domingo, 3 de julho de 2016

A lógica do governo golpista

Por Frei Betto, no site da Adital:

Na feliz expressão de Renato Meirelles, presidente do instituto de pesquisa Data Popular, "perder dói mais do que deixar de ganhar.”

De fato, ninguém se queixa de viajar de ônibus de São Paulo a Belo Horizonte, até o dia em que se vê em condições de cobrir o percurso em avião. Logo vê-se impossibilitado de voar e obrigado a viajar de novo por terra. Isso dói.

Essa dor da perda faz milhões de brasileiros se decepcionarem com o governo golpista de Temer. De cara, ele passou o rodo nos ministérios e secretarias especiais que, em 13 anos de governo do PT, trouxeram avanços significativos em suas respectivas áreas: Cultura, Direitos Humanos, Mulheres, Juventude e Igualdade Racial.

O trabalho infantil nos Estados Unidos

Trabalho infantil em indústria de tabaco nos EUA
Do site Vermelho:

Em 12 de junho de 2013, Dia Internacional contra o Trabalho Infantil, o secretário de estado, John Kerry, apelou à comunidade internacional de Washington com um chamado urgente a "resgatar" aos mais de 220 milhões de crianças que são explorados no mundo todo perante o olhar indiferente de seus governos. 

"Queremos que nossos aliados se unam ao compromisso que contraímos com esses milhões de meninos para serem adotadas políticas que eliminem o trabalho infantil", disse o chefe da diplomacia americana.

sábado, 2 de julho de 2016

Investidas contra Cristina Kirchner e Lula

Por Max Altman, no site Opera Mundi:

Já tratamos disso neste blog. No entanto é preciso voltar ao assunto. Os jornais estampam em manchetes gritantes: “Polícia revista imóveis de Cristina e Justiça fecha cerco a ex-presidenta”. O libreto é o mesmo. Lá e cá. Ali, Cristina e Axel, aqui, Lula e Dilma. Lá, Clarin, cá, Globo. O “Partido Judicial” junto à Polícia Federal e os meios de comunicação hegemônicos intensificam a campanha de perseguição e difamação. O objetivo central – e já não escondem – é impugnar a volta de Cristina e Lula. E desde já distrair a população do ajuste certamente contra o interesse dos trabalhadores e da debacle econômica que logo mais se agudizará.

“O indígena, aquele que deve morrer”

Por Leonardo Boff, em seu blog:

A questão indígena é um problema que nunca foi equacionado nas políticas públicas brasileiras. Grande parte foi exterminada, desde o tempo da colonização e hoje compõem apenas 0,4% da população o que equivale a 817 mil pessoas constituindo 300 povos. Vivem muito concentrados em apenas 200 municípios entre os mais de cinco mil existentes no Brasil.

Praticamente eles não contam. Só a partir de 1991 que começaram a entrar no censo populacional efetivado pelo IBGE.

Querem calar a nossa voz

Do site Carta Maior:

Uma das primeiras medidas do governo interino – e ilegítimo – de Michel Temer, iniciado em 12 de maio de 2016, foi o cerceamento da mídia alternativa no Brasil. Copiando o governo Maurício Macri, na Argentina, em apenas sete dias, o Planalto determinava a suspensão, em cima da hora, do patrocínio pela Caixa Econômica Federal (CEF) do 5º Encontro Nacional de Blogueiros e Ativistas Digitais, em Belo Horizonte.

Conclusão do Ibope: Temer tem que sair já!

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Calamidade é uma boa palavra para definir o desempenho de Temer na pesquisa CNI-Ibope que acaba de sair.

Uma taxa de aprovação de 13% em tão pouco tempo de governo, e sob o apoio maciço da mídia, é o retrato de um governo morto ainda no berço.

Outro número devastador: dois terços dos brasileiros não confiam em Temer.

Haddad veta 'Dia do Combate à Cristofobia'

Da Rede Brasil Atual:

“A proposta revela-se oposta ao interesse público e aos princípios constitucionais basilares, vale dizer, a construção de uma sociedade livre, justa e solidária, a redução das desigualdades sociais, a promoção do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação, e a prevalência dos direitos humanos”. Assim, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), justificou o veto ao Projeto de Lei 306, de 2015, que propunha a criação do Dia de Combate à Cristofobia na cidade, a ser comemorado em 25 de dezembro.

"Governo Temer": Lumpesinato no poder

Por José Arbex Jr., na revista Caros Amigos:

“Ouvi aqui: ‘O Temer está muito frágil, coitadinho, não sabe governar.’ Conversa! Fui secretário de Segurança Pública duas vezes em São Paulo e tratava com bandidos. Sei o que fazer no governo e saberei como conduzir”, declarou o presidente interino Michel Temer, em 24 de maio, ao cumprir os primeiros 12 dias de governo, logo após a renúncia de Romero Jucá da pasta do Planejamento.

Dando ênfase às suas palavras, Temer dá um murro na mesa, para mostrar que ele sabe, mesmo, governar. Estabelece, portanto, uma equiparação, um sinal de igualdade, uma identidade entre “governar” e “tratar com bandidos”. Nada e ninguém poderia definir de modo mais preciso e exato o que significa a entrada de Temer no Planalto.

A rejeição de Temer e o Bolsa Família

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

O ministro Eliseu Padilha, segundo o jornal Valor, disse agora à noite que a popularidade “não é o mais importante”, depois de ser questionado pelos jornalistas sobre o resultado da pesquisa CNI/Ibope, divulgada nesta manhã.

Embora Padilha fique naquela posição da raposa que disse que as uvas estavam verdes, é popularidade o maior desejo do Senhor Michel Temer para legitimar a sua ilegítima presença na Presidência.

Temer manobra para abafar Lava Jato

Do blog Viomundo:

Michel Temer tem 13% de ótimo e bom na pesquisa Ibope divulgada nesta sexta-feira, 1.

É pouco mais que Dilma Rousseff (10%) em março.

53% desaprovam a maneira do interino de governar.

66% não confiam nele.

23% consideram Temer melhor que Dilma, 25% pior.

sexta-feira, 1 de julho de 2016

Conexões tucanas na Operação Saqueador

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Uma das prisões realizadas hoje pela operação O Saqueador, da Polícia Federal, deve estar preocupando alguns tucanos. É a do empresário Adir Assad, condenado pela Lava Jato que cumpria prisão domiciliar desde dezembro. Ele tem uma conhecida conexão com Paulo Vieira de Sousa , o Paulo Preto, tido como operador financeiro do PSDB paulista. A Operação prendeu também o bicheiro Carlinhos Cachoeira e mira também o dono da Construtora Delta, Fernando Cavendish, que está fora do país.

Fraude do impeachment e corrupção de Temer

Por Glenn Greenwald, no blog The Intercept:

Desde o começo da campanha para impedir a presidente democraticamente eleita, Dilma Rousseff, a principal justificativa era de que ela havia se utilizado do artifício conhecido como “pedaladas” (“peddling”: atraso ilegal de pagamentos aos bancos estatais) para mascarar a dívida pública. Mas nesta semana, enquanto o Senado conduz o julgamento do impeachment, esta acusação foi suprimida: o relatório de peritos do Senado concluiu que “não há indício de ação direta ou indireta de Dilma” em nenhuma destas manobras orçamentárias

Como colocou a Associated Press: “Auditores independentes contratados pelo Senado brasileiro disseram em relatório divulgado na terça-feira que a presidente suspensa Dilma Rousseff não agiu na modificação da contabilidade de que foi acusada no julgamento de seu impeachment”. Em outras palavras, os próprios técnicos do Senado esvaziaram o primeiro argumento na defesa de que o impeachment era outra coisa que não um golpe.

O jatinho de Eduardo Campos e a quadrilha

Por Henrique Beirangê, na revista CartaCapital:

Quase dois anos após a queda do avião, em Santos, que levou à morte Eduardo Campos, candidato à Presidência em 2014, novas investigações apontam que a aeronave integrava um esquema de empresas de fachada suspeitas de lavar cerca de 600 milhões de reais. Na terça-feira 21, foram presos quatro suspeitos, entre eles Eduardo Freire Bezerra e João Carlos Lira.

A apuração começou após a Polícia Federal tentar identificar o verdadeiro dono da aeronave na qual Campos viajava em companhia de outros seis passageiros, todos mortos no acidente. Ao realizar a quebra de sigilo dos donos do avião modelo Cessna Citation, os investigadores descobriram empresas que só existiam no papel para a realização de operações de fachada.

A trincheira de combate da CPI da Merenda

Por Henrique Domingues, no site da UJS:

O combate a corrupção no Brasil virou uma espécie de norte estratégico para o povo. O recente acirramento político impulsionado pela atuação da mídia teve em seu epicentro os recentes casos de corrupção, com foco no governo federal e na esquerda brasileira. Setores conservadores e reacionários se valeram do sentimento de indignação popular com o desrespeito aos bens comuns e aplicaram um duro golpe à constituição cidadã de 1988 e ao Estado Democrático de Direito: impediram uma presidenta democraticamente eleita e sem crimes de responsabilidade de concluir o mandato.

Cultura do estupro: romper o silêncio!

Por Érika Kokay, na revista Teoria e Debate:

A cada dois minutos uma mulher é vítima de estupro no Brasil, segundo dado do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O chocante dado foi praticamente ignorado até recentemente, quando dois casos de estupros coletivos, um no Piauí e outro no Rio de Janeiro, mereceram atenção e repúdio de brasileiros e estrangeiros. Casos extremos, que romperam o tradicional silêncio sobre a violação de mulheres em nosso território, em grande medida devido ao fato de um dos crimes ter sido filmado e divulgado em redes sociais pelos próprios autores, que se vangloriavam da barbárie cometida por trinta homens contra uma menina de 16 anos, desacordada, em uma favela carioca.

Igualdade, desenvolvimento e luta sindical

Por Clemente Ganz Lúcio, no site Brasil Debate:

A luta sindical tem o objetivo de transformar o mundo e criar as possibilidades para que haja justiça social e todos tenham melhores condições de vida. Com muito custo, houve avanços, mas, facilmente, haverá retrocessos. A distância é longa para ver esse sonho, essa utopia se tornar realidade. A caminhada é árdua e é preciso reunir forças com aliados dispostos a fazer as mesmas apostas.

Construir convergência é um desafio que requer agentes institucionais capazes de criar um referencial comum. Na América Latina, a Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe), órgão da ONU (Organização das Nações Unidas), vem atuando de maneira exemplar.

Temer e a nova agenda conservadora

Por Leonardo Avritzer, no Jornal GGN:

A crise que conduziu a admissibilidade do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff é uma crise dos três poderes, mas é fundamentalmente uma crise do poder executivo e da forma como ele produziu a governabilidade no período 1994-2015. Essa forma, produziu uma governabilidade cujos custos não foram medidos e acabaram levando a uma disputa muito mais ampla sobre o projeto de estado que irá vigir no Brasil nos próximos anos. Os primeiros 45 dias do presidente interino, Michel Temer mostram os principais elementos deste projeto na concepção dos atores conservadores: um controle absoluto do Congresso, em especial da Câmara dos Deputados sobre a pauta da presidência que levou a incorporação de uma agenda anti-direitos pelo executivo. O segundo é um controle corporativo e patrimonialista sobre a agenda de governo expressa no tipo de reformas do estado que o governo propõe e que buscam fortalecer carreiras corporativas no estado e cortar políticas sociais. Permitam-me elaborar de forma mais ampla os dois elementos do projeto conservador.

Lei Rouanet: Como ir além do Fla-Flu

Por Leonardo Sakamoto, em seu blog:

Publico artigo escrito, para este blog, por João Brant, secretário executivo do Ministério da Cultura na gestão Juca Ferreira (2015-2016), tendo como ponto de partida a operação “Boca Livre'', da Polícia Federal – que revelou fraudes e desvios relacionados a projetos e empresas beneficiados pela Lei Rouanet. Ele trata dessas questões e de outras, como a discussão sobre como deve ser a destinação dos recursos de renúncia fiscal para o fomento à cultura, hoje concentrado nas mãos das empresas.

As greves invisibilizadas pela mídia

Ato em 16/5/16. Foto: Adunesp
Do jornal Brasil de Fato:

Mobilizações de setores universitários e servidores públicos reivindicando pautas salariais, política de cotas raciais e contrários à precarização das condições de trabalho no país, não têm ganhado atenção da grande mídia no país. As paralisações e greves nas instituições públicas tiveram início entre os meses de maio e junho e outras devem se iniciar nos próximos meses.

No Rio de Janeiro, servidores do Rio Previdência decidiram entrar em greve nesta quarta-feira (29), após uma assembleia realizada na tarde de terça-feira. Com salários atrasados, é a primeira vez na história da autarquia, criada em 1999, que os trabalhadores decidem entrar em greve. A categoria demanda a regularização do pagamento dos salários, para que sejam efetuados em dia e de forma integral.

Como governo e mídia tentam destruir a EBC

Por Carolina Ribeiro e Leandro Melito, no site Outras Palavras:

Nas últimas semanas, circularam pela imprensa muitas informações desencontradas sobre a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), pintando cenários que vão desde o fechamento total da empresa até a extinção de parte dela por meio de uma Medida Provisória.

Nesta sexta-feira (24), o relator especial interamericano para a Liberdade de Expressão da ONU, Edison Lanza, manifestou sua preocupação com os posicionamentos de algumas autoridades brasileiras que sugeriram o fechamento da empresa.

Cadê a indignação com a gastança de Temer?

Por Bepe Damasco, em seu blog:                                                    

Dez entre dez golpistas traziam na ponta da língua o discurso de que era preciso enfrentar o desarranjo das contas públicas. O chamado "mercado" e seus representantes no mundo da política e da mídia não se cansavam de acusar a presidenta Dilma e o governo do PT de pouco rigor fiscal.

Não importava se, diante da crise internacional que chegou forte ao Brasil, a opção de Dilma tenha sido a de priorizar minimamente a manutenção de empregos e salários em detrimento de alguns fundamentos caros ao neoliberalismo.

quinta-feira, 30 de junho de 2016

Blogueiros entrevistam Jean Wyllys


A quem serve o Banco Central?

Por Paulo Kliass, no site Carta Maior:

Na segunda-feira, dia 27 de junho, o Banco Central divulgou a sua tradicional Nota à Imprensa versando sobre “Política Monetária e Operações de Crédito do Sistema Financeiro”. Uma vez por mês a instituição, que é oficialmente encarregada pela implementação da política monetária e pela regulação do sistema financeiro, vem a público oferecer as informações oficiais a respeito do comportamento desse importante setor de nossa economia.

O triunfo da campanha das viagens de Dilma

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

No pacote de mesquinharias do interino contra a ex-titular, figura um “parecer técnico” (ah, esses eufemismos) restringindo os deslocamentos aéreos dela em aviões da FAB.

Dilma foi autorizada a voar apenas entre Brasília e Porto Alegre, onde vivem os familiares. “Não sei se vocês sabem, mas eu não posso, como qualquer outra pessoa, pegar um avião”, afirmou ela à época.

“Tem que ter toda a segurança atrás de mim, garantindo minha segurança. É a Constituição que manda. Estamos diante de uma situação que tem que ser resolvida. Eu vou viajar”.

As razões do colapso do sistema político

Por Aldo Arantes

O Brasil enfrenta uma grave crise política. A Constituição está sendo pisoteada. A democracia, obtida com muita luta pelo povo brasileiro, sendo cada vez mais limitada. As conquistas obtidas nos últimos anos, desmontadas. O golpe instalado.

Por outro lado cresce a indignação popular. A resistência se amplia. Estão dadas as condições para a construção de uma ampla de união de forças para derrotar o golpe. O centro da luta momento se volta para a defesa da legalidade, do mandato da presidenta Dilma e contra o governo corrupto e ilegítimo de Temer.

A pressa de Temer em limitar os gastos

Editorial do site Vermelho:

A luta democrática e em defesa dos interesses nacionais acirra-se a olhos vistos e, em paralelo a ela, cai cada vez mais a máscara daqueles que tentaram disfarçar o impeachment sob véus legalistas.

A situação ficou pior, para os golpistas depois que peritos do Senado comunicaram à Comissão de Impeachment que as operações pelas quais Dilma Rousseff é acusada – as chamadas pedaladas fiscais – foram legais.

Neste quadro de incertezas destaca-se a pressa com que a equipe econômica do governo usurpador, formado por representantes do grande capital brasileiro e internacional, tenta inscrever seus interesses na Constituição, no esforço de torná-los permanentes.

Não é hora de fugir da luta

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

A confissão de Rose de Freitas de que as pedaladas fiscais não passaram de um pretexto para afastar Dilma Rousseff e empossar o governo provisório de seu patrão Michel Temer ajudou a reforçar a certeza de que o país está diante de um golpe parlamentar e comoveu vozes que até agora nada enxergavam de errado. "Há golpe", reagiu o colunista Elio Gaspari.

Até agora, contudo, não há sinais de que uma notícia dessa importância tenha sido capaz de alterar o placar de votos do Senado que, lá pelo meio de agosto, irá resolver o destino de Dilma e, no mesma votação, definir a solidez das instituições democráticas erguidas pela Constituição de 1988. Essa conjuntura particular obriga reconhecer que o risco de a democracia brasileira -- que serviu a mais de 100 milhões de eleitores em outubro de 2014 - ser conduzida como uma boiada para o matadouro, é muito maior do que se gostaria de imaginar.

O neoliberalismo e a crise de valores


Do site do Fórum-21:

No próximo sábado, dia 2 de julho, o Fórum 21 promoverá o debate “A Metafísica do Neoliberalismo e a Crise de Valores no Mundo”. O evento acontece das 9h às 12h30, na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo – FESPSP, (Rua General Jardim, 522, 7 andar), São Paulo, Bela Vista).

Participam do debate os professores Jung Mo Sung (Ciências da Religião – Universidade Metodista), Magali Cunha (Comunicação – Universidade Metodista) e Marilena Chauí (Filosofia – USP). Em discussão, a crise de valores da civilização ocidental frente a hegemonia do neoliberalismo que transforma, principalmente, por meio da comunicação, o Mercado em um ser metafísico, dotado de onipotência, onipresença e onisciência.

Gastança de Temer é para comprar votos

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

O governo Temer subiu ao poder aos gritos de “cortar, cortar, cortar!”.

Era a voz da mídia, amplificado a voz do “mercado”, isto é, a voz do dinheiro.

A fúria “cortista” não economizava exemplos: cortem-se ministérios (com o da Cultura, aliás, saiu “caro”), corte-se publicidade nos “blogs sujos” (de minha parte, agradeço a comprovação de que não me vinha um “tusta” do Governo), corte-se até assessores e a despensa do Palácio da Alvorada, onde aquela malvada Dilma gastadeira (só rindo) comia demais.

A falta de pudor de Temer

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

A propósito das demissões de integrantes do Conselho Nacional de Educação, o ex-ministro da pasta, Aloizio Mercadante, foi preciso ao definir a falta de cerimônia com que o vice presidente em exercício Michel Temer avança o sinal, atropela lei e as regras de funcionamento das instituições públicas. ”Mais uma vez este governo demonstra incapacidade de distinguir entre instituições de Estado e interesses de governo", diz Mercadante. Os 24 conselheiros, nomeados por Dilma, estavam no exercício dos mandatos previstos em lei e no regimento do CNE.

Colômbia e o difícil caminho para a paz

Por Elaine Tavares, no site da Adital:

A notícia sobre a saída do Reino Unido da União Europeia foi destaque nos noticiários e ofuscou outra notícia importante acontecida na mesma semana: o acordo de paz entre o governo colombiano e as FARC-EP, fato que para as gentes de Colômbia certamente tem muito mais significado do que a longínqua decisão europeia. Mergulhado em um conflito que, na prática, dura 68 anos, o povo colombiano espera pela paz acreditando que, com isso, possa retomar a vida que de certa forma se rompeu no triste "bogotazo”, quando – após o assassinato do candidato à presidência Jorge Gaitán – as gentes se levantaram em rebelião. E o que era para ser um protesto que visava a punição dos culpados e a retomada da legalidade acabou se transformando numa espiral de lutas, violências, crimes e terrorismo de estado.

Pesquisa revela péssima imagem da mídia

Por Marcos Coimbra, na revista CartaCapital:

A mais recente pesquisa CUT/Vox Populi mostra que entre os mortos e feridos pela crise política a dita grande mídia é uma das vítimas. Nos últimos 50 anos, sua imagem de isenção e imparcialidade nunca esteve tão em baixa.

Realizada entre os dias 7 e 9 de junho, a pesquisa caracterizou atitudes e sentimentos da opinião pública um mês após a posse de Michel Temer. Permite, portanto, identificar como a população compara a Presidência de Dilma Rousseff com a situação atual.

Farsa jurídica e golpe parlamentar

Ilustração: http://pataxocartoons.blogspot.com.br/
Por Luiz Carlos Bresser-Pereira, em sua página no Facebook:

Comissão de três gestores do Senado examinou cuidadosamente as contas da Presidente Dilma Rousseff, encontrou irregularidades – a liberação de créditos sem aval do Congresso – mas não encontrou as famosas “pedaladas” que foram a justificativa jurídica do impeachment. Confirma-se, assim, o que já está claro para muitos: que o impeachment, do ponto de vista jurídico, é uma farsa. E, portanto, confirma-se que estamos diante de um golpe parlamentar.

Os tipinhos da direita brazuca

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

Os coxinhas (ou “novos Collor”)

É uma tendência em ascensão na América Latina. Bem nascidos, estudaram nos melhores colégios e nas melhores universidades, graças à grana da família. O sobrenome revela que são herdeiros de políticos tradicionais ou das famílias mais ricas do país. No entanto, adoram falar em meritocracia, como se tivessem saído do nada para chegar lá, movidos apenas por seu próprio esforço. Com suas camisas pólo de marca e os cabelos com corte jovial, transmitem uma imagem de “dinamismo” e de que são “vencedores”, reforçada pela prática de algum esporte – Fernando Collor, que chegou à presidência da República aos 40 anos e gostava de andar de jet-ski, é um precursor deste perfil. Têm um peculiar gosto pelos mocassins. Politicamente, se dizem seguidores do “libertarianismo”, uma espécie de reacionarismo de minissaia. Ícones: os brasileiros Aécio Neves, João Dória Jr. (e o PSDB de modo geral) e Luciano Huck, o argentino Mauricio Macri, o uruguaio Lacalle Pou e o venezuelano Leopoldo López.


"Delação premiada" incentiva corruptos?

Por Helena Sthephanowitz, na Rede Brasil Atual:

Há algo de disfuncional na Justiça brasileira quando oscila entre dois extremos no trato dos crimes de corrupção. De um lado o engavetamento – omitindo-se de investigar – e do outro, a banalização da prisão preventiva seguida de delação premiada como atalho para as investigações.

Ambas as medidas trazem grande risco de erro. E os erros vão além da violação de direitos individuais, pois prejudica a própria redução da criminalidade, uma vez que o Judiciário, sem querer, está indicando um caminho de redução de riscos para a atividade criminosa.

quarta-feira, 29 de junho de 2016

Jornada pela democracia: Todos por Dilma

Bloco parlamentar para barrar impeachment

Moro já agendou outro show midiático?

Por Altamiro Borges

Como sempre ironiza o afiado blogueiro Paulo Henrique Amorim, "o relógio do juiz Sérgio Moro é de uma precisão suíça". Na semana passada, quando o descartado Eduardo Cunha ameaçava delatar seus comparsas no "golpe dos corruptos" e a Polícia Federal finalmente prendia os donos do "jatinho-fantasma" de Eduardo Campos e Marina Silva, o "justiceiro" da Lava-Jato voltou a estrelar seu show midiático na prisão do ex-ministro Paulo Bernardo, na ação de busca e apreensão na casa da senadora petista Gleisi Hoffmann e na operação de guerra na sede nacional do PT, no centro de São Paulo. A tática diversionista de Sérgio Moro já está ficando manjada e todos se perguntam quando será o seu próximo lance: na véspera da votação do impeachment de Dilma no Senado, prevista para agosto?

Temer, Cunha e você na calada da noite...

Por Renato Rovai, em seu blog:

Temer acaba de se encontrar na calada da noite com Eduardo Cunha. Calada da noite não é força de expressão. Temer recebeu o presidente afastado da Câmara na sua residência oficial, no domingo à noite e sem registrar o fato na sua agenda pública.

Ou seja, tentou dar um drible da vaca na imprensa e na opinião pública, mas foi pego em flagrante.

Tentou desmentir. Mas quando viu que o flagrante havia deixado rastros, recuou.

Aliados de Alckmin dominam CPI da merenda

Por Juliana Gonçalves, no jornal Brasil de Fato:

Marcada por um clima de conflito entre a base do governo estadual paulista e a oposição, parlamentares e manifestantes - em sua maioria estudantes secundaristas que mobilizaram ocupações em escolas - participaram da sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Merenda, nesta terça-feira (28), no auditório Paulo Kobayashi na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp).

Abaixo a ditadura midiática-judicial!

Por Bepe Damasco, em seu blog:                                                      

1) Pretenso combate à corrupção que serve como mero pretexto para perseguir e criminalizar um partido com compromissos populares, e ao mesmo tempo proteger setores conservadores, é coisa típica de ditadura.

2) A banalização de prisões preventivas e temporárias por tempo indeterminado, sem condenação definitiva e com base em ilações e conjecturas, é marca registrada dos estados autoritários.

3) A tortura psicológica a qual suspeitos presos são submetidos, mofando na cadeia até que resolvam delatar militantes de determinado partido, é um conhecido sintoma de violação do sistema de garantias individuais, pedra angular dos regimes democráticos.

A desintegração neoliberal: o piloto sumiu

Por Saul Leblon, no site Carta Maior:

É o segundo espasmo de morte do neoliberalismo; o primeiro atingiu sua jugular econômica com a crise financeira sistêmica de 2008, da qual o organismo nunca mais se recuperou.

Agora foi a carótida política.

O sangue venoso e o arterial se misturaram espalhando a morte para dentro e para fora dos trilhos do livre mercado até descarrilar seu trem político.

É esse o filme que estreou em circuito mundial neste fim de semana.

Até Elio Gaspari admite que é golpe


Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Quando até Elio Gaspari admite que é golpe, é porque não há mais como defender qualquer outra coisa.

Elio é colunista da Folha e do Globo, e dos mais influentes. É também cioso em cuidar de seus empregos. Nas suas colunas sobre a crise, jamais falou do papel da imprensa no trabalho crucial de desestabilização de Dilma, ao contrário, para ficar num caso, de Jânio de Freitas.

Em seus vários livros sobre a ditadura, da mesma forma, Roberto Marinho virtualmente não aparece. É como se a voz da ditadura - Marinho e sua Globo - fosse coadjuvante e não, como foi, protagonista da trama.

Pressão sobre o Congresso é decisiva

Por Antônio Augusto de Queiroz, na revista Teoria e Debate:

Poucas vezes o acompanhamento, a fiscalização e a pressão sobre o Congresso Nacional terão sido tão imprescindíveis para evitar retrocessos nas conquistas sociais e na proteção do interesse nacional como neste período do governo interino de Michel Temer.

Nem mesmo na Assembleia Nacional Constituinte, quando se enfrentou o “Centrão”; na revisão constitucional, quando se resistiu ao desmonte da Constituição por quórum de maioria absoluta; e nos governos FHC, quando houve a entrega de parcela importante do patrimônio nacional ao setor privado e a supressão de mais de cinquenta direitos, a ofensiva foi tão ampla e intensa quanto a atual.

Brasileiros rejeitam agenda de Temer/Cunha

Por Iberê Lopes, no site Vermelho:

Desconfiança quanto ao futuro do país chega a 89%, e reprovação de Temer atinge 70%, de acordo com levantamento feito pelo Ipsos Public Affairs. Para o líder da Bancada Comunista na Câmara, Daniel Almeida (PCdoB-BA), “até quem foi aos protestos contra Dilma sabe que este governo está comprometido com a corrupção”

A reprovação do presidente interino, Michel Temer (PMDB), está subindo desde o golpe parlamentar que levou ao afastamento de Dilma Rousseff do Palácio do Planalto. É o que aponta a pesquisa do Ipsos Public Affairs, que destaca a nomeação de nomes investigados na Lava Jato para a Esplanada dos Ministérios e as propostas de arrocho aos trabalhadores como fatores de desgaste da gestão do peemedebista.

A popularidade de Janot, Moro e Barbosa

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

A presença de Rodrigo Janot, Sérgio Moro & Joaquim Barbosa em listas de presidenciáveis tem sido tratada com naturalidade exagerada. O caso merece uma reflexão um pouco mais demorada.

Pouca gente se recorda mas em 1945, após o golpe militar que derrubou Getúlio Vargas, a UDN, partido da oligarquia paulista, ocupou a cena política para exigir "todo poder ao Judiciário." Foi assim que, durante três meses, o país foi governado por José Linhares, presidente do Supremo Tribunal Federal, que entregou a presidência a Eurico Dutra, escolhido pelo voto direto. Em seu governo trimestral, Linhares ficou famoso pelo empenho em empregar parentes e por uma ação política definida. Aproveitou os poderes presidenciais para afastar a maioria dos interventores nomeados por Vargas para os governos estaduais, medida que interessava a oposição que pretendia ir a forra contra Getúlio Vamas não trouxe o resultado esperado.

Onde está o “rombo” da Previdência

Por Guilherme Boulos, no site Outras Palavras:

O governo interino de Michel Temer anunciou para as próximas semanas o envio de um projeto de Reforma da Previdência ao Congresso Nacional. A proposta capitaneada por Henrique Meirelles deve incluir idade mínima para aposentadoria e aplicação das novas regras já aos trabalhadores na ativa.

A missão, diga-se, foi preparada pela presidenta Dilma, que defendeu a reforma na abertura do ano legislativo como parte das fracassadas tentativas de angariar apoio no mercado. Agora, o interino e seu ministro-banqueiro querem impô-la goela abaixo dos trabalhadores.

Os ataques à comunicação pública

Por Felipe Bianchi, no site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

Os ataques da mídia monopolista e de setores conservadores à comunicação pública não param. A razão para gritaria diz respeito a supostos ‘altos salários’ pagos a jornalistas pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC). A polêmica, entretanto, não se justifica, conforme argumentam o jornalistas Luis Nassif, Paulo Moreira Leite e Sidney Rezende.

Alvos de matérias de grandes jornais sobre o assunto, os renomados profissionais rebateram a tese de que seus vencimentos estariam acima da realidade do mercado da comunicação e criticaram a 'caça às bruxas' que vem sendo empreendida contra qualquer jornalista e meio de comunicação que não endosse o pensamento único dos grandes veículos.

terça-feira, 28 de junho de 2016

Lei Rouanet e os segredos da Globo

Por Altamiro Borges

Em mais uma operação cinematográfica, batizada de “Boca Livre”, a Polícia Federal prendeu 14 pessoas na manhã desta terça-feira (28) acusadas de desvio de recursos públicos através das isenções fiscais previstas na Lei Rouanet. Segundo as investigações, o grupo mafioso atuou por quase 20 anos no Ministério da Cultura e conseguiu aprovar R$ 180 milhões em projetos “culturais”. O desvio ocorria por meio de diversas fraudes, como superfaturamento, apresentação de notas fiscais relativas a serviços e produtos fictícios, projetos duplicados e contrapartidas ilícitas feitas às incentivadoras. Entre os presos na Superintendência da PF em São Paulo, estão os donos da produtora Bellini Cultural e o agente cultural Fábio Ralston.

Falências e cortes. Crise na mídia é grave

Por Altamiro Borges

Em artigo publicado neste domingo (26), a ombudsman da Folha, Paula Cesarino Costa, até fez um baita esforço para relativizar a crise vivida pelo jornal que a emprega. Mas, com base nos próprios dados apresentados no texto, fica evidente que a situação é dramática. Ao tratar dos correspondentes do diário no exterior, ela relata que "a rede murchou. Sucumbiu ante os altos custos em moeda forte e a evolução tecnológica que trouxe acesso instantâneo à notícia em qualquer lugar do mundo". Quase não há mais jornalistas em outros países. O mesmo quadro de cortes e até de falências é vivido pelo restante da imprensa tradicional – e não apenas da mídia impressa. A agonia do setor é crescente.