segunda-feira, 18 de julho de 2016

PF investigará quem financia o “pixuleko”?

Por Altamiro Borges

Na semana passada, o Supremo Tribunal Federal solicitou à Polícia Federal que investigue a ação dos grupos que promovem “campanhas difamatórias” contra membros do Judiciário. O motivo do pedido foi a exibição em protestos de rua de bonecos infláveis contrários ao presidente do STF, Ricardo Lewandowski, e ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Segundo a solicitação, tais bonecos “representam grave ameaça à ordem pública e inaceitável atentado à credibilidade do Poder Judiciário”. Nas marchas golpistas pelo impeachment, os “pixulekos” carregados por seitas fascistas apresentaram o ex-presidente Lula como presidiário e insultaram a presidenta Dilma. Mas o STF nunca tratou os bonecos antipetistas como “ameaças à ordem pública”.

O sonegador da Fiesp e os patos da Paulista

Por Altamiro Borges

Após esconderem as suas máscaras carnavalescas do "Japonês da Federal", o contrabandista, muitos midiotas devem estar pensando o que farão com os patinhos amarelos distribuídos pela Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) nas marchas golpistas pelo impeachment de Dilma. Nesta segunda-feira (18), o Estadão revelou que um importante diretor da entidade patronal deve R$ 6,9 bilhões em impostos ao governo federal - mais do que as dívidas dos estados da Bahia e Pernambuco. O jornal oligárquico, que adora usar adjetivos contra os seus adversários políticos, evita chamar o ricaço de "sonegador" ou "corrupto". Mas a matéria confirma que os midiotas serviram de massa de manobra aos falsos moralistas que se travestem de éticos para enganar os otários. Vale conferir alguns trechos:

Corbyn, Sanders e a democracia bloqueada

Por Paul Rosenberg, no site Outras Palavras:

As comparações entre Bernie Sanders e Jeremy Corbyn não são novas. Ambos são idiossincráticos, social-democratas estranhos – “velhos socialistas rabugentos”, dizem alguns – que alcançaram relevância representando pontos de vista populares abandonados pelas elites, particularmente as elites dos partidos institucionais de centro-esquerda em seus países. Ambos foram vistos como candidatos marginais quando surgiram pela primeira vez, ano passado, e as elites mal podem esperar para marginalizá-los novamente – mas isso pode não ser tão fácil, tanto por quem são quanto pelo que representam.

Flexibilizar a CLT? E a propriedade privada?

Por Leonardo Sakamoto, em seu blog:

E se os discursos usados para convencer os trabalhadores que a legislação trabalhista deve ser reduzida e as regras de aposentadorias alteradas no meio do jogo fossem aplicados de uma outra forma?

“O Brasil precisa, urgentemente, da socialização dos meios de produção. Garantir que a coletividade e não indivíduos controlem indústrias, fazendas, bancos aumentará nossa competitividade e nos empurrará ao futuro.''

Conjuntura política e cena vindoura

Por Róber Iturriet Avila, no site Carta Maior:

Dilma Rousseff sofreu uma derrota enorme e tem possibilidades quase nulas de retomar seu governo. Ainda que o Ministério Público Federal proponha o arquivamento das ações de “crimes de responsabilidade”. Houve, na verdade, uma derrubada do poder de uma classe por outra. As “classes populares” que vinham perdendo espaço dentro do próprio governo Dilma foram completamente desalojadas. Tal alteração foi viabilizada por uma série de descontentamentos da opinião pública, não cabe aqui detalhar profundamente. No congresso nacional, os conservadores, os milionários e seus representantes estão com maioria absoluta. A população, adormecida e paulatinamente emburrecida, naturalizou o processo.

Os novos tempos da democracia em risco

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

A democracia brasileira finalmente encontrou seu mais perfeito tradutor: o espanhol Lluis Barba. Conforme explicam os críticos, Barba é conhecido por “ter desenvolvido uma reinterpretação da fragilidade da memória histórica e sistemas de poder, juntando obras de artes de grandes mestres com elementos contemporâneos”.

Nada melhor para definir a maneira como o país está encarando a destruição sistemática dos mecanismos democráticos.

Peça 1 – montagem de um pacto de governabilidade com Temer

Arábia Saudita e a geopolítica do petróleo

Por José Sergio Gabrielli de Azevedo, no site Brasil Debate:

O mundo do petróleo passa por profundas mudanças nos últimos anos. Primeiro os EUA, grande consumidor, diminuiu suas importações e as projeções para os próximos anos são de continuidade de aumento da sua produção doméstica, em relação ao seu consumo. Em segundo lugar, China e Índia tornaram-se os maiores consumidores internacionais de petróleo e a construção das novas refinarias intensificam este movimento, adicionando capacidade de refino no Oriente Médio e nos países demandantes da Ásia.

Os significados da eleição de Rodrigo Maia

Por Antônio Augusto de Queiroz, no site do Diap:

A eleição do deputado Rodrigo Maia (DEM/RJ) para a Presidência da Câmara dos Deputados tem triplo significado: a) dificulta o poder de agenda dos fisiologistas e regressistas quanto a valores e direitos humanos e de minorias; b) facilita a agenda liberal e fiscalista; e c) resgata o PSDB para o centro da cena política.

No primeiro caso, o significado tem dupla dimensão: representa a rejeição ao modelo de fazer política do “Centrão”, sempre em bases fisiológicas, mercantis e com ataques a direitos e liberdades das minorias e aos movimentos sociais, bem como a derrota e a derrocada de seu principal líder e mentor, Eduardo Cunha, cuja cassação é uma questão de dias.

Dilma e Erdogan: quais semelhanças?

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Estou convencido de que o esforço para comparar a derrota do golpe militar na Turquia com a permanência do governo interino de Michel Temer no Brasil é um desses exercícios mentais que tanto podem esclarecer como confundir.

Para começar, não se pode esquecer o ponto essencial, que é o apoio popular dos governantes atingidos.

A reação popular ao apelo de Erdogan não surpreende. Mais surpreendente, na verdade, foi a tentativa de afastar do cargo, através de tanques e baionetas, um chefe de governo que se tornou o mais importante político da Turquia desde a década passada, um dos mais populares da história do país.

A insurgência popular derrota o golpe

Foto: Joshua Roberts/Reuters
Por Jeferson Miola

O filósofo e analista político Juan Domingo Sánchez Estop, que trabalha e vive em Bruxelas, oferece uma síntese muito interessante sobre o fracasso da tentativa do golpe de Estado na Turquia, cujo conteúdo está adiante traduzido para o português.

Juan Domingo expõe com poucas palavras como o golpe foi derrotado pelo povo insurgente que tomou as ruas. A insurgência popular, de outra parte, – e isso não está mencionado neste rápido relato dele – foi correspondida pela liderança exercida pelo Presidente Recep Tayyip Erdogan, quem soube dirigir com firmeza a resistência contra o golpe, e soube instruir com clareza o combate aos golpistas.

O que está por trás da ofensiva anti-Lula

Por Ricardo Amaral, no blog Diário do Centro do Mundo:

Nos últimos dez dias, Globo, Folha e Estadão republicaram antigos vazamentos da Lava Jato contra o ex-presidente Lula. Notícias velhas foram requentadas e servidas como carne fresca a quem perdeu a memória dos desmentidos: uma sede do Instituto Lula que nunca existiu, uma rodovia na África e o acervo que Lula tem de guardar por força da lei. Isso se chama publicidade opressiva, violência inerente ao estado de exceção e essencial aos “julgamentos pela mídia”.

Não pode ser coincidência. A ofensiva dos vazadores e seus repórteres amestrados segue-se à ação da defesa de Lula, que levantou a suspeição de Sérgio Moro para julgá-lo, por perda da imparcialidade. Essa é a notícia nova do caso, que a imprensa brasileira escondeu. Deu no New York Times, mas não saiu no Jornal Nacional.

Carta aberta a Dilma Rousseff

Por Mino Carta, na revista CartaCapital:

Prezada presidenta,

Nesta hora gravíssima, e tão dolorosa para um velho praticante do jornalismo, honesto porque verdadeiro, permito-me escrever-lhe, movido por aquele que enxergo como o interesse do Brasil. Deixa-me à vontade ter CartaCapital apoiado sua candidatura em 2010 e 2014, embora não a tenha poupado de críticas, amiúde contundentes, durante seu primeiro mandato e mais ainda no breve cumprimento do segundo, ignominiosamente interrompido pela manobra golpista urdida à sombra da casa-grande.

domingo, 17 de julho de 2016

Bancários debatem desafios da conjuntura

Do site da Federação dos Bancários de São Paulo (Fetec):

Em mesa realizada pela Fetec-CUT/SP, durante a conferência, Altamiro Borges (Miro) e João Pedro Stédile fizeram uma análise da conjuntura atual.

Diante da grave crise econômica mundial e momento político conturbado em várias partes do mundo (saída do Reino Unido da União Europeia, atentados na França, tentativa de golpe na Turquia), os convidados fizeram uma análise apurada do atual momento.

O Datafolha e a apatia da esquerda

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

Um dos editores do Cafezinho gosta de acompanhar de perto o debate político norte-americano e a gente conversa sobre o assunto de vez em quando. Eu até tenho tentado lhe convencer a produzir uma coluna periódica sobre o assunto. Uma das coisas que ele me diz é que, nos Estados Unidos, existem uma quantidade enorme de institutos de pesquisa respeitados. Mesmo assim, a crítica ao desempenho desses órgãos é constante, crescente, permanente.

O ódio pode levar nosso futuro?

Por Adriana Dias, na revista Fórum:

Rosa Barreiro passará o próximo dia 18 em luto, pela vigésima segunda vez. Em 1994, ela perdeu seu filho Sebastián, no atentado a AMIA, em Buenos Aires. Ele tinha apenas 5 anos.

Ela passava com ele pela calçada. Dirigia-se ao Hospital das Clínicas para um curso. Combinaram de fazer um lanche na volta e o garoto havia separado seus dinossauros favoritos para brincar com a mãe. Ao passar pela Rua Pasteur, a bomba explodiu e ela não conseguiu salvá-lo. Foi levada ao Hospital e nunca se recuperou da perda, obviamente.

Déficit da Previdência é uma mentira

Por Helder Lima, na Rede Brasil Atual:

O rombo da Previdência Social no Brasil é uma falácia, uma mentira, ou uma ficção, algo que não se confirma na realidade, diz o professor de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Eduardo Fagnani. "O déficit vem de uma contabilidade inconstitucional, que não considera a parte do Estado", afirmou, com a perspectiva de contribuir para desmontar a narrativa da mídia e do governo interino de Michel Temer, que sustentam a ideia do rombo para atacar o Estado social no país, cuja Previdência é um de seus pilares.

Temer tem problemas no seu covil

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Da Folha, hoje, como se escreveu ontem aqui:

A falta de respaldo do presidente interino, Michel Temer, à candidatura de Rogério Rosso (PSD-DF) na reta final da disputa pelo comando da Câmara causou fúria no ex-presidente da Casa Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e no “centrão”, bloco que agrega partidos pequenos e médios e do qual Rosso faz parte.

Segundo a Folha apurou, Cunha disse a aliados, em conversas nos últimos três dias, que se sentiu “traído” e “abandonado” por Temer, enquanto deputados do “centrão” afirmaram à reportagem que pode haver retaliação ao governo em votações.

SUS é um prato suculento para o golpe

Por Natasha Ramos, no site da UNE:

O alerta sobre o ataque ao Sistema Único de Saúde em tempos de golpe recheou a fala dos debatedores da mesa que teve como tema "SOS SUS – O desmonte da Saúde Pública", que integrou as discussões do 64º Conselho de Entidades Gerais da UNE (Coneg), em São Paulo. O debate teve a presença dos ex-ministros da Saúde, Alexadre Padilha e Arthur Chioro; do presidente do Conselho Nacional de Saúde, Ronald Santos; e do coordenador da Direção Executiva Nacional dos Estudantes de Medicina (Denem), Danilo Amorim.

Temer quer mandar no Copom?

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

O que diriam mercados e mídias se Dilma Rousseff, na Presidência, declarasse que mandou a equipe econômica reduzir os juros? Seria um Deus nos acuda: intervencionismo, voluntarismo, violação da independência do Banco Central, manipulação do Copom e outras acusações que foram muito frequentes antes do afastamento dela. Em março último, Alexandre Tombini, presidente do BC, teve que desmentir categoricamente que teve uma reunião com Dilma na véspera da reunião do Copom. “Essa reunião não houve. Não existiu essa reunião", afirmou Tombini.

Liberdade de expressão em tempos de golpe

Do site do FNDC:

O Comitê pela Democratização da Comunicação do Distrito Federal realizará, no dia 23 de julho, o seminário Liberdade de Expressão e Criminalização em Tempos de Golpe. A intenção dos organizadores é discutir a criminalização dos movimentos sociais e o cerceamento à liberdade de expressão, que têm culminado com a prisão de militantes e criminalizado movimentos de trabalhadores do campo e da cidade; o papel da mídia na ruptura democrática; direito de resposta, e privacidade versus vigilância na internet.