Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:
Apesar do pedido de desculpas de papai Bolsonaro pela ameaça de fechar o STF proferida pelo “garoto”, seu filho deputado reeleito Eduardo, o STF sofreu nova e torpe humilhação.
A pedido do ministro Gilmar Mendes, a segunda turma do STF pedirá abertura de investigação sobre os insultos que, em vídeo, o coronel da reserva Carlos Alves de Lima Filho, apoiador de Bolsonaro, dirigiu ao STF, ao TSE e especialmente à ministra Rosa Weber, que chamou de vagabunda, salafrária, corrupta e incompetente.
Postado no Youtube, o vídeo viralizou nas redes.
Com este vitupério, na sequência das manifestações não menos graves do próprio candidato no domingo, quando prometeu “varrer do mapa os bandidos vermelhos do Brasil”, o cheiro de fascismo que o ex-presidente FHC finalmente disse ter começado a sentir ficou fortíssimo, recolocando em pauta a pergunta: estarão as instituições reagindo à altura do perigo?
Espumando de fúria, o coronel ameaçou os dois tribunais de fechamento caso a candidatura de Bolsonaro sofresse impugnação ou qualquer impedimento, conforme pedido pelo PT após o estouro do zapgate.
Grave na fala do coronel é que, para além da opinião pessoal, ele se refere reiteradamente a um ambiente militar supostamente inclinado ao golpe.
O Centro de Comunicação Social do Exército confirmou ao site Nocaute que a pessoa no vídeo é mesmo o coronel mas que não poderia confirmar a autenticidade da gravação.
“As declarações não representam o pensamento do Exército”. Tomara.
Para quem não viu, algumas passagens:
“Olha aqui, ô Rosa Weber, vou te falar uma coisa que vai para o TSE e o STF. Não se atreva a ousar aceitar essa afronta contra o povo brasileiro, essa proposta indecente do PT, de querer tirar Bolsonaro do pleito eleitoral acusando-o de desonestidade, acusando-o de ser cúmplice de uma campanha violenta no WhatsApp para promover notícias falsas.”
E mais adiante: “Se você aceitar essa denúncia ridícula e tentar tirar Bolsonaro por crime eleitoral nós vamos derrubar vocês, e aí acabou!” E ainda: “STF de canalhas, STF de corruptos, de vagabundos! TSE, tribunal porcalhão que insiste em se apossar das urnas que pertencem ao povo brasileiro. Não cabe a vocês decidirem de que maneira vamos escolher o presidente.’’ Segue-se frase chula da qual me poupo, e aos leitores, sugerindo que tem forte retaguarda militar.
Isso aqui foi grave: “Estou autorizado pela alta cúpula do Exército, da Marinha e da Aeronáutica a dizer que houve atrito no alto comando, que um general quase atravessou a praça dos Três Poderes para dar voz de prisão no Supremo quando o Lewandowski se atreveu a autorizar Lula a dar uma entrevista.” Diz ele ainda que o general Fernando Azevedo, assessor do presidente do STF, Dias Toffoli, foi colocado lá para que o “advogadozinho” aprenda a “fazer xixi dentro do penico”.
Marcha de cegos
E assim seguimos rumo ao domingo, sabendo que há um abismo à nossa frente.
Medidas efetivas contra as fake news não foram tomadas e elas continuam pautando corações e mentes.
Vítima do uso industrial delas pela campanha de Bolsonaro, o próprio Fernando Haddad escorregou ontem ao repetir denúncia do cantor Geraldo Azevedo, de que o general Mourão fora seu torturador.
Enganara-se, reconheceu o compositor depois.
Para quem subestima o poder das fake news no convencimento de eleitores, reproduzo dados divulgados, na reunião do Conselho Consultivo para Internet e Eleições do TSE, por agências checadoras.
Apenas 10 dos 50 boatos checados como “falsos” pela agência Lupa foram compartilhados 865 mil vezes no Facebook.
Nos dias 6 e 7 de outubro, véspera e dia do pleito, a agência Aos Fatos desmentiu 12 notícias que, somadas, acumulavam mais de 1,17 milhão de compartilhamentos. O bombardeio segue.
Apesar do pedido de desculpas de papai Bolsonaro pela ameaça de fechar o STF proferida pelo “garoto”, seu filho deputado reeleito Eduardo, o STF sofreu nova e torpe humilhação.
A pedido do ministro Gilmar Mendes, a segunda turma do STF pedirá abertura de investigação sobre os insultos que, em vídeo, o coronel da reserva Carlos Alves de Lima Filho, apoiador de Bolsonaro, dirigiu ao STF, ao TSE e especialmente à ministra Rosa Weber, que chamou de vagabunda, salafrária, corrupta e incompetente.
Postado no Youtube, o vídeo viralizou nas redes.
Com este vitupério, na sequência das manifestações não menos graves do próprio candidato no domingo, quando prometeu “varrer do mapa os bandidos vermelhos do Brasil”, o cheiro de fascismo que o ex-presidente FHC finalmente disse ter começado a sentir ficou fortíssimo, recolocando em pauta a pergunta: estarão as instituições reagindo à altura do perigo?
Espumando de fúria, o coronel ameaçou os dois tribunais de fechamento caso a candidatura de Bolsonaro sofresse impugnação ou qualquer impedimento, conforme pedido pelo PT após o estouro do zapgate.
Grave na fala do coronel é que, para além da opinião pessoal, ele se refere reiteradamente a um ambiente militar supostamente inclinado ao golpe.
O Centro de Comunicação Social do Exército confirmou ao site Nocaute que a pessoa no vídeo é mesmo o coronel mas que não poderia confirmar a autenticidade da gravação.
“As declarações não representam o pensamento do Exército”. Tomara.
Para quem não viu, algumas passagens:
“Olha aqui, ô Rosa Weber, vou te falar uma coisa que vai para o TSE e o STF. Não se atreva a ousar aceitar essa afronta contra o povo brasileiro, essa proposta indecente do PT, de querer tirar Bolsonaro do pleito eleitoral acusando-o de desonestidade, acusando-o de ser cúmplice de uma campanha violenta no WhatsApp para promover notícias falsas.”
E mais adiante: “Se você aceitar essa denúncia ridícula e tentar tirar Bolsonaro por crime eleitoral nós vamos derrubar vocês, e aí acabou!” E ainda: “STF de canalhas, STF de corruptos, de vagabundos! TSE, tribunal porcalhão que insiste em se apossar das urnas que pertencem ao povo brasileiro. Não cabe a vocês decidirem de que maneira vamos escolher o presidente.’’ Segue-se frase chula da qual me poupo, e aos leitores, sugerindo que tem forte retaguarda militar.
Isso aqui foi grave: “Estou autorizado pela alta cúpula do Exército, da Marinha e da Aeronáutica a dizer que houve atrito no alto comando, que um general quase atravessou a praça dos Três Poderes para dar voz de prisão no Supremo quando o Lewandowski se atreveu a autorizar Lula a dar uma entrevista.” Diz ele ainda que o general Fernando Azevedo, assessor do presidente do STF, Dias Toffoli, foi colocado lá para que o “advogadozinho” aprenda a “fazer xixi dentro do penico”.
Marcha de cegos
E assim seguimos rumo ao domingo, sabendo que há um abismo à nossa frente.
Medidas efetivas contra as fake news não foram tomadas e elas continuam pautando corações e mentes.
Vítima do uso industrial delas pela campanha de Bolsonaro, o próprio Fernando Haddad escorregou ontem ao repetir denúncia do cantor Geraldo Azevedo, de que o general Mourão fora seu torturador.
Enganara-se, reconheceu o compositor depois.
Para quem subestima o poder das fake news no convencimento de eleitores, reproduzo dados divulgados, na reunião do Conselho Consultivo para Internet e Eleições do TSE, por agências checadoras.
Apenas 10 dos 50 boatos checados como “falsos” pela agência Lupa foram compartilhados 865 mil vezes no Facebook.
Nos dias 6 e 7 de outubro, véspera e dia do pleito, a agência Aos Fatos desmentiu 12 notícias que, somadas, acumulavam mais de 1,17 milhão de compartilhamentos. O bombardeio segue.
Senhores dos atuais poderes da república é bom colocarem suas barbinhas de molho, pois o Messias não pretende semear amor e nem utilizar sábias palavras para alimentar os espíritos dos necessitados o da nação, o seu lema é outro, usará chicotes para acalmar os famintos, espadas e fuzis para silenciar os mais afoitos e finalmente utilizará a sua arma predileta do momento que são as mentiras nas redes sociais.
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