domingo, 15 de maio de 2016

Gilmar Mendes, Aécio e os fichas-sujas

Por Altamiro Borges

Na semana passada, a mídia privada deu destaque para a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de apurar as denúncias de que o cambaleante Aécio Neves, presidente do PSDB, recebeu propinas da estatal mineira Furnas. O pedido de abertura de inquérito seria analisado pelo ministro Gilmar Mendes, informou o noticiário. O escarcéu talvez tenha visado reduzir as duras críticas à cumplicidade do STF na criminosa votação do impeachment de Dilma, vendendo a falsa imagem de que o Judiciário nativo é um poder neutro e imparcial. A encenação, porém, não durou um dia. Logo na sequência, o próprio Gilmar Mendes, líder dos tucanos do STF, informou que arquivaria o processo.

Movimentos sociais na mira dos golpistas

Foto: Jornalistas Livres
Por Altamiro Borges

É sabido no mundo inteiro que o neoliberalismo nunca combinou com democracia. Para impor o seu receituário de desmonte do Estado, da nação e do trabalho, os governantes a serviço das oligarquias rentistas precisam agir com violência contra os movimentos sociais. A britânica Margaret Thatcher e o ianque Ronald Reagan não vacilaram em "quebrar a espinha dorsal" do sindicalismo para inaugurar este projeto no chamado primeiro mundo. No triste reinado de FHC, a truculência contra as lutas dos trabalhadores também foi a tônica - é só lembrar da ocupação das refinarias da Petrobras pelas tropas do Exército e das chacinas dos sem-terra. Se neoliberalismo não combina com democracia, imagine-se em um governo fruto de um "golpe dos corruptos", sem qualquer legitimidade.

Os privilégios do “delinquente” Cunha

Por Altamiro Borges

Tachado de "delinquente" pelo procurador-geral da República e afastado do mandato e da presidência da Câmara dos Deputados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o correntista suíço Eduardo Cunha segue mantendo seus privilégios e sua influência política. Em entrevistas neste final de semana, ele se jactou de "conversar bastante" com o Michel Temer, que assaltou o Palácio do Planalto graças às suas tramas golpistas. Há quem garanta que a confissão é pura bravata do chantagista, visando mostrar sua ligação com o Judas para intimidá-lo. De qualquer forma, o "vice-afastado" não tem do que reclamar da sua atual situação. Segundo a imprensa, o "delinquente" até agora não sofreu qualquer represália.

Michel Temer, o presidente decorativo

Por Francisco Fonseca, no site Carta Maior:

Desfechado o golpe em 12 de maio, o show de horrores que está ocorrendo no Brasil desde o fim das eleições de 2014 completou seu primeiro ciclo: a derrubada – sem qualquer base legal – da presidente eleita democraticamente, o que significa ceifar a democracia.

Os próximos ciclos serão: a) impedir que Dilma retorne – daí a antecipação de seu “julgamento” formal em menos dos seis meses regulamentares –, liquidar o PT e notadamente Lula; b) alterar substantivamente o vetor econômico, o que implica amplo processo de privatização – a começar pela Petrobras, antigo desejo tucano –, diminuir ao máximo os direitos sociais e exterminar a CLT no bojo dos direitos trabalhistas; c) alterar radicalmente a política externa, até então baseada nas relações Sul/Sul, em que o Mercosul, a Unasul, o G-20 e os Brics (arranjo político, fundo e banco) tendem a ser enfraquecidos ou mesmo abandonados pelo Brasil; d) criminalizar os movimentos sociais e todos os que se opõem ao golpe com vistas a estabelecer nova hegemonia no país. É claro que a luta política poderá alterá-los, mas esses parecem ser os propósitos dos golpistas.

Globo e Temer iniciam ofensiva contra blogs

Por Miguel do Rosário, no blog O Cafezinho:

O governo interino de Michel Temer, em conluio com a Globo, iniciou uma ofensiva contra os blogs políticos independentes.

Não esperaram nem 48 horas. Estavam ansiosos!

O ataque é, em primeiro lugar, narrativo: ou seja, é liderado pela Globo.

Em matéria do jornal publicada hoje, os blogs políticos progressistas são chamados, no título, de "pró-governo", o que é uma inversão completa da realidade.

Os trabalhadores são as maiores vítimas

Por José Eduardo Bernardes, no jornal Brasil de Fato:

O afastamento da presidenta Dilma Rousseff do governo foi definido pelo Senado na quinta-feira (12), em votação que durou 21 horas. Foram 55 votos favoráveis à abertura do processo de impeachment e 22 votos contrários. Com a saída de Dilma, Michel Temer assume o governo interinamente. Para o professor da Faculdade de Sociologia e Política de São Paulo (Fesp), Aldo Fornazieri, um governo do peemedebista significará um “peso brutal no ombro dos trabalhadores”.

O "temível" articulador do golpe

Por Lilian Primi, na revista Caros Amigos:

“Se Jesus Cristo viesse para cá e Judas tivesse a votação num partido qualquer, Jesus teria de chamar Judas para fazer coalizão”. A fala do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2009, véspera do pleito que elegeria Dilma Roussef como sua sucessora, ganha novo sentido com a conturbação que hoje afeta o governo da presidente. Na época, Lula respondia aos questionamentos de Kennedy Alencar, então repórter na Folha de S. Paulo, sobre os acordos que fez durante seus dois mandatos. Hoje, no entanto, soa como uma sombria premonição, com a figura de Judas se projetando sobre o vice-presidente Michel Temer, há pouco menos de um ano escolhido por Dilma para harmonizar as relações do governo com o Congresso.

As fortunas dos ministros de Temer

Por Alceu Luís Castilho, em seu blog:

Dezoito dos 23 ministros escolhidos pelo presidente interino Michel Temer declararam à Justiça Eleitoral possuir R$ 198 milhões. Os outros cinco não concorreram a cargos eletivos nos últimos anos e ainda não divulgaram a relação de bens. Vejam a relação:

Blairo Maggi (PP) – Agricultura – R$ 143.272.924,99*
Henrique Eduardo Alves (PMDB) – Turismo – R$ 12.414.019,98
Leonardo Picciani (PMDB) – Esporte – R$ 7.259.014,81
Gilberto Kassab (PSD) – Comunicação, Ciência – R$ 6.536.140,32
Geddel Vieira Lima (PMDB) – Secretaria de Governo – R$ 5.971.124,61
Sarney Filho (PV) – Meio Ambiente – R$ 4.752.376,77
Bruno Araújo (PSDB) – Cidades – R$ 3.156.779,35
Fernando Coelho (PSB) – Minas e Energia – R$ 1.140.034,91
Eliseu Padilha (PMDB) – Casa Civil – R$ 2.688.415,73*
Helder Barbalho (PMDB) – Integração Nacional – R$ 2.337.676,77
Ricardo Barros (PP) – Saúde – R$ 1.821.481,39
Mendonça Filho (DEM) – Educação, Cultura – R$ 1.649.203,71
José Serra (PSDB) – Relações Exteriores – R$ 1.553.822,22
Maurício Quintella (PR) – Transportes – R$ 959.940,12
Romero Jucá (PMDB) – Planejamento – R$ 607.901,41
Osmar Terra (PMDB) – Desenvolvimento Social e Agrário – R$ 421.901,69
Ronaldo Nogueira (PTB) – Trabalho – R$ 86.030,00
Raul Jungmann (PPS) – Defesa – R$ 38.459,47

Total: R$ 196.667.248,25

* Dados de 2010. Todos os demais são relativos ao ano de 2014.

O perfil cínico de Moreira Franco

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Para quem não é do Rio, recomenda-se a leitura do perfil do chamego de Michel Temer, o ex-governador Moreira Franco, feito por Plinio Fraga, na Folha:

“Um dos cinco nomes mais próximos do presidente interino Michel Temer, Wellington Moreira Franco, 71 anos, é o camaleão político do novo núcleo de poder que se instala no Palácio do Planalto.(…) Chamado por Leonel Brizola (ex-adversário pedetista) de “gato angorá”, pela penugem branca e pela domesticidade, e de “anjo mau” por Luís Eduardo Magalhães (deputado baiano do qual era amigo, mas que mapeava as “intrigas bondosas” das quais se dizia vítima), Moreira Franco renega mais um apelido. Mas as mudanças de governo e de cor partidária e ideológica são características do camaleão que carrega consigo.(…)

Xadrez do novo Ministério Temer

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

1. Os fatores positivos

O governo Temer tem os seguintes dados a seu favor:

Expectativas – a a mera troca de guarda melhora as expectativas. Tinha-se uma economia travada, um Congresso que manietou o governo e uma crise política que açambarcou todos os espaços de discussão. Agora tem-se a distensão.

Mais: análises do Departamento Econômico de um dos maiores bancos brasileiros revelaram que os agentes econômicos tinham na cabeça um cenário muito mais pessimista do que a realidade. Assim, será relativamente fácil reverter a enorme dose de pessimismo anterior.

O que há na Justiça contra Michel Temer?

Lava-Jato vira incógnita em governo Temer

Por André Barrocal, na revista CartaCapital:

Em seu primeiro discurso, o presidente interino Michel Temer (PMDB-SP) disse que a Operação Lava Jato “deve ter prosseguimento e proteção contra qualquer tentativa de enfraquecê-la”. A continuidade das investigações foi uma das condições do PSDB, segundo partido com mais ministros, para apoiar o peemedebista. Garantias de que a Lava Jato seguirá? Não exatamente.

Há dúvidas razoáveis sobre o futuro das apurações. O PMDB, partido hegemônico no governo provisório, no comando de sete das 23 pastas, é um dos mais implicados na Lava Jato.

Jornalismo chapa branca e suas estrelas

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Tradicionalmente, jornalismo chapa branca sempre significou jornalismo a favor do governo.

Mas isto em sociedades avançadas. Ou ao menos normais.

Em países dominados pela plutocracia, como é o caso do Brasil, jornalismo chapa branca é outra coisa. É um tipo de jornalismo que defende os interesses do real poder – o dos donos do dinheiro. Que ajuda a perpetuar desigualdades, privilégios e mamatas. Que trabalha a favor do atraso.

sábado, 14 de maio de 2016

Secundaristas cantam o "Funk do Geraldo"

Outra carta para Dilma Rousseff

Por Jandira Feghali

"Querida Dilma,

Ao lhe escrever esta carta me encontro com momentos da História de nosso país. Da luta pela emancipação de milhões de brasileiros como cidadãos plenos de direitos, aos embates políticos que, sustentados na diversidade e nas demandas da nação por desenvolvimento e reafirmação da sua identidade, soberania e ampliação da democracia. Nessas trincheiras estivemos juntas.

No período mais recente, tive a oportunidade de defender o projeto eleito nas urnas com firmeza e convicção, não apenas nas eleições, mas nas horas mais duras, quando seu governo era atacado de forma violenta, preconceituosa e mentirosa no parlamento brasileiro, nos grandes meios de comunicação, e manifestações que na rua gritavam contra a democracia e contra a mulher presidente. Estive tambem em emocionantes manifestações, onde a pluralidade, a solidariedade e o apreço pela liberdade eram as marcas das palavras e dos rostos. Estas cresceram diariamente no país denunciando o golpe e exigindo sensibilidade política das instituições para barrá-lo.

Máquina golpista vai sendo desativada

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Quem pensa que a concretização do golpe afetará apenas governistas, está enganado. A máquina edificada ao longo dos últimos dois anos para tirar o PT do poder é estupidamente cara e já começa a perder o sentido.

As lendas construídas pela direita golpista e pela mídia tucana a respeito das supostas benesses que o governo distribuía a pessoas como este blogueiro também vão ser desmascaradas.

Durante anos, uma massa de contratados pelo PSDB e pelo DEM para espalhar mentiras na internet baixava neste Blog todos os dias para fazer acusações de que eu recebia dinheiro dos governos do PT para dizer o que digo. E para prever que com a queda de Dilma eu teria que fechar o Blog.

Temer pode trazer de volta julho de 2013

Do blog Viomundo:

Está com cara de julho de 2013, o retorno.

Considerando que Michel Temer não tem apoio popular nem entre os manifestantes conservadores que impulsionaram o impeachment de Dilma Rousseff, que a crise econômica é de caráter internacional - e, portanto, não está sob controle do Planalto - e que as divergências internas entre os golpistas começaram no dia em que o “novo governo” foi instalado no Palácio do Planalto, é impossível descartar uma reação popular crescente nas próximas semanas, começando nas metrópoles.

Os crimes do ministro da Saúde de Temer

Por Helena Sthephanowitz, na Rede Brasil Atual:

Escolhido para ser o ministro da Saúde de Michel Temer, o engenheiro civil e tesoureiro de seu partido, o PP, Ricardo Barros já foi eleito deputado federal cinco vezes, ocupou a pasta da Indústria e Comércio do Estado do Paraná, e foi prefeito de Maringá (PR). Ele também foi o relator do Orçamento de 2016 na Câmara e chegou a propor um corte de R$ 10 bilhões no Bolsa Família. O deputado declarou na época ter ficado decepcionado por seu projeto não ter sido aprovado.

Temer nega o direito à comunicação

Do site Vermelho:

A coordenadora geral do Fórum Nacional Pela Democratização da Comunicação (FNDC), Renata Mielli teceu considerações, nesta quinta-feira (12), sobre o novo ministério do governo ilegítimo de Michel Temer. Para Renata, fundir o ministério da Comunicação com o de Ciência, Tecnologia e Inovação revela “o tratamento comercial e mercadológico” que Temer terá com o setor, “afastando qualquer compromisso com o debate do direito à comunicação e o desenvolvimento de políticas públicas” para a área.

Eleição na Câmara: golpe dentro do golpe

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Que o governo Temer representa uma forte guinada à direita, está claro pelo retrato do ministério: branco, masculino, rico e essencialmente conservador. Nesta sexta-feira, a solução para o primeiro problema político grave, a substituição de Eduardo Cunha na presidência da Câmara, gerou um golpe dentro do golpe. Na próxima semana o presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Osmar Serraglio, aliado de Cunha, posto no cargo para defender seus interesses, tentará aprovar um parecer técnico pelo qual será necessária a eleição de um novo presidente da Câmara. O cargo vem sendo ocupado, desde o afastamento de Cunha pelo STF, pelo primeiro-vice-presidente Waldir Maranhão.