quinta-feira, 23 de junho de 2016

O pacote real de maldades de Temer

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Se tivesse que escolher um único adjetivo para o comportamento que o presidente de facto, Michel Temer, adotou em recente entrevista ao jornalista Roberto D’Ávila em uma tevê a cabo (Globo News) – revelando, assim, desinteresse pela opinião pública, já que ele não pode ter medo de panelaço pois os paneleiros são seus comparsas –, esse adjetivo seria “dissimulado”.

Temer revelou a característica de todos os políticos malandros que todos sabem que são ladrões, mas que não se indignam com acusações e críticas pesadas de entrevistadores porque sabem que são todas verdadeiras.

O que vai acontecer na eleição de 2016?

Por Renato Rovai, em seu blog:

Uma regra que costuma ser tratada como praticamente absoluta por políticos e analistas da área é a de que nas eleições municipais o cenário nacional conta pouco.

Faz algum sentido, mas nem tanto.

Seria mais razoável dizer que quando a situação econômica nacional é confortável, todos ganham. E quando é ruim, quase todos perdem.

Isso acontece porque eleitores costumam avaliar governos de maneira generalizada.

Briga de aeroporto e a temperatura política

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

O conflito entre o senador José Aníbal (PSDB-SP) e o advogado Bruno Rodrigues de Lima, que o chamou de "golpista" e "traidor do Brasil" na manhã de ontem, na área próxima do desembarque de passageiros do Aeroporto JK, em Brasília, é um retrato atualizado do momento político brasileiro.

Para quem se habituou, desde o julgamento da AP 470, também conhecida como Mensalão, a assistir ao linchamento moral de personalidades ligadas ao governo Lula e ao Partido dos Trabalhadores, a cena mostra uma situação oposta. José Aníbal foi o quarto caso de político ligado ao presidente interino Michel Temer que foi hostilizado publicamente.

Como Temer traiu a si próprio

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Comparei outro dia Michel Temer ao Rubião de Machado - o legítimo, o de Quincas Borba, não o delator. Rubião via as pessoas na rua e, na sua sandice delirante, imaginava que fossem populares saudando-o. Achava que era Napoleão III.

Na entrevista que deu a Roberto Dávila na GloboNews, Temer reafirmou seu caráter de Rubião. Conseguiu dizer, por exemplo, que carregou muitos votos para Dilma nas eleições presidenciais.

Ora, ora, ora.

De valentão a réu por apologia ao estupro

Do site Vermelho:

O deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) acreditava que suas agressões ficariam impunes por conta da imunidade parlamentar. Agora, depois que o Supremo Tribunal Federal decidiu que ele será réu em ação por apologia ao estupro, o valentão se faz de vítima para as câmeras de TV. Mas em conversa com um jornalista que imaginava ser um advogado ele revelou que sentiu o baque.

"Me fodi. Tomei de quatro a um [quatro ministros votaram contra ele e um a favor]. Estão querendo me tornar inelegível para as próximas eleições. Vou pagar pelo estupro coletivo daquela menina no Rio", disse Bolsonaro, segundo a coluna de Ricardo Noblat.

Como os fascistas armaram o ataque na UnB

Do site do Mídia Ninja:



Se pairavam dúvidas sobre o fascismo existente no atentando da última sexta-feira (17) na Universidade de Brasília (UnB), elas acabam de ser elucidadas: nossa reportagem teve acesso aos diálogos do grupo criado no WhatsApp intitulado inicialmente como “Invasão CA Sociologia” para articular a dissimulada “manifestação”. As conversas explicitam as táticas e meios  - como bombas, taser, spray de pimenta e canos de PVC “disfarçados” de bandeira  -  a serem utilizados para espalhar o terror e a violência. O objetivo do grupo é desmascarado nos diálogos em que revelam disputas políticas, violência física, chacina e intimidação dos estudantes e professores da universidade, além de preconceitos como homofobia, machismo, racismo e discursos de ódio contra a esquerda. Há ainda ameaças criminosas de espancamento a alvos específicos.

quarta-feira, 22 de junho de 2016

O “fascismo light” de Jair Bolsonaro

Por Altamiro Borges

Nesta terça-feira (21), o Supremo Tribunal Federal (STF) finalmente decidiu abrir duas ações penais contra o fascista Jair Bolsonaro (PSC-RJ), que agora se torna réu pelos crimes de apologia ao estupro e de injúria. Caso seja condenado, o herói da direita nativa ficará inelegível pelos próximos oito anos, o que inviabiliza a sua ambição presidencial para 2018. Logo após a decisão, o valentão se acovardou novamente, pedindo desculpas com "humildade". Mas em uma conversa informal com um jornalista, que ele imaginou ser advogado, ele admitiu: "Me fodi. Tomei de quatro a um [no STF]". Nem mesmo o afago dos mercenários do Movimento Brasil Livre (MBL) serviu de consolo ao deputado fascista.

Crise da 'Oi' e a falácia da privatização

Por Paulo Kliass, no site Carta Maior:

A turma que tomou de assalto o Estado brasileiro a partir do golpeachment em curso tem muita pressa. Tendo em vista as dificuldades políticas crescentes enfrentadas pelo presidente interino na condução de sua equipe cambaleante, aumenta a cada dia que passa a possibilidade de que a decisão definitiva do Senado Federal não corrobore a tese putschista.

Apesar de toda a blindagem proporcionada pelos principais órgãos de comunicação ao núcleo econômico de Temer, a realidade é que seu governo não consegue decolar de fato. A melhoria das chamadas “expectativas” do grande capital e do mundo empresarial privado é aspecto essencial para que haja uma reversão do quadro recessivo. Para tanto, contam bastante as impressões forjadas e divulgadas de forma ampla pela grande imprensa de que a equipe é competente, formada por profissionais de elevada capacitação e que não se deixariam influenciar pelo populismo do universo da política.

"Escola sem partido": O golpe da direita

Por Beatriz Cerqueira, no jornal Brasil de Fato:

Durante os debates do Fórum Estadual de Educação, realizado recentemente em Minas Gerais, tive a oportunidade de ler e escutar os argumentos daqueles que defendem o “Escola Sem Partido”. Acompanhando as lutas em vários estados, já sabia que esse é um projeto articulado, nacionalmente, não ideias de um grupo de pais desarticulados que "só" querem participar da escola e estão preocupados com a educação dos filhos.

Dono da Folha toma surra em Londres!

Por Miguel do Rosário, no blog O Cafezinho:

Reproduzo abaixo um trecho de um debate realizado há alguns dias, em Londres, durante o qual o proprietário da Folha de São Paulo, Otavio Frias Filho, tomou uma surra histórica, em pergunta feita pela britânica Sue Brandford, correspondente internacional do Latin America Bureau, organizadora do evento.

Otavio Frias, furioso, reagiu chamando a austera Brandford de "militante do PT".

Tem sido cômica e previsível a reação dos barões da mídia às críticas, hoje mundiais, à sua postura golpista. Todo mundo, para eles, é "petista", "pago pelo PT", "simpatizante do PT".

O golpe e o golpe da “corrupção”

Por Osvaldo Bertolino, em seu blog:

Em um país no qual a democracia e a liberdade de expressão são respeitadas, faz parte das regras do jogo acreditar no que a mídia diz. Não no Brasil, e menos ainda no Brasil de hoje. Antes de prosseguir, é preciso definir o conceito de mídia. Resumidamente, ela é o espectro de informações que circulam nos veículos de comunicação majoritários de um país e a sua reprodução como senso comum. Analisar a postura da mídia brasileira tendo como pano de fundo esta definição é ter a certeza de que algo muito grave está ocorrendo. Não é de hoje - vem desde a farsa do “mensalão” - que a denunciamania do conluio da mídia com aparatos do Estado, como pedaços do Judiciário e da Polícia Federal, tem produzido calamidades em série.

Bolsonaro mais que merece

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Nenhuma mulher merece a hediondice do estupro mas Bolsonaro merece a decisão do STF, que o tornou reto nas ações movidas pela Procuradoria Geral da República e pela própria deputada Maria do Rosário (PT-RS), a quem ele disse que não a estuprava porque ela “não merece”. Agora as feministas já se mobilizam para que o STF, além de torná-lo réu, julgue com celeridade as duas ações e condene Bolsonaro. Deputado condenado criminalmente, com trânsito em julgado, perde automaticamente o mandato.

Agenda conservadora, golpe e religião

Por Adriana Dias, na revista Fórum:

Uma das questões mais complicadas no conjunto de temas que envolvem o golpe brasileiro é a questão religiosa. O golpe tem evidentemente uma agenda conservadora, pautada por uma bancada, dita da Bíblia, que exige cargos tidos como essencialmente ligados a questões fundamentais ao tema de Direitos Humanos e, inclusive, a Tratados Internacionais. Na verdade, a incapacidade dos governos de esquerda de negociar com a bancada dita evangélica, ao longo do tempo, por uma série de motivos, culminou numa estratégia que levou esses parlamentares e sua pauta ao protagonismo no golpe. O conservadorismo do atual Congresso Nacional, tão falado e tão pouco entendido em suas raízes, tem um núcleo expressamente pentecostal e neopentecostal, e falta a muitos analistas uma caracterização desses grupos com mais precisão.

Bolsonaro e a violência contra a mulher

Por Luciana de Oliveira Ramos, na revista CartaCapital:

Não é a primeira vez que situações trágicas são estopim para avanços na sociedade. O estupro em massa da jovem do Rio de Janeiro, ocorrido no dia 20 de maio de 2016, ganhou enorme repercussão não apenas pela atrocidade do crime, mas especialmente depois de a sessão de violência ser gravada e divulgada nas redes sociais.

A brutalidade do episódio foi tão chocante que gerou reações dentro e fora do País. Manifestações que demonstravam a existência de uma cultura do estupro ocuparam as ruas e foram objeto de intensas discussões nos meios de comunicação e nas redes sociais.

Então, Marina, é assim a "nova política"?

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Marina Silva foi soterrada pela hipocrisia.

Com dois anos de atraso, a tragédia do jatinho caído em Santos comprovou, agora para o grande público, que a história da “nova política” que serviu de mote para a aliança oportunista que ela formou com Eduardo Campos.

O infeliz desastre – no qual sempre se tem de lamentar a morte brutal de pessoas – acabou por deixar em escombros a fantasia que construíam de que a ação de ambos era sempre pura, angelical, diferente da de todos os outros.

Temer e o manual do perfeito midiota

Por Luciano Martins Costa, na Revista Brasileiros:

Você parece confuso: lutou tanto para que os corruptos fossem punidos, brigou com amigos, com familiares, até com aquela sobrinha que estuda na PUC você andou se desentendendo.

Pois toda aquela agitação deu nisso: respaldados pela massa e apoiados pela mídia, aqueles paladinos da honradez assumiram o governo federal.

E agora não passa um dia sem uma denúncia contra seus heróis, num lamaçal tão profundo que já se ouve, aqui e ali, a constatação de que o próprio presidente interino ficou sem condições de governar.

Muitos já pedem sua renúncia.

Tempos difíceis para os trabalhadores

Por Nivaldo Santana, no blog de Renato Rabelo:

A partir de 2015 o mercado de trabalho no Brasil sofre uma reviravolta. O Ministério do Trabalho aponta que houve um saldo negativo de 1,5 milhão entre as admissões e desligamentos no mercado formal de trabalho. No primeiro trimestre deste ano, o total de desempregados já superava 11,1 milhões de trabalhadores.

Como desgraça pouca é bobagem, mesmo os trabalhadores que se mantém na ativa enfrentam uma queda real em sua renda. As campanhas salariais deste ano, ao contrário dos últimos dez anos, começam a refluir. Parcelamento de reajustes e pouco ou nenhum aumento real, diminuição de benefícios, etc.

A perseguição da mídia comercial à EBC

Do site do FNDC:

O monopólio da radiodifusão comercial é um dos principais responsáveis pelas dificuldades enfrentadas pela comunicação pública no país. A afirmação foi feita pela coordenadora geral do FNDC, Renata Mielli, durante audiência pública em defesa da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), nesta terça (21/6), na Câmara dos Deputados. Ela lembrou que a EBC é resultado da luta histórica pela democratização da comunicação no país, mas que tem sofrido perseguição e pressão por parte da radiodifusão comercial desde o início. 

Jornalistas contra o assédio

No golpe dentro do golpe, os bancos mandam

Por Helena Sthephanowitz, na Rede Brasil Atual:

Em 1964, boa parte de quem ajudou, direta ou indiretamente, a derrubar o então presidente João Goulart acabou cassado pela ditadura e morrendo no ostracismo. Eleições diretas pelo voto popular foram suprimidas, primeiro para presidente e depois até para governador e prefeito das capitais. Foi o golpe dentro do golpe, expurgando todos aqueles líderes relevantes que em algum momento disseram "amém" ao projeto ditatorial que durou duas décadas. Até golpistas fundamentais e de primeira hora como Carlos Lacerda foram expurgados.