quinta-feira, 15 de setembro de 2016

A denúncia inepta da Lava Jato

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

O rebaixamento do Brasil para a segunda divisão das democracias ocidentais teve três momentos significativos: a votação da admissibilidade na Câmara, com aquela malta aos berros invocando o nome do pai e da mãe; a performance de Janaina Cabral no comício do Largo São Francisco; e o jovem procurador gaguejante, armado de um Power Point capenga, conduzindo um discurso tatibitate naquele que deveria ser o grande desfecho da mais massacrante campanha já movida contra uma pessoa no país.

Por trás do show, uma denúncia ridícula

http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/
Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

A experiência ensina que as ideias claras e as verdades cristalinas podem ser explicadas em poucos minutos. Às vezes, em 30 segundos.

O exaustivo espetáculo do Ministério Público Federal, ontem, para tentar apresentar um fato concreto contra Luiz Inácio Lula da Silva levou horas. Não trouxe novidade alguma. Nenhuma prova, nenhum fato.

Apenas uma longa narrativa, romanceada, em que se sugere aquilo que não se demonstra - e por isso mesmo é preciso argumentar, explicar, voltar ao tema, repetir frases fortes como slogans de uma campanha publicitária. Chegou-se até a um improviso sociológico, a noção de "propinocracia" destinado a causar impressão a espectadores de pouco estudo.

"Fora Temer" e a greve geral

Por João Pedro Stedile, no jornal Brasil de Fato:

1. No dia 31 de agosto consolidou-se o golpe judicial/midiático também no Congresso Nacional.

A burguesia concluiu a primeira etapa da conspiração, que vem desde outubro de 2014, para empossar, de qualquer maneira, um governo totalmente subserviente e capaz de jogar todo o peso da crise econômica sobre os ombros da classe trabalhadora.

Agora, está em curso a etapa de acelerar a implementação de medidas neoliberais, que só interessam ao capital financeiro e ao grande capital, aumentando a exploração do trabalho, diminuindo salários, aumentando o desemprego e aplicando um programa de privatizações e ajustes fiscais que envergonham até o FMI.

O papelão tragicômico da Lava Jato

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

Que tempos, meu Deus! Que tempos vivemos!

Podemos dizer que tudo começou com aquela frase fatídica de Rosa Weber: não tenho provas para condenar José Dirceu, mas a literatura me permite fazê-lo.

Aquela frase marca uma era, é o resumo de toda uma época histórica, que começa em meados de 2005, com a midiatização judicial do escândalo do mensalão, culminando com o golpe de Estado de 2016 e a caça midiático-judicial a Lula.

Nas ruas, defender Lula contra o fascismo

Por Jeferson Miola

É aterrador o ataque dos procuradores-inquisidores ao ex-presidente Lula. Os acusadores fabricam acusações, mas cometem o erro crucial: não apresentam uma única prova contra Lula, só empregam uma verborragia histérica e ideológica contra ele.

Até Reinaldo Azevedo reconhece: “Eles cometeram um erro primário. Nem um infiltrado de Lula na Força Tarefa seria capaz de idéia tão brilhante para colaborar com Lula”.

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

A caçada a Lula para completar o golpe

Por Altamiro Borges

O "golpe dos corruptos", concretizado em 31 de agosto com a aprovação no Senado do impeachment da presidenta Dilma, ainda não está completo. Para ser concluído, os sabotadores da democracia têm urgência de "matar" Lula, inviabilizando a sua candidatura em 2018. Isto explica o circo midiático armado nesta quarta-feira (14) para que o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava-Jato e famoso pelo seu fanatismo messiânico, acusasse o líder petista de ser "o comandante máximo do esquema de corrupção" na Petrobras. A pirotécnica exposição da denúncia contra Lula, sua esposa, Marisa Letícia, e outras seis pessoas não apresentou nada de novo. Foi um requentado das acusações sem provas disparadas no passado, mas confirma a caçada insana e cruel ao ex-presidente.

Globo, Valor e pensamento único neoliberal

Por Altamiro Borges

A própria Folha publicou nesta terça-feira (13) o obituário: “O Grupo Globo comprou os 50% da empresa Valor Econômico S.A. que eram detidos pelo Grupo Folha. Com isso, a empresa que publica o jornal ‘Valor Econômico’ passa a ser de propriedade exclusiva do grupo carioca. Não foi revelado o montante da operação, que ainda precisa ser aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade)”. A nota fúnebre permite duas conclusões iniciais. A primeira é de que o império midiático da famiglia Frias encontra-se em estado pré-falimentar. Na semana passada, a Folha já havia anunciado a extinção do seu caderno de Esporte e a demissão de vários jornalistas. Agora, o grupo se desfaz do jornal Valor.

Crise: 14 Estados se rebelam contra Temer

Por Altamiro Borges

A mídia chapa-branca tem se esforçado para difundir a ideia de que a economia brasileira caminha para superar a sua grave crise. Os urubólogos de plantão, que só davam notícias pessimistas no governo Dilma, de repente viraram otimistas inveterados. A equipe econômica do Judas Michel Temer é tratada como “competente e eficiente”; suas propostas, garantem, vão gerar “confiança no mercado” e “retorno dos investimentos”; e o Brasil, juram de pés juntos, voltará a crescer em breve. O cenário róseo, porém, não resiste aos fatos. Nesta terça-feira (13), governadores de 14 Estados se reuniram em Brasília com Henrique Meirelles, o czar da economia, e ameaçaram decretar “situação de calamidade financeira”.

Juristas pedem impeachment de Gilmar

Por Altamiro Borges

Um grupo de juristas de renome encaminhou nesta terça-feira (13) ao Senado um pedido de abertura do processo de impeachment contra Gilmar Mendes, o ministro tucano do Supremo Tribunal Federal (STF). Entre os signatários estão Celso Antônio Bandeira de Mello, Fábio Konder Comparato, Sérgio Sérvulo da Cunha e Álvaro Augusto Ribeiro da Costa. Representantes da sociedade civil, como Aldo Arantes, ex-deputado constituinte, e Roberto Amaral, ex-presidente do PSB, também subscrevem a solicitação - que agora deverá ser analisada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros.


Cassação de Cunha e a podridão do golpe

Por Bepe Damasco, em seu blog:                                                          

Se vivêssemos em um país cuja mídia se pautasse minimamente por princípios jornalísticos, e não fosse protagonista de golpes de estado, hoje (13/9), dia seguinte à cassação do maior câncer da política brasileira, o agora ex-deputado Eduardo Cunha, um ou outro jornal haveria de estampar manchetes apontando o óbvio: não pode ser válido um processo de impeachment liderado por um bandido do calibre de Cunha.

Cunha continuará sendo uma assombração

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Eduardo Cunha perdeu o mandato e os direitos políticos, mas não foi abatido e desarmado. Pelo contrário, o que não lhe falta é munição contra os que considera inimigos (PT) e traidores (sua antiga base parlamentar e o governo Temer). Por isso o júbilo dos primeiros e o alívio dos segundos com o desfecho de ontem há que ser relativizado. Sabem os que festejaram a cassação como uma derrota de seus métodos de fazer política que não é bem assim. Se o sistema político que pariu Cunha não for mudado por reformas corajosas, outros Cunha virão. Já o governo, embora dizendo-se aliviado com o despacho de um aliado que o constrangia com cobranças e ameaças, sabe que novos capítulos ainda serão escritos nesta história. Talvez não no livro que Cunha promete publicar, mas nos anais da Lava Jato.

Temer põe o Brasil à venda

Do site Vermelho:

Aeroportos, rodovias, ferrovias, campos de petróleo e obras de saneamento. Tem de tudo no pacote de 32 projetos de infraestrutura que o governo Michel Temer pretende entregar à iniciativa privada em 2017 e 2018. O programa de concessões e privatizações, intitulado "Crescer", foi lançado nesta terça (13), como pontapé inicial ao entreguismo que deve marcar a gestão pós-golpe, com prejuízos para a população e todas as deferências ao mercado.

Aliados de Temer já pensam em descartá-lo

Por José Cássio, no blog Diário do Centro do Mundo:

Os protestos contra Michel Temer se intensificam por todo o país à medida que a debilidade do seu governo, e a sua em particular, vai ficando mais evidente.

Neste próximo domingo, 18, por exemplo, as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo voltam à avenida Paulista numa manifestação que promete ser maior que a da semana passada – reuniu 60 mil pessoas e consolidou a tese de que os jovens estão mesmo dispostos a se manter na rua contra o que consideram um golpe contra a democracia.

FNDC aprova ações para o próximo período

Do site do FNDC:

O Conselho Deliberativo do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) aprovou, último dia 10/9, a resolução "Resistir ao golpe, defender a liberdade de expressão e unir os setores progressistas para restaurar a democracia". No documento, entidade enumera as ações centrais de sua atuação para o próximo período, entre as quais "repudiar o governo ilegítimo e integrar a campanha por novas eleições presidenciais". O documento também prevê intensficação da luta contra o desmonte da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), da Lei Geral de Telecomunicações (LGT), em defesa do Ginga, da liberdade na Internet e da neutralidade de rede e da privacidade dos usuários.

Memórias de um Canalha

Por Renato Rovai, em seu blog:

O livro de Eduardo Cunha ainda não tem sequer um parágrafo escrito, mas já encontrou seu título: Memórias de um Canalha.

Alguns podem achar que a inspiração guarda alguma relação com Memórias do Cárcere, de Graciliano Ramos, ou mesmo com Memórias de um Sargento de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida.

Tudo bem que Cunha pode vir a terminar o seu trabalho literário do cárcere, mas o conteúdo não tem nada a ver com o de Graciliano. As prisões, então, menos ainda.

Cunha volta sua mira para o governo Temer

Da revista CartaCapital:

Poucos minutos depois da cassação de seu mandato, confirmada pela Câmara por 450 votos a 10, o ex-presidente da Casa Eduardo Cunha (PMDB-RJ) deixou claro que não sairá de cena em silêncio.

Em uma entrevista coletiva, atribuiu sua queda a uma associação entre o governo Michel Temer e o PT e, ainda que tenha negado a possibilidade de fazer uma delação premiada, fez questão de frisar que tem uma boa memória sobre todos os diálogos que travou nos últimos dois anos. As declarações, somadas às ameaças veladas que envia por meio da imprensa, mostram que Cunha tem o governo como alvo.

Lava-Jato: Temer tenta calar ex-AGU

Por Paulo Pimenta, no site Carta Maior:

O governo Michel Temer retirou o quórum da sessão da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, nesta terça-feira (13), para impedir a ida o ex-ministro-geral da União, Fábio Medina Osório, à Câmara dos Deputados. Ele daria detalhes sob a pressão que sofreu do próprio Michel Temer e do ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, para não avançar na obtenção de elementos da Operação Lava Jato.

Cunha faz tremer os bastidores da política

Por Helena Sthephanowitz, na Rede Brasil Atual:

Após a votação na sessão do plenário da Câmara dos Deputados que cassou seu mandato e seus direitos políticos por oito anos, o agora ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) falou brevemente à imprensa. O que já foi suficiente para deixar pulgas atrás de várias orelhas na Câmara, no Senado e em várias instâncias do Executivo.

Profundo conhecedor dos conchavos de bastidores da Câmara, Cunha culpou principalmente o governo Temer por sua cassação. Disse que o resultado seria outro se o governo o tivesse apoiado a fazer Rogério Rosso (PSD-RJ) seu sucessor na presidência da Casa, em vez de Rodrigo Maia (DEM-RJ), genro de Moreira Franco, um dos homens fortes do governo Temer.

Meio país falido e vendas despencando

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

O índice de vendas do comércio varejista com a maior queda dos últimos 15 anos – e, mais ainda, o do varejo ampliado, que inclui vários outros ramos, com destaque para as vendas de automóveis, combustíveis e lubrificantes – divulgado nesta terça feira pelo IBGE deveria fazer corar – se ainda corassem – os que seguem no discurso de que estamos numa “virada” de recuperação econômica.

Cunha, uma queda didática

Por Haroldo Lima

Um político brasileiro, golpista, vingativo, corrupto, arrogante, meio desequilibrado, caiu estrepitosamente. Foi Eduardo Cunha, o mesmo que desencadeou o golpe parlamentar que retirou da presidência da República, sem culpa formada, a primeira mulher brasileira que tinha sido eleita para o cargo.

A cena política brasileira, que não passa por um bom momento, sai fortalecida do episódio em que a Câmara dos Deputados, em sessão respeitável, cassou o mandato de uma das personalidades mais execráveis da sua história.