quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

Brasil e OCDE: o selo de vira-lata

Por Marcelo Zero

1. O governo subserviente de Bolsonaro está comemorando a troca na “fila da OCDE”. Os EUA, que apoiavam a entrada da Argentina antes do Brasil, agora querem que o Brasil entre em primeiro lugar. O caráter político-ideológico da troca é evidente, face à eleição do progressista Fernández naquele país.

2. Mas não há nada a comemorar.

3. Em primeiro lugar, porque o apoio dos EUA, embora importante, não assegura o ingresso do Brasil, pois esse processo depende do voto de todos os membros da organização (36, ao todo).

4. Há de se lembrar que, hoje em dia, o Brasil tem uma péssima imagem lá fora, em razão das trapalhadas do governo Bolsonaro em política externa, na questão ambiental e nos temas concernentes aos direitos humanos.

O plano de Trump para militarizar o espaço

Por Nazanín Armanian, no site Outras Palavras:

Em 1983, Ronald Reagan, um fanático religioso e ator de cinema convertido em presidente dos EUA, lançou sua Guerra nas Estrelas com o código Excalibur: enviaria ao espaço cerca de 2.200 satélites equipados com armas de partículas subatômicas, ainda por inventar, e que com a velocidade da luz destruiriam as ogivas nucleares soviéticas, hipoteticamente lançadas em direção aos EUA. O projeto não se concretizou: custava cerca de 20 bilhões de dólares e só serviria como um videogame infantil.

Hoje, 34 anos depois, o Congresso dos EUA, de maioria democrata, aprovou um projeto de lei de “defesa”, com orçamento de 738 bilhões de dólares, que inclui a criação da Força Espacial (FE), proposto por Donald Trump, outro “presidente por acidente” que afirma que o espaço é o “novo território de combate”.

A reforma agrária às avessas no Brasil

Por Marcio Pochmann, no site da Fundação Perseu Abramo:

Do ponto de vista dos indígenas, originários detentores do conjunto de mais de 8,5 milhões de quilômetros quadrados da extensão territorial que forma o país, o quinto maior do mundo, o Brasil ingressou em sua sexta reforma na propriedade de suas terras. Ou seja, a apropriação em grandes dimensões de terras pelo capital internacional (land grabbing) que faz com que o país ocupe atualmente a terceira na posição no mundo, após a República do Congo e Rússia, em transações negociadas por empresas estrangeiras, segundo relatório Land Matrix para o ano de 2018.

A teocracia miliciana: Bolsonaro ou Edir?

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Teocracia (do grego Teo: Deus + cracia: poder) é o sistema de governo em que as ações políticas, jurídicas e policiais são submetidas às normas de algumas religiões. O poder teocrático pode ser exercido direta ou indiretamente pelos clérigos de uma religião (Wikipédia).

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Edir Macedo e sua turma tinham um projeto de poder e chegaram lá com Bolsonaro, antes do que eles poderiam imaginar.

Está tudo no livro do jornalista Gilberto Nascimento: “O reino: a história de Edir Macedo e uma radiografia da Igreja Universal” (Companhia das Letras), que acaba de ser lançado.

Os evangélicos fundamentalistas neopentecostais, antigamente chamados de “crentes”, já mandam mais no governo e no país do que os militares, de quem o presidente vem se afastando e vice-versa.

Record, SBT e Band abocanham verbas

Por Fernando Brito, em seu blog:

Se o Brasil tivesse ainda um Ministério Público, a reportagem da Folha sobre o fato de que Fábio Wajngarten, chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, continua com seus negócios privados com emissoras e agências de propaganda com as quais trata, em nome do Estado brasileiro, de negócios, além do sujeito ser expelido do cargo, por intolerável desvio ético, o Brasil estaria discutindo agora o inexplicável favoritismo que a Record e a Bandeirantes têm na distribuição da publicidade estatal.

Sindicalismo deve derrotar duas MPs

Por João Guilherme Vargas Netto

A última grande iniciativa unitária do movimento sindical em 2019 foi a distribuição militante da “carteira de trabalho verde e amarela” que denunciava a retirada de direitos trabalhistas com a MP 905.

No Congresso Nacional chegamos a ter ilusões de que o presidente Davi Alcolumbre a devolvesse, o que não ocorreu. Mas o número recorde de 1.900 emendas apresentadas revelava a fragilidade dela e o sentimento generalizado de repúdio parlamentar. No Judiciário confirmou-se o envio de ações diretas de inconstitucionalidade ao STF, a serem julgadas.

História começa a prestar contas a Dilma

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

“Neste momento, me inspiro em Darcy Ribeiro para dizer: não gostaria de estar no lugar dos que se julgam vencedores. A História será implacável com eles”, disse a presidenta Dilma Rousseff em 31 de agosto de 2016, ao ser consumado o golpe do qual foi vítima. A direita, liderada pelo PSDB e seus parceiros na mídia, conquistara o objetivo: fragilizar as instituições democráticas brasileiras e arrancar do cargo uma presidenta honesta, que havia sido legitimamente eleita dois anos antes.

A herança perversa do colonialismo racista

Família brasileira no Rio de Janeiro
Obra de Jean-Baptiste Debret
 
Por Fábio Konder Comparato, no site A terra é redonda:

Segundo estudo divulgado em outubro deste ano pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a crônica desigualdade social que marcou todo o curso de nossa história, desde que Pedro Álvares Cabral aqui aportou no dealbar do século XVI, aumentou em 2018. O rendimento médio mensal do 1% mais rico do país foi quase 34 vezes maior do que o da metade mais pobre de toda nossa população.

Não é difícil perceber que tais dados escandalosos representam o fruto podre do capitalismo excludente e do racismo genocida, implantados aqui desde o início do processo colonizador.

Fila no INSS é desrespeito ao trabalhador

Da Rede Brasil Atual:

Em 2020, o trabalhador voltou a enfrentar um problema que parecia superado, com filas nos postos do INSS por todo o país. Desde a aprovação da “reforma” da Previdência, que restringiu o acesso às aposentadorias, nenhum benefício foi concedido. Já são cerca de 2 milhões de pedidos, entre aposentadorias e pensões, que aguardam análise. O governo Bolsonaro deve anunciar medidas nesta quarta-feira (15), mas reconhece que a fila não deve ser normalizada pelo menos até junho deste ano.