segunda-feira, 21 de novembro de 2022

Teto de gastos é uma jabuticaba que azedou

Charge: Amarildo/A Gazeta
Por Marcelo Zero, no blog Viomundo:

O modelo de teto de gastos brasileiro é uma jabuticaba azeda.

Jabuticaba porque só tem no Brasil. Azeda porque fracassou totalmente.

E o fracasso reside justamente no fato de que nosso modelo é um ponto fora da curva na experiência internacional de tetos de gastos e de regras fiscais.

Em primeiro lugar, a experiência brasileira tem um escopo bem mais ambicioso que as das experiências internacionais.

Nos países da União Europeia, por exemplo, o principal objetivo do teto era e é, basicamente, estabilizar o montante de gasto em relação ao PIB e garantir a sustentabilidade da dívida.

No Brasil, o objetivo maior é reduzir a participação do Estado na economia. Sua finalidade é estrangular o crescimento das despesas obrigatórias criadas pela Carta Magna e fulminar o incipiente Estado do Bem Estar que ela gerou. Assim, visa-se conter, sobretudo, o crescimento das despesas sociais.

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domingo, 20 de novembro de 2022

Golpistas da mídia tentam cercar Lula

Charge: Mau
Por Paulo Moreira Leite, no site Brasil-247:


Nem se pode falar em lua de mel. Afinal, o casamento - que seria a posse no Planalto - ainda não se realizou.

Mesmo assim, os mesmos jornais que se dedicaram a sabotar o governo Lula desde o primeiro mandato, no escândalo forjado do mensalão, no já distante 5 de junho de 2005 - 17 anos atrás! - já voltaram a carga.

A pressão covarde sobre Guido Mantega o levou a deixar o grupo de transição numa batalha que já se mostra dura e tensa pelo controle da equipe econômica de um país que já teve nos anos Lula-Dilma foi o sexto PIB do planeta.

Mais uma vez, debate-se os rumos de nossa riqueza, a quem ela deve beneficiar, quem será prejudicado - e quem vai dirigir o processo.

Esclarecendo um ponto.

Lula, a fome e o mercado

Charge: Bruno Struzani
Por Cristina Serra, em seu blog:


O mercado toma café, almoça e janta, mas ficou todo arrepiado e histérico quando Lula repetiu o que vem falando há décadas: que o combate à fome é sua prioridade. E que é preciso discutir, sim, o que é gasto, o que é investimento, regra de ouro e outros parâmetros que acabam deixando pouco espaço para incluir o pobre no orçamento público.

Lula tem legitimidade para pautar esse debate. Não é um doidivanas. Tem histórico de responsabilidade fiscal em seus dois mandatos anteriores. A equipe de transição (com Alckmin no comando e a presença de Pérsio Arida e Lara Resende entre seus economistas) também aponta para o equilíbrio entre o controle das contas e as urgências sociais neste terceiro mandato, como os 33 milhões de brasileiros de barriga vazia.

O ódio do mercado à democracia e ao povo

Charge: Vaccari
Por Jeferson Miola, em seu blog:

“O mercado é só uma máquina que aloca recursos”  Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central do Brasil, 18/11.

“Os mercados votam todos os dias. Os mercados que têm o verdadeiro sentido do Estado” 
 George Soros, especulador internacional, em 1996.

A declaração do Lula [17/11] de priorizar o enfrentamento das graves urgências sociais provocou a histeria coletiva da ortodoxia econômica, da mídia, de banqueiros, de financistas, especuladores e, claro, do deus-mercado.

Toda essa gritaria não é em vão, tem lá sua razão de ser. E como tem!

Acontece que a canalização de maior volume de recursos do orçamento para combater a fome e a miséria diminui a disponibilidade orçamentária para o pagamento de juros da dívida pública. E isso, como se sabe, tende a aumentar a fome voraz do mercado.

O pagamento de juros da dívida, que em 2023 deverá ultrapassar 700 bilhões de reais – algo como 132 bilhões de dólares –, é a segunda maior despesa do orçamento nacional, ficando atrás somente dos gastos previdenciários.

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