sexta-feira, 24 de junho de 2016

Bradesco, Safra e Gerdau sumiram da mídia

Por Altamiro Borges

É impressionante como a mídia privada - nos dois sentidos da palavra - protege os seus bilionários anunciantes privados. As corporações empresariais podem cometer os maiores crimes - sonegação fiscal, evasão de divisas ou desvio de recursos públicos -, mas logo são absolvidas pela imprensa venal. No final de maio, a Polícia Federal indiciou o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, suspeito por fraudes na Receita. Meses antes, dirigentes do banco Safra e da Gerdau também foram denunciados por crimes fiscais. Nos primeiros dias, os escândalos corporativos não tiveram como ser acobertados. Na sequência, porém, eles simplesmente sumiram do noticiário dos jornalões, revistonas e emissoras de rádio e televisão. A cumplicidade explícita lembra o pacto dos mafiosos!

Carta aberta a Sérgio Moro

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Caro Moro:

Me desculpe a franqueza, mas o senhor é uma desgraça nacional. Simboliza a justiça partidária que tanto mal faz ao país.

O senhor é um antiexemplo. No futuro, quando formos uma sociedade mais avançada, ficará a pergunta: como pudemos tolerar um juiz tão parcial?

Sequer as aparências o senhor respeitou. São abjetas as imagens em que o senhor aparece ao lado de barões da mídia como João Roberto Marinho e de políticos da direita como João Dória.

Golpe no Paraguai: 4 anos de devastação

Por Mariana Serafini, no site Vermelho:

Há exatos quatro anos o presidente eleito do Paraguai, Fernando Lugo, assistia ao golpe de Estado contra si mesmo por uma televisão em seu gabinete no palácio de governo. Do lado de fora, atiradores de elite apontavam armas de fogo contra os manifestantes que lutavam pela democracia. A primeira ação dos golpistas foi atacar os movimentos sociais. Estava anunciado o tom do próximo governo.

O presidente Horacio Cartes foi eleito pouco mais de um ano depois do golpe. Com margem estreita frente aos golpistas do Partido Liberal Radical Autêntico, o Partido Colorado voltou ao poder, depois dos quatro anos de Lugo. Era o fim do curto ciclo progressista e uma volta triunfal do neoliberalismo, com toda a legitimidade que um Estado democrático garante.

Temer: tirar dos pobres para salvar os ricos

Do site da UJS:

Se as intenções dos golpistas ainda não eram claras para toda a população na data do golpe, agora começa a ficar evidente para os trabalhadores e trabalhadoras que, certamente, de seu lado não está o governo ilegítimo.

Em entrevista concedida essa semana ao canal Globo News, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, o economista parte para cima dos direitos dos trabalhadores “Ou alteramos a Constituição, como está sendo proposto, ou os gastos públicos no Brasil vão continuar a aumentar”.

A marcha do retrocesso neoliberal

Por Tatiana Carlotti, no site Carta Maior:

Entre os dias 15 e 16 de junho, a Fundação Perseu Abramo (FPA) promoveu o seminário “O Brasil do Golpe: o Plano Temer sob análise”. Na pauta, o desmonte das políticas sociais, culturais e emancipatórias (leia mais aqui) e, evidentemente, o retrocesso neoliberal na economia.

A subordinação externa do país e a política econômica, imposta pelo governo golpista, foram debatidas por Arno Augustin (economista e ex-secretário do Tesouro Nacional), Gilmar Mauro (dirigente nacional do MST) e Giorgio Romano (Universidade Federal do ABC - UFABC).

A classe média quer chutar a escada

Por Camila Tribess, no site Brasil Debate:

O que reunia todas essas diferenças, para além da defesa da lei, da ordem e dos bons costumes? Tinham todos uma profunda aversão ao protagonismo crescente das classes trabalhadoras na história republicana brasileira depois de 1945. Não se tratava, muitas vezes, de algo racional. No mais das vezes, era uma reação instintiva, uma coisa epidérmica, uma náusea, um desgosto ver aquelas gentes simplórias, subalternas, ascender a posições de influência e mando. Vindas não se sabia de onde, como que emergindo dos bueiros, estavam agora nos palácios, nas solenidades. Pessoas bregas, cafonas, não se vestiam direito, nem sabiam falar, como poderiam ser autorizadas a fazer política e a frequentar os palácios? Era urgente fazê-las voltar ao lugar de onde nunca deveriam ter saído: o andar de baixo.

(Daniel Aragão Reis – O colapso do populismo: acerca de uma herança maldita. 2001)


Plano Temer destruirá a educação e a saúde

Por Vagner Freitas, no site da CUT:

Com o imponente nome de "Novo Regime Fiscal", o governo interino apresentou mais uma série de propostas que atacam, mais uma vez, os direitos da classe trabalhadora e de toda a sociedade.

O tal regime fiscal é, na verdade, um teto de gastos que vai reduzir drasticamente os investimentos em políticas públicas de Saúde e Educação fundamentais para a grande maioria dos brasileiros.

O interino Temer quer mudar as regras do jogo pelos próximos 20 anos. Se a proposta for aprovada, o crescimento dos gastos públicos terá como teto a variação do índice de inflação oficial, o IPCA-IBGE, até 2037.

Unidade da esquerda para derrotar o golpe

Por Adalberto Monteiro, no site da Fundação Maurício Grabois:

O objetivo prioritário do governo interino é condenar a presidenta Dilma Rousseff no julgamento do Senado Federal, e, assim, governar até 2018. É uma obviedade: os golpistas estão focados em consumar o golpe. E a resistência democrática e a esquerda, que é seu núcleo propulsor, evidentemente, se batem, para derrotar o golpe, mas, nesta hora crucial, marcam passo, uma vez que estão divididos quanto ao melhor caminho.

Embora avariado pela queda de três ministros alvejados pela Lava Jato, e impactado pela desgraça que traga Eduardo Cunha, seu irmão siamês, Michel Temer, usa e abusa do trono presidencial usurpado, para obter os 2/3 de votos necessários no Senado para se livrar da terrível dualidade de um só país e dois palácios; um presidente e uma presidenta a um só tempo. Ele, ilegítimo, ela detentora de um mandato sufragado por mais de 54 milhões de votos.

Lava-Jato e o xadrez do golpe aperfeiçoado

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Em uma das colunas passadas, descrevi a chamada subversão das palavras e dos conceitos. É quando o clima persecutório se infiltra por todos os poros do universo da informação, adultera fatos, conceitos e princípios e bate no coração do Judiciário. E aí se tem a subversão final, do magistrado que primeiro define o alvo para só depois ir atrás da justificativa.

Peça 1 – o novo normal entre os juízes de 1a instância
Em novembro do ano passado, o jovem juiz Paulo Bueno de Azevedo, da 6a Vara Criminal Federal de São Paulo, afirmava ser partidário da discrição. A 6a Vara abrigou as operações Satiagraha e Castelo de Areia.

Mudança de foco da Lava-Jato favorece Temer

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

A Operação Lava Jato, que vinha mantendo seu foco no envolvimento de políticos do PMDB com o esquema de corrupção na Petrobrás, e causou a queda de três ministros de Temer, voltou a mirar o PT nesta quinta-feira, dois dias depois da visita do ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, ao comando da Operação em Curitiba.

A coincidência está sendo registrada por petistas e por movimentos sociais que também foram alvo da Operação Custo Brasil de hoje, que prendeu o ex-ministro Paulo Bernardo e o secretário municipal de Gestão de São Paulo, Valter Correia, invadiu a sede do PT em Brasília e São Paulo e fez busca e apreensão na casa do ex-ministro Carlos Gabas. O MST também foi alvo da operação em Goiás. A mudança de foco, do PMDB para o PT, favorece o governo na fase final do impeachment da presidente Dilma Rousseff.

quinta-feira, 23 de junho de 2016

Temer nomeia “jovem” que agrediu mulheres

Por Altamiro Borges

Tão paparicado pela mídia golpista, o “ministério de notáveis” de Michel Temer é um espanto. Só reúne trastes. É um verdadeiro soco na cara até dos “midiotas” que saíram às ruas para exigir o “Fora Dilma”. Em pouco mais de um mês do governo interino, três ministros já foram defecados após denúncias de corrupção. Outros 12 têm seus nomes citados em vários processos judiciais – quatro deles na midiática Operação Lava-Jato. E quando o time já parecia da pior escória, o Judas ainda nomeia para um cargo no Ministério dos Esportes o dono do “helicoca” – o helicóptero apreendido com quase meia tonelada de pasta de cocaína – e um “jovem” agressor de mulheres para a Secretaria Nacional de Juventude.

A Fiesp e a política externa de Serra

Por Tatiana Berringer, na revista CartaCapital:

A política externa foi um instrumento importante dos programas de governo do PSDB e do PT. Em conjunto com as demais políticas (econômica e social) a atuação internacional do Estado brasileiro foi determinada pelos interesses das frações de classe hegemônicas no bloco no poder que dirigiram duas frentes políticas distintas: a neoliberal e a neodesenvolvimentista.

A primeira é dirigida pela burguesia compradora, fração de classe subordinada ao capital externo, que reproduz de maneira passiva os interesses imperialistas no interior da formação social brasileira.

A segunda frente é dirigida pela grande burguesia interna brasileira, fração dependente do capital externo, mas que, ao mesmo tempo, concorre com ele e, por isso, necessita da intervenção estatal para garantir a sua sobrevivência.

Paulo Bernardo e a prisão-espetáculo

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Se o senhor Paulo Bernardo praticou, de fato, as falcatruas de que o acusam, pague por elas.

No mundo civilizado é – ou deveria ser – assim: acusação, defesa, julgamento e pena (ou absolvição).

Prisão se justifica quando há algum elemento de surpresa na ação, que permite coleta de provas que, de outro modo, seriam destruídas.

Como, por exemplo, aconteceu em Pernambuco, onde o “bote” sobre vários empresários – alguns laranja – era necessário à apreensão de documentos. Ainda assim, com erro de planejamento, porque acabou permitindo que um deles, não localizado, tenha aparecido morto em circunstâncias ainda não esclarecidas.

A audiência e a relevância da TV Brasil

Por Elizângela Araújo, no site do FNDC:

Ao participar da audiência pública em defesa da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) na Câmara dos Deputados, nesta terça (21/6), o presidente da empresa, Ricardo Melo, rebateu o argumento de que a TV Brasil teria uma audiência inexpressiva e custaria caro para o Estado. Para o jornalista, o debate sobre a EBC a partir da medição da audiência por critérios estritamente comerciais é "o mais rasteiro possível". O jornalista também atacou a ausência de discussão sobre o bloqueio judicial dos recursos gerados pela Contribuição para o Fomento da Radiodifusão Pública, que segundo ele já somam quase dois bilhões de reais; e sobre os contingenciamentos por parte do governo.

As máscaras dos golpistas caíram

Por Antônio Escosteguy Castro, no site Sul-21:

Recentemente de passagem por Porto Alegre, quando veio para a abertura de um congresso de advogados trabalhistas, o ex-presidente da OAB Nacional, Cesar Brito, em entrevista ao Sul21 caracterizou estes tempos que vivemos como o tempo das “máscaras caídas”. “As pessoas têm se revelado exatamente como elas são, sem retoques. Você externa o que pensa, quem é homofóbico externa sua face homofóbica, quem tem seu ódio racial, externa seu ódio racial, e quem tem a coragem de resistir também externa sua forma de resistir”, disse ele. É uma imagem precisa dos tempos atuais. As pessoas, na profunda luta política e ideológica que se seguiu à reeleição de Dilma, desnudaram-se completamente. Agora sabemos quem é quem.

Bolsonaro e o pânico nas redes sociais

Por Leonardo Sakamoto, em seu blog:

Muita gente não se deu conta do impacto da decisão do Supremo Tribunal Federal que aceitou, nesta terça (21), denúncia de incitação ao crime de estupro e transformou o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) em réu em uma ação penal. Bolsonaro havia declarado, no Congresso Nacional, que não estupraria a deputada Maria do Rosário porque ela “não merece'', repetindo o conteúdo em uma entrevista.

Segundo os ministros que avaliaram a denúncia, apresentada pela Procuradoria Geral da República, Bolsonaro não estava respaldado por imunidade parlamentar porque o ocorrido não teve relação com o exercício de seu mandato. Segundo o relator Luiz Fux, a mensagem que ele proferiu significa que há mulheres em posição de merecimento de estupro. “A violência sexual é um processo consciente de intimidação pelo qual as mulheres são mantidas em estado de medo.''

Cunha vira réu por contas secretas na Suíça

Da Rede Brasil Atual:

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quarta-feira (22), por unanimidade, com os votos dos 11 ministros da Corte, abrir ação penal contra o contra o presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), desta vez pelo recebimento de R$ 5 milhões de propina em contas não declaradas na Suíça.

Cunha vai responder por crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas e passará à condição de réu pela segunda vez no STF. Os ministros acompanharam voto do relator, Teori Zavascki. Segundo o ministro, Cunha é beneficiário e o verdadeiro controlador das contas na Suíça, de acordo com as provas apresentadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR). O presidente afastado da Câmara, responsável pela abertura do processo de impeachment de Dilma Roussef no Congresso, recebeu R$ 5 milhões de propina nas contas de seu truste, com o objetivo de ocultar a origem dos valores.

O pacote real de maldades de Temer

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Se tivesse que escolher um único adjetivo para o comportamento que o presidente de facto, Michel Temer, adotou em recente entrevista ao jornalista Roberto D’Ávila em uma tevê a cabo (Globo News) – revelando, assim, desinteresse pela opinião pública, já que ele não pode ter medo de panelaço pois os paneleiros são seus comparsas –, esse adjetivo seria “dissimulado”.

Temer revelou a característica de todos os políticos malandros que todos sabem que são ladrões, mas que não se indignam com acusações e críticas pesadas de entrevistadores porque sabem que são todas verdadeiras.

O que vai acontecer na eleição de 2016?

Por Renato Rovai, em seu blog:

Uma regra que costuma ser tratada como praticamente absoluta por políticos e analistas da área é a de que nas eleições municipais o cenário nacional conta pouco.

Faz algum sentido, mas nem tanto.

Seria mais razoável dizer que quando a situação econômica nacional é confortável, todos ganham. E quando é ruim, quase todos perdem.

Isso acontece porque eleitores costumam avaliar governos de maneira generalizada.

Briga de aeroporto e a temperatura política

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

O conflito entre o senador José Aníbal (PSDB-SP) e o advogado Bruno Rodrigues de Lima, que o chamou de "golpista" e "traidor do Brasil" na manhã de ontem, na área próxima do desembarque de passageiros do Aeroporto JK, em Brasília, é um retrato atualizado do momento político brasileiro.

Para quem se habituou, desde o julgamento da AP 470, também conhecida como Mensalão, a assistir ao linchamento moral de personalidades ligadas ao governo Lula e ao Partido dos Trabalhadores, a cena mostra uma situação oposta. José Aníbal foi o quarto caso de político ligado ao presidente interino Michel Temer que foi hostilizado publicamente.

Como Temer traiu a si próprio

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Comparei outro dia Michel Temer ao Rubião de Machado - o legítimo, o de Quincas Borba, não o delator. Rubião via as pessoas na rua e, na sua sandice delirante, imaginava que fossem populares saudando-o. Achava que era Napoleão III.

Na entrevista que deu a Roberto Dávila na GloboNews, Temer reafirmou seu caráter de Rubião. Conseguiu dizer, por exemplo, que carregou muitos votos para Dilma nas eleições presidenciais.

Ora, ora, ora.

De valentão a réu por apologia ao estupro

Do site Vermelho:

O deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) acreditava que suas agressões ficariam impunes por conta da imunidade parlamentar. Agora, depois que o Supremo Tribunal Federal decidiu que ele será réu em ação por apologia ao estupro, o valentão se faz de vítima para as câmeras de TV. Mas em conversa com um jornalista que imaginava ser um advogado ele revelou que sentiu o baque.

"Me fodi. Tomei de quatro a um [quatro ministros votaram contra ele e um a favor]. Estão querendo me tornar inelegível para as próximas eleições. Vou pagar pelo estupro coletivo daquela menina no Rio", disse Bolsonaro, segundo a coluna de Ricardo Noblat.

Como os fascistas armaram o ataque na UnB

Do site do Mídia Ninja:



Se pairavam dúvidas sobre o fascismo existente no atentando da última sexta-feira (17) na Universidade de Brasília (UnB), elas acabam de ser elucidadas: nossa reportagem teve acesso aos diálogos do grupo criado no WhatsApp intitulado inicialmente como “Invasão CA Sociologia” para articular a dissimulada “manifestação”. As conversas explicitam as táticas e meios  - como bombas, taser, spray de pimenta e canos de PVC “disfarçados” de bandeira  -  a serem utilizados para espalhar o terror e a violência. O objetivo do grupo é desmascarado nos diálogos em que revelam disputas políticas, violência física, chacina e intimidação dos estudantes e professores da universidade, além de preconceitos como homofobia, machismo, racismo e discursos de ódio contra a esquerda. Há ainda ameaças criminosas de espancamento a alvos específicos.

quarta-feira, 22 de junho de 2016

O “fascismo light” de Jair Bolsonaro

Por Altamiro Borges

Nesta terça-feira (21), o Supremo Tribunal Federal (STF) finalmente decidiu abrir duas ações penais contra o fascista Jair Bolsonaro (PSC-RJ), que agora se torna réu pelos crimes de apologia ao estupro e de injúria. Caso seja condenado, o herói da direita nativa ficará inelegível pelos próximos oito anos, o que inviabiliza a sua ambição presidencial para 2018. Logo após a decisão, o valentão se acovardou novamente, pedindo desculpas com "humildade". Mas em uma conversa informal com um jornalista, que ele imaginou ser advogado, ele admitiu: "Me fodi. Tomei de quatro a um [no STF]". Nem mesmo o afago dos mercenários do Movimento Brasil Livre (MBL) serviu de consolo ao deputado fascista.

Crise da 'Oi' e a falácia da privatização

Por Paulo Kliass, no site Carta Maior:

A turma que tomou de assalto o Estado brasileiro a partir do golpeachment em curso tem muita pressa. Tendo em vista as dificuldades políticas crescentes enfrentadas pelo presidente interino na condução de sua equipe cambaleante, aumenta a cada dia que passa a possibilidade de que a decisão definitiva do Senado Federal não corrobore a tese putschista.

Apesar de toda a blindagem proporcionada pelos principais órgãos de comunicação ao núcleo econômico de Temer, a realidade é que seu governo não consegue decolar de fato. A melhoria das chamadas “expectativas” do grande capital e do mundo empresarial privado é aspecto essencial para que haja uma reversão do quadro recessivo. Para tanto, contam bastante as impressões forjadas e divulgadas de forma ampla pela grande imprensa de que a equipe é competente, formada por profissionais de elevada capacitação e que não se deixariam influenciar pelo populismo do universo da política.

"Escola sem partido": O golpe da direita

Por Beatriz Cerqueira, no jornal Brasil de Fato:

Durante os debates do Fórum Estadual de Educação, realizado recentemente em Minas Gerais, tive a oportunidade de ler e escutar os argumentos daqueles que defendem o “Escola Sem Partido”. Acompanhando as lutas em vários estados, já sabia que esse é um projeto articulado, nacionalmente, não ideias de um grupo de pais desarticulados que "só" querem participar da escola e estão preocupados com a educação dos filhos.

Dono da Folha toma surra em Londres!

Por Miguel do Rosário, no blog O Cafezinho:

Reproduzo abaixo um trecho de um debate realizado há alguns dias, em Londres, durante o qual o proprietário da Folha de São Paulo, Otavio Frias Filho, tomou uma surra histórica, em pergunta feita pela britânica Sue Brandford, correspondente internacional do Latin America Bureau, organizadora do evento.

Otavio Frias, furioso, reagiu chamando a austera Brandford de "militante do PT".

Tem sido cômica e previsível a reação dos barões da mídia às críticas, hoje mundiais, à sua postura golpista. Todo mundo, para eles, é "petista", "pago pelo PT", "simpatizante do PT".

O golpe e o golpe da “corrupção”

Por Osvaldo Bertolino, em seu blog:

Em um país no qual a democracia e a liberdade de expressão são respeitadas, faz parte das regras do jogo acreditar no que a mídia diz. Não no Brasil, e menos ainda no Brasil de hoje. Antes de prosseguir, é preciso definir o conceito de mídia. Resumidamente, ela é o espectro de informações que circulam nos veículos de comunicação majoritários de um país e a sua reprodução como senso comum. Analisar a postura da mídia brasileira tendo como pano de fundo esta definição é ter a certeza de que algo muito grave está ocorrendo. Não é de hoje - vem desde a farsa do “mensalão” - que a denunciamania do conluio da mídia com aparatos do Estado, como pedaços do Judiciário e da Polícia Federal, tem produzido calamidades em série.

Bolsonaro mais que merece

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Nenhuma mulher merece a hediondice do estupro mas Bolsonaro merece a decisão do STF, que o tornou reto nas ações movidas pela Procuradoria Geral da República e pela própria deputada Maria do Rosário (PT-RS), a quem ele disse que não a estuprava porque ela “não merece”. Agora as feministas já se mobilizam para que o STF, além de torná-lo réu, julgue com celeridade as duas ações e condene Bolsonaro. Deputado condenado criminalmente, com trânsito em julgado, perde automaticamente o mandato.

Agenda conservadora, golpe e religião

Por Adriana Dias, na revista Fórum:

Uma das questões mais complicadas no conjunto de temas que envolvem o golpe brasileiro é a questão religiosa. O golpe tem evidentemente uma agenda conservadora, pautada por uma bancada, dita da Bíblia, que exige cargos tidos como essencialmente ligados a questões fundamentais ao tema de Direitos Humanos e, inclusive, a Tratados Internacionais. Na verdade, a incapacidade dos governos de esquerda de negociar com a bancada dita evangélica, ao longo do tempo, por uma série de motivos, culminou numa estratégia que levou esses parlamentares e sua pauta ao protagonismo no golpe. O conservadorismo do atual Congresso Nacional, tão falado e tão pouco entendido em suas raízes, tem um núcleo expressamente pentecostal e neopentecostal, e falta a muitos analistas uma caracterização desses grupos com mais precisão.

Bolsonaro e a violência contra a mulher

Por Luciana de Oliveira Ramos, na revista CartaCapital:

Não é a primeira vez que situações trágicas são estopim para avanços na sociedade. O estupro em massa da jovem do Rio de Janeiro, ocorrido no dia 20 de maio de 2016, ganhou enorme repercussão não apenas pela atrocidade do crime, mas especialmente depois de a sessão de violência ser gravada e divulgada nas redes sociais.

A brutalidade do episódio foi tão chocante que gerou reações dentro e fora do País. Manifestações que demonstravam a existência de uma cultura do estupro ocuparam as ruas e foram objeto de intensas discussões nos meios de comunicação e nas redes sociais.

Então, Marina, é assim a "nova política"?

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Marina Silva foi soterrada pela hipocrisia.

Com dois anos de atraso, a tragédia do jatinho caído em Santos comprovou, agora para o grande público, que a história da “nova política” que serviu de mote para a aliança oportunista que ela formou com Eduardo Campos.

O infeliz desastre – no qual sempre se tem de lamentar a morte brutal de pessoas – acabou por deixar em escombros a fantasia que construíam de que a ação de ambos era sempre pura, angelical, diferente da de todos os outros.

Temer e o manual do perfeito midiota

Por Luciano Martins Costa, na Revista Brasileiros:

Você parece confuso: lutou tanto para que os corruptos fossem punidos, brigou com amigos, com familiares, até com aquela sobrinha que estuda na PUC você andou se desentendendo.

Pois toda aquela agitação deu nisso: respaldados pela massa e apoiados pela mídia, aqueles paladinos da honradez assumiram o governo federal.

E agora não passa um dia sem uma denúncia contra seus heróis, num lamaçal tão profundo que já se ouve, aqui e ali, a constatação de que o próprio presidente interino ficou sem condições de governar.

Muitos já pedem sua renúncia.

Tempos difíceis para os trabalhadores

Por Nivaldo Santana, no blog de Renato Rabelo:

A partir de 2015 o mercado de trabalho no Brasil sofre uma reviravolta. O Ministério do Trabalho aponta que houve um saldo negativo de 1,5 milhão entre as admissões e desligamentos no mercado formal de trabalho. No primeiro trimestre deste ano, o total de desempregados já superava 11,1 milhões de trabalhadores.

Como desgraça pouca é bobagem, mesmo os trabalhadores que se mantém na ativa enfrentam uma queda real em sua renda. As campanhas salariais deste ano, ao contrário dos últimos dez anos, começam a refluir. Parcelamento de reajustes e pouco ou nenhum aumento real, diminuição de benefícios, etc.

A perseguição da mídia comercial à EBC

Do site do FNDC:

O monopólio da radiodifusão comercial é um dos principais responsáveis pelas dificuldades enfrentadas pela comunicação pública no país. A afirmação foi feita pela coordenadora geral do FNDC, Renata Mielli, durante audiência pública em defesa da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), nesta terça (21/6), na Câmara dos Deputados. Ela lembrou que a EBC é resultado da luta histórica pela democratização da comunicação no país, mas que tem sofrido perseguição e pressão por parte da radiodifusão comercial desde o início. 

Jornalistas contra o assédio

No golpe dentro do golpe, os bancos mandam

Por Helena Sthephanowitz, na Rede Brasil Atual:

Em 1964, boa parte de quem ajudou, direta ou indiretamente, a derrubar o então presidente João Goulart acabou cassado pela ditadura e morrendo no ostracismo. Eleições diretas pelo voto popular foram suprimidas, primeiro para presidente e depois até para governador e prefeito das capitais. Foi o golpe dentro do golpe, expurgando todos aqueles líderes relevantes que em algum momento disseram "amém" ao projeto ditatorial que durou duas décadas. Até golpistas fundamentais e de primeira hora como Carlos Lacerda foram expurgados.

terça-feira, 21 de junho de 2016

Cadê a valentia da OAB golpista?

Por Altamiro Borges

Na véspera da sessão de horrores da Câmara Federal que deu a largada ao processo de impeachment de Dilma, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cláudio Lamachia, aproveitou os holofotes da mídia para apoiar o "golpe dos corruptos". Numa cena abjeta, que entrará para a história dos traidores da democracia, ele protocolou um "parecer" favorável ao afastamento da governante eleita pela maioria dos brasileiros. Houve até confronto nos corredores do Congresso Nacional e a lambança gerou protestos de inúmeros advogados e juristas. Agora, porém, a "valente" OAB está em silêncio diante das denúncias de corrupção contra o "ministério de notáveis" do Judas Michel Temer.

Aécio visitará Nárcio, o amigo internado?

Por Altamiro Borges

Preso no final de maio por assaltar os cofres públicos, Nárcio Rodrigues, ex-presidente do PSDB de Minas Gerais e compadre do cambaleante Aécio Aécio, andava meio sumido da mídia tucana. Ele só voltou a frequentar o noticiário na semana passada, quando foi internado no hospital particular "Life Center", em um bairro nobre de Belo Horizonte. Os motivos da saída do Complexo Penitenciário de Contagem não foram esclarecidos, mas ele segue sob escolta policial. O seu filho, o deputado federal Caio Nárcio - que ao aprovar o impeachment de Dilma dedicou seu voto à "decência e honestidade" da sua família - também não se pronunciou sobre o estado de saúde do pai. Já Aécio Neves, o ingrato, até agora não deu as caras no hospital.  

O golpe de 2016 à luz da história

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Professor de História da Universidade de Harvard, a mais prestigiada instituição de ensino do planeta, nos próximos dias o brasileiro Sidney Chalhoub estará no centro dos debates acadêmicos internacionais sobre o impeachment contra Dilma Rousseff.

Naquele mesmo encontro de Nova York ao qual Fernando Henrique Cardoso desistiu de comparecer pelo receio de ser hostilizado em função de sua postura favorável ao golpe parlamentar de abril-maio, o Conselho Executivo do XXXIV Congresso da Associação de Estudos Latino Americanos (LASA), decidiu formar uma comissão de cinco acadêmicos, de cinco países diferentes, que deverá produzir um relatório para responder a uma questão específica: "determinar se as acusações contra a Presidenta Dilma Rousseff estão de acordo com os parâmetros constitucionais estabelecidos para processos de impeachment, se elas têm credibilidade e se o parlamento brasileiro segue as regras processuais devidas."

Mídia impressa segue em sua derrocada

Por José Eduardo Mendonça, no blog Diário do Centro do Mundo:

Dois estudos importantes sobre a indústria da mídia foram divulgados em meados de maio. Um deles se concentra nos Estados Unidos e outro tem visão mais global, mas ambos mostram basicamente o mesmo quadro: a mídia impressa e outros veículos tradicionais de notícias seguem encolhendo, enquanto aumenta o domínio do Facebook e outras plataformas digitais.

Os relatórios são do Pew Research Center e do Instituto Reuters de Estudos de Jornalismo. No caso do trabalho da Reuters, mais de metade dos pesquisados (50 mil pessoas em 26 países) dizem encontrar suas notícias via mídia social toda semana e cerca de 12 por cento afirmaram que ela é a principal fonte, com o Facebook de longe na liderança.

Bolsonaro vira réu por apologia ao estupro

Do site Vermelho:

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta terça-feira (21) tornar o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) réu em duas ações por ter afirmado, na Câmara e em entrevista a jornal, que a deputada Maria do Rosário (PT-RS) não merecia ser estuprada.

A queixa foi apresentada pela deputada Maria do Rosário à Procuradoria Geral da República. Em dezembro, a vice-procuradora-geral, Ela Wiecko, apresentou a denúncia.

Brasil: Duas Constituições?

Por Aldo Arantes

Vivemos uma grave crise política desencadeada pela oposição golpista, a mídia e os grandes grupos econômicos. A corrupção, nas hostes governistas, surge como um verdadeiro vulcão, com novas revelações.

A constatação é que a realidade trata de mostrar que os sinais da política brasileira estão trocados. Os tidos como combatentes da corrupção são corruptos. Eles tentam rasgar a Constituição para impor um governo ilegítimo.

PSDB golpista já controla o governo Temer?

Por Juarez Guimarães, no site Carta Maior:

No dia 13 de junho, a festa da posse de Ilan Goldfajn, novo presidente do Banco Central, reuniu Armínio Fraga, Gustavo Franco, Pérsio Arida, Pedro Malan. Mais do que a direção do BC, a nata do rentismo brasileiro estava ali comemorando a volta do controle do governo pelos golpistas. Cinco anos atrás, em agosto de 2011, eles podiam ser vistos em um seminário, realizado no Instituto Fernando Henrique Cardoso, coordenado por Bacha, elaborando o programa neoliberal radical que está agora sendo colocado em prática.

Blogueiros comentam a crise política

O "jatinho-fantasma" de Campos e Marina

Por Altamiro Borges

O sinistro caso do "jatinho-fantasma", que serviu à campanha presidencial de Eduardo Campos (PSB) e Marina Silva em 2014, finalmente poderá ser desvendado. Nesta terça-feira (21), a chamada "Operação Turbulência", que mobiliza mais de 200 agentes da Polícia Federal e reúne 60 mandados de busca e apreensão da Justiça, apresentou indícios de que os donos da aeronave pertencem a uma organização criminosa e têm relação com os casos de corrupção da Petrobras apurados pela midiática Lava-Jato.  

Aécio Neves e os negócios entre amigos

Do blog Viomundo:

Aécio Neves, através da Epamig, contratou seu aliado político, o deputado estadual Zezé Perrella, para produzir sementes. Sem licitação.

Epamig é a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais.

O então governador de Minas Gerais não poderia tê-lo feito, dentre outros motivos porque a Limeira Agropecuária e Participações Ltda. não é uma empresa sem fins lucrativos.

O jornalismo está vivo e brilha

Por Elaine Tavares, no blog Palavras insurgentes:

Antes de qualquer coisa vamos estabelecer um consenso sobre os conceitos. O que é a mídia comercial e o que são as mídias comunitárias, populares e os ativistas digitais. Bom, a mídia comercial reúne os grandes meios de comunicação, empresas privadas que usam o espaço público – com as TVs e Rádios – e empresas privadas que atuam no espaço privado: os jornalões dos grandes centros e os jornais médios e pequenos dos municípios menores.

Haitianos respondem a Luciano Huck



Da revista Fórum:

Um grupo de haitianos que mora em Curitiba publicou nesta segunda-feira (20) um vídeo na internet em protesto contra a exploração da imagem de pobreza do Haiti. A iniciativa surgiu depois de uma reportagem veiculada na TV Globo no intervalo do jogo que o país disputava com a seleção brasileira de futebol, no dia 8 de junho. As imagens mostradas seriam apenas do bairro Cite Soleil, na capital Port-au-Prince, conhecido pela miséria e a violência.

Os heróis com pés de barro do MBL

Por Henrique Beirangê, na revista CartaCapital:

Um dos protagonistas das manifestações pró-impeachment, o Movimento Brasil Livre ganhou fama e, soube-se recentemente, dinheiro. Em uma mobilização formada em sua maioria por cidadãos brancos e acima dos 50 anos, os integrantes do MBL tornaram-se símbolos de uma nova geração “apartidária, ética e politizada”. O viés antiesquerdistaantipetista tornou os jovens ainda mais simpáticos à direita ansiosa em retomar o poder no Brasil.