sexta-feira, 17 de novembro de 2023

Milei chama democracia de 'tirania da maioria'

Charge: Serko
Por Leonardo Wexell Severo, de Buenos Aires-Argentina, no site do ComunicaSul:

“Temos que pensar se queremos uma tirania das maiorias, isto é o populismo peronista ou voltar a abraçar a liberdade”, vociferou Javier Milei, o candidato neofascista à presidência da Argentina, no esvaziado comício de encerramento de campanha nesta quinta-feira (16), em Córdoba. Em poucos minutos o ultraneoliberal explicitou a sua essência: das mentirosas palavras até a mais grotesca falsificação das imagens.

Conforme Milei, “a seguridade Kirchnerista – a dos presidentes Néstor (2003-2007) e Cristina Kirchner (2007-2015) – nos levou à pior miséria do planeta e quer nos reduzir à segurança das cavernas”. “O liberalismo é o respeito irrestrito ao projeto de vida do próximo, baseado no respeito à propriedade privada, aos mercados livres de intervenção estatal”, assinalou o oposicionista, frisando que é contra garantir ao Estado a capacidade de investir e fazer justiça social, pois isso leva à ditadura imposta pelas multidões. Segundo ele, “para crescer”, é preciso um país castrado de regras e direitos, com sinal verde à exploração.

Al-Shifa será o estigma de Israel

Charge: Omar Sommad
Por Carol Proner e Helena Pontes, no site Brasil-247:

Quem do Brasil acompanha as notícias na Faixa de Gaza sabe que, ao acordar, já acumulamos 5 horas de atraso em relação a tudo que aconteceu no território ocupado e massacrado. A cada manhã nos atualizamos das desgraças da madrugada e dos planos de extermínio do dia que, por lá, já vai pela metade. A novidade da última jornada foi a invasão do Hospital Al-Shifa.

Atacar um hospital é evidentemente proibido pelo direito internacional. As Convenções de Genebra, que limitam o direito da guerra, proíbem ataques contra pessoal religioso, médico e hospitalar e são taxativas quanto a hospitais certificados e identificados como tal. Esse é o caso de Al-Shifa, o maior entre todos e o único com habilidade para tratamento de câncer. Esse é também o caso de outros 11 centros de saúde bombardeados desde o 7 de outubro em mais de 137 ataques registrados pela OMS. Al-Shifa, portanto, não é um caso isolado, embora certamente o mais abominável.

O sionismo é a causa dos problemas

"Eles estavam aqui antes do genocídio em Gaza"
Por Jair de Souza


Uma coisa é preciso ter bem entendida: o sionismo, e os problemas por ele engendrados, é uma criação europeia, de caráter nitidamente colonialista.

É inteiramente falsa a ideia de que o conflito entre o povo palestino e o Estado de Israel seja algo que vem desde a antiguidade. Diferentemente do que oportunistas e espertalhões tratam de difundir, as atuais sangrentas desavenças entre árabes e judeus só ganharam força a partir da criação de um estado de caráter colonial na região da Palestina.

A gênese do problema não está nos povos citados nos escritos bíblicos, como os cananeus, os filisteus ou os hebreus. Os causadores dos transtornos têm outra proveniência, a Europa. Na verdade, o sionismo é a causa dos problemas.

A República, entre atônitos e mandachuvas

Posse de Prudente de Moraes na Presidência da República
no Rio de Janeiro, em 15 de novembro de 1894.
Acervo Histórico/Alesp
Por Roberto Amaral

Segundo o calendário cívico, comemoramos 134 anos de uma República por ser, sucessora de uma velha monarquia, arcaica de nascença, filha do latifúndio e do escravismo, espaço de insurreições, golpes militares, intentonas e muitos anos de ditaduras e governos autoritários. Contados a partir da Constituição de 1891, foram seis estatutos políticos, duas cartas outorgadas e apenas quatro assembleias constituintes. Somente a derradeira, a de 1988, algo próxima da soberania popular, leito onde as democracias recolhem legitimidade. Se, antes, a Independência de 1822 resultara de dispendiosas negociações com o Império inglês, metrópole de Portugal, desta feita a mudança de regime operava segundo a marca indelével de nossa história, da colônia aos dias presentes: a regência política de cima para baixo.

TJ devolve mandato a vereadora cassada em SC

Maria Tereza Capra
Por Edu Reina

A vereadora Maria Tereza Capra (PT), da cidade de São Miguel do Oeste, Santa Catarina, recuperou seu mandato que havia sido cassado num processo político que alegou quebra de decoro parlamentar. Um claro e objetivo caso de lawfare. A petista havia denunciado saudação nazista praticada por várias pessoas, entre elas alguns vereadores do município, num evento que pediu um golpe militar que reuniu dezenas de cidadãos e cidadãs após as eleições gerais do ano passado. A 5ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ/SC) concedeu nesta quinta-feira uma liminar num recurso de agravo de instrumento, por dois votos a um.