quinta-feira, 7 de julho de 2016

Crise política resulta em racha do PSTU

Por Altamiro Borges

Não está nada fácil decifrar o complexo e dinâmico quadro político brasileiro. Até organizações mais dogmáticas, que se colocam como donas da verdade e acima do bem e do mal, estão penando. Nesta quarta-feira (6), um expressivo grupo de dirigentes e militantes do PSTU anunciou seu desligamento do partido de orientação trotskista. Entre os signatários do manifesto de rompimento, o respeitado intelectual Valério Arcary e a vereadora potiguar Amanda Gurgel – a sigla elegeu dois parlamentares nas eleições municipais de 2012. No texto, bastante civilizado, ficam explícitas as críticas à postura sectária do PSTU, que apoiou o impeachment de Dilma e defende a bandeira do “fora todos”.

Pressão derruba o “general da Funai”

Foto: Victo Pires/ISA

Por Altamiro Borges

Antes mesmo de tomar posse, mais um "notável" do covil golpista de Michel Temer é defenestrado. Desta vez foi o general da reserva Sebastião Roberto Peternelli, que havia sido indicado para presidir a Fundação Nacional do Índio (Funai). Após a enérgica reação das comunidades indígenas e da repercussão negativa na imprensa internacional, o truculento ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, anunciou nesta quarta-feira (6) que o viúvo da ditadura militar não assumirá mais a pasta. “Não há nenhum óbice ou veto pessoal ao nome que foi indicado pelo PSC, mas não será ele o presidente da Funai. Estamos em negociação com outro tipo de perfil”, justificou, constrangido, o ministro interino. De recuo em recuo, o Judas Michel Temer vai mostrando sua fragilidade!

quarta-feira, 6 de julho de 2016

Serra quer exportar o golpe para o Mercosul

Por Jeferson Miola

Na mesma terça-feira, 5 de julho, em que o presidente usurpador cumpria agendas com os sócios golpistas no Palácio do Planalto para fazer a partilha do butim, o chanceler usurpador José Serra esteve no Uruguai para promover um golpe nas regras do Mercosul com o objetivo de atacar a Venezuela.

Nesta empreitada, o governo usurpador do Brasil é acompanhado pelo governo reacionário do Horácio Cartes [Paraguai], e conta com a simpatia do ultra-liberal e também reacionário governo Maurício Macri, da Argentina.

Marilena Chaui, o PT e a geopolítica

Por Renato Rovai, em seu blog:

O PT vive o momento mais dramático de sua história política. E isso tem relação com os muitos erros que cometeu.

O PT fez acordos exageradamente pragmáticos com partidos fisiológicos e isso lhe tornou também bastante fisiológico.

O PT aceitou chantagens do campo conservador e por isso passou a ser refém do conservadorismo.

O PT passou do ponto em concessões econômicas liberais e isso lhe fez perder parceiros do movimento social.

A resistência urgente a Temer

Por Miguel Martins, na revista CartaCapital:

Historicamente, a mídia nativa apega-se a eufemismos para classificar as rupturas políticas no Brasil. Em 1964, o termo “revolução” foi adotado pelos principais veículos do País para celebrar o golpe civil-militar que impôs 21 anos de ditadura. Neste ano, a conspiração de Michel Temer para desencadear o impeachment de Dilma Rousseff assumiu a fachada perfumada de um “governo de salvação nacional”. Em meio à narrativa única dos jornais brasileiros, sempre dispostos a rechaçar qualquer ilegalidade no afastamento da presidenta eleita, o contraditório depende da solidariedade militante para se fazer ouvido.

General na Funai está no padrão Temer

Por Mauro Donato, no blog Diário do Centro do Mundo:

A Funai (Fundação Nacional do Índio), que desde o primeiro dia do governo provisório de Michel Temer está sem presidente, agora deverá se preocupar duplamente.

O PSC (Partido Social Cristão) indicou um general para presidir a instituição. Exatamente. Um militar, cristão, para tratar da questão indígena. É como escalar Luisito Suarez para atuar pela seleção brasileira num jogo contra o Uruguai.

Eduardo Cunha e o novo protegido da mídia

Por Pedro Breier, no blog O Cafezinho:

O tratamento dado a Eduardo Cunha pela mídia corporativa no início de 2015, quando foi eleito presidente da Câmara, é digno de estudo de caso sobre dissimulação no jornalismo. Uma edição da Veja teve como manchete de capa "A súbita força de Eduardo Cunha". A reportagem elogiava as habilidades políticas e conhecimentos regimentais de Cunha, falando somente de passagem sobre os seus podres, para no final afirmar algo como "se ele deixou para trás as malfeitorias, tudo bem". Na cobertura da Globonews sobre a eleição à presidência da Câmara o tom era o mesmo. Destaque para a capacidade de articulação de Eduardo Cunha e para sua disposição em enfrentar o Planalto. Seu passado tenebroso era solenemente ignorado.

A surra histórica de FHC na Al Jazeera

A pátria dos pobres exige respeito

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Com a lucidez de quem esteve na margem correta de grandes tragédias políticas de seu tempo, seja em 1954, seja em 1964, Tancredo Neves deixou palavras de grande utilidade para as gerações que enfrentam o abismo de julho de 2016, quando os brasileiros se encontram diante de um golpe de Estado que pode sacrificar três décadas de conquistas democráticas e dar início a um retrocesso histórico:

- Nosso progresso político deveu-se mais à força reivindicadora dos homens do povo do que à consciência das elites, afirmou Tancredo. A pátria dos pobres está sempre no futuro e, por isso, em seu instinto, eles se colocam à frente da história.

O SUS pede coragem

Por Alexandre Padilha, no jornal Brasil de Fato:

“O correr da vida embrulha tudo.
A vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem” (Guimarães Rosa)


Hoje, 6 de Julho, milhares de conselheiros, usuários, trabalhadores, estudantes e pesquisadores marcham rumo a Brasília em defesa do Sistema Único de Saúde (SUS) e da Seguridade Social. Esta marcha foi precedida de inúmeros debates, rodas de conversa, manifestações, escrachos ministeriais, tuitaços, AbraSUS, moções em conselhos, gritos de guerra ecoando em congressos e seminários, caminhadas, vigílias e ocupações. Todos em defesa do SUS.

Defender a Petrobras é tarefa de todos

Por Marcio Pochmann, na Rede Brasil Atual:

"A 'Campanha do Petróleo' foi, efetivamente, a maior e mais original contribuição à criação de uma atitude ‘nacionalista brasileira democrática’" - Maria Augusta Tibiriçá Miranda

A Petrobras, enquanto maior e mais importante empresa brasileira, passa por uma terceira fase de afirmação frente ao conjunto de ataques, questionamentos internos e externos dos seus detratores. O seu enfrentamento requer fundamental e decidida resposta ante a possibilidade do maior comprometimento da Petrobras ao projeto do senador José Serra (PSDB-SP), que a retira da exclusividade nas atividades de exploração do petróleo e encerra a obrigação de participar com pelo menos 30% dos investimentos em todos os consórcios sob o comando do pré-sal.

“Escola sem partido”, escola silenciada

Por Cleo Manhas, no site Outras Palavras:

O que seria a tão falada, e pouco explicada “escola sem partido”? Basicamente, trata-se de uma falsa dicotomia, pois não diz respeito à não partidarização das escolas, mas sim à retirada do pensamento crítico, da problematização e da possibilidade de se democratizar a escola, esse espaço de partilhas e aprendizados ainda tão fechado, que precisa de abertura e diálogo.

A pauta que precisamos debater é a da qualidade da educação, e não falácias ideológicas sobre a “não ideologização da escola”, algo que se vê até mesmo em alguns diálogos sobre a Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

A criminalização da política e da democracia

Editorial do site Vermelho:

A exacerbação da criminalização da política, que assistimos em nossos dias, está ligada à condenação da ação dos movimentos sociais e do protagonismo do povo na política.

São duas facetas de um mesmo movimento conservador; elas se dirigem contra a compreensão da democracia como espaço político de participação que extrapola os limites formais que a classe dominante tenta impor ao sistema político.

A mídia hegemônica, setores do Poder Judiciário e do aparato policial investem contra ações de reivindicação do povo, a pretexto da defesa do direito de propriedade e da ordem estabelecida. São ataques que vão, nesse sentido, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), à União Nacional dos Estudantes (UNE) e outras entidades populares.

Rombo de R$ 160 bilhões será obra de Temer

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

O governo interino só vai anunciar na quinta-feira, 7, a meta fiscal para 2017, mas a equipe econômica chefiada por Henrique Meirelles já perdeu a disputa com o núcleo político palaciano liderado por Eliseu Padilha e Geddel Vieira Lima. Temer deve bater o martelo sobre a previsão de um déficit de R$ 160 bilhões, contra a defesa de algo entre R$ 140 bi e R$ 150 bi da área econômica, que na semana passada falava apenas em déficit “superior a R$ 100 bilhões”.

A decisão será um claro reflexo da contradição entre o discurso de austeridade que angariou apoio dos mercados à posse de Temer e a natureza fisiológica da base política que perpetrou o golpe contra Dilma. Para atender seu apetite, preservar a maioria parlamentar e consumar o golpe, o governo optará por uma meta “mais folgada” e começará a sacrificar a credibilidade de Meirelles.

O maior problema do "general da Funai"

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

O maior símbolo da defesa dos povos indígenas deste país é um militar: Cândido Rondon, ele próprio descendente de índios terena e bororo, que conduziu com métodos bem diferentes dos da cavalaria americana a nossa versão da “marcha para o Oeste”.

Com toda a crueldade que hoje se percebe na ocupação dos territórios tradicionais dos povos indígenas, todos os que olham a história percebem as virtudes de um militar – e nos tempos em que um civil não poderia fazê-lo – tomar a si esta tarefa. A maior delas, sua melhor qualidade: o exercício da tolerância, que se expressa na frase que lhe ficou de mais típica: “morrer, se preciso for; matar, nunca”.

A lambança fiscal de Temer

Por Saul Leblon, no site Carta Maior:

A indulgência da mídia com a lambança fiscal no país é reveladora da cumplicidade de certo jornalismo com o golpe que assaltou o poder democrático no Brasil há 40 dias.

E que há 40 dias e 40 noites faz chover dinheiro em Brasília.

Sitiado entre a impopularidade, o fisiologismo e a vassalagem à finança, o golpe se sustenta com padrões de gastos sem precedente em governos anteriores, acusados diuturnamente de irresponsabilidade nas contas públicas.

terça-feira, 5 de julho de 2016

Marilena Chauí desmascara Moro e Serra

Mídia "fascistizante" dissemina o ódio

Por Felipe Bianchi, no site do Centro de Estudos Barão de Itararé:



A onda de preconceito e ódio que assola o país tem tudo a ver com a mídia, segundo a filósofa Marcia Tiburi. "O discurso fascistizante de alguns meios", para ela, "não permite qualquer tipo de vôo intelectual", culminando em um cenário no qual o senso comum é formado por verdades absolutas. A crítica foi feita durante bate-papo nesta segunda-feira (4), em São Paulo, em atividade do Ciclo de Debates Que Brasil é Este?.

A onda de ódio e preconceito na sociedade

Não à "escola sem partido"

Por Camila Lanes

Todo o trabalho de uma escola deve estar voltado para a realidade que a cerca. É para formar jovens com possibilidade de olhar para o mundo e se desafiar a torná-lo um lugar melhor através do seu trabalho e dos seus conhecimentos. Para que isso aconteça, não podemos confundir o ato de ensinar com a simples ação de transmitir conhecimento. O ser humano não é um robô. Apenas na reflexão crítica sobre a prática poderemos melhorar o mundo, torná-lo mais justo e mais democrático. Esse é o sentido de uma educação libertadora.

Delações da Lava-Jato atingirão o STF?

Por que gritamos golpe?

Do site da Boitempo Editorial:

A Boitempo lança no início de julho a coletânea Por que gritamos Golpe? – Para entender o impeachment e a crise política no Brasil, na coleção Tinta Vermelha.

Somando-se ao debate público sobre a crise política no Brasil, a obra proporciona ao leitor diversas análises sobre a dinâmica do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, dentro de uma perspectiva multidisciplinar e de esquerda. Os textos que compõem a coletânea são inéditos e buscam desenhar uma genealogia da crise política, entender as ameaças que se colocam à democracia e aos direitos conquistados pela Constituição de 1988 e apontar caminhos de superação de nossos impasses políticos. São trinta autores (a lista completa segue abaixo), entre pesquisadores, professores, ativistas, representantes de movimentos sociais, jornalistas e figuras políticas.

Golpe veio para tirar pobres do Orçamento

Por Marcelo Zero

Os governos do PT colocaram os pobres no orçamento. Na esteira do que a Constituição de 88 timidamente apontava, esses governos resolveram investir a sério nos cidadãos mais necessitados, nos excluídos históricos que não entravam nos orçamentos, nas universidades, nos hospitais, nos empregos com carteira, nos aeroportos e nos shoppings.

O resultado foi que 36 milhões de cidadãos deixaram a miséria e outros 40 milhões entraram na classe média, ou na nova classe trabalhadora. O resultado foi que o índice de Gini (indicador que mede a desigualdade) do Brasil caiu de 0,610 pra 0,490. O resultado foi o filho do pedreiro que virou doutor. O resultado foi a filha da Senzala que virou médica. O resultado foi mais democracia, mais soberania e maior dinamização da economia real.

A agenda do usurpador Michel Temer

Por Jeferson Miola

A agenda do presidente usurpador Michel Temer desta terça-feira, 5 de julho, é um retrato fidedigno do esquema que tenta tomar o Poder de assalto através do processo fraudulento de impeachment.

À primeira vista, salta aos olhos a curta jornada de trabalho do usurpador, cujos compromissos somente começam na metade da manhã, são interrompidos por um intervalo confortável de almoço, e terminam antes do sol se pôr. Afinal, uma rotina muito diferente da maioria do povo brasileiro, que madruga todos os dias para só regressar ao lar na noite já feita.

O STF e os privilégios da toga

Por Maurício Dias, na revista CartaCapital:

Sopra um vento forte de desentendimento entre os 11 componentes do Supremo Tribunal Federal (STF). A origem da ventania surgiu da proposta de uma nova Lei Orgânica da Magistratura (Loman) apresentada, em recente reunião administrativa, pelo ministro-presidente Ricardo Lewandowski. A reunião foi tensa. O texto recebeu críticas duras.

Prevaleceu entre os pares o ditado popular: cada cabeça uma sentença. Só houve união em torno da condenação das regalias propostas no texto apresentado por Lewandowski.

O treinamento de Moro nos EUA

Do Jornal GGN:

Revelado pelo Wikileaks, documento interno do governo dos EUA mostra como o país treinou agentes judiciais brasileiros, incluindo o juiz federal Sérgio Moro. Datado de 2009, o informe pede um treinamento aprofundado em Curitiba, vara do juiz que comanda a Operação Lava Jato.

Chamado de "Projeto Pontes", o seminário pretendia consolidar a aplicação bilateral de leis e habilidades rpáticas de contraterrorismo, e contou com a participação de juízes federais e promotores dos 26 estados brasileiros, além de 50 policiais federais. Também estavam presentes representantes do México, Costa Rica, Panamá, Argentina, Uruguai e Paraguai.

A desigualdade no Brasil

Por Clemente Ganz Lúcio, na revista Caros Amigos:

Tempos difíceis no mundo e no Brasil. Crise econômica profunda, desemprego, arrocho salarial, precarização dos direitos, violência crescente, migrantes em fuga, xenofobia, descontentamento com as instituições e insatisfação com a política compõem uma lista e tanto, mas são apenas parte dos problemas. Em busca de solução, há o desafio de entender o que está acontecendo, identificar causas e consequências. E há um desafio maior ainda que é transformar, pelo conhecimento, os problemas em questões que mobilizem a sociedade para atuar e intervir.

Temer promete 'medidas impopulares'. Quais?

Por Leonardo Sakamoto, em seu blog:

Em um evento, nesta segunda (4), em São Paulo, o presidente interino Michel Temer agradeceu o apoio que recebeu de representantes do agronegócio e avisou: “a partir de certo momento, começaremos com medidas, digamos assim, mais impopulares''.

Como assim “mais impopulares''? Mais impopulares do que ele já está fazendo? Isso significa que ele nem começou?!

Seu governo indicou que vai propor a limitação dos investimentos públicos em educação e saúde e que vai apoiar mudanças legislativas que podem tornar uma parte grande da CLT letra morta (como a autorização da terceirização de todas as atividades de uma empresa e da negociação com patrões ficar acima da lei, mesmo em prejuízo ao trabalhador). Além disso, já informou que vai fazer uma reforma da Previdência Social, provavelmente fixando uma idade mínima de 65 a 70 anos – quando muito trabalhador pobre nem chega a viver até isso.

Por que Moro não prende o Lula?

Por Antônio Barbosa Filho, em seu blog:

O sonho da direita brasileira e de seus mentores da extrema-direita norte-americana é eliminar a possibilidade de Lula ser candidato a presidente da República em 2018. Aliás, de ser candidato a qualquer cargo - como tudo ainda está indefinido ele pode muito bem decidir candidatar-se a governador de São Paulo, para derrubar o continuísmo tucano no Palácio dos Bandeirantes, que já dura mais de vinte anos.

O grande ataque aos serviços públicos

Por Grazielle David, no site Outras Palavras:

O artigo 3º da Constituição Federal esclarece quais são os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: construir uma sociedade livre, justa e solidária; garantir o desenvolvimento nacional; erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Para isso, o artigo 6º elenca os direitos sociais: educação, saúde, alimentação, trabalho, moradia, transporte, lazer, segurança, previdência social, proteção à maternidade e à infância e assistência aos desamparados.

Jean Wyllys fala sobre golpe e preconceito

segunda-feira, 4 de julho de 2016

"Fora Temer" chega à Arena Corinthians

Por José Luiz Teixeira, no site Vermelho:

Mais conhecido como "O Clássico das Multidões", o jogo entre os clubes mais populares do Brasil, Corinthians versus Flamengo, entrou para a história de lutas pela retorno da democracia, gravemente atingida por um golpe parlamentar.

Faixa erguida no setor Leste Inferior da Arena Corinthians exige: "Fora Temer"

Faixas pela "Volta da Democracia" e "Fora Temer" foram erguidas nas arquibancadas em Itaquera. Também houve manifestação contra a Globo golpista e repúdio à cultura do estupro e machismo.

Resistência democrática contra o retrocesso

Por Fernando Nogueira da Costa, no site Brasil Debate:

Segundo ironia de um economista que já teve trânsito no governo, tipo Delfim Netto, o kaiser do regime ditatorial militar, “o mal da Presidenta foi acreditar que o Datafolha era a voz de Deus”. Nos dois episódios em que Dilma interveio, forçando a queda dos juros e a queda da tarifa de energia, “ela se deixou levar pela visão de curto prazo da sociedade e adotou medidas populistas”. Ora, “populismo” é como a visão esnobe enxerga tudo que beneficia o povo – não aos empresários…

No corte de juros, na desoneração fiscal da folha de pagamentos e na redução do custo da energia, a parte do setor produtivo não beneficiado diretamente, no lugar de aplaudir, criticou. Para uma parcela dos empresários-golpistas, “Dilma e sua equipe avançaram o sinal sobre regras básicas do capitalismo, dando um tom mais estatizante à condução da economia”. Porém, o salvamento anticíclico foi por eles mesmos solicitado…

PT, MP e o peixe morre pela boca

Por Breno Altman, na revista Fórum:

O PT nasceu sob vários influxos. Um deles foi a crítica contra o socialismo real, a experiência forjada pela revolução de outubro e liderada pela URSS.

O centro desta crítica era a questão democrática. Muitos dos formuladores dessa crítica não escondiam reverência a ideias liberais, prestando homenagem ao suposto caráter universal dos princípios de Montesquieu, sobre a separação de poderes.

Alem desta influência cultural, o pensamento democrático hegemônico no PT também foi construído a partir do espírito da luta contra a ditadura e da vivência corporativo-sindical.

Atentado à democracia na Folha

Por Jorge Luiz Souto Maior, no site Carta Maior:

O jornal Folha de S. Paulo dedicou dois de seus editoriais, publicados em menos de um mês [1], para criticar a greve na USP. A insistência no tema é, no entanto, reveladora do quanto a ausência de conhecimento faz mal, principalmente para quem se arvora na tarefa de informar e de formar opinião. Com seus editorais a Folha apenas provou que o desprezo pela educação de qualidade gera grave dano às pessoas, às instituições e à sociedade.

Com desmonte, MEC adia Fies

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

O Ministério da Educação anunciou hoje o adiamento, para o dia 15 de julho, da conclusão das inscrições dos estudantes pré-selecionados para ter acesso ao Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), cujo prazo começaria nesta sexta-feira, primeiro de julho. A medida, que conturbará a vida de milhares de estudantes, é consequência do desmonte das estruturas do MEC e da demissão de funcionários e técnicos familiarizados com a gestão dos programas. A justificativa do governo foi a de que serão necessários ajustes no sistema por conta da elevação do teto de renda familiar, de 2,5 para 3 salários mínimos, o que não explica tamanho atraso. Se com o Fies está acontecendo isso, imagine com o Enem, um programa mais complexo, que envolve número muito maior de estudantes e a aplicação de provas em todo o pais, dizem funcionários do MEC, que esta semana fizeram um “trancaço” na porta do ministério em protesto contra o desmonte.

'Fenômeno' Bolsonaro só existe no Facebook

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Não fosse por uma refrega na altura da Igreja da Consolação, em que a tropa de choque da PM jogou algumas bombas contra meia dúzia de garotos, o ato em defesa de Jair Bolsonaro em São Paulo não teria sido notado.

Pelo menos 3 mil pessoas confirmaram presença na página do Facebook que convocava para a manifestação em defesa do deputado.

Havia, no auge, 300 malas sem alça, por volta das 14h de domingo, dia 3. O figurino e o repertório eram os clássicos da direita indigente: bandeiras do Brasil e do Estado de São Paulo, jovens criados a leite com pera vestindo camisetas com a foto do “mito”, cartazes defendendo intervenção militar e a inocência do heroi.

Por que o Congresso brasileiro é tão ruim?

Por Emir Sader, na Revista do Brasil:

Os Congressos brasileiros nunca tiveram boa fama com o povo. A própria mídia, responsável pela eleição de Congressos ruins, se encarrega de desmoralizá-los, assim como a politica, o Estado e os governos. Quanto mais fracos, mais força terá o mercado e a própria mídia, como tutores dos governos.

As estruturas politicas tradicionais no Brasil sempre se apoiaram nos parlamentares eleitos nos seus estados por meio de ações despolitizadas, de distribuição de benesses, de formação de associações fajutas, de cooptação de lideranças locais, de organização de redes de apoio baseadas nas vantagens materiais. Suas lideranças são locais, a partir das quais se elegem para os parlamentos estaduais ou nacionais, onde se perpetuam, em partidos sem identidade ou naqueles que vivem de negociar seu apoio aos governos, de que o PMDB é o exemplo clássico.

A vergonhosa banalização da deduragem

Por Bepe Damasco, em seu blog:    

Matéria de capa da revista CartaCapital desta semana mostra "la dolce vita" levada pelos criminosos que deduraram gente ligada ao PT e ao governo na Lava Jato, pois, decididamente, o juiz de 1ª instância Sérgio Moro e a força-tarefa da República de Curitiba não se interessam quando o dedo acusador dos corruptos mira tucanos de alta plumagem.

Um delator chegou a ouvir ao citar Aécio a resposta cortante :"isso interessa, mas não agora." E quem ousou inocentar o presidente Lula da acusação ridícula sobre as obras no apartamento do Guarujá e o sítio em Atibaia se deu deu mal. É o caso de Léo Pinheiro, executivo da empreiteira OAS, que teve a delação premiada anulada e não escapou da volta para a cadeia.

O STF e o império da lei

Por Mauro Santayana, em seu blog:

Na última semana, juízes e procuradores de São Paulo declararam-se “perplexos” e manifestaram-se contra a decisão da Suprema Corte, por meio do Ministro Dias Toffoli, de mandar soltar Paulo Bernardo, detido em Brasília, diante de seus filhos, em um apartamento pertencente ao Senado Federal, em espetaculosa ação da Polícia Federal que contou com a participação de numerosos homens e até mesmo de um helicóptero, como se o ex-ministro fosse um perigoso traficante de drogas, uma espécie de Pablo Escobar, entrincheirado em uma inexpugnável fortaleza no deserto, na fronteira sul dos EUA.

Há um cheiro de dedo (duro) no ar?

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Do temeríssimo Jorge Bastos Moreno – o homem que recebeu a carta do então vice “decorativo” – na sua coluna:

Não foi para ver as emas do quintal do Palácio que Cunha foi ao Jaburu no domingo à noite. 

Tampouco para comer jamelão, que não dá no mês de junho, pelo menos em Brasília.
Ele foi lá no mato tentar emplacar um candidato para sua própria sucessão, em troca da preservação do mandato.

Mas encontrou um presidente refém do tabuleiro político do Congresso.
Neste momento, se mexer numa pedra desse tabuleiro, Temer corre o risco de não conseguir manter nem o seu próprio mandato.

Viúva de Paulo Freire cobra Temer

Do blog Viomundo:

Exmo. Sr. Presidente Interino do Brasil

Prof. Dr. Michel Temer

Assunto: Paulo Freire: Wikipedia e Serpro

Na qualidade de viúva, estudiosa e sucessora legal da obra do Educador PAULO FREIRE, quero, através dessa carta, estabelecer um diálogo cordial e franco com V.Exa., mesmo estando nós dois, em termos ideológicos, em posições diferentes, no sentido de esclarecer assunto que vem sendo divulgado pela imprensa nacional, de que partiu de dentro do governo através da rede do SERPRO, uma entidade pública, portanto sob a responsabilidade do Estado Brasileiro, a alteração no conteúdo da biografia de meu marido na enciclopédia livre Wikipedia (veja no PS do Viomundo, as alterações), colocando-o como envolvido com um projeto de educação atrasado e fraco de caráter doutrinário marxista e manipulador.

A decisiva resistência de Lula

Lula e Conceição Tavares. Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula
Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

A visão convencional sobre a transferência das investigações sobre Lula para o juiz Sérgio Moro costuma ser apresentada numa lógica de aparência imbatível. A ideia é simples: depois que o Senado decidiu afastar Dilma provisoriamente de seu posto, encerrando a possibilidade de Lula assumir a Casa Civil, não faria o menor sentido manter o caso sob os cuidados do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, respeitando uma prerrogativa de foro que só deve ser assegurada a quem ocupa a cadeira de ministro de Estado. A realidade é um pouco diferente, porém.

domingo, 3 de julho de 2016

Por que defender a Constituição de 1988

Por Roberto Amaral, na revista CartaCapital:

À Constituição de 1988 são devidos 26 anos de estabilidade democrática, o mais extenso período desde 1946.

É preciso festejá-los, pois é nos momentos de segurança democrática que mais avança o processo político, e com ele se fortalecem as organizações sindicais e populares.

Temos todos os motivos (e comungamos de todos os deveres) para defender a legalidade democrática, pois, sempre que ela é rompida são os movimentos populares, os trabalhadores, os camponeses e os pobres que pagam o alto preço da fatura, seja por força das restrições impostas ao exercício da política em geral e do sindicalismo de forma específica, seja pela prática de restrições (também chamadas de ‘flexibilização’) aos direitos trabalhistas, no que, aliás já se empenha o presidente interino porque esta é, entre nós, a história recorrente dos governantes de direita.

Internet para todos, um direito social

Por Margarida Salomão, na revista Teoria e Debate:

A discussão acerca da franquia de dados para a internet fixa não está passando pela população, por mais que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) reafirme a necessidade de um amplo debate com a sociedade e com todas as partes envolvidas. Isso é conveniente para as operadoras interessadas na limitação de dados e para a própria Anatel, que chegou a ser acusada pelo presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Claudio Lamachia, de atuar como instrumento das operadoras em prejuízo dos consumidores.

Paulo Freire e a pedagogia da ignorância

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

Apenas um mês atrás, um levantamento feito com base na ferramenta de busca Google Scholar apontou a Pedagogia do Oprimido, do educador brasileiro Paulo Freire (1921-1997), em terceiro lugar entre os livros mais citados por pesquisadores em Ciências Sociais de todo o mundo. O pernambucano Freire é reconhecidamente uma sumidade internacional na área da educação e deveria ser motivo de orgulho para qualquer um de nós - menos para os reaças que nunca o leram e que não sabem patavinas do que falam, mas se dedicam a atacá-lo.

A comunicação no governo Haddad

Foto: Elineudo Meira/PT-SP
Do site do PT:

O Seminário “Mídias alternativas e a comunicação na cidade de São Paulo” aconteceu neste sábado (2) na Universidade Mackenzie e destacou a importância das redes sociais e canais diversificados para a comunicação. O seminário, dividido em duas mesas de debate, faz parte da atividade de colaboração para construção do programa de governo na área de comunicação para a gestão do prefeito de São Paulo Fernando Haddad.

A conexão das redes com as ruas como meio de fortalecer a relação com a população foi um dos destaques das falas dos integrantes da primeira mesa de debate realizada no período da manhã, coordenada pelo secretário municipal de comunicação do Diretório do PT da capital,João Bravin.

Facebook pode nos deixar mais burros

Do Jornal GGN:

Recentemente o Facebook anunciou uma nova mudança no seu algoritmo que permitirá que o usuário aumente sua interação na linha do tempo com seus amigos mais próximos.

Na prática, isso quer dizer que os feeds que serão reproduzidos na timeline de cada usuário serão de pessoas mais próximas e não tanto notícias, reportagens ou de pessoas que matem pouca interação. Isso significa que a rede social aproximará cada vez mais pessoas que pensam igual e, portanto, afastará o contato do usuário com pessoas que pensam diferente dele. No artigo a seguir, assinado por Federico Nejrotti, a análise é que o novo modelo de filtro organizado pelo Facebook deixará o usuário mais burro vivendo em sua "bolha".

PSDB prepara o golpe dos golpes?

Por Tico Santa Cruz, no jornal Brasil de Fato:

Se Dilma não apontar uma perspectiva de mudança que agregue votos no Senado agora em agosto, será colocada definitivamente para fora do cargo. O Brasil ficará nas mãos do PMDB, que por sua vez está refém de Sérgio Machado e Eduardo Cunha, dois homens-bomba, que podem ser usados a qualquer momento para implodir essa "nova" formação da República.

Me parece que nem Machado quer ir para cadeia e nem Cunha quer ver sua mulher atrás das grades. Então se preparem, porque cabeças vão rolar.

Historiadores incomodam a velha mídia

O grande Marc Bloch transformou a historiografia e lutou
na resistência francesa. O frágil “Estadão” é capaz de citá-lo
e defender a velha noção de “ciência neutra”
Por Jocelito Zalla, no site Outras Palavras:

Um capítulo triste para a história da mídia impressa brasileira foi recentemente escrito por O Estado de S.Paulo. No dia 14 de junho, o jornal publicou editorial, intitulado “O lugar de Dilma na História”, que condena a participação de historiadores no movimento em defesa da democracia. Não nesses termos, evidentemente. A histórica relação do periódico com grupos políticos conservadores, e o poder econômico que eles representam, não é nenhum segredo. Seus malabarismos verbais para esconder a realidade também não são novos. No dia 2 de abril de 1964, por exemplo, o jornal noticiava o golpe militar que iniciou a última ditadura brasileira com a seguinte manchete: “Vitorioso o movimento democrático”. Mas talvez seja inédito um ataque tão explícito a profissionais que estudam o passado.