Quais os impactos dos altos juros no Brasil?

Charge: Clayton
Por Neiva Ribeiro, no site do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região:

Apesar do corte de 0,5 ponto percentual nesta quarta-feira, 2, os juros no Brasil estão longe de estar no patamar ideal. Somos o país com o juro real mais alto do mundo.

Mas o que impacta na vida das pessoas e no país? Juros altos comprometem o crescimento do Brasil, à medida que os investimentos produtivos são afetados, estimulando investimentos no mercado financeiro com retorno garantido de juros altos.

O real também se valoriza em relação ao dólar, o que pode desestimular exportações e estimular importações, afetando o nível interno da atividade econômica.

Interfere, neste sentido, na geração de emprego e renda, inibindo efeito multiplicador e inviabilizando o dinamismo da economia. Numa espécie de efeito dominó, menor atividade da renda impacta na arrecadação de tributos, ou seja, no orçamento público, diminuindo a capacidade do Estado em investimentos sociais.

Uma mentira a menos sobre o funcionalismo

Charge: Bier
Por Paulo Moreira Leite, no site Brasil-247:


Diversas gerações de brasileiros e brasileiras nascem, crescem e morrem ouvindo a lenda de que o grande problema de nosso serviço público reside no excesso de funcionários públicos - no plano federal, estadual e municipal.

Engano, informa reportagem de Alexa Salomão, da Folha de S. Paulo (30/7/2023). Os números estão lá, tabulados pelo Atlas do Estado do Brasileiro, plataforma do IPEA que reúne dados sobre o funcionalismo do país, e permitem comparações instrutivas.

O levantamento compara dois números essenciais, que mostram a relação entre o tamanho da população e quantidade de funcionários do Estado - critério indispensável para se comparar a oferta de serviços públicos oferecidos em cada país, em atividades onde o contato pessoal segue uma referência básica e universal, seja nos guichês de atendimento, no serviço médico, na rede escolar, na segurança pública e assim por diante. Os dados são chocantes.

A versão farsesca do Exército sobre o 8/1

Charge: Miguel Paiva
Por Jeferson Miola, em seu blog:

O inquérito do Exército sobre o 8 de janeiro, cujo conteúdo foi tornado público pela Folha de São Paulo [31/7], é uma peça de ficção; é mais uma farsa das cúpulas militares para desviar a atenção sobre o envolvimento permanente das Forças Armadas nos atentados à democracia nos últimos anos.

A desfaçatez dos militares não tem limite. Os embusteiros insinuam “falha de planejamento” do atual governo como causa da devastação do Planalto.

Finalizado em março passado, o inquérito concluiu “que há indícios de responsabilidade da Secretaria de Segurança e Coordenação Presidencial quanto à invasão do Palácio do Planalto, considerando que houve falha no planejamento e na execução das ações”.

E assegura que “a invasão ao Palácio do Planalto poderia ter sido evitada ou minimizados os danos patrimoniais sofridos” se tivesse sido “realizado um planejamento das ações de segurança adequado, com o acionamento de valor de tropa suficiente”.

Reflexões sobre as questões identitárias

Charge do site Desmotivaciones
Por Jair de Souza


O debate relacionado com as causas identitárias vem ganhando destaque entre a militância de esquerda em razão das posturas tomadas pelo atual presidente do Chile, Gabriel Boric.

Conforme pode ser constatado ao analisar seus pronunciamentos, Boric tem se mostrado um aguerrido lutador em favor de muitas das pautas associadas ao combate à homofobia e à misoginia, às lutas contra a discriminação racial e pela descriminalização do aborto, etc.

Por outro lado, várias das principais reivindicações históricas do movimento trabalhista vêm recebendo por parte dele escassa atenção. Pouca ênfase tem sido dada às lutas que questionam as bases de sustentação da exploração capitalista. A organização autônoma e consciente da classe trabalhadora não é tida como uma de suas principais preocupações. E isto não contribui positivamente nas lutas trabalhistas por aumentos salariais, melhores condições de trabalho, diminuição da jornada laboral, eliminação ou redução do desemprego e por amparo previdenciário, por exemplo.