tag:blogger.com,1999:blog-1644628384631688224.post462595379615517177..comments2024-03-24T21:53:38.279-03:00Comments on Altamiro Borges: Atos no Brasil e no mundo contra TemerAltamiro Borgeshttp://www.blogger.com/profile/07900537170963479602noreply@blogger.comBlogger1125tag:blogger.com,1999:blog-1644628384631688224.post-43102458610366549182016-06-13T08:25:31.132-03:002016-06-13T08:25:31.132-03:00ESPESSA IGNORÂNCIA
Há meio século, sentava nos ba...ESPESSA IGNORÂNCIA<br /><br />Há meio século, sentava nos bancos da recém criada Faculdade de Administração e Finanças, da Universidade do Estado da Guanabara. O País passara por um primeiro golpe, de matriz estrangeira, mas logo sofreria um outro, talvez mais repressivo e violento, mas com um projeto de desenvolvimento nacional. O interesse empresarial fazia constituir novas unidades acadêmicas voltadas para tecnologias de produção e gestão. Também apoiava o candidato que adotaria o Plano de Ação Econômica do Governo (PAEG), ao qual sucederiam os Planos Nacionais de Desenvolvimento (PNDs).<br />Era o mundo da guerra fria que obrigava as nações à definição de contra ou a favor dos Estados Unidos da América (EUA). Mas, apesar desta polaridade, os Governos Militares, com e após Arthur da Costa e Silva, conseguiram embutir na “luta anticomunista” o desenvolvimento industrial e tecnológico brasileiro. Foi também um tempo, e é imperioso reconhecer, que o sistema financeiro internacional, ou a banca, ainda não se impunha, como hoje, sobre os governos em todos os países.<br />Neste projeto de “Brasil Grande”, além de Faculdades e empresas, houve o crescimento decorrente das pesquisas tecnológicas. Assim, ao lado da repressão política, avançava um desenvolvimento nacional. A falta de um projeto social, na época identificado ideologicamente, possibilitou o desmanche que o neoliberalismo, nos governos posteriores a 1985, implementou no Brasil. Hoje ouvimos as sandices dos ajustes fiscais e superavits primários como se o desemprego, a redução da produção, a ausência de pesquisa e a eliminação da atuação estatal fossem benéficas para o País. Falta, como faltou, a consciência nacional, ao lado das consciência de gênero e de raça que se difundiram e ocupam atualmente as pautas das lutas populares.<br />Enquanto isso, um provisório governo vai retrocedendo o País ao mundo colonial. O mais estranho e conflitante é o papel da indústria e da grande imprensa pavimentando seu próprio desaparecimento. Senão vejamos. A Veja, um verdadeiro símbolo da revista partidária, na defesa deste provisório mandatário, ilustra uma de sua capas com a provisória primeira dama como “recatada e do lar”. Ora, lá está no grande sociólogo brasileiro, Gilberto Freyre, que a família do século XVII, do Brasil précapitalista, é a família patriarcal, personalíssima, onde todos, rigorosamente todos, as mulheres, os filhos de todas as mães, os agregados e os escravos devem ser recatados, submissos, do lar face ao patriarca, o senhor feudal brasileiro. Para que a indústria, de qualquer natureza, numa sociedade assim constituída?<br />Coerente em seu desmanche, o provisório governo acaba com os órgãos de gestão específica para a ciência e tecnologia, para a inovação, para a cultura, para a inserção social, para as políticas de constituição da cidadania e da nacionalidade.<br />Para coonestar tal retrocesso, aí está o congresso do boi, da bíblia fundamentalista e da bala, em outras palavras, do Brasil essencialmente agrícola, com a autoimolação da indústria, do criacionismo, sem espaço para ciência e tecnologia, e da bala para a repressão que já está nas ruas e apenas espera sua confirmação no Poder para extinguir, não só a imprensa independente, como a Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), já prometida por ministro provisório, mas toda e qualquer voz e manifestação oposicionista. <br />Este é o Brasil dos que dele se apossaram pelo novo modelo do golpe legislativo-judiciário.<br />Apenas uma eleição majoritária para o executivo garantiria que o Brasil encontrasse o caminho do desenvolvimento, não apenas econômico mas social, científico, cultural, e institucional? Ou precisamos de uma constituinte exclusiva que dê as necessárias condições para termos, com segurança, a possibilidade deste desejado País?<br />Pedro Augusto Pinho,administrador aposentadoAnonymousnoreply@blogger.com