terça-feira, 29 de maio de 2018

Vox Populi: Lula imbatível e golpe arrasado

Por Jeferson Miola, em seu blog:

A pesquisa Vox Populi – a “voz do povo” – publicada hoje, 28/5, que aferiu a intenção de votos entre os dias 19 e 23 de maio, mostra o tamanho da encrenca vivida pelo establishment para assegurar a continuidade do golpe pela via institucional, ou seja, dentro do “funcionamento normal das instituições”, como eles costumam se referir, cinicamente, à ditadura Globo-Lava Jato instalada no país com o golpe de Estado de 2016.

Democracia corre risco real, diz Amorim

Por Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena, no blog Tutaméia:

“Estamos às vésperas de uma situação muito difícil, e nós temos de pensar em salvaguardar a democracia. Acho que, neste momento, com essa situação crítica, até setores da direita, que tenham interesse e intenção de manter a democracia, devem ser ouvidos”.

É o que afirma o ministro Celso Amorim em entrevista ao Tutaméia. Ele segue: “Se for necessário ter uma conversa com o Alckmin, tem de ter. Como em 1967 ou 1968 se tentou ter a Frente Ampla, que ia do Jango ao Lacerda, era quem defendia a democracia. Com quem defender a democracia, ainda que com concepções um pouquinho diferentes do que significa democracia, é importante manter canais abertos”.

Brasileiros contra privatização de estatais

Por Marize Muniz, no site da CUT:

A absoluta maioria dos brasileiros é contra privatização de empresas e serviços públicos, segundo pesquisa CUT/Vox divulgada nesta segunda-feira (28).

E entre as razões para discordar do pacote de privatizações do golpista e ilegítimo Michel Temer (MDB-SP), os entrevistados citaram preços mais caros, demissões de trabalhadores, redução de salários e mais: não é um bom negócio nem traz benefícios para o Brasil, só beneficia empresários, investidores e os ricos.

Perguntados se concordavam com a privatização da Petrobras, 60% foram contra e 59% disseram que a venda da companhia só beneficiaria os empresários, os investidores e os mais ricos.

O dedo do STF no caos institucional

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Carmen Lúcia não cumpriu sua missão constitucional, fosse ela qual fosse, nem tampouco trouxe a prometida “pacificação” das instituições, como admitiu candidamente.

Sem o protagonismo exacerbado do Judiciário, o show diário de ministros boquirrotos do STF, o vôo solo de Sergio Moro, o presente pandemônio que vivemos não seria possível.

A greve dos caminhoneiros tem o dedo do Supremo. No entanto, seus membros agem como se não tivessem nada com isso.

Parente já pode pedir música no Fantástico

Do site da FUP:

Mesmo tendo sido responsável por dois apagões no Brasil – o da energia elétrica, em 2001, e o do desabastecimento gerado pela alta desenfreada dos preços dos combustíveis – o presidente da Petrobrás ainda pensa que pode convencer os trabalhadores e a sociedade de suas “boas intenções”.

Por mais que ele o governo a que serve queiram concretizar o projeto de privatização da petrolífera brasileira, a Petrobrás ainda é uma empresa pública. Ficou claro para a população que a escalada dos preços dos combustíveis a níveis jamais vistos no país é consequência de uma política de gestão voltada unicamente para o mercado.

Brasil entra na lista suja da OIT

Do site da CTB:

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) decidiu nesta terça-feira (29), incluir o Brasil na lista dos 24 países violadores das suas convenções e normas internacionais do trabalho.

A inclusão do Brasil na lista se deu em decorrência da aprovação da reforma trabalhista (Lei 13.467/17) que retirou dezenas de direitos das trabalhadoras e trabalhadores brasileiros, violando normas fundamentais da OIT, especialmente a Convenção 98, ratificada pelo Brasil, que trata do Direito de Sindicalização e de Negociação Coletiva. A OIT avalia que a possibilidade do negociado prevalecer sobre o legislado para retirar ou reduzir direitos e de ocorrer negociação direta entre trabalhador e empregador, sem a presença do Sindicato, são dispositivos que contariam a referida convenção.

Vox mostra que prisão de Lula é crime

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Ao revelar que a soma das intenções de voto de Lula supera, por 39% a 30%, o total atingido pelos principais concorrentes à eleição presidencial de outubro, o instituto Vox Populi mostra um povo que resiste com bravura aos ataques contra o candidato que representa seus direitos e conquistas.

Não se assiste, em lugar nenhum do mundo, nem mesmo sob a ditadura mais feroz, na latitude mais atrasada, a um espetáculo equivalente àquele que os brasileiros e brasileiras tem sido condenados a acompanhar todos os dias neste maio-junho de 2018.

segunda-feira, 28 de maio de 2018

Faustão, a greve e a “merda na cabeça”

Por Altamiro Borges

Fausto Silva, o milionário apresentador da TV Globo, anda muito revoltado. Precisa tomar cuidado para não sofrer um infarto. Na cavalgada golpista pelo impeachment de Dilma Rousseff, ele apoiou festivamente as “marchas contra a corrupção” organizadas por seitas fascistas e entidades patronais, como a ética Fiesp. Ele vibrou com os patinhos amarelos e as camisetas da CBF. Agora, porém, ele parece estar preocupado com o destino do covil golpista de Michel Temer. No último “Domingão do Faustão”, o serviçal da famiglia Marinho se mostrou irritado com a greve dos caminhoneiros, como registrou o jornalista Maurício Stycer em postagem no site UOL:

Alexandre Garcia, o golpista atropelado

Por Altamiro Borges

O jornalista Alexandre Garcia, que foi a cavalgadura-oficial do general João Batista Figueiredo – aquele que aprovou “execuções sumárias” de democratas durante a ditadura militar, segundo recente relatório da CIA –, tem uma doença incurável. Sua obsessão contra as forças de esquerda chega a ser patética. Nesta segunda-feira (28), no telejornal Bom Dia Brasil da Globo, ele culpou os presidentes Lula e Dilma pela greve dos caminhoneiros. Para ele, o apagão nos transportes só ocorreu porque os governos petistas deram incentivo à compra de caminhões. A idiotice foi tamanha que de imediato o "calunista" global ocupou o segundo lugar no ranking do Twitter, virando motivo de galhofa nacional.

A rendição de Temer não soluciona a greve

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

O tique de fechar a boca, como quem está engolindo a saliva que escorre do beiço; as mãos magras, desossadas, melífluas, espelhos da alma; a dissimulação de disfarçar a leitura do teleprompter com observações vazias, e, principalmente, o tom impositivo, ridículo para cenas de rendição, como que estivesse batendo em retirada de costas, para não levar projéteis no traseiro. Todo esse conjunto ajuda a compor a mais execrável personalidade política da história da República.

As lições da "greve dos caminhoneiros"

Por Haroldo Lima, no site Vermelho:

As cinco medidas anunciadas ontem pelo governo ilegítimo de Michel Temer, em resposta às reivindicações da greve, podem levar à sua suspensão, mas não resolvem o problema existente, protelam-no.

A desastrada política de preços atuais de combustíveis da Petrobras não foi revogada, será mitigada. A Petrobras continuará sendo vista como uma empresa que tem compromissos impreteríveis com seus acionistas privados, estrangeiros em sua maioria, a quem tem de pagar dividendos, não com o Brasil, a quem teria que garantir abastecimento. Os preços dos combustíveis, que estavam sendo reajustados diariamente, passarão a sê-los a cada 30 dias, depois do congelamento inicial de 60 dias. Ademais, Pedro Parente, cuja política de preços que impôs à Petrobras provocou um caos no país e fez a estatal perder R$74,3 bilhões de valor de mercado, não foi afastado, como seria natural, mas continua dirigindo a Petrobras segundo a sua concepção do que deve ser essa empresa. E é essa sua concepção, que não é só dele, e que predomina no momento, que está na raiz dos problemas aflorados. Senão vejamos. 

Parente tem de ser demitido imediatamente

Da Rede Brasil Atual:

A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) defendeu a demissão de Pedro Parente da presidência da Petrobras, em entrevista à TV 247, neste domingo (27). Ela também pediu que a política de preços da estatal seja alterada como solução para a crise desencadeada pela greve dos caminhoneiros, que protestam contra o preço do diesel.

"Esse Pedro Parente tem que ser demitido imediatamente. Se esse governo tivesse um mínimo de dignidade, mas não tem... E a gente precisa mudar a política de preços, demitir esse cara. Para que tenhamos um mínimo de altivez", afirmou Jandira.

Professor de SP cata lixo para sobreviver

Ronaldo Pereira (na foto com mulher, Regina Pereira,
em frente a sua casa) é professor temporário do estado de São Paulo
Por Ricardo Chapola e Gabi Di Bella, no site The Intercept-Brasil:

Uma lata de óleo, um pacote de arroz e um gomo de linguiça. Foi isso que Ronaldo Pereira, de 44 anos, conseguiu comprar com os 10 reais que ganhou depois de passar um dia inteiro catando papelão na rua e revendendo para reciclagem.

“Teve uma vez que conseguimos comprar uns bolinhos de carne. Minha mulher juntou tudo, enrolou e fomos picando de pouquinho em pouquinho para render mais”, contou.

Você se preocupa com os caminhoneiros?

Do blog: Rico Studio
Por Jorge Luiz Souto Maior, no Blog da Boitempo:

Perguntaram-me se a mobilização dos caminhoneiros seria greve ou locaute.

Do ponto de vista jurídico, não se trata de locaute, pois este, nos termos da lei é “a paralisação das atividades, por iniciativa do empregador, com o objetivo de frustrar negociação ou dificultar o atendimento de reivindicações dos respectivos empregados”, sendo proibido (art. 17 da Lei n. 7.783/89).

No caso concreto, ainda que se tenha elementos para afirmar que muitas empresas de transporte apoiaram e até impulsionaram a paralisação dos caminhoneiros, não se pode dizer que o fizeram para frustrar uma negociação com os respectivos empregados ou dificultar-lhes o atendimento de suas reivindicações. Muito pelo contrário, embora rara, haveria uma comunhão de interesses com relação ao objeto da paralisação, a redução dos custos de produção, razão pela qual, visto como ação de natureza política, parece-me legítimo o movimento, pois a política não está interditada para nenhum segmento social.

Caos de Temer e o futuro dos patos amarelos

Por Rodrigo Vianna, no blog Escrevinhador:

Muita gente se pergunta: onde foram parar os patos amarelos do golpe de 2016? Outros tendem a ver os caminhoneiros que param o Brasil como parte do movimento patolino. Estariam arrependidos do que ajudaram a fazer com o país?

Sobre o tema, tenho dito o seguinte (com base em pesquisas, dados, e também com base em o que ouço nas ruas):

– engana-se quem acha que os patos estão “envergonhados”, ou que farão um movimento de sensatez, de volta ao “centro”, ajudando a reconstruir o que Temer/PSDB transformaram em terra arrasada;

O combate ao 'jornalismo de guerra'

Foto: Tuane Fernandes
Por Felipe Bianchi, no site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

Raivoso, sem espaço para divergência e sem diversidade de opiniões e ideias. Esse é o jornalismo de guerra praticado pela mídia monopolista, na avaliação de Jean Wyllys. O deputado federal (PSOL-RJ) participou, neste sábado (26), do 6º Encontro Nacional de Blogueir@s eAtivistas Digitais, em São Paulo.

O evento, que reúne comunicadores e midiativistas, discute o papel estratégico da disputa de ideias na defesa da democracia e na resistência contra os retrocessos em curso no país. “A esquerda, por muito tempo, negligenciou o campo da comunicação como campo de produção de sentido e de imaginário”, opina Wyllys. “Os governos progressistas não deram a devida importância para a pauta da democratização da comunicação, promovendo diversidade regional e fortalecendo meios alternativos, comunitários e populares”.

Preço da gasolina e as 'fake news' da mídia

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

Observação importante: este artigo é inteiramente baseado nas notas oficiais da própria Petrobras.

Em outubro de 2016, o presidente da Petrobras do governo golpista, o tucano Pedro Parente, anunciou que a estatal iria mudar a política de preços mantida durante os 13 anos em que o PT esteve no governo. A partir de então, os preços seriam paritários aos praticados no mercado internacional. Nos governos Lula e Dilma, a Petrobras mantinha os preços baixos para controlar a inflação e para não afetar os consumidores mais pobres com um aumento abusivo do gás de cozinha.

Bolsonaro e a privatização da Petrobras

Por André Barrocal, na revista CartaCapital:

Jair Bolsonaro, presidenciável da extrema-direita, faz sucesso entre caminhoneiros em greve. Um destes, Claudinei Habacuque, dono de uma pequena frota em Barueri (SP), comentou em um grupo de Whatsapp, em meio à paralisação: “Sabe que todo caminhoneiro vota no Bolsonaro, né?”. Um relato feito no site da revista Piaui.

Se os caminhoneiros estão furiosos com o preço dos combustíveis e querem Bolsonaro presidente, a decepção poderá ser grande, em caso de vitória do deputado do PSL. O economista escolhido por ele como “ministro da Fazenda” e ajudante na elaboração de seu programa de governo é a favor de vender a Petrobras. E, no Brasil, tarifa pública costuma subir pós-privatizações.

Temer ignora política de preço da Petrobras

Do jornal Brasil de Fato:

Após um dia de reuniões com ministros e representantes dos caminhoneiros, neste domingo (27), o presidente golpista Michel Temer anunciou pacote de medidas visando encerrar a greve da categoria, que completou uma semana e afetou o abastecimento de combustíveis e alimentos pelo país.

Entre as medidas, está a redução do preço do diesel em R$ 0,46 por 60 dias, que se obterá por meio do corte das cobranças do PIS-Cofins e da Contribuição no Domínio Econômico (Cide). A Cide já estava prevista em outra proposta feita pelo governo aos caminhoneiros na última quinta-feira (24), mas foi considerada insuficiente por parte das representações da categoria. Após o período de 60 dias, o dobro do proposto inicialmente, os reajustes serão mensais.

A capitulação e a humilhação de Temer

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Vamos ao fatos: o governo não conseguiu restabelecer minimamente o fluxo de combustíveis e o de cargas no país e o ultimato dos caminhoneiros não será o último que enfrentará.

Esta foi a razão da “generosidade” de anunciar uma redução de 46 centavos, por litro, no preço do óleo diesel: o medo de uma situação caótica no início da semana útil, amanhã e depois.

Não conseguiu, em dois dias, uma ação mais expressiva das Forças Armadas, as ameaças de multas ao motoristas e proprietários de caminhões não foram, ao que parece, levadas a sério, não efetivou o confisco de caminhões, fez acordos que se desmancharam no ar.