A derrota do neoliberalismo na Argentina

Do site Vermelho:

Deputados e lideranças de diferentes partidos veem na eleição do presidente eleito Alberto Fernández e a vice Cristina Kirchner na Argentina a derrota das políticas neoliberais que afundaram a economia daquele país.

A vitória da chapa Fernández-Cristina representa o retorno dos peronistas ao poder e o fim do governo neoliberal de Mauricio Macri, mandatário que, desde 2015, protagonizou um mandato marcado por profunda crise social e econômica.

CPMI pode identificar fábricas de mentiras


O sociólogo Sérgio Amadeu, professor associado da Universidade Federal do ABC (UFABC), diz que a a Comissão Parlamentar de Mista de Inquérito (CPMI) que investiga notícias falsas nas redes sociais vai ter muito trabalho pela frente para identificar as “fábricas de desinformação” que foram utilizadas durante a campanha eleitoral do ano passado. Ele afirma que a partir dos metadados de postagens patrocinadas no Facebook e disparos em massa no Whatsapp é possível chegar aos responsáveis que financiaram ilegalmente esses esquemas.

As novas mentiras do ministro "lacrador"

Por Cleo Manhas, do Inesc, no site Outras Palavras:

Ao anunciar que o governo liberaria todo o recurso contingenciado do MEC para o ensino superior, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, se julgou “lacrador”. Sem entrar na questão da falta de maturidade que o cargo ocupado por Weintraub exige, há ainda dois problemas. Primeiro, ninguém “lacra” anunciando o que é obrigação do governo, ou seja, liberar o recurso que as instituições federais precisam para fechar o ano com as contas pagas.

A única ameaça a Bolsonaro

Por Vinícius Mendes, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

Este outubro que o calendário encaminha para o fim é, deste lado do mundo, mais um desses meses que permanecerão durante muito tempo como parte de nossas características nacionais. Há muitos desses na história da América Latina, como o janeiro da Revolução Cubana, em 1959, o março da Guerra da Água, na Bolívia, em 2000, o abril da tentativa de golpe de Estado na Venezuela, em 2002, ou mesmo o junho de 2013, no Brasil – todos eventos fundamentais para explicar os países que eles são hoje. A hesitação em acabarem também são, como nos livros de Gabriel García Márquez, manifestações inequívocas do nosso realismo mágico.

Porém, enquanto boa parte da América se rebela, o Brasil – das mesmas demandas – se silencia.

A luta pelos direitos sociais no Chile

Ilustração: Rice Araújo/Rebelión
Por Raoní Beltrão do Vale, no site da Fundação Perseu Abramo:

Há duas semanas o Chile vive a sua maior crise política desde o fim da ditadura. Iniciada com o aumento da tarifa dos transportes, em uma semana, a convocatória secundarista a saltar roletas do metrô se transformou na maior mobilização social em décadas.

O presidente Sebastián Piñera contribui à revolta, primeiro, invocando a Lei de Segurança Nacional contra manifestantes, segundo, declarando Estado de Emergência e Toque de Recolher por todo o país e, terceiro, anunciando medidas insuficientes e tardias.

Aos secundaristas se somou a Unidade Social, cem sindicatos e os movimentos por: água, assembleia constituinte, direitos das mulheres e migrantes, educação, justiça e memória, moradia e terra; e contra as previdências privadas, tratados de livre comércio e pedágios.

O cérebro tarado de Jair Bolsonaro

Por Fernando Brito, em seu blog:

Confesso que me sinto tentado a ouvir um psicólogo – ou mesmo um psiquiatra – para entender a estranha dinâmica daquilo que ocupa a caixa craniana do sr. Jair Bolsonaro.

Francamente, nem em Freud descobre-se tamanha obsessão por sexualizar as relações humanas que a política expressa.

Dos “namoros” e “noivados” em que se declarou com Rodrigo Maia, Dias Toffoli e outras autoridades da República até a grosseiríssima “brincadeira” de perguntar a Sergio Moro se faria um “troca-troca” com Ricardo Salles, o infeliz do meio ambiente, tudo é sexo no universo bolsonariano.

A derrota do candidato do FMI na Argentina

Por Leonardo Wexell Severo, de Buenos Aires:

O candidato da Frente de Todos, Alberto Fernández, foi eleito presidente da Argentina neste domingo (27) derrotando o atual mandatário e candidato do Fundo Monetário Internacional (FMI) à reeleição, Mauricio Macri, por 48,03% a 40,45%.

Com 97,58% dos votos apurados, não havia forma de reversão. No país, para vencer a eleição é necessário obter 45% dos votos ou 40%, com pelo menos dez pontos percentuais de vantagem sobre o segundo colocado.

Alberto Fernández tem como companheira de chapa Cristina Kirchner, senadora, ex-presidente (2007-2015) e viúva do também ex-presidente Néstor Kirchner, falecido em 2010 e que é um ícone nacionalista.

A correção de rumo na América do Sul

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

A espetacular vitória de Alberto Fernandez-Cristina Kirchner na Argentina mostra que está em curso uma correção de rota à esquerda na América do Sul, após uma guinada passageira em direção a governos conservadores.

Se Maurício Macri foi derrotado em primeiro turno, o que é sempre uma demonstração de força do lado vencedor, o prolongado cerco popular enfrentado por Sebastian Pinera em Santiago sinaliza o esgotamento sem retorno de uma experiência conservadora iniciada em março de 2018.

Pinera promete entregar todos os anéis ministeriais na esperança de não perder todos os dedos presidenciais.