terça-feira, 28 de junho de 2016

Denúncia perde força e Dilma reúne aliados

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

A conclusão da perícia do Senado, de que a presidente suspensa Dilma Rousseff não foi responsável pelas pedaladas fiscais, explicita a natureza golpista do impeachment e enfraquece muito a denúncia de crime de responsabilidade, avaliam o PT e a defesa de Dilma. Restará a acusação de que três decretos violaram a meta fiscal, o que não se sustenta, pois a meta foi reajustada no final de 2015, diz o deputado petista Paulo Pimenta. Com este ganho para a defesa técnica, Dilma tentará, em reunião amanhã, aparar diferenças com a Executiva do PT sobre a proposta de um compromisso público dela com a realização de um plebiscito sobre nova eleição, tão logo seja absolvida e reconduzida ao cargo. A reunião com os movimentos sociais ocorrerá depois do acerto com o partido.

Um debate sobre o neoliberalismo e o FMI

Por Luiz Gonzaga Belluzzo e Gabriel Galípolo, na revista CartaCapital:

No último dia 10 fomos informados por um amigo que um economista chamado Márcio Garcia dedicou todo seu espaço na coluna do Valor para comentar o nosso artigo “Foi o patrão quem falou”, zeloso da condição que nos arvorou em formadores de opinião.

Não vamos levar a sério a sugestão de que distorcemos as palavras do FMI para que soassem como críticas ao neoliberalismo. O título do estudo do FMI é Neoliberalism: Oversold? O próprio Valor já havia publicado matéria em 30 de maio com o título: “Desigualdade leva o FMI a rever agenda neoliberal”.

Cunha e Temer no Jaburu, o amor é lindo…

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Eduardo Cunha não pode ir à Câmara, ordena o STF, porque pode, por ali, espalhar sua nefanda influência sobre os deputados.

Mas pode, falando em “temerês”, ir à socapa, à sorrelfa, na sede provisória do Governo, no Palácio do Jaburu.

É o que diz o Estadão:

Pelas mãos de Temer, a volta ao passado

Por Por Emir Sader, na Rede Brasil Atual:

Logo da sua pouco eufórica instalação, o governo golpista passou a mostrar ao que veio: desconstrução de tudo o que foi construído desde 2003, tanto do ponto de vista de direitos sociais como de distribuição de renda, de fortalecimento do Estado e do patrimônio das empresas públicas. Ao mesmo tempo que vai revelando os executores dessa agenda.

Além da malta peemedebista, louca para se reapropriar do botim e fazer as nomeações correspondentes nos cargos essenciais, Temer apela para neoliberais de carteirinha e trajetória. Não apenas Meirelles e toda sua equipe, mas tucanos na educação, no Itamaraty, na Petrobras, no BNDES e em outros postos-chave no governo golpista.

Reino (des)Unido e a complexidade do Brexit

Por Thiago Cassis, no site da UJS:

Na última quinta-feira (23) foi realizado no Reino Unido um plebiscito para que os britânicos decidissem entre permanecer (remain) ou deixar (leave) a União Europeia.

O resultado do Brexit (trocadilho em inglês com as palavras british e exit) demonstrou que 51,9% dos eleitores preferem que a ilha não faça mais parte do bloco europeu, enquanto 48,1% prefeririam que o Reino Unido permanecesse na União Europeia. Porém os motivos que levaram os eleitores a decidirem seus votos são diversos, e isso só reforça a complexidade e as “rachaduras” que podem ser notadas na sociedade britânica através dos resultados.

Lindbergh despacha Janaina Paschoal

O Funk e a cultura do preconceito

Por Theo Rodrigues, no blog O Cafezinho:

“Diversão hoje em dia não podemos nem pensar
Pois até lá nos bailes, eles vêm nos humilhar”


“Uma ameaça devastadora”. Com essas palavras o deputado estadual Milton Rangel definiu a cultura do Funk em assustador artigo publicado no jornal O Globo.

Intitulado “Cultura da futilidade” o artigo do líder do DEM na ALERJ argumenta - se é que podemos chamar de argumento – que “seria o cúmulo da vergonha considerar um tipo de música tão vulgar e ridícula como forma de manifestação cultural”.

Perícia do Senado expõe o golpe

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Os brasileiros de boa-fé que só se dispõem a aceitar o impeachment de Dilma Rousseff em caso de ser possível provar cabalmente que ela cometeu um crime de responsabilidade como o que é exigido pela a Constituição e pela chamada “lei do impeachment”, de 1950, para um presidente regularmente eleito perder o mandato, por certo já se deram conta de que a denúncia alegada para tirar a presidente do poder é absolutamente inepta.

Um dos princípios universais do Direito nas sociedades civilizadas requer ao menos três premissas para alguém ser condenado por algum crime, mesmo sendo um crime político:

PF investiga fraudes na Lei Rouanet

Da revista Fórum:

Em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU), a Polícia Federal deflagrou, nesta terça-feira (28), a Operação Boca Livre, que investiga fraudes na Lei Rouanet. A ação cumpre 14 mandados de prisão temporária e 37 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Rio de Janeiro e no Distrito Federal, expedidos pela 3ª Vara Federal Criminal em São Paulo.

Os encontros suspeitos de Temer

Por Jeferson Miola

O presidente usurpador Michel Temer tem a estranha prática de reunir nas noites de sábados e domingos com os personagens mais controvertidos – para não dizer de outra forma – da política nacional.

No 28 de maio de 2016, um sábado, Temer antecipou o regresso a Brasília para se reunir às pressas com o ex-Advogado-Geral da União do FHC e atual presidente do TSE, o tucano Gilmar Mendes.

segunda-feira, 27 de junho de 2016

Globo e Temer querem “privatizar tudo”

Por Altamiro Borges

A bilionária famiglia Marinho, que até hoje não esclareceu as várias denúncias sobre sonegação fiscal e outros crimes praticados pelo Grupo Globo, está excitada com o covil do Judas Michel Temer. Após protagonizar o "golpe dos corruptos", ela agora aposta as fichas em um radical programa de desmonte do Estado e de privatizações imposto pelo governo interino de bandidos. Em editorial publicado neste domingo (26), intitulado "Existência de estatais é causa básica da corrupção", O Globo escancara sua visão privatista e explicita os reais motivos da sua cavalgada golpista pelo impeachment de Dilma.

Os golpes vêm para ficar

Por Flavio Aguiar, de Berlim, no site Carta Maior:

“Perde-se a vida, ganha-se a batalha!” ou “Ganha-se a vida, perde-se a batalha!”. Do Capítulo LV, de “D. Casmurro”, de Machado de Assis.

No referido capítulo do romance de Machado, o protagonista e narrador Bentinho hestia entre os dois finais di soneto que pretende escrever. E que, no final, não o faz. Em suma, o soneto, quando menos, perdeu ambos, a vida e a batalha.

Mutatis mutandis, é uma situação hoje enfrentada pelas esquerdas brasileiras, sobretudo, as extremas. Que não gostam do PT. Que nunca gostaram do PT. Que se desiludiram com o PT. Enfim, tudo.

Pesquisa confirma a alta rejeição de Temer

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Temer é um fenômeno. Essa é a boa notícia para ele. A má é que ele é um fenômeno de impopularidade.

Uma pesquisa Ipsos revelada nesta segunda pelo Estadão mostra que em menos de dois meses a desaprovação de Temer já bate em 70%.

Seria, em qualquer circunstância, um número devastador, dado que começos de governo contam com uma clássica tolerância da sociedade. Mas é ainda mais trágico para Temer quando se considera o maciço apoio que a mídia vem lhe dando. Um editorial do Estadão sobre ele, nesta segunda, leva o seguinte título: “Competência e habilidade”.

EBC e o pensamento único do 'Estadão'

Por Renata Mielli, no site do FNDC:

O jornal O Estado de São Paulo tem uma obsessão contra a democracia. Está no seu DNA. É um veículo de comunicação que historicamente defendeu os interesses da elite econômica e lhe causa profunda repulsa iniciativas, movimentos e posições que buscam ampliar direitos sociais, distribuir renda e aprofundar os instrumentos de participação social em qualquer que seja o espaço político.

Não vejo nenhum problema nisso, a priori. Afinal, defendo a liberdade de expressão. A sociedade brasileira é complexa e convivemos no Brasil com as mais diferentes matizes políticas que se antagonizam historicamente. O problema está no fato de que este amplo arco de posições – a diversidade cultural, social e a pluralidade política e de opiniões sobre os mais diferentes temas que interessam à sociedade brasileira – não estão presentes nos meios de comunicação brasileiros.

Sindicalistas denunciam golpe contra CLT

Dilma: "Eles não me tiraram, não"

Por Andrea Dip, Marina Amaral, Natalia Viana e Vera Durão, na Agência Pública:

Uma van nos conduz do portão ao imponente Palácio da Alvorada, fincado no cerrado de Brasília. Subimos alguns lances de escada, entramos em uma sala de enorme pé-direito, colorida por uma tapeçaria do chileno Kennedy Bahia, ao lado do quadro “Colhendo Café”, de Djanira, sobre a parede de madeira. É ali, no ambiente mais acolhedor da sala, em um sofá branco ladeado de poltronas, que a presidente, afastada do cargo em 12 de maio passado até que o processo de impeachment seja julgado pelo Senado, tem dado entrevistas, a maioria delas para a imprensa internacional. A entrevista para a Agência Pública é a primeira concedida a um grupo de jornalistas mulheres.

Luta pela EBC é tema de debate em SP

Do site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

A luta em defesa da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e da Comunicação Pública será tema de debate no dia 11 de julho, a partir das 19 horas, na sede do Barão de Itararé, em São Paulo (Rua Rego Freitas, 454, conjunto 83 - República). A EBC está sob ataque desde que Michel Temer assumiu a presidência interina. A ingerência começou com a demissão ilegal do diretor-presidente Ricardo Mello e, agora, o próprio caráter público da EBC está em xeque. Confira o time que compõe a mesa de debate:

Descartado, Cunha ameaça seus comparsas

Por Altamiro Borges

A cena de Eduardo Cunha, solitário e cabisbaixo, na mesa de um hotel em Brasília durante entrevista coletiva na semana passada revela o quadro de isolamento do ex-todo-poderoso presidente da Câmara Federal. Na ocasião, ele até tentou esbanjar valentia, garantido que não renunciará ao seu mandato e nem participará da "delação premiada" da Lava-Jato. Mas seus comparsas no "golpe dos corruptos", que deflagrou o impeachment da presidenta Dilma, não estão tão seguros destas bravatas. Crescem os boatos de que o correntista suíço, temendo a sua cassação e prisão - e, principalmente, às represálias à sua esposa, Cláudia Cruz, ex-apresentadora da TV Globo -, ligará em breve o ventilador no esgoto!


'Escola sem Partido' e a falsa neutralidade

Por Ivanilda Figueiredo, no jornal Brasil de Fato:

Brasileiras e brasileiros querem um país melhor, onde possam viver em segurança, terem uma vida produtiva, divertida, saudável, exercer suas crenças e viver de acordo com suas convicções. Esses sentimentos em si unem grande parte da nação. No entanto, o debate sobre como conquistar tais objetivos divide a sociedade. Para uns, é preciso maiores garantias de direitos. Para outros, maior rigor penal. Para uns, é preciso se falar sobre cidadania, gênero, raça, orientação sexual, identidade de gênero e discriminação em sala de aula. Para outros, tais assuntos devem ser debatidos apenas no seio familiar sem qualquer interferência do Estado. Para uns, retomar o respeito a valores religiosos em todas as esferas da vida seria a solução para a pacificação social. Para outros, o respeito à Constituição é o único modo de viver numa sociedade plural, com inúmeras crenças e convicções diferentes, todas elas igualmente válidas.

Lava-Jato e as delações selecionadas

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

O sistema político acabou, constata FHC. O país não pode ficar dez anos nessa situação, reclama Temer, referindo-se à Lava Jato. Mas pelo andar da carruagem, ainda há muita obra de demolição nacional pela frente. Agora a Lava Jato entra na sua fase de reprodução, com o surgimento de operações-filhote em outros estados e uma novidade: depois dos vazamentos seletivos, agora surgem as delações selecionadas. Quando a autoridade judicial pode escolher quem será denunciado, está escolhendo quem será punido. Logo estará escolhendo as bruxas que irá caçar. Neste quadro, não há espaço para o mais moderado otimismo.

CPI da Merenda depende da pressão popular

Por Ingrid Matuoka, na revista CartaCapital:

Em 25 de maio, a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) aprovou a instalação da CPI da Merenda, que vai apurar a suspeita de fraudes no fornecimento de alimentos para escolas estaduais.

Entre os investigados estão o deputado estadual Fernando Capez (PSDB), presidente da Alesp, e Luiz Roberto dos Santos, ex-chefe de gabinete da Casa Civil do governo Geraldo Alckmin.

Os integrantes da Comissão foram nomeados em 17 deste mês: oito dos nove deputados fazem parte da base de apoio de Alckmin, à exceção de Alencar Santana (PT).

O drama de Temer com a Lava-Jato

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Talvez agora muitos estejam se dando conta da razão de Michel Temer ter, antes de tudo, escolhido alguns ministros-chave.

O dos negócios, Moreira Franco; o das barganhas, Eliseu Padilha, e o da Polícia Federal, Alexandre de Moraes.

Não é preciso falar dos dois primeiros, um que anda como disse hoje o Nassif, andando a mil por hora na venda do patrimônio público e o segundo, que anda pesquisando filhos e netos de senadores para nomear e garantir o resultado do impeachment.

domingo, 26 de junho de 2016

As crueldades de Temer, o antipovo!

Por Altamiro Borges

Como vice-presidente "decorativo", Michel Temer conspirou nos bastidores contra a democracia. Já como presidente golpista, o Judas conspira contra os tímidos avanços sociais dos últimos anos. Ele é um típico Robin Hood às avessas: tira dos pobres para dar aos ricos. Em pouco tempo no Palácio do Planalto, o usurpador suspendeu o reajuste do "Bolsa Família", cortou o subsídio às camadas de baixa renda no "Minha Casa Minha Vida" e aprovou um plano de ajuste que corta drasticamente os recursos para a educação. Ele também aguarda o melhor momento, possivelmente depois da votação definitiva do impeachment de Dilma, para anunciar as suas reformas trabalhista e previdenciária, que retirarão direitos histórico dos trabalhadores e penalizarão ainda mais os aposentados e pensionistas.


Desmoralizar a política contra a democracia

Por Emir Sader, na Rede Brasil Atual:

Temer como presidente do Brasil é para acabar de desmoralizar a política. Um político corrupto, golpista, traidor, medíocre, sem nenhuma ideia na cabeça para dirigir o pais é o objetivo maior dos que querem acabar com o que há de democracia no Brasil e entregar de vez o poder nas mãos dos mercados e das corporações midiáticas.

Do que se trata é de desmoralizar definitivamente a política. O Brasil pode ser governado pelo Lula ou pelo Temer. Igualar tudo por baixo. Se trata de tentar envolver o maior líder político que o Brasil já teve na mesma lista de suspeitos de corrupção. Não importa que não exista prova alguma contra o Lula. Não importa que os outros sejam acusados de corrupção direta de milhões, enquanto Lula é acusado de ter um sítio e um apartamento que não são seus. O que interessa é jogar todos na mesma fogueira. Ou para buscar um salvador da pátria de fora da política, na mídia, ou de ter sempre governos fracos, que tenham que se render aos mercados e às campanhas da mídia.

Fantasmas de Temer e as eleições indiretas

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Definição 1 – os novos inquilinos do poder

Há dois grupos nítidos dentre os novos inquilinos do poder.

Um, o PMDB de Michel Temer, Eliseu Padilha, Moreira Franco, Geddel Vieira de Lima e Romero Jucá, grupo notório. O outro, um agrupamento em que se somam grupos de mídia, Judiciário, Ministério Público Federal e mercadistas do PSDB. Vamos chama-los de PSDB cover, pois inclui as alas paulistas e os mercadistas cariocas do PSDB. A banda de Aécio Neves é carta fora do baralho.

O fim da Lava-Jato e do seu emprego

Por Leonardo Sakamoto, em seu blog:

Que o governo interino de Michel Temer defenda publicamente que a Lava Jato precisa ter um ponto final, isso é compreensível. Afinal de contas, se a operação continuar, o fisiológico PMDB faz pufff! e desintegra no ar. Em outras palavras, é questão de sobrevivência.

O mais divertido tem sido observar que setores do empresariado nacional trocaram o usual filtro solar fator 60 (para peles brancas e sensíveis, claro) por óleo de peroba a fim de fazer coro com o governo interino. Dizem que se faz necessário informar qual a data limite da operação para que a economia volte a crescer.

Para onde vamos? Impasses da atual crise

Por Leonardo Boff, em seu blog:

A atual crise brasileira, talvez a mais profunda de nossa história, está pondo em xeque o sentido de nosso futuro e o tipo de Brasil queremos construir.

Celso Furtado com frequência afirmava que nunca conseguimos realizar nossa auto-construção, porque forças poderosas internas e externas ou articuladas entre si sempre o tinham e têm impedido.

Efetivamente, aqui se formou um bloco coeso, fortemente solidificado, constituído por um capitalismo que nunca foi civilizado (manteve a sua voracidade manchesteriana das origens), financeiro e rentista, associado ao empresariado conservador e anti-social e ao latifúndio voraz que não teme avançar sobre as terras do donos originários de nosso país, os indígenas e de acréscimo as dos quilombolas. Estes sempre frustraram qualquer reforma política e agrária, de sorte que hoje 83% da população vive nas cidades (bem dizendo, nas periferias miseráveis), pois esta sentia-se deslocada e expulsa do campo. Estas elites altamente endinheiradas se associaram a poucas famílias que controlam os meios de comunicação ou são donos delas.

A questão social enfraquece Europa

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Para entender o que ocorreu na Inglaterra, que decidiu sair da União Europeia por 51,9% dos votos, é bom lembrar que em julho de 2015 assistimos a um evento semelhante - e até mais enfático.

Por 61% dos votos, a população da Grécia disse com toda clareza que rejeitava o plano de austeridade que a União Europeia pretendia impor ao país. A cédula não perguntava, diretamente, se o eleitor queria ou não permanecer na UE. A pergunta era econômica. Mas, por essa via, a resposta teve um sentido obviamente semelhante. Pela segunda vez em menos de um ano, a população de um país europeu disse não.

Ainda só preto, pobre, prostituta e petista

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Se você colocar a frase “Preto, pobre, prostituta e petista” entre aspas e a jogar no Google, este link será o primeiro resultado. É de matéria publicada nesta página em 2013, por ocasião da prisão do ex-deputado pelo PT de SP José Genoino.

O petista em questão fora condenado “por corrupção”. Diante disso, naquela matéria reproduzi uma foto da mansão que ele auferiu com seus “atos corruptos” e que, graciosamente, reproduzi de novo no alto desta página.

O saco de maldades está ativo

Por Elaine Tavares, no blog Palavras insurgentes:

A abertura do processo de impedimento da presidenta Dilma Rousseff colocou o Brasil numa espiral de movimentação. Há manifestações contra o PT, mas há, em muito maior número, manifestações pelo Fora Temer, que junta tanto petistas quanto pessoas que não querem ver a normalidade constitucional rompida.

Todo esse emaranhado de atos, manifestações, passeatas e escrachos forma um caldo importante de gente em movimento que precisa ser alertada para outras maldades que seguem em andamento no Congresso Nacional. O governo interino tem editado muitas MPs, mas, além disso existem dezenas de outros projetos de lei em andamento.

O corte de R$ 1 trilhão da educação e saúde

Por Francisco Luís, no blog Viomundo:

Em 15 de junho, Michel Temer (PMDB-SP) enviou à Câmara dos Deputados, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241/2016. Ela estabelece o teto da despesa pública federal por 20 anos. E, pelo acordo com os governadores, a proposta deve valer para Estados e provavelmente para Municípios.

Resultado: em 10 anos da PEC do governo usurpador cortará da Educação e Saúde de R$ 463 bilhões (se for apenas para o plano federal) a R$ 1 trilhão (caso a proposta se estenda a Estados e Municípios).

O divórcio entre Congresso e povo

Por Roberto Amaral, no site Carta Maior:

A crise, a palavra da moda, na boca dos políticos e dos eleitores descontentes, na boca de empresários e trabalhadores (com significados diversos), tonitruada pelos meios de comunicação de massa, essa crise brasileira de nossos dias, é, fundamentalmente, política, e é ao mesmo tempo uma crise de representatividade e de legitimidade que ataca de morte os Poderes da República.

É preciso conjurá-la, antes que ponha por terra o projeto de democracia representativa, antes que ameace a integridade institucional de que sempre se aproveitam as forças conservadoras para impor o retrocesso político e o retrocesso social.

Carta aberta ao senador Romário

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Esta é mais uma carta de uma série que poderá ser transformada em livro sob o título de “Cartas aos Golpistas”.

Caro Romário:

Gosto muito de uma frase: “Só não me decepcionei com você porque nunca esperei nada de você.”

Acho que é uma frase minha mesma. Às vezes a uso brincando, outra a sério.

No seu caso, é a sério.

Golpistas desmontam o Estado brasileiro

Por Marcos Verlaine, no site Vermelho:

Dizer que a Operação Lava Jato está paralisando os poderes Executivo e Legislativo constitui-se num tremendo equívoco. Pelo contrário! Está em curso, com força e desfaçatez, uma agenda conservadora e regressiva. É preciso denunciá-la, debatê-la e combatê-la, sob pena de retrocessos incomensuráveis.

Enquanto alguns setores políticos e sociais protestam e combatem o "golpe" que afastou a presidente reeleita em 2014, o governo do presidente interino Michel Temer (PMDB) e sua base parlamentar desmontam o Estado brasileiro. O quadro atual se configura em relevante contradição, pois as propostas, de autoria do governo anterior, colidem com o programa aprovado nas urnas em 2014.

As provas da propina para Aécio Neves

Por Renato Rovai, em seu blog:

O senador Aécio Neves, PSDB, foi citado mais uma vez em delações de ter sido beneficiado com propinas por Leo Pinheiro, ex-sócio da OAS, uma das empresas que construiu a Cidade Administrativa de Minas Gerais.

Essa obra além de ser a mais cara do período Aécio no governo do Estado foi também a mais contestada. Entre outros motivos, o lugar centralizou todas as secretarias do estado e fica num lugar distante do centro de Belo Horizonte, o que faz com que 20 mil funcionários tenham de se deslocar todos os dias para lá. Depois, a obra que tinha sido estimada para custar 500 milhões, acabou ficando em 1,26 bilhão. Ou seja, quase três vezes o seu valor original.

sábado, 25 de junho de 2016

A luta contra o desmonte da Petrobras

Por Altamiro Borges

Nesta sexta-feira (24), centenas de manifestantes ocuparam o prédio central da Petrobras na Avenida Paulista, no centro de São Paulo. O protesto, organizado pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) e pela Frente Brasil Popular, teve como objetivo alertar a sociedade para os riscos do desmonte da maior estatal brasileira. Desde a concretização do “golpe dos corruptos”, o Judas Michel Temer tem sinalizado que pretende esvaziar o papel estratégico da empresa e acelerar a abertura da exploração do pré-sal - bem ao gosto das multinacionais do petróleo e da cobiça do império ianque.

Recessão trouxe o desemprego para ficar

Por Clemente Ganz Lúcio, na revista Teoria e Debate:

O desenvolvimento econômico visa gerar bem-estar e qualidade de vida. A política econômica precisa buscar, entre outros objetivos, gerar empregos e aumento real da renda do trabalho. A economia política do desenvolvimento deve se orientar pela centralidade do trabalho como produtor e organizador da vida social.

As crises econômicas, recorrentes no capitalismo, travam o sistema produtivo, destroem os empregos, arrocham a renda do trabalho e desorganizam a vida em sociedade, gerando insegurança, precarização, pobreza e bloqueando a construção do futuro.

Direita usa o PT para esmagar a esquerda

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

Ora, ora, ora. E não é que a proverbial ruindade da Justiça brasileira subitamente acabou? Mas apenas quando se trata do PT, claro. Para os demais brasileiros, a Justiça continua morosa, falha e injusta (sobretudo para os mais pobres) ou inexistente (para os ricos). Subvertendo o mito grego, a “Justiça” brasileira não é cega, é caolha: só enxerga petistas.

Com a invasão da sede do PT pela Polícia Federal dentro da Operação Custo Brasil, a “luta contra a corrupção”, eufemismo para a perseguição pura e simples a membros do Partido dos Trabalhadores, atinge um novo estágio, aterradoramente similar ao que vivemos durante a ditadura militar: a sede de um partido político foi devassada por policiais, não por coincidência vestidos com uniformes camuflados, como se fossem do Exército. Para completar o clima de revival, só faltaram os tanques.

Temer: fragmentos do discurso autoritário

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Em duas recentes entrevistas, o presidente interino Michel Temer soltou fragmentos de discurso reveladores da personalidade política que dele emergiu após assumir o governo. O conciliador de antes deu lugar a uma figura autoritária e soberba. Um semiólogo faria uma decupagem notável. Eu pinço apenas três pontos carregados de significados.

União Europeia ameaça ruir. E agora?

Ilustração: Alexander Dubovsky/http://www.cartoonmovement.com/
Por Rodrigo Vianna, no blog Escrevinhador:

“É a segunda vez que minha geração tem a sensação de ´fim-do-mundo-tal-como-o-conhecemos”.

A frase acima é de Antonio Luiz M. C. Costa, e foi retirada do twitter do jornalista – que escreve sobre temas internacionais na revista CartaCapital. Antônio se refere, é claro, à decisão dos eleitores do Reino Unido, de sair da União Européia.

A primeira vez que nossa geração (dele e minha) teve essa sensação foi quando a União Soviética ruiu, há 25 anos. Agora é a arquitetura política do mundo capitalista que também ameaça desabar.

O Reino Unido dá um salto no escuro

Ilustração: Alex Falcó/http://www.cartoonmovement.com/
Por Antonio Luiz M. C. Costa, na revista CartaCapital:

O resultado do referendo britânico sobre a permanência (Brestay) ou saída (Brexit) do Reino Unido da União Europeia provocou choque no mundo com a vitória da campanha pela saída, que amealhou 52% dos votos (17,4 milhões contra 16,1 milhões).

Entre as vítimas iniciais do Brexit estão a libra esterlina, derrubada a seu valor mais baixo desde 1986, e o primeiro-ministro David Cameron, que anunciou sua renúncia após seis anos no poder.

A jogada não parecia tão arriscada em janeiro de 2013, quando Cameron, para contentar os eurocéticos no próprio partido, prometeu conquistar melhores condições para o país na organização e submeter a permanência a consulta até o fim de 2017, caso fosse reeleito em maio de 2015.

José Serra e a diplomacia da burrice

http://pataxocartoons.blogspot.com.br/
Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Há um constrangimento quase geral no mundo com a saída do Reino Unido da União Europeia.

Até agora, na contramão deste sentimento só tínhamos as “mulas” da extrema-direita: Donald Trump, Marine Le Pen e congêneres.

Ganharam agora uma minúscula mas tropical companhia: José Serra.

Como as corporações cercam a democracia

Por Ladislau Dowbor, no site Outras Palavras:

“A política mudou de lugar: a globalização desafia radicalmente os quadros de referência da política, como prática e teoria”. Octávio Ianni [2]

“Capture is more subtle and no longer requires a transfer of funds, since the politician, academic or regulator has started to believe that the world works in the way that bankers say it does”. Joris Luyendijk [3]


Olhar o século 21 pelas lentes do século passado não ajuda. Quando pensamos o mundo da economia, pensamos ainda em interesses econômicos e mecanismos de mercado. A política, o poder formal, os impostos, o setor público em geral representariam outra dimensão. Não é nova a ruptura destas fronteiras, a penetração dos interesses de grupos econômicos privados na esfera pública. O que é novo, é a escala, a profundidade e o grau de organização do processo. O que já foram deformações fragmentadas, penetrações pontuais através de lobbies, de corrupção e de “portas-giratórias” entre o setor privado e o setor público se avolumaram, e por osmose estão se transformando em poder político articulado em que o interesse público é que aflora apenas por momentos e segundo esforços prodigiosos de manifestações populares, de frágeis artigos na mídia alternativa, de um ou outro político independente. O poder corporativo tornou-se sistêmico, capturando uma a uma as diversas dimensões de expressão e exercício de poder, e gerando uma nova dinâmica, ou uma nova arquitetura do poder realmente existente.

O golpismo contra-ataca

http://pataxocartoons.blogspot.com.br/
Por Emir Sader, no site Sul-21:

Mesmo com as nuvens carregadas das acusações contra membros do governo e do próprio presidente interino, além da situação limite em que se encontra Eduardo Cunha, as forças golpistas retomaram iniciativa em todos os planos, contra atacam e buscam consolidar o projeto na votação de agosto no Senado.

Contam com a falta de iniciativa política unificada das forcas democráticas, de que a suspensão da segunda reunião, terça-feira passada, entre Dilma, Requião, movimentos sociais e parlamentares, foi um sintoma claro. Contam com uma certa baixa do ritmo de manifestações contra o golpe, compreensível, porque é impossível manter aquele ritmo por muito tempo, ainda mais sem uma perspectiva de solução política positiva no horizonte.

"Escola Sem Partido" e o Papai Noel

Por Leonardo Sakamoto, em seu blog:

O bicho está pegando na educação. É tanto problema que você pode montar o seu combo: roubo de merenda, escolas ocupadas, universidades em greve (e quebradas), proposta de teto orçamentário ameaçando investimentos na área, Plano Nacional de Educação completando dois anos sem NENHUMA meta cumprida e por aí vai.

Mas a julgar pelo que se passa no Congresso Nacional e na mídia, o grande mal da educação brasileira tem outro nome: “Doutrinação Político-Partidária”.

Os números da economia em maio

Por Mauro Santayana, em seu blog:

Contrariando as "previsões" da mídia e do "mercado", o Brasil registrou, no mês passado, superávit de 1.2 bilhões de dólares em transações correntes, devido, principalmente, a um superávit de mais de 6 bilhões de dólares no comércio com outros países, que chegou a quase 20 bilhões de dólares nos primeiros 5 meses do ano.

Em maio, o Investimento Estrangeiro Direto também foi de mais de 6 bilhões de dólares, completando, nos últimos 12 meses, cerca de 79 bilhões de dólares, uma gigantesca soma de mais de 260 bilhões de reais.

Serra agride o Mercosul em favor do EUA

Por Helder Lima, na Rede Brasil Atual:

O ministro interino das Relações Exteriores, José Serra, ataca veladamente o Mercosul. Serra alega que o país deve poder celebrar acordos comerciais com os mais diferentes países. O que está em jogo é uma resolução do Mercosul, a Decisão 32, de 2000, que define que os acordos comerciais não podem ser feitos sem aprovação do bloco. Ontem (24) o próprio presidente interino Michel Temer saiu em defesa da ideia, em entrevista à rádio Estadão, pregando a necessidade de flexibilizar a decisão para que o país faça acordos tarifários livres com os parceiros que quiser.

Plano de Meirelles é ditadura econômica

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Depois de fracassar na montagem da fantasia de um governo envolvido num comportamento ético com alguma diferença notável em relação aos antecessores, o último conto da Carochinha que acompanhou a ascensão de Michel Temer ao Planalto reside na promessa de recuperação econômica.

Está difícil. Num país onde as instituições se embaralharam, a economia e a justiça só podem andar no mesmo compasso. É o que revela reportagem de Fernando Scheller e Monica Scaramuzzo, publicada pelo Estado de S. Paulo (19/6/2016), que aponta os números das 32 grandes empresas investigadas diretamente pela Lava Jato e pela Operação Zelotes e revela um estado de calamidade previsível mas ainda mais grave do que se poderia imaginar.

sexta-feira, 24 de junho de 2016

A farsa da CPI da máfia da merenda em SP

Por Altamiro Borges

Os tucanos detestam CPIs – como confessou o falecido coronel Sérgio Guerra, ex-presidente nacional do PSDB, em um vídeo que a mídia amiga já tratou de arquivar. Eles só gostam de comissões parlamentares de inquérito para desgastar os adversários políticos e para achacar os supostos envolvidos em mutretas. Quando há risco de virarem alvos, eles fazem de tudo para sabotar as investigações. Prova disto ocorre – pela enésima vez – em São Paulo. Nesta quarta-feira (22), houve a primeira sessão da “CPI da Merenda” na Assembleia Legislativa do Estado. Há inúmeras provas de que tucanos de alta plumagem, a começar do presidente da Alesp, o moralista sem moral Fernando Capez, roubaram a comida das escolas. A sessão, porém, deixou evidente que a CPI será uma farsa.

A onda de ódio e preconceito em debate

Do site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

A onda de ódio e preconceito na sociedade será tema da 8ª edição do Ciclo de Debates Que Brasil é Este?, marcada para o dia 4 de julho, às 19 horas, na sede do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé (Rua Rego Freitas, 454, conjunto 83), em São Paulo. Estão confirmadas as presenças dos seguintes debatedores: