terça-feira, 29 de outubro de 2024

Queiroz não se elege, mas ganha carguinho

Charge: Aroeira
Por Altamiro Borges

O site Diário do Centro Mundo (DCM) postou neste final de semana que Fabrício Queiroz, o famoso operador das rachadinhas do clã Bolsonaro, perdeu a eleição para vereador em Saquarema, no litoral do Rio de Janeiro, mas ganhou um carguinho do moribundo governador Cláudio Castro (PL). O miliciano foi nomeado para um posto na Fundação de Apoio à Escola Técnica do Estado do Rio de Janeiro (Faetec). A reação à absurda indicação, porém, é grande e pode anular o favorzinho.

“Especialistas afirmam que a nomeação para um cargo numa instituição voltada ao ensino técnico e à pesquisa científica pode impactar a credibilidade da Faetec, que é supervisionada pela Faperj... Figuras da oposição e representantes da sociedade civil também reagiram, pedindo maior rigor na escolha de candidatos para funções em instituições públicas... Em meio às críticas, o governo Cláudio Castro defende a decisão, mas ainda não respondeu a todos os questionamentos sobre os critérios adotados para a nomeação de Queiroz na Faetec-Bacaxá, em Saquarema”, registra o site.

588 votos para vereador em Saquarema

Como relembra o DCM, “Fabrício Queiroz esteve no centro das atenções quando o Coaf detectou movimentações financeiras suspeitas em suas contas, somando cerca de R$ 7 milhões entre 2014 e 2017. Em 2020, ele foi preso em Atibaia (SP) no imóvel do advogado de Flávio Bolsonaro, Frederick Wassef, mas foi liberado para prisão domiciliar. A polêmica intensificou-se com a revelação de extratos bancários que mostraram depósitos de Queiroz na conta de Michelle Bolsonaro, esposa do presidente, entre 2011 e 2016, totalizando R$ 72 mil”.

Com esses fortes vínculos com a familícia Bolsonaro, o operador das rachadinhas tentou se eleger vereador em Saquarema, mas obteve apenas 588 votos – ficando como primeiro suplente do PL. Como registrou a CNN-Brasil, “durante a campanha eleitoral, Queiroz utilizou a imagem de Jair Bolsonaro para tentar atrair eleitores. Um post fixado no perfil dele no Instagram mostra um banner com a foto do ex-presidente. Ele se apresentava como ‘soldado do Bolsonaro’. A imagem de Flávio Bolsonaro também foi usada por ele durante a campanha”.

PL investiu no operador das rachadinhas

Derrotado nas urnas, ele postou nas redes digitais. “Agradeço aos saquaremenses que estiveram ao nosso lado nesta jornada. Cada voto conta, e estou orgulhoso da nossa mobilização. Sigo comprometido com a luta patriota e com todos vocês. Deus, pátria, família e liberdade”. Em 2022, Fabrício Queiroz se candidatou a deputado estadual no Rio de Janeiro pelo extinto PTB, teve 6.701 votos e também não se elegeu. O operador das rachadinhas nem pode lamuriar falta de apoio.

Segundo postagem do site Metrópoles do início de outubro, “ex-assessor de Flávio Bolsonaro e amigo de Jair Bolsonaro, Fabrício Queiroz não poderá reclamar de falta de investimento do PL em sua candidatura a vereador em Saquarema (RJ). A direção nacional da sigla injetou R$ 120 mil do fundo eleitoral na sua campanha no mês passado... O dinheiro corresponde a 95% do limite de R$ 125,5 mil que candidatos a vereador de Saquarema podem gastar em suas campanhas”.

A faca no pescoço do clã Bolsonaro

No final do ano passado, o mesmo site especulou que o operador das rachadinhas tinha colocado a faca no pescoço da familícia. “Não é de hoje que se sabe que o notório Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro em seu antigo gabinete na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, é um arquivo vivo capaz não apenas de complicar o filho 01 de Jair Bolsonaro, mas também o próprio ex-presidente, de quem foi muito próximo ao longo de anos... Agora, a coluna obteve um conjunto de áudios que revelam, em detalhes, a pressão de Queiroz e a maneira como ele ainda empareda os Bolsonaro, sob pena de abrir a boca e trazer à luz os bastidores de sua atuação nas transações heterodoxas em favor do clã”.

As mensagens foram enviadas por WhatsApp. “Para além de pedir mais dinheiro na forma de ‘empréstimos’ para serem quitados posteriormente não por ele próprio, mas por Flávio Bolsonaro, Queiroz admite que recebeu apoio financeiro, reclama por considerar que não vinha tendo tratamento igual ao de outros aliados dos Bolsonaro e diz, sem reservas, ter conhecimento de vários rolos relacionados à família... Os áudios mostram que a família de Queiroz estava habituada a pedir auxílios de todo tipo a pessoas da estrita confiança do clã Bolsonaro. Até para pagar mensalidades da faculdade dos filhos o ex-assessor esperava contar com a ajuda da turma".

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