quinta-feira, 6 de outubro de 2022

A disputa é nas esferas da consciência

Foto: Ricardo Stuckert
Por Tarso Genro, no site da RED:

“Destruir toda diversidade, e até mesmo o conflito, em nome da uniformidade significa destruir a própria vida”, disse Isaiah Berlin, um dos mais poderosos filósofos conservadores do século passado. Diversidade, conflitos resolvidos dentro de regras legítimas e o oposto da uniformidade – a pluralidade política cultural – são condições da vida comum que, em determinados momentos da História, cansam os mais excluídos dos festejos que brilham no mercado. E cansam as pessoas que vivem nos limites, entre o desespero da fome e da solidão da pobreza, quando a parte da sociedade mais fragmentada pelas transformações na estrutura de classes e nas relações de poder das últimas décadas, se inclina a querer soluções rápidas e terminantes. Tudo para chegar a uma vida mais leve, mais suave e mais segura. Mas se não podes, todavia, desviar do monstro que rege tudo isso, te transforma nele. Esta transformação tem condutas para todos os gostos e tipos de moralidade, pois pode se expressar pelos novos partidos de aluguel no mercado da política, como pela subversão miliciana, autêntica ou falsificada, no fundamentalismo supostamente religioso.

Confiança, esperança e empenho

Charge: Pxeira
Por João Guilherme Vargas Netto


Em meu último texto fui breve porque as expectativas eram enormes. Agora também o serei porque os desafios são maiores.

Recuperada a unidade de ação eleitoral das direções das principais centrais sindicais a tarefa agora é uma só: ganhar os votos dos trabalhadores e das trabalhadoras para a vitória de Lula.

O campo de ação das direções sindicais deve ser prioritariamente (e eu diria, exclusivamente) o mundo do trabalho. Elas devem propor um plano de batalhas nas portas de fábricas, nos locais de trabalho, em assembleias e nas redes sociais, garantido pelos dirigentes e pelos ativistas sindicais e associado à ação sindical permanente, melhor em caso de vitórias e conquistas recentes.

Mídia passará pano para 'Bolsonaro canibal'?


 

Por Fernando Brito, em seu blog: 

Primeiro, devo dizer que é tão espantoso o conteúdo do vídeo de uma entrevista de Jair Bolsonaro, em 2016, ao correspondente do The New York Times, Simon Romero que, apesar de estar veiculado no canal do próprio atual presidente, quis checar antes de publicar.


E, embora o trecho em que Jair Bolsonaro se diz capaz de experimentar o canibalismo não tenha sido reproduzido no site do jornal norte-americano, a sua fala imediatamente anterior – igualmente asquerosa, na qual dizia que não fez sexo com mulheres haitianas miseráveis por “falta de higiene” e porque “não precisava” está transcrita no site, ainda hoje, isso indica que não se trata de montagem ou manipulação.

Jesus está com a direita ou com a esquerda?

Charge: Duke
Por Jair de Souza


No intuito de evitar sua derrota eleitoral, o bolsonarismo decidiu intensificar a guerra de caráter moral, religioso e cultural contra as forças populares que o estão encurralando.

Este fato colocou a quem atua no campo da esquerda um sério dilema: aceitar o desafio e travar o combate em cima da pauta religiosa e de costumes que nos é imposta, ou esquivar-nos da mesma para nos concentrar tão somente em questões relacionadas com a vida material real de nosso povo?

Para início de conversa, precisamos entender que a decisão sobre qual rumo tomar no que diz respeito a esta disjuntiva não depende exclusivamente de nós. Embora tenhamos franca preferência por nos ater às questões de cunho econômico, os bolsonaristas pensam de modo diferente. Portanto, ainda que nós não tragamos à tona os temas morais e religiosos, eles o trarão. E os embates serão inevitáveis.