quinta-feira, 21 de junho de 2018

Os bancos públicos sob fogo cerrado

Da revista CartaCapital:

A cada eleição presidencial, um tema ressurge com força no debate político e econômico: o papel do Estado na economia e a consequente importância das estatais e dos bancos públicos. Nos últimos dois anos, no contexto da Operação Lava Jato, da crise fiscal e da recessão, as instituições financeiras têm estado sob fogo cerrado de economistas de mercado e de parte da mídia.

A participação dos bancos públicos na concessão de crédito caiu pela primeira vez em 11 anos, de 56% para 54%, porcentual que poderá despencar ainda mais diante do desejo de privatização da Caixa Econômica Federal, responsável por cerca de dois terços do financiamento habitacional no País e detentora de 90% do crédito da habitação popular.

Ruralistas sabotam debate sobre agrotóxicos

Por Rafael Tatemoto, no jornal Brasil de Fato:

A bancada ruralista da Câmara dos Deputados tem reiteradamente se posicionado contra a participação de órgãos públicos de saúde e meio ambiente na Comissão Especial que debate o Projeto de Lei (PL) 6.299 de 2002, que altera as regras para a liberação de novos agrotóxicos no Brasil, tornando as regras para a concessão de autorização mais brandas.

Parlamentares da oposição têm requerido que instituições como o Instituto Nacional do Câncer, o Ibama, a Anvisa e a Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz) possam ser ouvidas pelos integrantes da Comissão. Algumas dessas instituições já se manifestaram de forma contrária ao PL, apontando a relação entre agrotóxicos e doenças cancerígenas. Além delas, mais de 200 organizações da sociedade civil lançaram manifesto contra as alterações.

Nem o PRB acredita no dono da Riachuelo

Por Rafael Duarte, no site Saiba Mais:

Oscilando entre 0 e 1% em todas as pesquisas de intenção de voto para a presidência da República, o empresário Flávio Rocha não tem a confiança nem do próprio partido.

O PRB, presidido pelo bispo da igreja Universal Marco Pereira, integra o bloco de partidos que articula apoio a um único candidato ao Palácio do Planalto. O DEM de Rodrigo Maia e ACM Neto; o PP de Ciro Nogueira; e o PTB de Roberto Jefferson também fazem parte do chamado centrão.

Nesta quarta-feira (20), o bispo do PRB se reuniu com Geraldo Alckmin (PSDB). Na terça, parte do bloco jantou com Ciro Gomes (PDT).

Facebook, Google e as eleições de 2018

Da revista Fórum:

Dois candidatos á Presidência, Manuela D'Ávila (PCdoB) e Guilherme Boulos (PSOL), mais uma série de ativistas da comunicação, jornalistas e intelectuais criaram um manifesto para cobrar transparência nos gastos com impulsionamento de conteúdo no processo eleitoral.

Eles cobram que os gastos e o alcance de cada post sejam divulgados pelas empresas, para que as pessoas possam saber quanto cada candidato está gastando para convencê-las daquilo que está circulando.


Temer aniquila o esporte brasileiro

Por Carina Vitral e Ricardo Leyser, no site Vermelho:

O Brasil retrocedeu 20 anos em dois com o governo Temer. E o esporte brasileiro é a mais recente vítima da destruição do país praticada pelos que tomaram o governo em 2016. Ao editar a Medida Provisória (MP) nº 841, publicada em 12 de junho, o governo federal iguala o esporte a tantas outras áreas terrivelmente afetadas por medidas de austeridade cruéis.

Pré-sal é entregue às multinacionais

Por Vilma Bokany, no site da Fundação Perseu Abramo:

A Câmara dos Deputados aprovou no dia 20 de junho, por 217 votos a favor, 57 contra e quatro abstenções, o texto-base do Projeto de Lei 8939/17 do deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA), que autoriza a Petrobras a vender até setenta por cento de seus direitos de exploração em campos da chamada cessão onerosa.

O acordo fechado pela Petrobras com a União em 2010 permitia à estatal explorar cinco bilhões de barris em campos do pré-sal na Bacia de Santos sem licitação. O valor pago pelo acordo foi alto: 74,8 bilhões de reais e nos anos seguintes o valor do barril de petróleo caiu muito. Uma revisão posterior do contrato já estava prevista desde o início.

Desembargadora fake libera alta da passagem

Por Márcio Anastácio, no site Jornalistas Livres:

A desembargadora Marília de Castro Neves, que se tornou conhecida por atacar a vereadora Marielle Franco, mesmo depois de executada, e desejar a morte do deputado federal Jean Wyllys, liberou, nesta terça-feira (19), o aumento da tarifa de ônibus no Rio de Janeiro.

Com a decisão da desembargadora da 20ª Câmara Cível, a passagem pode subir de R$ 3,60 para R$ 3,90 ainda esta semana. Tudo vai depender da tentativa do Ministério Público de barrar a medida com uma ação na Justiça.

Em Paris, o balanço do golpe no Brasil

Por Leneide Duarte-Plon, no site Carta Maior:

Graças à solidariedade que se propaga pelo mundo, a tournée parisiense do presidente do "Comitê Internacional de Solidariedade a Lula e à Democracia Brasileira", Celso Amorim, foi um sucesso. Numa maratona de palestras, o ex-chanceler do governo Lula e ex-ministro da Defesa do governo Dilma Rousseff relembrou, para públicos diferentes, a política externa "ativa e altiva" do Brasil sob o governo Lula. Em todos os encontros, o ex-chanceler foi precedido por uma fala da jurista Carol Proner, que explicou o processo de judiciarização da política no Brasil.

Partir para o ataque contra a Lava-Jato

Por Bepe Damasco, em seu blog:

“São tantas as incongruências nas delações que elas se tornam imprestáveis para sustentar qualquer condenação”, ministro Ricardo Lewandowski, do STF, no seu voto durante julgamento que absolveu a senadora Gleisi Hoffmann. Gilmar Mendes também acertou o coração da Lava Jato: “Não existe juízo condenatório por probabilidade.”

Abro parênteses: em nada se alterou o juízo que faço do STF - um tribunal desmoralizado, que trocou seu papel de guardião da Constituição pelo de cúmplice do golpe de 2016. A maioria dos ministros que o compõe ou está a anos luz do estofo jurídico que o cargo requer, ou degrada o tribunal com sua militância política. De direita, é claro. Fecho parênteses.

Riscos do combate às fake news na eleição

Por Cíntia Alves, no Jornal GGN:

O debate ainda está em andamento, mas o que saiu de um seminário internacional organizado pelo Tribunal Superior Eleitoral sob a gestão do ministro Luiz Fux é preocupante. As falas do próprio presidente da Corte e de convidados deveriam acender um alerta na cabeça do eleitor e de qualquer brasileiro que tenha estima pela liberdade de expressão na internet.

Fux propôs, entre outros pontos, que o TSE faça parcerias com plataformas como Google e Facebook para retirar notícias falsas da internet durante as eleições. O ministro ainda não deixou claro o que será considerado fake news pela Justiça Eleitoral, mas adiantou que quer usar o "poder de polícia" que tem para remover rapidamente os conteúdos contestados.

E se as crianças presas fossem americanas?

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Finalmente, da metade da capa para baixo, ganha algum – e ainda muito pouco – destaque na Folha o fato de haver crianças brasileiras presas – e são ao menos 49, em lugar das oito informadas ontem – por seus pais estarem sendo processados por imigração ilegal aos Estados Unidos.

A imprensa e a diplomacia brasileira, diante do caso absurdo, não fazem mais que miar lamentos e preferem destacar a “ordem” de Donald Trump para que sejam reunidas aos pais – e sigam presas, portanto. No máximo, uma nota do Itamaraty dizendo que o episódio “é “uma prática cruel e em clara dissonância com instrumentos internacionais de proteção aos direitos da criança”.