domingo, 28 de dezembro de 2014

Mídia minimiza colapso da Europa

Por Altamiro Borges

Durante a campanha eleitoral, a mídia tucana evitou dar destaque para o agravamento da crise capitalista no mundo. O objetivo era eleitoreiro. Visava vender a imagem de que apenas o Brasil enfrentava dificuldades na economia. A culpa seria do “intervencionismo” do governo Dilma, que engessaria o “deus-mercado”. Aécio Neves era tratado como político moderno, capaz de destravar o crescimento econômico com suas propostas de austeridade fiscal, redução dos tributos das empresas e flexibilização trabalhista – entre outras receitas amargas do neoliberalismo. Passada as eleições, porém, o noticiário volta a destacar os efeitos nefastos da crise mundial, mesmo sem analisar as causas reais do caos capitalista.

'Veja' tenta explicar nota zero de Aécio

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Em algum momento do ano, a Veja tinha que publicar alguma coisa verdadeira, pela lei das estatísticas jornalísticas.

Isso aconteceu em sua última edição do ano, numa lista com o desempenho dos parlamentares brasileiros em 2014.

A mídia e a sociedade do espetáculo

Por Orlando Senna, no site Diálogos do Sul:

O conceito de sociedade do espetáculo apareceu pela primeira vez em 1967, quando o anarquista francês Guy Debord publicou seu livro La société du spectacle, estudo crítico sobre capitalismo, consumo e sociedade. Temas como a desilusão capitalista, negação da vida real e forma-mercadoria estão nesse livro, um dos textos paradigmáticos das manifestações de Maio de 68 em Paris. Pode-se dizer que é um estudo, mais que pioneiro, profético.

A guerra e o triunfo da propaganda

Por John Pilger, no site português O Diário:

Por que sucumbiu tão grande parte do jornalismo à propaganda? Por que são a censura e a distorção a prática padrão? Por que é a BBC tão frequentemente uma porta-voz do poder rapinante? Por que enganam os seus leitores o New York Times e o Washington Post?

O 'Petrolão' e os outros escândalos

Por Mauro Santayana, na Rede Brasil Atual:

Nas últimas semanas, o Brasil tem vivido sob o impacto da Operação Lava Jato, que, em torno da qual o noticiário, na busca de uma associação ao chamado “mensalão”, batizou de Petrolão. Enquanto se eleva esse novo escândalo ao posto de "o maior da história", relegam outros episódios aos rodapés, os lançam um imenso Triângulo das Bermudas, o reduzem aos pedacinhos pelas lâminas de Freddy Krueger, os abduzem feito obra de alienígenas.

Cuba: Xeque mate na grande imprensa

Por Alexei Padilla e Amanda Cotrim, na revista Caros Amigos:

A imprensa oligárquica do Brasil tem destacado nesses últimos dias a importância do restabelecimento – após 53 anos – das relações diplomáticas entre Cuba e os Estados Unidos. Contudo, ela tem ocultado alguns aspectos relevantes dos acontecimentos que assistimos no dia 17 de dezembro.

‘Se eu tivesse um cérebro...’

Por Luciano Martins Costa, no Observatório da Imprensa:

Nestes dias entre feriados, os principais jornais de circulação nacional chegam esquálidos aos seus leitores, recheados apenas com a minguada cota de textos e imagens suficientes para completar os cadernos regulamentares. Há poucos anúncios, alguns dos principais colunistas aproveitam para tirar férias e as corriqueiras tempestades de verão, que costumam apanhar milhares de turistas nas estradas, preenchem o espaço das páginas de papel e o tempo dos meios eletrônicos.

sábado, 27 de dezembro de 2014

Alckmin tenta ressuscitar Roberto Freire

Por Altamiro Borges

Saiu na coluna Painel da Folha desta sexta-feira (26):

Geraldo Alckmin (PSDB) estuda uma maneira de contemplar os presidentes nacionais de dois partidos aliados ao finalizar a montagem de seu secretariado: Roberto Freire (PPS) e José Luiz Penna (PV). O tucano busca um desenho que permita à dupla, que não se reelegeu, assumir a Câmara Federal em 2015. O movimento tem em vista as eleições de 2018: amarrando os dois, Alckmin amplia sua influência nacional sobre os aliados, o que facilitaria a construção de sua candidatura à Presidência... Para que Freire assuma o mandato, o tucano precisa chamar para seu secretariado quatro parlamentares da chapa, composta por PSDB, DEM e PPS.

Aécio nota zero. "Veja" rifa o playboy!

Por Altamiro Borges

Não é para menos que o cambaleante Aécio Neves anunciou, em entrevista à Folha nesta semana, que "já cumpri meu papel" e que o governador Geraldo Alckmin deve ser o candidato do PSDB em 2018. Além da sua dupla derrota – na corrida presidencial e na manutenção do governo de Minas Gerais –, o senador sabe que não conta com a simpatia da oligarquia nativa. Ele é visto como um playboy sem condições de governar o país. A elite até o apoiou, no seu ódio ao lulopetismo, mas ele "já cumpriu o seu papel" e pode ser descartado. O "Ranking do Progresso", publicado nesta semana pela "Veja", sinaliza que ele já virou bagaço. Passado o pleito, ele recebeu nota zero do panfleto da direita nativa.   

De uma guerra fria a outra?

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Por Emir Sader, no site Carta Maior:

“Os últimos soldados da guerra fria” seriam, segundo o título do livro do Fernando Morais, os cinco cubanos que agora se reuniram em Cuba, depois da espetacular operação diplomática de normalização das relações com os EUA. Teria sido virada a última página da guerra fria.

O papa Francisco e a China

Por Haroldo Lima, no site Vermelho:

O papa Francisco negou-se agora, nesse dezembro de 2014, a receber em audiência o Dalai Lama. O secretário de Estado do Vaticano, Pietro Parolin, explicou que a audiência “poderia causar problemas entre a China e o Vaticano”.

A diplomacia chinesa imediatamente saudou a notícia. No dia seguinte ao seu anúncio, publicado em 15/12/2014, pelo órgão de imprensa Religión Digital, o porta-voz do Ministério do Exterior chinês, Quing Gang, em coletiva à imprensa, animado, disse confiar que “o Vaticano possa continuar defendendo princípios relevantes e trabalhar na mesma direção que a China para melhorar as relações bilaterais” entre a China e o Vaticano.

A piada do bolivarianismo patronal

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

A demissão de João Paulo Cunha, editor de cultura do jornal Estado de Minas, publicação de maior circulação naquele estado, ajuda a colocar um traço de realismo ao debate sobre liberdade de imprensa no Brasil.

É uma piada pronta, que ajuda a lembrar que vivemos um regime que deveria ser definido como bolivarianismo patronal.

Um ano de muitas lutas e vitórias

Por Adilson Araújo, no site da CTB:

Chegamos ao fim de mais um ano comemorando, em 12 de dezembro, o sétimo aniversário da CTB, com a consciência do dever cumprido. 2014, um ano de muitas lutas, terminou coroado com a quarta grande vitória do povo brasileiro nas eleições presidenciais. A reeleição de Dilma Rousseff afastou o risco de retrocesso neoliberal e garantiu a continuidade do novo ciclo político inaugurado com a posse de Lula em 2003.

Quando Dilma irá acalmar a esquerda?

Por Breno Altman, em seu blog:

Abundam analistas e protagonistas elogiando as escolhas da presidente para o ministério, as medidas anunciadas nas últimas semanas e o discurso que tem predominado desde a reeleição.

A ideia-força que atrai estes aplausos é a da pacificação. Seria lance político de brilhantismo um conjunto de concessões destinadas a desarmar o clima de enfrentamento da disputa presidencial.

A luta pela reforma agrária em 2015

Por José Coutinho Júnior, no site do MST:

Em entrevista ao Jornal Sem Terra, Jaime Amorim, da coordenação nacional do MST, analisa a conjuntura política de 2014. Do 6° Congresso do MST ao período eleitoral, abre-se um espaço para um novo ciclo de lutas pela Reforma Agrária.

Para ele, o ano de 2015 será de extrema importância “para fazer ocupações de latifúndios, retomar o processo de massificação da luta pela terra, exigir do governo questões fundamentais para o desenvolvimento da Reforma Agrária Popular, dos assentamentos e para a desapropriação de terras”.

Dilma reeleita: Desafios e expectativas

Por Vagner Freitas, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:


Depois de doze anos, o projeto de desenvolvimento econômico e sustentável com inclusão social iniciado pelo ex-presidente Lula, em 2003, e consolidado pela presidenta Dilma Rousseff nos últimos quatro anos é o centro de uma das disputas mais renhidas das últimas décadas. Os conservadores perderam a eleição, mas querem impor suas pautas.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Metrô e as falsas promessas de Alckmin

Por Altamiro Borges

O Estadão informa nesta sexta-feira (26) que o governador Geraldo Alckmin entregará apenas duas das nove estações do Metrô e da CPTM prometidas para 2015. Durante a campanha, ele manipulou dados sobre o sistema de transporte e jurou que ele seria ampliado. Agora, garantida a reeleição – graças à ajuda generosa do Estadão e do restante da mídia tucana –, ele confessa que as obras estão atrasadas e ainda tem o cinismo de afirmar que "elas não ficam prontas em 24 horas". O PSDB está no comando do Estado há duas décadas e São Paulo tem uma das mais baixas extensões do Metrô no mundo – o que provoca superlotação e panes constantes. O Estadão, que adora questionar a reeleição de Dilma, não poderia indagar também sobre o "estelionato eleitoral" do grão-tucano?

Venina: “Heroína” da mídia é uma fraude?

Por Altamiro Borges

No seu falso moralismo, os barões da mídia costumam escolher mal seus heróis. A revista Veja, por exemplo, já elegeu o ex-senador Demóstenes Torres como “mosqueteiro da ética”. Pouco tempo depois, o líder dos demos foi cassado devido às suas íntimas ligações com o mafioso Carlinhos Cachoeira. Emissoras de tevê, jornalões e revistonas também bajulavam o governador José Roberto Arruda, o “vice-careca” do tucano José Serra, até que ele foi cassado no Distrito Federal pelo desvio de milhões dos cofres públicos. Agora, a mídia já tem a sua nova heroína: Venina Velosa. Após 27 minutos de exposição no Fantástico da TV Globo, com direito a choro e a muito melodrama, ela virou a musa dos udenistas. Aos poucos, porém, as verdades sobre a ex-diretora da Petrobras aparecem e setores da imprensa até já ensaiam descartá-la como bagaço.

10 piores casos de complexo de messias

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

O fim do ano é o momento em que nos lembramos do messias JC, mas é impossível deixar de lado os malas sem alça que possuem o complexo de messias. O ano de 2014 foi pródigo em megalomaníacos com fórmulas infalíveis para a salvação do Brasil e, em última análise, do universo.

Alguns tentaram nos livrar de uma ditadura comunista, outros ameaçaram seus discípulos se não seguissem seu voto - em comum, todos incapazes de admitir qualquer erro e eternamente tentando encaixar os fatos em sua visão de mundo. O tipo de gente que estraga qualquer festa de réveillon.


A xenofobia cresce na Europa

Por Gianni Carta, na revista CartaCapital:

Dois eventos na segunda-feira (15) não poderiam ser mais colidentes. Em Paris, o presidente François Hollande finalmente inaugurou o Museu da Imigração, criado sete anos atrás. Em Dresden, na Saxônia, o Pegida, sigla para “Patriotas europeus contra a islamização do Ocidente”, aglutinou 15 mil manifestantes, entre eles vários jovens neonazistas. Em uníssono, a multidão gritava: “Basta com a Sharia (lei islâmica) na Europa”. Detalhe: na Saxônia há 2,1% de estrangeiros, dos quais 0,1% é de muçulmanos.