terça-feira, 20 de agosto de 2019

Marxismo cultural é idiotia fascista

Por Tarso Genro, no site Sul-21:

“A liberdade tem leis; e se essas leis não são externamente impostas, só podem ser auto-impostas. Este é o conceito possível de liberdade; ele designa a liberdade como `autonomia´, ou a propriedade dos seres racionais de legislarem para si próprios”(…). Para Kant, o mais coerente teórico do liberalismo político, há justiça na sociedade “quando nela cada um tem a liberdade de fazer o que quiser, contanto que não interfira na liberdade dos demais”. (R.Castro de Almeida, Os Clássicos da Política, Ed. Ática).

A máxima de Kant é a base teórica do funcionamento do Estado de Direito: obediência à lei “autoimposta” pela consciência de quem vive na comunidade, com a premissa de que a liberdade de uns não pode ofender ou interferir na liberdade dos outros. Estes conceitos, que a partir do iluminismo passam a ser filtrados -reorganizados e recompostos- nos sistema legais modernos, vão se apresentando na história com linhagens mais (ou menos) conservadoras, mais ou “menos sociais”. Eles não foram fundados pelo marxismo nem pelo socialismo, mas iluminaram o desenvolvimento democrático-parlamentar do capitalismo e, mais tarde, conflituaram com uma certa visão mais dogmática do marxismo, que depreciava da democracia política como elemento constitutivo para uma nova e boa sociedade.

Michelle, Bolsonaro e a metáfora do crime

Por Jeferson Miola, em seu blog:                               

A reportagem da revista Veja com revelações espantosas sobre o histórico criminal da família da primeira-dama Michelle Bolsonaro é uma metáfora perfeita do crime no poder. É a imagem de um país destroçado e comandado pela cultura e pela lógica do crime e dos esquemas milicianos.

Não bastasse a coleção de casos escabrosos que seguem sem a devida apuração – sumiço do Queiroz, laranjal do PSL, Adélio Bispo, tráfico internacional de cocaína em avião presidencial, traficante de armas e assassino da Marielle vizinho de condomínio do Bolsonaro – o país é ainda aturdido com informações sobre os antecedentes criminais da família da primeira-dama.

Conhecendo-se os vínculos do Bolsonaro com o Escritório do Crime, com o submundo das milícias e com o porão do sistema, é impossível imaginar uma união matrimonial dele com alguém com atributos familiares diferentes dos da Michelle.

Lula preso e a democracia ferida

Por Dilma Rousseff, em seu site:

Um poema do pastor Martin Niemöller, que inspirou Bertolt Brecht e Eduardo Alves da Costa, tornou-se símbolo da crítica à indiferença diante do nazismo. Nos momentos históricos em que valores estão em jogo, a indiferença torna-se dramática e leva ao caos. Valeu para a Alemanha dos anos 1930, vale hoje.

“Quando os nazistas levaram os comunistas, eu calei-me,
porque, afinal, eu não era comunista.
Quando eles prenderam os sociais-democratas, eu calei-me,
porque, afinal, eu não era social-democrata.
Quando eles levaram os sindicalistas, eu não protestei,
porque, afinal, eu não era sindicalista.
Quando levaram os judeus, eu não protestei,
porque, afinal, eu não era judeu.
Quando eles me levaram, não havia mais quem protestasse.”



Bolsonaro ameaça ser a praga do agronegócio

Por Fernando Brito, em seu blog:

Os agroboys bolsonaristas que se cuidem.

Nélson de Sá, na Folha de hoje, mostra os estragos dos coices ambientais de Jair Bolsonaro.

Dois dos principais veículos de comunicação alemães, o Der Spiegel e Die Zeit fazem uma verdadeira conclamação por sanções comerciais contra o Brasil, por conta do desmatamento da Amazônia.

“É hora de sanções contra o Brasil”, diz a revista, enquanto o jornal sugere que “é preciso apertar onde dói”, ou seja, nos negócios com a Alemanha.

Michelle Bolsonaro e a esquerda namastê

Por Leandro Fortes, na revista Fórum:

Como a esquerda namastê já está se coçando para despejar chuvas de compaixão e sororidade sobre os ombros sofridos de Michelle Bolsonaro, vale lembrar que essa senhora, antes de tudo, é casada com um doente que apoia a tortura, o assassinato como política de segurança pública e é, declaradamente, misógino e racista.

Michelle inaugurou-se como primeira-dama fazendo aquela pantomima em libras, na porta do Palácio do Planalto, coisa linda de Deus, não tivesse sido o prenúncio da extinção, pelo marido, da secretaria que cuidada da educação de deficientes auditivos, no Ministério da Educação.

Salvini e a “nova” ultradireita europeia

Por Matteo Pucciarelli, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

A Itália tem um novo homem forte. Na opinião de muita gente, até um novo salvador. Em Roma, o verdadeiro chefe do governo não é o presidente do Conselho, Giuseppe Conte, nem o vencedor das últimas eleições gerais, o líder do Movimento Cinco Estrelas (M5S), Luigi Di Maio. O verdadeiro chefe do governo é o ministro do Interior, Matteo Salvini. É como se, de um dia para o outro, um obscuro vereador de Milão, militante de longa data da formação separatista Liga Norte, tivesse se tornado a personalidade mais poderosa do país. Em suas mãos, um partido que parecia uma relíquia transformou-se no principal agente da política italiana e talvez europeia.

"Ô Moro, que time é teu?"

Por Fábio Palácio, no site da Fundação Maurício Grabois:

“Vai fazer um troca-troca?”. A piada infame com que, durante uma de suas lives, o presidente Jair Bolsonaro constrangeu seu próprio ministro da Justiça, Sérgio Moro, é mais reveladora do que pode parecer. Ela diz muito do atual momento de nossa estropiada vida política.

Não se trata apenas de constatar que estacionamos sob a égide do mau gosto, do preconceito e da falta de urbanidade. Embora tudo isso seja verdadeiro, há muito mais a ser dito. Outros sentidos, menos visíveis, jazem sob a insólita provocação lançada por Bolsonaro contra um dos homens fortes de seu governo.

Acostumamo-nos a classificar o atual presidente como outsider, termo utilizado na arena eleitoral para designar candidatos não oriundos da política partidária, ou que tentam se viabilizar por fora dela. Esquecemos que, apesar dessa narrativa bem difundida, Bolsonaro é um político tradicional, com passagem de quase trinta anos pelo Parlamento, período no qual desenvolveu - sem qualquer nesga de brilhantismo, é verdade - sete mandatos de deputado federal, após ter sido também vereador no Rio de Janeiro.

Escândalo de Itaipu ronda os Bolsonaro

Por Thais Reis Oliveira, na revista CartaCapital:

Em 12 de março, quando Mario Abdo Benítez veio ao Brasil a convite de Jair Bolsonaro, ninguém poderia imaginar que aquela reunião seria a centelha de uma crise que hoje incendeia o Paraguai e pode custar o cargo do presidente direitista antes mesmo de ele completar um ano no poder. Os dois encontraram-se em Brasília. Primeiro a sós e, em seguida, cercados por representantes diplomáticos dos respectivos países. Um dos temas na mesa era justamente a revisão de termos do tratado da Usina Hidrelétrica de Itaipu. À época, segundo a declaração conjunta divulgada pelo Itamaraty no dia seguinte à reunião, os presidente concordaram em manter o “espírito de entendimento construtivo” que marcara até ali a relação entre os dois países. O tempo mostrou, porém, não ter sido bem assim.

Niterói: quem comemora a morte?

Governador do Rio comemora a morte do sequestrador
Imagem capturada do youtube
Por Jordana Pereira, no site da Fundação Perseu Abramo:

O homem armado – que até agora não foi identificado – sequestrou um ônibus com 37 pessoas na ponte Rio-Niterói, na manhã do dia 20 de agosto. O caso mobilizou a polícia, agentes públicos do governo do Rio de Janeiro, o governador Wilson Witzel e grande parte da imprensa.

Depois de 3h30 de sequestro, o homem foi morto por tiros disparados por um atirador de elite da PM. O criminoso estava armado com uma pistola falsa, uma faca, um taser (eletrochoque) e também ameaçou atear fogo no veículo com um galão de gasolina.

Os escravagistas do século XXI

Por Marcelo Barros, no jornal Brasil de Fato:

No DNA de todos os caminhos espirituais está a vocação humana para a liberdade. Para se acolher o Espírito Divino no mais profundo de nossas vidas, todos temos de procurar permanentemente sermos livres. Mesmo com imensas contradições e ambiguidades, todas as religiões têm em sua natureza a missão de colaborar para que se organize uma sociedade de pessoas libertadas. Infelizmente, nem sempre as religiões foram fieis a essa orientação. No passado e mesmo nos dias atuais, muitas têm sido coniventes com situações de opressão, injustiças e violência.

Lava-Jato ignorou mutreta de Paulo Guedes

Da Rede Brasil Atual:

Durante a pré-campanha presidencial de Jair Bolsonaro, a Operação Lava Jato descobriu que uma empresa do atual ministro da Economia, Paulo Guedes, havia realizado pagamento a um escritório de fachada, suspeito de lavar dinheiro para um esquema de distribuição de propinas a agentes públicos no governo do Paraná. Entretanto, quando o Ministério Público Federal (MPF) apresentou a denúncia sobre o caso, em abril, não incluiu Guedes ou outros representantes da empresa.