Foto: Ricardo Stuckert |
“Destruir toda diversidade, e até mesmo o conflito, em nome da uniformidade significa destruir a própria vida”, disse Isaiah Berlin, um dos mais poderosos filósofos conservadores do século passado. Diversidade, conflitos resolvidos dentro de regras legítimas e o oposto da uniformidade – a pluralidade política cultural – são condições da vida comum que, em determinados momentos da História, cansam os mais excluídos dos festejos que brilham no mercado. E cansam as pessoas que vivem nos limites, entre o desespero da fome e da solidão da pobreza, quando a parte da sociedade mais fragmentada pelas transformações na estrutura de classes e nas relações de poder das últimas décadas, se inclina a querer soluções rápidas e terminantes. Tudo para chegar a uma vida mais leve, mais suave e mais segura. Mas se não podes, todavia, desviar do monstro que rege tudo isso, te transforma nele. Esta transformação tem condutas para todos os gostos e tipos de moralidade, pois pode se expressar pelos novos partidos de aluguel no mercado da política, como pela subversão miliciana, autêntica ou falsificada, no fundamentalismo supostamente religioso.