sexta-feira, 3 de maio de 2019
Bolsonaro não é "o cara", é o pária
Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:
O cancelamento da viagem de Jair Bolsonaro a Nova York, para receber o prêmio – mambembíssimo – de “Homem do Ano” da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, afinal uma reunião de homens que querem negócios mais fáceis com os EUA, mostra mais que um constrangimento do atual presidente do Brasil.
Quatro meses após sua posse, Jair Bolsonaro se tornou um estigma – fora dos meios financeiros, de quem sabemos o que provoca-lhes o amor – pelo mundo afora.
Em nota oficial, o porta-voz da Presidência, general Otávio Rego Barros, passou recibo:
Quatro meses após sua posse, Jair Bolsonaro se tornou um estigma – fora dos meios financeiros, de quem sabemos o que provoca-lhes o amor – pelo mundo afora.
Em nota oficial, o porta-voz da Presidência, general Otávio Rego Barros, passou recibo:
Unidos, sindicatos preparam greve geral
Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:
Enquanto Jair Bolsonaro deixou claro, em 2 minutos pela TV, que sua proposta de futuro para os brasileiros é estimular a uberização das relações de trabalho - assunto que vamos discutir nos parágrafos finais desse texto - a boa notícia do 1 de maio de 2019 é que as lideranças do movimento operário conseguiram estabelecer um pacto de unidade poucas vezes visto em nossa história.
Num esforço de ação conjunta que não chegou a ser efetivado nem mesmo nos períodos mais difíceis da ditadura militar (1964-1985), o ponto central do dia foi avançar nos preparativos para uma greve geral que pretende parar o país em 14 de junho, numa tentativa de barrar a reforma da Previdência com base na mobilização popular.
Num esforço de ação conjunta que não chegou a ser efetivado nem mesmo nos períodos mais difíceis da ditadura militar (1964-1985), o ponto central do dia foi avançar nos preparativos para uma greve geral que pretende parar o país em 14 de junho, numa tentativa de barrar a reforma da Previdência com base na mobilização popular.
O tour milionário dos coronéis pela Europa
Por Tatiana Dias e Sérgio Spagnuolo, no site The Intercept-Brasil:
O roteiro começa por Paris. O dia é livre, mas há a opção de conhecer o Palácio de Versalhes. Depois, o grupo segue para a Galeria Lafayette, uma luxuosa loja de departamentos que impressiona pela arquitetura. O grupo passa mais um dia na Cidade Luz antes de seguir de ônibus para Bruxelas, na Bélgica. Lá, são dois dias de atividades para os homens, mas suas mulheres podem aproveitar um city tour. As noites são livres, perfeitas para experimentar a tradição cervejeira do país.
Bolsonaro e o ataque às universidades
Por Diogo Cunha, no site Carta Maior:
Se há um consenso entre os diversos observadores da vida política nacional é que Jair Bolsonaro não cometeu estelionato eleitoral. O atual ocupante do Palácio do Planalto nunca escondeu seu desprezo pelas regras do jogo democrático, nem tampouco seu total desconhecimento das mais diversas esferas da ação governamental. Em poucas palavras, é um político autoritário que nunca se preocupou em esconder ou disfarçar sua ignorância. Oriundo do baixíssimo clero, ele passou quase trinta anos como deputado praticamente sem apresentar propostas ou projetos de lei e sem participar das diversas comissões da Câmara. Ainda assim, ele conseguiu se reeleger ad infinitum graças a defesa de uma categoria profissional específica e à sua retórica reacionária. Não é de surpreender, portanto, que desde que assumiu a presidência da República, há pouco mais de 100 dias, Jair Bolsonaro venha testando a capacidade de resiliência da democracia brasileira.
Se há um consenso entre os diversos observadores da vida política nacional é que Jair Bolsonaro não cometeu estelionato eleitoral. O atual ocupante do Palácio do Planalto nunca escondeu seu desprezo pelas regras do jogo democrático, nem tampouco seu total desconhecimento das mais diversas esferas da ação governamental. Em poucas palavras, é um político autoritário que nunca se preocupou em esconder ou disfarçar sua ignorância. Oriundo do baixíssimo clero, ele passou quase trinta anos como deputado praticamente sem apresentar propostas ou projetos de lei e sem participar das diversas comissões da Câmara. Ainda assim, ele conseguiu se reeleger ad infinitum graças a defesa de uma categoria profissional específica e à sua retórica reacionária. Não é de surpreender, portanto, que desde que assumiu a presidência da República, há pouco mais de 100 dias, Jair Bolsonaro venha testando a capacidade de resiliência da democracia brasileira.
É o petróleo, estúpido (sobre a Venezuela)
Por Maurício Abdalla, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:
Dick Cheney (cuja vida foi retratada no excelente filme “Vice”) foi CEO da empresa petrolífera Halliburton. Nos bastidores, a empresa trabalhou para que ele fosse candidato à presidência dos EUA. Devido a uma questão de sua vida pessoal (sua filha era lésbica), ele não concorreu.
Mas acharam um meio de colocá-lo no poder, a fim de que governasse a serviço de sua antiga empresa. Escolheram um candidato estúpido e fraco (George W. Bush) e indicaram Cheney como vice.
Usaram uma estratégia agora bem conhecida por nós, brasileiros: coloca-se um bufão no governo para que as atenções se voltem para sua imbecilidade, enquanto os verdadeiros governantes manipulam os fios invisíveis do poder.
Mas acharam um meio de colocá-lo no poder, a fim de que governasse a serviço de sua antiga empresa. Escolheram um candidato estúpido e fraco (George W. Bush) e indicaram Cheney como vice.
Usaram uma estratégia agora bem conhecida por nós, brasileiros: coloca-se um bufão no governo para que as atenções se voltem para sua imbecilidade, enquanto os verdadeiros governantes manipulam os fios invisíveis do poder.
Bolsonaro e a mentira como vocação
Por Ayrton Centeno, no jornal Brasil de Fato:
Jair Bolsonaro, o Messias que nos coube, demonstra ser francamente favorável à entrega à iniciativa privada, do petróleo, do minério de ferro, da indústria aeronáutica e do que houver no solo, no subsolo e no mar territorial da Terra de Santa Cruz. Devido à tutela que sobre ele exerce o ministro Paulo Guedes, tornou-se um privatista de quatro costados. Presume que os empresários, cevados em dinheiro fácil e no ombro amigo do Estado, abrirão seus cofres para despertar a economia de sua letargia. Certo, também existe quem acredite em duendes.
Sistema de Capitalização afunda no Chile
Manuel Riesco |
Economista, engenheiro, professor universitário, escritor, fundador e vice-presidente do Centro de Estudos Nacionais de Desenvolvimento Alternativo (Cenda) do Chile, Manuel Riesco abriu sua residência em Santiago para nos receber. Consultor do programa da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), em 2002, e pesquisador das Nações Unidas (ONU) para o Desenvolvimento Social (UNRISD), entre 2003 e 2007, Riesco mantém a energia de destacado líder estudantil dos tempos de Salvador Allende e de dirigente do Partido Comunista durante a ditadura de Pinochet. O “jovem há mais tempo” é atualmente uma das principais referências no que diz respeito à Seguridade Social, sendo autor, entre outros livros, do prestigiado “Nova Previdência – Para restituir o direito a pensões dignas no Chile”.