sexta-feira, 20 de maio de 2016

Michel Temer e o capitalismo de desastre

Por Gustavo Henrique Freire Barbosa, no site Outras Palavras:

El Ladrillo era o nome do programa de governo apresentado pelos chamados Chicago Boys, discípulos do monetarista Milton Friedman, no Chile de 1973, quando o cadáver de Salvador Allende ainda estava quente. Sabiam que sob o regime ditatorial de Pinochet teriam a oportunidade única de levar aos limites um projeto ultraliberal e privatizante que jamais passaria pelo crivo das urnas. Na toada de seu guru, viam na crise a grande oportunidade de pôr em prática seus ensinamentos. O próprio Friedman sentenciou certa vez no famoso ensaio Inflation: causes and consequences que “somente uma crise – real ou pressentida – produz mudança verdadeira. Esta, eu acredito, é a nossa função primordial: desenvolver alternativas às políticas existentes, mantê-las em evidência e acessíveis até que o politicamente impossível se torne politicamente inevitável”.

O obscurantismo como política de Estado

Por Maria do Rosário Nunes, na revista Fórum:

A lista de retrocessos promovida em uma semana do ilegítimo governo Temer é quilométrica e finamente articulada com o que há de mais retrógrado no Parlamento brasileiro. Aqueles e aquelas que ofereceram grotesco espetáculo no dia da votação da admissibilidade do processo de impeachment na Câmara dos Deputados cobram o preço do voto que depositaram em favor do golpe e atuam firmemente para impor, por meio do Legislativo, e agora do Executivo, sua pauta obscurantista.

A primeira semana de horrores de Temer

Editorial do site Vermelho:

A demissão do garçom José Catalão, que servia cafezinho no Palácio do Planalto, sob a acusação de ser “petista”, dá a medida da mesquinharia do governo ilegítimo que ocupa, desde a quinta-feira (12) a presidência da República. A lista de horrores contra o país e o povo parece não acabar. Este curto espaço de tempo foi marcado por uma combinação estapafúrdia de autoritarismo, opção pelos ricos e abandono de políticas públicas e programas voltados para os mais pobres.

O falso governo do interino Temer

Por Roberto Amaral, na revista Caros Amigos:

O golpe de Estado, que se consolida a cada dia, realiza-se mediante a usurpação do mandato de uma presidente legitimamente eleita, que ninguém crê haver praticado crime. Aparentemente fechando um ciclo, o do desenvolvimentismo nacional-popular, esse golpe parlamentar-midiático-judicial operado no Congresso Nacional abre espaço para uma nova fase de conservadorismo, anti-popular, anti-trabalhista, mediante a instalação de um governo conservador, comprometido com o que há de mais atrasado na política brasileira. Uma vez mais, e talvez ainda não pela última vez, a direita interrompe, a frio, uma experiência tímida de integrar socialmente os pobres por meio de um projeto de conciliação de classe, ilusão que dominou o segundo e bom governo Vargas e presidiu o lulismo (um conjunto voluntarioso de ações ainda carente de teorização); ilusão que esbarrou na renitente resistência oligárquica a qualquer proposta de mudança, reacionarismo que aflora com maior virulência nos períodos de crise econômica.

Multidão contra Temer em Porto Alegre

Foto: Anselmo Cunha e Diego Dorneles/Mídia NINJA
Por Débora Fogliatto, no site Sul-21:

No maior ato até agora contra o presidente interino Michel Temer (PMDB) em Porto Alegre, milhares de manifestantes percorreram ruas do Centro e da Cidade Baixa em uma marcha pacífica nesta quinta-feira (19). O ato, convocado após os dois primeiros protestos que terminaram em agressões da Brigada Militar na semana passada, transcorreu sem maiores problemas. Ao final, um pequeno grupo permaneceu na avenida Loureiro da Silva, causando momentos de tensão, mas a polícia não avançou.

Quem vai pagar o pato do golpe?

Por Tiago Botelho, no blog O Cafezinho:

Já no primeiro dia como presidente interino (12/05), Michel Temer e seu partido – PMDB – deixam claro à sociedade brasileira os reais motivos que os levaram à arquitetar e executar o golpe à Democracia brasileira através da queda de Dilma Rousseff. Em menos de dez horas, através de decreto oficial, sem nem ao menos dialogar, o lider do golpe, Michel Temer, acaba com a Controladoria-Geral da União, transformando-a num apêndice do seu governo, não mais um órgão de fiscalização independente. Aos homens e mulheres que com a camiseta da CBF bateram panela, dizendo-se contrários à corrupção, saibam que o presidente interino colocado por vocês, inicia seu governo contrariando o som metálico. E aí, cadê as panelas?

As democracias de golpe a golpe

http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/
Por Adolfo Pérez Esquivel, no site da Adital:

"Não podemos permitir que grupos conspiradores violem a Constituição em nome de sua defesa. Toda Democracia é perfectível, caso conte com a participação social. Hoje, a democracia representativa está em questionamento, na qual o povo vota, fica por quatro anos em estado de indefensibilidade, e os governantes fazem o que querem e não o que devem. O desafio atual é passar à democracia participativa, onde a sociedade decida sobre os grandes problemas que afetam o país, ao invés dos grandes núcleos de poder econômico internos e externos. Aos povos de Nossa América resta a resistência social, cultural e política, para defender os direitos de todos, incluídas as nossas democracias”, escreve Adolfo Pérez Esquivel, Prêmio Nobel da Paz, em artigo publicado por Página/12, 17-05-2016. A tradução é do Cepat.

O golpe e a volta da classe do privilégio

Por Leonardo Boff, em seu blog:

O principal problema brasileiro que atravessa toda a nossa história é a monumental desigualdade social que reduz grande parte da população à condição de ralé.

Os dados são estarrecedores. Segundo Marcio Pochman e Jessé Souza, que substituiu Pochman na presidência do IPEA são apenas 71 mil pessoas (ou 1% da população que representa apenas 0,05% dos adultos), multibilionários brasileiros, que controlam praticamente nossas riquezas e nossas finanças e através delas o jogo político. Essa classe dos endinheirados, que Jessé Souza chama de classe do privilégio, além de perversa socialmente é extremamente hábil pois se articula nacional e internacionalmente de tal forma que sempre consegue manobrar o poder de Estado em seu benefício.

quinta-feira, 19 de maio de 2016

Em Cannes, artistas contra o golpe

Por Iván Granovsky, no site Carta Maior:

Primeiro estão os iates, os jatinhos, os helicópteros e as Ferrari. Logo aparecem os famosos e os flashes. Em terceiro lugar, a indústria do cinema. E, por último, a arte. Porém, com a arte, chega a política. E com a política, chega Aquarius, de Kleber Mendonça Filho, único filme latino-americano na competição oficial do 69º Festival de Cannes. A obra foi produzida e rodada em Pernambuco, no Nordeste do Brasil. Este pequeno estado brasileiro se relaciona atualmente com o mundo por duas coisas: porque sua produção cinematográfica é de alta qualidade e porque nessa região se viu como centenas de milhares de pessoas ascenderam na escala social, graças às políticas de Luiz Inácio Lula Da Silva e Dilma Rousseff.

A EBC e a democratização da mídia

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

O vergonhoso golpe de caneta que pretende afastar o jornalista Ricardo Melo da presidência da EBC, onde tem um mandato legítimo de quatro anos para cumprir, não deve esconder a questão real por trás do episódio.

Dilma Rousseff fez muito bem ao se manifestar, ontem, dizendo que "é absurda e lamentável a decisão do governo provisório de violar a lei que criou a EBC. Mais um ataque ao Estado Democrático de Direito", afirmou.

Além de garantias essenciais na história política de qualquer povo, o que também está em jogo para a maioria dos brasileiros é a sobrevivência de um necessário processo de democratização dos meios de comunicação liderado pelo jornalismo da TV Brasil, hoje a principal e muitas vezes única voz dissonante – fora das redes sociais – no coro dos contentes que ajudou a articular o afastamento temporário de Dilma num esdrúxulo impeachment sem a demonstração de crime de responsabilidade.

A combativa entrevista de Dilma

O mordomo do golpe vinga-se no garçom

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Não é de blogueiro sujo. É da Natuza Nery, da Folha, que dilmista nunca foi:

A caça às bruxas no terceiro andar do Palácio do Planalto não poupou ninguém, nem mesmo o garçom que servia à Presidência havia quase oito anos.

Cortem-lhe a cabeça - José Catalão, tido como um dos funcionários mais queridos entre palacianos, foi demitido pela equipe de Temer sob a “acusação” de ser petista, relataram servidores. Catalão não tem vínculo partidário e se orgulhava de ter servido Temer em várias ocasiões.


Os homens de Cunha no governo Temer

Da revista CartaCapital:

Mesmo afastado da presidência da Câmara pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Eduardo Cunha (PMDB-RJ) parece cobrar do presidente interino Michel Temer (PMDB) a conta pela aprovação do impeachment de Dilma Rousseff.

Nesta quarta-feira 18, foi confirmado o nome de André Moura (PSC-SE) para a liderança do governo na Câmara. Moura é um dos integrantes da tropa de choque que tenta evitar a cassação de Cunha no Conselho de Ética da Casa e sua indicação tem o apoio de um bloco parlamentar que reúne 225 deputados de 12 partidos do chamado "centrão".

E as mulheres disseram não!

Por Haroldo Lima, no site da Fundação Maurício Grabois:

Há “explicações” para tudo. Raciocínios empolados demonstram, supostamente, que o extravagante não o é, e que o grotesco, sob certo ângulo, é sublime. Mas há fatos que chocam pela contundência e fotos que exibem os fatos como eles são. Com meras fotos, Sebastião Salgado tornou-se mestre em desvendar realidades, sem explicações, sem textos, sem teses.

Não creio que um espírito sagaz, por mais exímio que fosse em projetar ficções, pudesse imaginar que, aqui no Brasil, seria organizado um governo só de homens para suceder um dirigido por uma mulher. Mas foi o que aconteceu, por incrível que pareça. E não foi só. Nenhuma mulher e também nenhum negro, quando o IBGE informa que, em 2013, 51,4% da população eram de mulheres, e em 2014, 53,6% eram de negros.

Dirceu e a perversão do juiz Sergio Moro

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Não era contra a corrupção. Era contra o PT.

Essa é uma das conclusões essenciais da campanha movida pela plutocracia em nome da “moralidade” da qual resultou o golpe.

Dirceu, condenado hoje por Moro a 23 anos de prisão, foi uma das vítimas dessa perversão de justiça.

Três líderes petistas tinham que ser destruídos para o golpe plutocrático funcionar. Lula, Dilma e ele, Dirceu.

Temer e a ponte para o desgoverno

Por Euzébio Jorge, no site da UJS:

A composição dos ministérios do desgoverno de Temer se demonstra sintonizada com seu plano de “Ponte para o Futuro”. O programa construído pelo PMDB aposta que a saída da crise econômica e política vivida pelo Brasil está na redução dos gastos públicos, destruição de direitos trabalhistas e eliminação de programas sociais.

Redução dos gastos públicos: A maior fraude que os liberais disseminam na sociedade é que a causa da crise econômica é o desequilíbrio fiscal. Querem convencer que um governo que não gasta traz benefícios ao seu povo, quando é exatamente o contrário. O capitalismo provoca incontáveis crises econômicas e sociais que só podem ser amenizadas com gastos e investimentos do Estado. Se os investimentos do Estado estimularem a atividade econômica e a oferta e bens e serviços, podem inclusive ajudar a reduzir a inflação, por ampliar a oferta de bens s serviços. Os gastos com programas como Bolsa Família, “Minha casa, minha vida” e previdência rural, não só permite que as pessoas vivam melhor, como gera atividade econômica em regiões pobres do país. Ou seja, é necessário que o governo gaste para sair da crise.

Pontos de Cultura estão sob risco

Da Rede Brasil Atual:

O ex-ministro Juca Ferreira, que ao lado presidenta Dilma Rousseff respondeu a perguntas de internautas hoje (19), pelo Facebook, disse que o programa Pontos de Cultura, que atua em ações ligadas à cultura tradicional, indígena e das periferias das grandes cidades, está em risco e deverá sofrer "ataques ou redução de importância", durante a gestão do setor pelo governo interino, que extinguiu o ministério da Cultura (MinC) e subordinou a pasta ao ministério da Educação.

Serra apequenará o Brasil no mundo

Por Daniella Cambaúva, no site do PT:

Após o afastamento da presidenta eleita Dilma Rousseff, o presidente golpista Michel Temer surpreendeu ao indicar José Serra (PSDB) para ser ministro das Relações Exteriores. Apesar de a postura do vice-presidente já ter sinalizado de antemão que seu governo traria retrocessos, o nome do tucano nesta pasta causou espanto, primeiramente pela formação do senador. Ele é economista e, desde 1993, a chefia do MRE é exercida por diplomatas.


Temer e a primavera das ruas

Foto: Mídia Ninja
Por Renato Rovai, em seu blog:

O governo Temer é um amontoado de interesses contraditórios que se uniram para um único objetivo, afastar Dilma e derrotar o PT e Lula.

Sem votos para conseguir isso democraticamente, esse segmento não se intimidou em ir ao golpe.

Mas, como na Fórmula 1, uma coisa é chegar, outra é passar.

Eles chegaram ao governo pelas mãos do personagem vice vigarista, mas, ao que já se pode perceber, não vão passar muito tempo juntos nessa aventura.

Temer corta programas sociais. Morreu!

Por Altamiro Borges

Se continuar nesta cavalgada insana, pagando a fatura dos seus ricos apoiadores, o "interino" Michel Temer não dura muito tempo. As camadas populares, que até agora assistiram à distância o “golpe dos corruptos”, sairão às ruas para exigir a sua queda e a volta da presidenta Dilma, legitimamente eleita pela maioria dos brasileiros. Em menos de uma semana, o governo golpista já anunciou o corte de 11.250 unidades do programa “Minha Casa, Minha Vida”, a redução drástica dos beneficiários do “Bolsa Família”, a nefasta intenção de rebaixar o atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS) e a ampliação da idade da aposentadoria. O Judas Michel Temer vai ser crucificado em praça pública!