domingo, 10 de março de 2024

Gaza e o genocídio da inteligência

Ilustração: Sabaaneh
Por Flávio Aguiar, no site A terra é redonda:


“Muera la inteligencia! Viva la muerte!” (frase atribuída ao General falangista José Millán-Astray y Terreros, por ocasião do “Dia de la Raza”, 12 de outubro de 1936, perante o reitor da Universidade de Salamanca, Miguel de Unamuno).

Muito se debate e vai se debater sobre a declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamando de “genocídio” o que o governo e as forças armadas de Israel vêm fazendo na Faixa de Gaza em relação ao povo palestino e equiparando esta ação ao que Hitler fez com os judeus durante o regime nazista. As direitas condenam a fala do presidente. As esquerdas apoiam a fala do presidente. Adianto que me situo neste campo e nesta concordância. E também adianto que nem por isto deixo de considerar o ataque promovido pelo Hamas contra civis israelenses em 7 de outubro um ato terrorista abominável, e da mesma forma aquela minha concordância não me torna um antissemita, assim como também o presidente Lula não o é.

Os evangélicos e o bolsonarismo sionista

Charge: Pat Oliphant
Por Jair de Souza


As últimas sondagens produzidas pela enquestadora Quaest a pedido da rede Globo voltaram a evidenciar uma situação já detectada nas anteriores: o grupo social mais afinado com o bolsonarismo em oposição ao governo de Lula está composto de pessoas vinculadas a igrejas evangélicas neopentecostais adeptas do chamado sionismo cristão. Este último é um movimento político de extrema direita surgido nos Estados Unidos que representa na prática os interesses mais reacionários do imperialismo estadunidense e do colonialista Estado de Israel.

Como sabemos, o sionismo cristão não tem absolutamente nada a ver com a simbologia representada pela figura de Jesus. A não ser pelo uso canalhesco de seu nome para atrair incautos para suas igrejas-empresas, Jesus passa muito longe dessas instituições.

Sem anistia para os militares golpistas

Charge: Miguel Paiva/247
Por Jeferson Miola, em seu blog:

A responsabilização criminal de oficiais da alta hierarquia das Forças Armadas implicados com a tentativa de golpe é um fato inédito na história republicana.

Não é nada trivial a Lei ser aplicada para punir, inclusive com prisão, capitães, coronéis, generais e um almirante. Um avanço notável num país marcado pela impunidade.

O inquérito da PF é um passo relevante, é verdade, mas será insuficiente se não abarcar as cúpulas militares e a institucionalidade militar, que operava o golpe como uma diretriz institucional para a continuidade do seu projeto de poder.

O general Estevam Theóphilo arrastou ainda mais a instituição militar para a cena do crime. No depoimento à PF, ele esclareceu que reuniu com Bolsonaro para discutir o plano golpista a mando do seu chefe hierárquico e então comandante do Exército, o general Freire Gomes.