terça-feira, 14 de agosto de 2018

Derrotar o golpismo e vencer as eleições

Por Guilherme Mello, no site Brasil Debate:

Desde junho de 2013, em particular após o golpe de 2016, a esquerda tem vivenciado uma série de derrotas políticas que trouxeram um sentimento de impotência para parte de sua militância. A sensação de que as forças golpistas são demasiadamente poderosas para serem enfrentadas atrai diagnósticos derrotistas e aspirações ingenuamente salvacionistas: o diagnóstico de que Lula e o PT devem ser considerados “carta fora do baralho”, uma vez que o golpe não permitirá que voltem a governar o país; e a aspiração de que alguma outra força política progressista seja capaz não apenas de vencer as eleições, como de governar com razoável tranquilidade. Para fechar esta equação, bastaria que o PT abrisse mão de seu suposto projeto “hegemônico” e apoiasse outra candidatura de esquerda, garantindo o sucesso do projeto desenvolvimentista e a derrota definitiva das forças golpistas.

Marcha por Lula Livre chega em Brasília

Da Rede Brasil Atual:

As três colunas camponesas que marcham há quatro dias em defesa do restabelecimento da democracia no país e pela candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) às eleições deste ano se encontram na manhã desta terça-feira (14) em Brasília. O encontro das colunas Tereza de Benguela (com militantes da Amazônia e Centro-Oeste), Ligas Camponesas (Nordeste) e Coluna Prestes (Sul e Sudeste) deve ocorrer por volta das 10h30, próximo à Fonte da Luminosa da Torre de TV, no centro da capital federal.

"Ursal" e o pensamento da extrema-direita

Por Marina Lacerda, no blog Socialista Morena:

Boa parte da sociedade brasileira, na qual me incluo, surpreendeu-se na semana passada com a invocação, pelo candidato do Patriota, Cabo Daciolo –militar e pregador evangélico–, da tal “União das Repúblicas Socialistas da América Latina”, que, assim como a “ideologia de gênero”, só existe para seus opositores.

Segundo os sites que propagam a ideia, a URSAL seria uma derivação da Teologia da Libertação e do Foro de São Paulo, por sua vez oriundos de “terroristas” e “partidos comunistas latino-americanos”, com apoio de Cuba e Venezuela. A aliança entre estes temas chama a atenção.

Austeridade é atentado aos direitos humanos

Por Joaquim Ernesto Palhares, no site Carta Maior:

O seminário “Impacto de Medidas de Austeridade em Direitos Humanos” permitiu um vislumbre do atentado contra os direitos humanos que significa a política de austeridade imposta pelo golpe, em especial, a Emenda Constitucional 95 que estipula o teto de gastos em áreas vitais, dentre outras, saúde, educação e segurança pública.

O evento aconteceu na última sexta-feira (9 de agosto) na PUC-SP e contou com a presença de Juan Pablo Bohoslavsky, especialista da ONU para assuntos que relacionam economia e direitos humanos. Destacando que direitos humanos abrangem direito à saúde, à educação, à segurança e, naturalmente, ao trabalho, ele apontou o quanto a política de austeridade do desgoverno Temer atenta contra os direitos no país.

Mídia tenta colocar Alckmin no segundo turno

Por Joaquim de Carvalho, no blog Diário do Centro do Mundo:

Foi difícil de assistir, mas necessário: o Roda Viva de ontem confirmou que o programa se tornou um palanque para a candidatura de Geraldo Alckmin.

“Estará no segundo turno”, profetizou o jornalista que representava a Globo, Ascânio Seleme, ex-diretor de redação. E seguiu-se pau, primeiro em Bolsonaro, depois em Lula, pelas bocas de Eliane Cantanhede, do Estadão, e Clóvis Rossi, da Folha de S. Paulo, além de Ascânio.

Eliane Cantanhêde e Clóvis Rossi, com variações de estilo, manifestavam uma certa indignação com o fato de Lula pleitear a candidatura, mesmo “sabendo” que não conseguirá a legenda com base na lei da ficha limpa.

Desemprego é desalento para o jovem

Por Carina Vitral, na revista Fórum:

Neste mês de agosto, há duas datas importantes alusivas à juventude: o Dia do Estudante (11) e o Dia Internacional da Juventude (12), cujo tema definido pela ONU para 2018 é “Safe Spaces for Youth” (Espaços Seguros para os Jovens). Deveriam ser datas para comemoração, mas a situação do Brasil obriga os jovens a lutar, em vez de celebrar – pelo menos por enquanto.

Um dos motivos de desalento nesses tempos temerosos é o desemprego. Os índices variam conforme o tipo de amostragem e os critérios utilizados. A taxa oficial do IBGE é de 12,7% da população economicamente ativa, ou mais de 13 milhões de pessoas sem trabalho, e esse percentual é maior entre mulheres, jovens, negros e pessoas com baixa escolaridade.

Justiça e PF estão fora das caixinhas

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

Houve uma gritaria supostamente legalista quando, há poucos dias, o candidato Ciro Gomes afirmou que Lula só sairá da prisão se a Justiça e o Ministério público “voltarem para suas caixinhas”.

Ciro já explicou dezenas de vezes que se referia aos excessos, desmandos e exorbitâncias que acontecem nesta esfera.

O diretor-geral da Polícia Federal, Rogério Galoro, em entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo”, revela comportamentos da procuradora-geral da República e de dois desembargadores, no dia do “prende-solta” de Lula, bastante ilustrativos da desordem apontada por Ciro.

segunda-feira, 13 de agosto de 2018

Monsanto condenada. Cadê o pop da Globo?

Por Altamiro Borges

Na sexta-feira (10), um tribunal de San Francisco, nos EUA, condenou a venenosa multinacional Monsanto a pagar US$ 289 milhões ao jardineiro californiano Dewayne Johnson, vítima de um câncer em fase terminal. O júri considerou que a empresa, que impera no agronegócio, agiu com “malícia” ao não alertar que o glifosato contido em seu herbicida Roundup era cancerígeno. Ao final do julgamento, o trabalhador festejou: “Estou contente de poder ajudar em uma causa que vai além de mim. Espero que esta decisão dê ao assunto a atenção que necessita". Já a Monsanto, que goza de muita influência no Judiciário, anunciou que irá recorrer para “defender vigorosamente este produto com 40 anos de história e que continua sendo vital, efetivo e seguro para os agricultores”.

As três diretrizes da mídia para a eleição

Por Altamiro Borges

Com o fechamento das coligações partidárias e o registro das chapas nesta quarta-feira (15), o Brasil ingressa de vez no debate sobre a sucessão presidencial. Serão apenas 55 dias de campanha, no processo eleitoral mais curto da história recente do país. Após o golpe parlamentar-judicial-midiático que depôs Dilma Rousseff e levou ao poder a quadrilha de Michel Temer e, ainda, da prisão política do ex-presidente Lula, o maior líder popular da história brasileira, a eleição é uma total incógnita.

Como irá se comportar a mídia monopolista, controlada por sete famílias, neste processo? Apesar dos abalos recentes no seu modelo de negócios, como indicam as cruéis demissões no Grupo Abril, a mídia segue com enorme protagonismo na sociedade. É o maior partido da direita, do capital, no Brasil.

Bolsonaro ou Alckmin? Elite segue dividida

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Está na sempre bem informada coluna da Mônica Bergamo, na Folha desta segunda-feira:

“Bancos de investimentos e grandes administradoras de fundos fizeram cruzamentos de dados, sondagens e análises e passaram a considerar, a sério, a hipótese de um segundo turno entre Jair Bolsonaro e o candidato do PT. A crença, acompanhada de certo temor, é a de que, mesmo com toda a provável sequência de ataques contra Bolsonaro, o eleitorado siga firme ao lado dele”.

Lula é um preso político dos EUA?

Por Marcelo Zero

A entrevista do diretor-geral da PF, Rogério Galloro, ao Estado de S. Paulo revelando que sofreu pressões de Sérgio Moro, alerta da procuradora-geral da República, e ordem verbal do presidente do TRF-4, Thompson Flores, para desobedecer a legítima decisão judicial de soltar Lula, bem como a nota na revista Veja que menciona declaração do desembargador Gebran Neto a amigos, dizendo ter agido "fora da letra fria lei" para "evitar o mal maior que seria soltar Lula", são reveladoras do alto grau de politização do Judiciário e do Estado de exceção seletivo que se criou no Brasil pós-golpe.

Lula e as duas ditaduras

Por Urariano Mota, no site Vermelho:

A biógrafa Denise Paraná no livro “Lula, o filho do Brasil” registra que o futuro presidente, no ano da sua prisão em 1980, era o líder de uma greve metalúrgica que deixara o país com a respiração suspensa. Segundo Denise Paraná, Dona Marisa relatou momentos de tensão: “Ela, em estado de pavor, temia que a polícia invadisse sua casa e promovesse um massacre ali dentro, na frente das crianças”.

O neofascismo no Brasil e na história

Por Leonardo Boff, em seu blog:

O fascismo é uma derivação extremada do fundamentalismo que tem larga tradição em quase todas as culturas. S. Huntington em sua discutida obra Choque de civilizações denuncia o Ocidente como um dos mais virulentos fundamentalistas. Imagina que sua cultura é a melhor do mundo, possui a melhor religião, a única verdadeira, a melhor forma de governo, a democracia, a melhor tecno-ciência que mudou a face do planeta e que lhe conferiu a capacidade de destruir todos os seres humanos e parte da biosfera com suas armas letais. Os USA depois dos atentados às Torres se tornou um Estado terrorista com claros sinais de fascismo particularmente agora sob D. Trump. Até hoje, nem com Obama, foi abolido o “ato patriótico” pelo qual qualquer cidadão pode ser preso americano ou não sob qualquer suspeita de ligação com o terrorismo. A pessoa pode ser sequestrada e a família nem ser comunicada.

STF e MPF assaltam o povo e o Brasil

Por Aldo Fornazieri, no Jornal GGN:

A decisão do Supremo Tribunal Federal e do Conselho do Ministério Público Federal de aumentar os salários de juízes e procuradores em 16,38% é cruel, ignominiosa e criminosa. É um assalto contra o povo e contra o Brasil. O teto salarial subirá para R$ 39,2 mil ou 41 vezes o valor do salário mínimo e provocará um efeito cascada de R$ 4 bilhões por ano. Os salários atuais da elite estatal já são indecentes. Junto com juízes e procuradores estão os deputados, os senadores e o alto funcionalismo dos três poderes, civil, militar e policial. Muitos desses agentes públicos, incluindo os juízes, extrapolam o próprio teto salarial, numa violação descarada das leis. Mais do que isto: agridem o povo com uma série incontável de privilégios, a exemplo do auxilio moradia, que supera a renda de 90% da população.

Os pobres votam em Lula

Por Maurício Dias, na revista CartaCapital:

A pesquisa de intenções de voto para a disputa presidencial de outubro tem mostrado que a mídia brasileira reacionária e preconceituosa esconde um dado significativo no processo eleitoral e evita informações sobre um aspecto valioso da competição: o caminho tomado pelos eleitores ao longo do início e o fim do processo até a boca das urnas.

Limita-se, a mídia, a publicar o que tempos atrás era chamado ironicamente no mundo político de “corrida de cavalo”. Publica-se, em regra, apenas o porcentual de votos de cada um dos candidatos. E isto, então, bastaria para o eleitor. Mas não basta.

Conheça a história da nova Coluna Prestes

Ana Prestes, neta de Carlos Prestes e da Maria Prestes,
caminhando nas fileiras da coluna que os homenageiam.
Foto: Juliana Adriano
Por Agatha Azevedo, no site do MST:

A Marcha Nacional Lula Livre, que ocupa Brasília entre os dias 10 e 15 de agosto, resgata a história de grandes lutas que aconteceram no território brasileiro com a intenção de mostrar que o momento em que vivemos na política do país é fruto de um processo de lutas históricas da classe trabalhadora.

As Colunas Tereza de Benguela, Ligas Camponesas e Prestes simbolizam o que há de melhor na luta do povo, a capacidade de se unificar e construir novas formas de organização e luta, resistindo a repressões, e servem de referência para a construção de uma marcha que dê ao povo a esperança da mudança, a Marcha Nacional Lula Livre.

Preparando o voo de galinha de um tucano?

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

As pesquisas correm soltas pelos bastidores da política.

Ou melhor, correm presas, porque a grande maioria delas está sendo feita para consumo interno ou fracionada por estado – só o Ibope, no final de semana, registrou pesquisas presidenciais ‘estanques” nos estados de Alagoas, Amapá, Amazonas, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Rio Grande do Norte e do Sul, Roraima, Santa Catarina, Sergipe e Tocantins.

Quem vai defender a honra de Cancellier?

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Passados dez meses desde que o reitor Luiz Carlos Cancellier se atirou para a morte do último andar de um shopping center em Florianópolis, o país inteiro aguarda os esclarecimentos necessários sobre o caso.

Numa reação esperada numa sociedade que preza o respeito pelos direitos humanos e construiu a democracia na mobilização contra a violência policial, em Florianópolis e vários pontos do país os sindicatos de professores e entidades do movimento estudantil têm se mobilizado para pedir o esclarecimento de uma tragédia que provoca indignação em brasileiras e brasileiras.

Os três papéis do presidente da República

Por Antônio Augusto de Queiroz, na revista Teoria e Debate:

O presidente da República, no Brasil, personifica, em sua integralidade, o Poder Executivo e exerce, simultaneamente, três papéis: de líder da Nação; de chefe de Estado e de chefe de governo. Os dois primeiros são mais simbólicos. O verdadeiro estadista é aquele que preenche essas três dimensões do cargo e o faz com o espírito republicano e que, apesar do enorme poder que o cargo lhe confere, não o exerce de forma autocrática ou irresponsável.

O funcionamento aristocrático da Justiça

Por Cesar Locatelli, no site Jornalistas Livres:

"O direito e a administração da justiça tanto são um produto das sociedades
quanto são produtores das sociedades, ou seja,
eles podem ter uma relativa autonomia para aprofundar a democracia
ou para impedir o aprofundamento da democracia.
Os tribunais podem ser parte de uma solução democrática
ou parte de um problema democrático".
Boaventura de Sousa Santos


O Tribunal de Justiça e o Ministério Publico de São Paulo são politizados? São partidarizados? Contribuem ou atrapalham o aprofundamento da democracia? Essas foram as questões que Luciana Zaffalon buscou responder, em sua tese de doutorado de 2017, tendo como objeto de análise o Sistema de Justiça do Estado de São Paulo e os impactos sociais da administração da justiça nos campos da segurança pública e penitenciário.