segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Previsões-2015: O declínio dos jornalões

Por Altamiro Borges

Através de um comunicado lacônico aos seus funcionários, o jornal Folha de S.Paulo informou nesta segunda-feira (5) o fechamento da sua única sucursal no interior paulista, em Ribeirão Preto, e a demissão de cinco dos seus sete jornalistas. Uma repórter só escapou do facão porque está grávida e a lei proíbe a dispensa. Segundo relato generoso do Portal Imprensa, “os dois funcionários mantidos atuarão como correspondentes da Agência Folha e as notícias sobre Ribeirão Preto e região continuarão a ser publicadas pelo jornal, mas de forma reduzida”. O site afirma que as dispensas decorrem da “queda de produção de cana-de-açúcar” na região, “o que pode ter atingido o jornal, com possível diminuição dos anunciantes”.

Para que esclarecer?

Por Luciano Martins Costa, no Observatório da Imprensa:

A imprensa ainda explora o desencontro entre o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, e a presidente da República, ocorrido no sábado (3/1), quando o ministro foi obrigado a desmentir declaração que havia feito na véspera sobre possíveis mudanças nas regras de reajuste do salário mínimo. A sequência do noticiário, na segunda-feira (5), coloca em contexto mais claro o suposto desentendimento, mas alguns colunistas aproveitam para levantar dúvidas sobre a autonomia dos ministros da área econômica.

O currículo da pátria educadora

Por Saul Leblon, no site Carta Maior:

A mídia derrotada em 26 de outubro fez da posse da Presidenta Dilma Rousseff um manifesto fotográfico de revanchismo e ressentimento.

Seria só a doença infantil do conservadorismo não fosse o sinal eloquente dos dias que virão.

Acovardada diante da solenidade democrática, momentaneamente impedida de expor as garras em textos explícitos, a cobertura conservadora dedicou-se a selecionar e recortar imagens oferecendo uma angulação desairosa da cerimônia, da presidenta reeleita e, por indução, do seu legado e do seu futuro.

Até quando a mídia vai blindar Aécio?

Por Miguel do Rosário, no blog Tijolaço:

Os escândalos de Aécio tem sido sistematicamente varridos para debaixo do tapete, como aliás acontece com todo escândalo tucano.

É só aparecer um tucano na história que as rotativas, misteriosamente, param de funcionar.

Os satélites pifam.

Onde está o dinheiro da corrupção?

Por Eron Bezerra, no site Vermelho:

A lógica das sociedades capitalistas é a expropriação do alheio. A corrupção é apenas a parte não legalizada dessa prática macabra, razão pela qual as forças progressistas, de esquerda, jamais podem ser coniventes ou tolerantes com essa prática.

Toda sociedade tem seus valores, sua ética, que se constituem na sua cultura, no sentido definido por Tylor (Edward Burnett Tylor), como sendo “aquele todo complexo que inclui conhecimento, crença, arte, moral, lei, costume e quaisquer outras capacidades e hábitos adquiridos pelo homem na condição de membro da sociedade”. Cultura, portanto, tem valor histórico e de classe, ou seja, para cada período histórico e de acordo com a classe dominante esses valores culturais se alteram.

A matriz da Operação Lava Jato

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Matriz ideológica da Operação Lava Jato, com a qual o juiz Sérgio Moro investiga a Petrobras e ameaça produzir uma crise sem paralelo em nossa história política, a Operação Mãos Limpas merece mais do que um minuto de reflexão por parte dos brasileiros.

Iniciada com um flagrante forjado contra um alto funcionário do Partido Socialista Italiano, em Milão, em 1992, em dez anos a Operação Mãos Limpas investigou 6 000 pessoas e condenou 1223, entre empresários, parlamentares e dirigentes políticos. Dez acusados se suicidaram, entre eles um presidente e um diretor da ENI, a estatal italiana de petróleo, que mais tarde foi privatizada. Vinte anos depois, as vitórias contra a corrupção merecem aplauso e reconhecimento mas não permitem uma visão heróica nem romântica. Há um número considerável de perguntas que precisam de respostas.

Kátia Abreu e a força do latifúndio

Por Igor Felippe, no blog Escrevinhador:

A nova ministra da Agricultura, a senadora Kátia Abreu (PMDB), disse em sua primeira entrevista depois da nomeação que não existe mais latifúndio no Brasil, concedida a Mônica Bergamo, na Folha de S. Paulo (leia aqui). Assim, ela sustenta que não é necessária uma reforma agrária em massa.

Não é o que diz o cadastro de imóveis do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), levantados a partir da auto-declaração (vejam, auto-declaração) dos proprietários de terras entre 2003 e 2010.

A obsessão da mídia com o "ajuste"

Por Paulo Henrique Amorim, no blog Conversa Afiada:

O amigo navegante deve ter percebido que o PiG e seus urubólogos só pensam naquilo: no “ajuste”.

Todas as manchetes, as “análises”, entrevistas só tratam do “ajuste” – quer dizer, quando não tratam da elegância da Presidenta na posse.

Percebe-se o subterrâneo desejo de transformar o Ministro Levy num Cavalo de Troia do PSDB.

O três em um do Lula no Guarujá

Por Luiz Carlos Azenha, no blog Viomundo:

Se você falar num “três em um” numa rodinha de jovens muitos vão fazer cara de paisagem. É o mesmo que falar em óleo de fígado de bacalhau, DKV ou Olivetti.

Em 1989 ter um “três em um” em casa era símbolo de status. Especialmente aqueles que vinham acompanhados de grandes caixas de som. Vitrola, toca-fitas e rádio, tudo num mesmo aparelho!

O latifúndio e o país de Kátia Abreu

Por Leonardo Sakamoto, em seu blog:

A ministra Kátia Abreu, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do governo Dilma Rousseff, poderia consultar o capítulo sobre os Povos Indígenas no relatório final da Comissão Nacional da Verdade, lançado em dezembro, para perceber que não foram os indígenas que “saíram da floresta e passaram a descer nas áreas de produção”, como ela afirmou em entrevista à Mônica Bergamo, na Folha de S.Paulo.

O novo boato sobre saúde de Lula

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

O nome do “artista” é Leandro Mazzini, que se diz “jornalista, escritor e pós-graduado em Ciência Política pela UnB”. O sujeito edita uma tal de “coluna esplanada” no portal UOL. Neste domingo (4/1), esse indivíduo publicou nota fantasiosa sobre metástase que Lula teria sofrido e que lhe teria lhe atingido o pâncreas.

Operação Lava Jato vai marcar 2015

Por Fabio Serapião, na revista CartaCapital:

As denúncias contra Nestor Cerveró, ex-diretor da Área Internacional da Petrobras, e Fernando Baiano, apontado como lobista a serviço do PMDB, encerraram os trabalhos da Operação Lava Jato este ano. A nova leva de arrolados pelo Ministério Público, composta basicamente de políticos envolvidos no escândalo, deve começar a pipocar em fevereiro, conforme deu a entender Rodrigo Janot, procurador-geral da República. O primeiro trimestre de 2015 assistirá, portanto, à fase mais aguda de uma investigação iniciada em 2008, a partir de um pequeno caso em Londrina, no Paraná.

Berzoini vira alvo da mídia e da direita

Por Renato Rovai, em seu blog:

Em todo começo de governo a oposição e a mídia escolhem um alvo para impor alguma derrota ao governo. Isso acontece repetidamente desde 2003. Não tem essa de lua de mel com governo petista. É porrada da cintura para baixo desde o primeiro dia.

Dessa vez a mídia e a oposição, que saiu fortalecida da disputa eleitoral, ainda contam com o deputado federal pelo PMDB do Rio de Janeiro, Eduardo Cunha, que fez campanha para Aécio Neves, disputa a presidência Câmara contra o governo, mas que não abre mão de indicar gente de sua confiança para cargos importantes em estatais.

A Caixa continuará sendo a Caixa?

Por Jorge Mattoso,  no site Brasil Debate:

Colocar ações da Caixa Econômica Federal no mercado poderia ajudar o processo de ajuste fiscal de curto prazo proposto pelo novo Ministério da Fazenda. Cerca de R$ 20 bilhões seriam destinados ao Tesouro Nacional – como inicialmente aventado. Mas poderia ser mais, dependendo dos resultados de novos estudos e da efetiva proporção do banco a ser destinada às ações.

domingo, 4 de janeiro de 2015

Previsões-2015: sem água e com multas!

Por Altamiro Borges

Na solenidade de posse de Geraldo Alckmin, nesta quinta-feira (1), faltou povo e sobrou bajulação dos "calunistas" da mídia chapa-branca. Sem qualquer crítica ao desgoverno estadual, eles festejaram o pré-lançamento da candidatura do grão-tucano às eleições presidenciais de 2018. A euforia, porém, não se justifica. O "picolé de chuchu" até tenta disfarçar e faz cara de sonso, mas sabe que enfrentará enormes dificuldades no seu quarto mandato. São Paulo bate recorde de roubos, enfrenta o colapso no setor do transporte e está estagnado economicamente. Mas o que mais causa pesadelos no governador é o risco de um drástico racionamento de água nos próximos meses, acompanhado de pesadas multas sobre os consumidores. Como reagirão os eleitores paulistas, tão ludibriados pela mídia tucana?

Previsões-2015: Demos chegam ao inferno

Por Altamiro Borges

Apesar da aparente valentia, a oposição demotucana ingressa em 2015 bem mais fragilizada. Além de perder pela quarta vez consecutiva a disputa presidencial, o PSDB regrediu nos governos estaduais – de oito para cinco – e estagnou na Câmara Federal. Já o DEM, que reúne a oligarquia patrimonialista e servia de apêndice dos "moderninhos" tucanos, está próximo da extinção. O cerimonial do inferno já ultima os preparativos para receber os demos – apesar das resistências do capeta.

Cora Ronai teve o que mereceu

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Quando penso no caso Cora Ronai-Dilma, me ocorre o final de Breaking Bad.

“Acho que tive o que mereci”, diz a música que fecha a série, um perfeito epitáfio para Walt.

Sem autolamúrias, sem vitimização, sem lágrimas hipócritas.

Cora Ronai despejou ódio sobre Dilma ao escrever tuítes sobre a aparência dela na posse.

Retratos de um governo acuado

Por Antonio Martins, no site Outras Palavras:

Como se previa, 2015 começou tenso e árido, no cenário brasileiro. As ruas do pós-reveillon ainda estão vazias e duas polêmicas já ocupam as manchetes dos jornais, noticiários de TV e sites de notícias. Ambas colocam o governo Dilma em situação delicada. Envolvem dois novos ministros: Nelson Barbosa, do Planejamento, e Ricardo Berzoini, das Comunicações.

Ministério Público e regulação da mídia

Por Luis Nassif, no Jornal CGN:

Insuspeito de ter uma posição governista, o Ministério Público Federal - como defensor dos direitos difusos da sociedade - poderá ter papel central na regulação da mídia.

Em fevereiro de 2014, a Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão, do Ministério Público Federal em São Paulo, organizou uma audiência pública relevante, para discutir o tema. Obviamente, recebeu escassa cobertura da mídia.

Os duros embates do novo Congresso

Por Hylda Cavalcanti, na Rede Brasil Atual:

Com as sessões tumultuadas por períodos de “recesso branco” por conta da Copa do Mundo e das eleições e por fortes embates entre base aliada e oposicionistas durante a votação de matérias encaminhadas pelo Executivo, o Congresso Nacional viveu um ano complicado e de baixa produtividade em 2014, mas a expectativa para 2015 é de cenário ainda mais sinuoso. A opinião é de deputados, senadores, cientistas políticos e instituições que costumeiramente analisam a produtividade e o comportamento do Legislativo brasileiro. Eles apontam variados fatores para que tanto parlamentares como o governo prevejam tempos difíceis na Câmara e no Senado a partir de fevereiro.