da dívida e as taxas de juros do financiamento.

Bolsonaro não é zebra em 2018

Por Fábio Terra, na revista CartaCapital:

A zebra não é um dos animais do jogo do bicho. Por isso, é um resultado impossível e serve como metáfora para aquilo que ninguém esperava acontecer. Pois bem, é comum nas análises sobre as eleições de 2018 ouvir-se que o pré-candidato Jair Bolsonaro é zebra, mesmo com o desempenho crescente dele nas pesquisas recentes. Será? Pelo menos quatro fatores fazem crer que Bolsonaro imprimirá uma concorrência verdadeira nas eleições de 2018 e, assim, ele está no conjunto dos resultados possíveis.

O Judiciário e a insegurança jurídica

Por Roberto Amaral, em seu blog:

Qual a segurança de que ainda pode dispor o homem comum do povo se a Justiça só tem olhos para ver os interesses dos donos do poder?

Até quando o corporativismo e o omisso Conselho Nacional de Justiça assistirão, impávidos embora comprometidos, a auto-degradação do Poder Judiciário, atingido em todas as suas instâncias, do piso à alta Corte?

O CNJ, sem vontade para julgar o ministro poderoso, tenta, porém, processar juízes fluminenses acusados de haverem feito proselitismo contra o impeachment

Postura de Luislinda só reforça preconceitos

Foto: José Cruz/Agência Brasil
Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Mesmo num governo que é uma permanente fonte de indignação por parte dos brasileiros, a começar pela origem ilegítima, o desempenho da ministra dos Direitos Humanos Luislinda Valois chama a atenção por uma razão particular.

Num país onde a condição da mulher negra é uma tragédia social reconhecida pelas estatísticas e pelas cenas da vida cotidiana, na qual enfrenta a dupla opressão como mulher e como negra, em vez de ajudar no combate necessário ao preconceito e à discriminação, o comportamento da ministra apenas contribui para reforçar o que deveria ser eliminado e enfraquecer o que deveria ser fortalecido. Este é o aspecto lamentável do caso recente em que Luislinda Valois se envolveu.