segunda-feira, 6 de setembro de 2021

A crise energética e o “apagão” dos milicos

Por Altamiro Borges


A crise no setor energético – com o aumento nas contas de luz e riscos de racionamento e até de apagões – arranha ainda mais a imagem já desgastada dos militares brasileiros. Afinal, o Ministério das Minas e Energia é chefiado pelo almirante-de-esquadra Bento Albuquerque – outro oficial pendurado no laranjal bolsonariano.

Na terça-feira passada (31), o ministro-milico fez um patético pronunciamento em rede de rádio e televisão. Finalmente, ele reconheceu que a crise no setor “se agravou” e pediu aos brasileiros para tomarem menos banhos e passarem menos roupa. O governo ainda anunciou uma nova “bandeira de escassez hídrica”, elevando a conta de luz em 6,78% em média.

Depois do desastre do general Eduardo Pazuello – o tal "craque em logística" do Exército que desmoralizou o Ministério da Saúde com milhares de mortes por Covid-19 e muita roubalheira –, agora é um comandante da Marinha que sofre um apagão. A credibilidade dos generais, almirantes e brigadeiros, servis ao "capetão” Jair Bolsonaro, está derretendo!

Como apontou o jornalista Igor Gielow, em artigo publicado na Folha neste sábado (4), “a fatura da inevitável associação entre o estamento fardado brasileiro e o governo de Jair Bolsonaro tem um novo e vistoso item em formação: o da crise hídrica, que já aumentou a conta de eletricidade e ameaça tornar-se energética até o fim do ano”.

“O palavrão apagão é dito cada vez com mais frequência em conversas com os oficiais-generais das três Forças... O dano está dado, e a probabilidade de Bento Albuquerque presidir um apagão, ou um surto inflacionário decorrente de medidas para mitigar a crise, apavora observadores no meio militar”. Os generais irão para o inferno junto com o “capetão”!

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