sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

A partir do dia 16, ampliar a mobilização

Por Haroldo Lima, no blog de Renato Rabelo:

O dia 16 de dezembro foi um dia de importantes notícias para o movimento democrático brasileiro. Nas assembleias, em tribunais e sobretudo nas ruas, o movimento anti-golpista demonstrou força e tomou fôlego para novas investidas.

Houve a sessão do STF que começou o exame de ação proposta pelo PCdoB. Quando o Ministro Edson Fachin deu sua opinião sobre a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental do PCdoB, a ADPF 378, comentaristas da grande mídia, militantes disfarçados do impeachment, aparecerem saltitantes na telinha e anunciarem que o Fachin mostrou que não tinha golpe, que a versão do impeachment como golpe não resistira à primeira reunião do STF que tratou da matéria. Mas, não era nada disto.

A terceira oportunidade de Dilma

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

A sessão do STF (Supremo Tribunal Federal) de ontem foi histórica. Não assegurou o mandato de Dilma. Sua sobrevivência política dependerá do que fizer daqui para frente. Mas definiu normas mínimas de respeito às instituições e aos procedimentos.

Mais que isso, foi um julgamento primoroso, com a apresentação do relatório do Ministro Luiz Edson Facchin – a favor da votação secreta, da indicação da comissão do impeachment votada pela oposição e do afastamento da presidente assim que a Câmara autorizasse o julgamento.

As diferenças nas manifestações do RJ

Por Hildegard Angel, em seu blog:

Não teve palavrão nem bordão obsceno gritado pelo alto falante, não teve mulher pelada, nem pato, nem boneco inflado, muito menos cidadãos exóticos fantasiados de Tio Sam ou soldado camuflado.

Não teve camiseta customizada, cada um vestiu o que tinha e foi como pôde.

Não teve briga, ninguém tentou linchar menor de rua ou senhoras idosas; não houve confrontos com skatistas, ninguém foi agredido por não vestir vermelho.

O mico do doutor Fachin no STF

Por Bepe Damasco, em seu blog:                                                  

Poucas vezes se viu uma autoridade da corte suprema brasileira metido em situação tão constrangedora como a do ministro Fachin. Horas depois ter validado toda sorte de manobras e atropelos regimentais e constitucionais de Eduardo Cunha à frente do processo de impeachment contra a presidenta Dilma, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu, através de ofício enviado ao STF, o imediato afastamento de Cunha da presidência da Câmara dos Deputados e a cassação de seu mandato parlamentar.

Como será o Brasil no pós Fora Cunha

Por Renato Rovai, em seu blog:

Pode-se dizer tudo de Eduardo Cunha. E boa parte do que já se disse a cada dia parece mais justo. Mas não se pode deixar de reconhecer sua extrema habilidade para montar uma rede com tentáculos em quase todos os aparelhos de poder político e econômico do Brasil e que manteve-a pouco visível do grande público e do jornalismo especializado por muito tempo.

Eduardo Cunha já era muito mais poderoso do que se supunha ainda antes de assumir a presidência da Câmara Federal. Sua vitória arrasadora contra as candidaturas do governo, Arlindo Chinaglia (PT-SP), e da oposição, Júlio Delgado (PSB-MG), em primeiro turno não se deu por acaso. Cada vez fica mais claro que Cunha já controlava boa parte do Congresso porque conseguia operá-lo a partir de acordos heterodoxos.

A matemática militar e os protestos em SP

Foto: Paulo Pinto/Fotos Públicas
Por Antonio Luiz M. C. Costa, na revista CartaCapital:

Estimativas do tamanho de manifestações populares sempre foram controversas e quase sempre enviesadas. Aquelas para as mais recentes manifestações a favor e contra o processo de impeachment de Dilma foram particularmente curiosas.

Na manifestação da direita, do domingo 13, a Polícia Militar estimou uma presença de 30 mil. O Datafolha, com inusual e improvável precisão, assegurou que foram 40,3 mil, com 37,8 mil no “momento de maior concentração” e 3,7 mil presentes “do começo ao fim”.

Supremo virou Fachin e Cunha pelo avesso

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Chamado para debater o voto do ministro Edson Facchin sobre o rito para o Congresso encaminhar o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, o plenário do Supremo Tribunal Federal realizou um movimento espetacular e virou a proposta pelo avesso, numa decisão que reafirma os fundamentos de uma Constituição que tem em sua essência a defesa da soberania popular.

A partir do voto dissidente do ministro Luiz Roberto Barroso, o primeiro a votar, formou-se uma maioria clara desde o início dos debates, que terminou por derrubar a principal clausula da proposta de Facchin. Alinhado com o projeto de Eduardo Cunha, aprovado uma semana antes em ambiente de rolo compressor e escândalo inconstitucional, Facchin manteve uma proposta que, na prática, facilitava o encaminhamento do impeachment da presidente, ao deixar nas mãos da Câmara as principais decisões do processo.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

O IDH e as manipulações da mídia

Por Altamiro Borges

No início desta semana foram divulgados os dados do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). A mídia tucana, que está em guerra fratricida contra o governo Dilma – incentivando a onda de ódio que contagia setores da sociedade –, fez questão de destacar apenas o item negativo do estudo. Pelas manchetes dos jornalões e comentários da rádio e tevê os “midiotas” ficaram sabendo que o Brasil caiu uma posição no ranking mundial do IDH. A informação relevante de que o país melhorou em vários quesitos da ONU ficou escondida ou simplesmente foi suprimida. Não também foi contextualizada a razão da perda de uma posição no ranking internacional, como se a única culpada fosse a presidenta Dilma.

Dilma lança site com "fatos e boatos"

Os fascistas perderam nas ruas

Por Altamiro Borges

Pela primeira vez neste ano, o quadro de forças se inverteu nas ruas do Brasil. As manifestações pelo impeachment da presidenta Dilma, organizadas por grupelhos fascistas, apoiadas pelos partidos de direita e estimuladas pela mídia privada, foram menores do que as marchas em defesa da democracia. Em várias capitais, milhares de pessoas ocuparam as ruas centrais nesta quarta-feira (16) para rejeitar o golpe, exigir o "Fora Cunha" e, também, para criticar o ajuste fiscal do governo e propor mudanças nos rumos da economia. Os protestos uniram a maior parte da esquerda social e politica e tiveram o apoio destacado de intelectuais, artistas e juristas comprometidos com a democracia. A sensação dos manifestantes foi a da alma lavada, a de que os golpistas perderam nas ruas do Brasil.

Amigo de Aécio pega 20 anos de prisão

Por Altamiro Borges

Dava uma manchete garrafal na Folha: “Amigo de Aécio Neves pega 20 anos de prisão”. Mas ela dificilmente será estampada na capa do jornal da famiglia Frias – amiga dos generais golpistas, dos torturadores da ditadura e dos neoliberais de plantão. Nesta quarta-feira (16), Eduardo Azeredo – ex-governador de Minas Gerais, ex-senador e ex-presidente nacional do PSDB – foi condenado a 20 anos e 10 meses de cadeia, em regime fechado, pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro. A sentença em primeira instância foi proferida pela juíza da 9ª Vara Criminal de Belo Horizonte, Melissa Pinheiro Costa Lage, e se refere ao escândalo do “mensalão tucano” – que a mídia privada insiste em chamar carinhosamente de “mensalão mineiro”. Afinal, todo tucano é santo e basta se filiar ao PSDB para não ser investigado, condenado e, muito menos, ser preso.

O voto desconcertante de Fachin

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Quando pensamos que a crise política chegou a atingir seu clímax, ela consegue se agravar mais. Agora, ela vai mesmo testar os limites da democracia brasileira. A quarta-feira foi boa para oposição, que pode ter o processo de impeachment legitimado e ainda se livrar de Eduardo Cunha. Foi ruim para o governo, que perdeu toda as apostas jurídicas no STF. E foi péssima para o Brasil, que sofreu mais um rebaixamento de rating e tem um ministro da Fazenda que parece estar no cargo apenas para não piorar as coisas.

Docentes lançam Manifesto pela Democracia

Por Tatiana Carlotti, no site Carta Maior:



Com o auditório lotado da Faculdade de Direito da USP, renomados intelectuais lançaram, na manhã desta quarta-feira (16), o Manifesto pela Democracia. O documento, que já conta com sete mil assinaturas, repudia o impeachment da presidente Dilma Rousseff e defende a democracia e a legalidade constitucional no país.

O ato público no Largo São Francisco contou com a presença de renomados intelectuais como os professores Dalmo de Abreu Dallari, Fábio Konder Comparato, Alfredo Bosi, Roberto Schwarz, Ermínia Maricato, Luiz Carlos Bresser-Pereira, Leda Paulani, Luiz Gonzaga Belluzzo, Miguel Nicolelis, Marilena Chauí, Paulo Arantes, Maria Vitória Benevides, Marcos Nobre e André Singer, que coordenou a mesa do evento.

Quem colocou o Brasil no bolso de Cunha?

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Os jornais dão conta hoje de que a busca policial encontrou, no bolso de um dos paletós de Eduardo Cunha, uma cópia do registro das ameaças sofridas pelo ex-relator de seu processo ético na Câmara dos Deputados, Fausto Pinatto.

Como na imagem clássica, Cunha – ao pedir a investigação sobre as declarações de Pinatto de que havia sido intimidado daquela forma – revela neste pequeno detalhe o que todos sabem: é um mafioso, cínico ao ponto de ordenar a morte e levar flores ao enterro.

Milhares saem às ruas; Globo se esconde

Por Luiz Carlos Azenha, no blog Viomundo:

A adolescente deixa um prédio de Higienópolis comentando com a diarista: “Você acredita que teve manifestação para defender a Dilma?”

A acompanhante retruca: “E mandaram prender o Cunha, né? Quem foi?”

A jovem: “Acho que foi o Sergio Moro, o juiz”.

Higienópolis, um bairro central de São Paulo, é um bastião do tucanato paulista.

A desinformação vige. Nos fins-de-semana, as portarias de prédios ficam abarrotadas de pacotes da revista Veja.

PSDB e Paulinho podem salvar Cunha?

Por Rodrigo Vianna, no blog Escrevinhador:

Foi na oitava tentativa. Foi gol chorado, daqueles em que a bola bate na trave, antes de entrar. Mas agora passou: por 11 votos a 9, o Conselho de Ética da Câmara decidiu abrir o processo contra Eduardo Cunha – que pode levar à cassação de seu mandato (ao fim desta postagem, a lista mostra como votaram os deputados: reparem que Paulinho da Força, o ético, tentou salvar Cunha).

Nos últimos meses, Cunha deitou e rolou. Adiou sessões, manobrou, destituiu o antigo relator do processo (deputado Pinato). Mas o poder de Cunha começa a ser reduzir.

O recado das ruas para os golpistas

Por Mauro Donato, no blog Diário do Centro do Mundo:



Se era para fazer frente ao ato do último domingo, fez.

Sem dúvida a manifestação contra o impeachment teve público superior ao ato que pedia o afastamento de Dilma.

Dirão que o ‘mar vermelho’ é ilegítimo, que estão uniformizados. Mas e o que é o povo de amarelo com camisas da CBF? Espontâneo?

Milhares vão às ruas contra o golpe

Do site Vermelho:

Milhares de pessoas participaram de manifestações, nesta quarta (16), em todas as regiões do país, para dizer: “Não vai ter golpe!”. Em cerca de 70 cidades, em 26 estados, o povo tingiu de vermelho as ruas contra o impeachment, pelo Fora Cunha e contra o ajuste fiscal.

Os atos foram promovidos por entidades dos movimentos sociais unidas nas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo. Mas reuniram não apenas militantes, como artistas, intelectuais e cidadãos comuns, indignados com a tentativa de golpe.

Janot pede a cabeça de Cunha. Demorou!

Por Altamiro Borges

No final da tarde desta quarta-feira (16), finalmente o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) o afastamento imediato do presidente da Câmara dos Deputados, o correntista suíço Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Para justificar a solicitação, o procurador citou 11 fatos que comprovam que o lobista utiliza o seu mandato e o cargo de presidente da Casa para intimidar seus pares, réus que assinaram acordos de delação premiada e advogados. Segundo Rodrigo Janot, as apreensões feitas pela Polícia Federal na residência oficial da Câmara Federal e na casa de Eduardo Cunha no Rio de Janeiro, na terça-feira, reforçam as acusações. “O pedido foi protocolado no gabinete do ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava-Jato no STF, e deve ser analisado em plenário pelos onze ministros do Tribunal”, informa a Agência Brasil.

Fascistas mirins acuam ministros do STF

Por Altamiro Borges

Com o processo de judicialização da política no país, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) estão na mira – não apenas dos holofotes midiáticos, mas também dos grupelhos golpistas em sua cruzada para derrubar a presidenta Dilma. Segundo relata Nonato Viegas, em postagem no site da revista Época nesta terça-feira (15), “não foi apenas Eduardo Cunha e seus aliados que tiveram de acordar por volta das 6h da manhã. Ministro do Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin também. A diferença é que, em vez da Polícia Federal, foram manifestantes de três movimentos pró-impeachment os responsáveis por acordá-lo. Eles fizeram um apitaço na porta do prédio onde mora Fachin, na Asa Sul”.