sexta-feira, 21 de outubro de 2016

A revolta contra o "pacote da ignorância"

Por Patrus Ananias

Os estudantes do Brasil estão mobilizados por uma grande e justa causa: resistir a três propostas que, originárias das forças antipopulares e antidemocráticas instaladas no Governo Temer e no Congresso, ameaçam sacrificar os avanços alcançados nos últimos anos e impor ao país um terrível retrocesso na área vital que é a educação.

Essas ameaças estão contidas na PEC 241, na Medida Provisória 746 e no projeto da Escola sem Partido – também conhecido como Lei da Mordaça. São propostas altamente comprometedoras do interesse público nacional, lesivas e perversas à maioria do povo e, especialmente no caso da PEC 241 e da MP 746, tocadas no Legislativo com a pressa exigida pelos interesses privados.

PEC-241: Que Brasil nós queremos!

A quebra de protocolo na prisão de Cunha

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Das estranhezas da prisão de Eduardo Cunha, a mais gritante é a quebra de protocolo com relação às anteriores, supondo-se que haja um protocolo.

Primeiro, não há um apelido genial. Operação Malparido, digamos.

Não houve vazamento para a imprensa preparar o show. Não havia equipes de TV com câmeras.

Num despacho, Sérgio Moro determinou que “não deve ser utilizada algema, salvo se, na ocasião, evidenciado risco concreto e imediato à autoridade policial”.

A origem do movimento pró-impeachment

Por Alberto Saldaña, no site Brasil Debate:

Entre 2014 e 2016 o Brasil foi surpreendido pelo surgimento de grandes manifestações contra o governo de Dilma Rousseff. As mobilizações de direita mexeram com o cenário político brasileiro, facilitando a mudança de governo e o impeachment de uma presidenta eleita nas urnas. Se os protestos de 2013 foram considerados uma surpresa, as mobilizações de direita que começaram no final de 2014 não foram menos.

O boi de piranha mais suculento da República

http://pataxocartoons.blogspot.com.br/
Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

A celebração pela prisão de Eduardo Cunha foi chocha diante do regozijo dos articulistas da imprensa chapa-branca em “provar” aos críticos da Lava-Jato que a operação “não é seletiva” nem tem como alvo apenas petistas, como ficou patente até agora. Como se a prisão do ex-deputado federal cassado fosse capaz de diluir o estrondoso fato de que, embora citados em várias delações, os tucanos continuem fora da mira do juiz Sergio Moro e a punição de algum deles siga um sonho distante para os reais defensores do fim da impunidade em nosso país.

Cadê o "livro" do Cunha, Dr. Moro?

Do blog A justiceira de esquerda
Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Todos os jornais anunciam que Eduardo Cunha dedicava-se, nos últimos dias, a ditar o seu livro (caixa?) de memórias políticas.

A Folha assim o registra:

Em recente conversa com a Folha, Cunha disse que tinha mais de cem páginas prontas. Buscava um profissional para auxiliá-lo a formatar o texto e deixá-lo de modo publicável.

Para colocar suas “memórias” no papel, levantou agendas antigas de compromissos públicos e privados. Há meses vinha também esquadrinhando todas as doações que capitaneou para o PMDB, um levantamento que delegou ao corretor de valores Lúcio Bolonha Funaro, que acabou preso em julho.

Antes, porém, Funaro relatou a aliados que havia juntado “quilos de papéis”.


Gilmar Mendes ameaça os trabalhadores

Por Augusto Vasconcelos, no site da CTB:

O Brasil vive uma escalada conservadora, de conteúdo neoliberal, cujo alvo são os trabalhadores e a democracia. A ascensão de forças, vinculadas ao grande capital, não tem medido esforços para desmontar as conquistas sociais contidas na Constituição de 1988.

Na semana em que se discute a polêmica proposta de congelar investimentos em saúde, educação e demais áreas por 20 anos, através da PEC 241, eis que surge mais um retrocesso. Dessa vez pelas mãos do STF.

A arriscada aposta de Sergio Moro

Por Guilherme Boulos, no site Outras Palavras:

Chegou o dia que o Brasil tanto esperava e que Brasília tanto temia: Eduardo Cunha está preso. Tardiamente, é verdade. Contra Cunha, ao menos desde o ano passado, pesam muito mais do que convicções. Há provas contundentes, como os extratos de contas na Suíça associados à corrupção na Petrobras.

Que, a esta altura, sua prisão seja “preventiva” chega a soar irônico, após ele ter chantageado uma presidente aos olhos do país, ter conduzido o processo de impeachment que a derrubou e feito ameaças a torto e a direito. O ônus deste atraso cabe a Teori Zavascki. O ministro do Supremo demorou mais de quatro meses para afastar Cunha após o pedido do MPF, feito ainda com Dilma no governo, e negou seu pedido de prisão em junho último.

Lava-Jato é "parcial", aponta pesquisa

Da revista Fórum:

Um pesquisa da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), divulgada nesta quinta-feira (20), aponta que 39,6% dos brasileiros acredita que a Operação Lava Jato traz benefícios para o Brasil, mas que está sendo conduzida de maneira parcial.



A pesquisa traz um termômetro da maneira como os brasileiros estão enxergando o momento político atual sob vários aspectos. O índice de desaprovação do presidente Michel Temer é superior o da sua aprovação. Segundo os dados apresentados, 51,4% dos entrevistados não aprovam o governo atual.

As violações à liberdade de expressão

Do site do FNDC:

O FNDC completa 25 anos de atuação exortando a sociedade a denunciar violações à liberdade de expressão. A campanha Calar Jamais!, lançada nesta terça (18/10) num ato político na Câmara dos Deputados, será o principal instrumento dessa iniciativa. Renata Mielli, coordenadora geral do Fórum, explica que objetivo é denunciar casos de violações dentro e fora do Brasil, para organizações como a Organização dos Estados Americanos (OEA) e ONU, entre outras. "Não queremos que seja uma campanha só nossa, mas que todas as organizações e movimentos sociais se apropriem dela para denunciar a repressão às vozes dissonantes que não se calam diante do golpe em curso no país".

Delação de Cunha é problema dos golpistas

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

O simbolismo envolto na prisão extemporânea de Eduardo Cunha convulsionou Brasília de tal maneira que memes sugestivos como o abaixo espalharam-se como fogo em capim seco na última quarta-feira.



No que diz respeito à esquerda, a prisão de Cunha causou uma preocupação não com o que ele possa revelar, mas com a razão de ele ter sido preso.

O conservadorismo e o emburrecimento

Por Cida de Oliveira, na Rede Brasil Atual:

A intenção do governo de Michel Temer (PMDB) de sabotar a educação pública veio à tona em 8 de setembro, logo que o Índice de Desenvolvimento da Educação (Ideb) mostrou que o ensino médio continuava patinando, sem atingir a meta estipulada para 2015. No mesmo dia, o ministro Mendonça Filho anunciou que tomaria medidas urgentes para resolver os problemas de uma etapa marcada por evasão e notas baixas e longe de oferecer formação adequada para quem vai para a universidade ou precisa ingressar no mercado de trabalho.

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

A hipocrisia do financismo e a Selic

Por Paulo Kliass, no site Carta Maior:

Na terça-feira, dia 18 de outubro, teve início a 201ª reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Com seus encontros regulares previamente agendados para intervalos a cada 45 dias, o colegiado responsável por esse importante instrumento do conjunto da política econômica deverá anunciar no final do dia 19 sua decisão a respeito do patamar da taxa oficial de juros, a Selic.

Trata-se do penúltimo encontro dos integrantes da diretoria do Banco Central (BC) com esse objetivo específico marcado para 2016. Durante dois longos dias esse grupo deverá discutir exaustivamente a respeito das condições da conjuntura econômica internacional e nacional, buscando avaliar as condições em cada um dois setores de atividade. Como costuma acontecer, ao final da reunião, as expectativas da imprensa e dos formadores de opinião no âmbito do financismo serão confrontadas com a decisão anunciada: i) elevação; ii) redução; ou iii) manutenção da taxa.

Voto e dinheiro de João Doria

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Devemos ao repórter Artur Rodrigues uma relevante descoberta sobre nossos novos costumes eleitorais. Em reportagem na Folha de S. Paulo, ele revela que João Dória, o novo prefeito de São Paulo, patrocinou a campanha de 9 vereadores que irão compor sua base de apoio na Câmara Municipal (Dória financiou outros cinco candidatos, que acabaram como suplentes).

Capaz de apostar R$ 2,9 milhões em sua própria campanha, dinheiro retirado do próprio bolso, Dória gastou R$ 980 000 com a vereança. Seis vereadores receberam em torno de R$ 100 000, uma raridade em tempos de vacas esqueléticas. Em oito casos, os recursos de Dória representam pelo menos 20% do total de contribuições amealhadas, sinalizando a importância de sua ajuda para as candidaturas.

Xadrez do fator Eduardo Cunha

Por Diego Novaes
Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

A graça de um cenário é quando consegue identificar fatos pouco conhecidos, montar ilações pouco percebidas, tirar conclusões inesperadas.

Não é o caso da prisão do ex-deputado Eduardo Cunha, respeitosamente detido pela Polícia Federal, com autorização do juiz Sérgio Moro, e com a recomendação de não fazerem espetáculo.

As conclusões unânimes são as seguintes:

Lula e Lava-Jato: "Cortem-lhe a cabeça!"

Por Paulo Teixeira

Na trama de "Alice no País das Maravilhas", a Rainha de Copas, num de seus surtos de cólera, condena Alice à decapitação. É então constituído um improvável tribunal do júri, durante o qual testemunhos são descartados e nenhuma evidência é citada. Ainda assim, seu presidente conclama os jurados a proferir sua decisão. "Não!", ordena a rainha. "Primeiro a sentença, depois o veredito."

Embora sem o brilhantismo do livro de Lewis Carroll, a Operação Lava Jato repete o modus operandi do tribunal de Alice ao condenar o ex-presidente Lula e só então oferecer as acusações. E, atualizando os cânones do surrealismo literário, reproduz o caráter autoritário da Rainha de Copas ao desprezar a necessidade de provas. Nas acusações dirigidas a Lula, a falta de evidências é proporcional à abundância de convicções, como aferido em famosa apresentação promovida pela força-tarefa do Ministério Público. E essas convicções têm a densidade jurídica de um coelho que fala.

Petrobras é patrimônio do povo brasileiro

Por Luciana Santos

A política brasileira de investimento na exploração do petróleo data da década de 1930, a partir do decreto-lei 366/1939 que regulava a concessão e fiscalização da pesquisa e da lavra do petróleo, a ser realizada por brasileiros ou por empresas constituídas por brasileiros, conforme determinava a constituição daquela época. Era, portanto, um documento de caráter nacionalista, mas não estatizante, e desde então é polêmico o papel da União em operações de risco.

Economia contradiz discurso de Temer

Por Joana Rozowykwiat, no site Vermelho:

A atividade econômica no país continua a cair, agora em ritmo ainda mais acelerado. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) teve retração de 0,91% em agosto - a maior queda em 15 meses - e de 5,6% nos últimos doze meses. Trata-se de mais um indicador negativo, que contradiz o discurso de Michel Temer de que já há uma recuperação. Para o professor de economia da PUC-SP, Antonio Corrêa de Lacerda, os dados mostram que o diagnóstico do governo não bate com a realidade.

Uma Bienal preocupada com a democracia

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Com homenagens à poeta mineira Adélia Prado e ao pensador português Boaventura Sousa Santos, será aberta amanhã, no estádio Mané Garrincha, a III Bienal do Livro e da Leitura de Brasília (21 a 29 de outubro), um evento lítero-cultural que já encontrou seu lugar na agenda nacional. A programação deste ano reflete as aflições deste momento com a democracia, com os direitos humanos e com a intolerância que ameaça a convivência pluralista. “Precisamos reinventar a democracia se quisermos que ela faça parte da solução”, disse Boaventura em mensagem preliminar ao evento onde, além de homenageado, fará palestra e autografará livros no dia 28.

O espectro da total dominação

Por Leonardo Boff, em seu blog:

A desordem mundial: o espectro da total dominação

O título é do último livro de Luiz Alberto Moniz Bandeira (Civilização Brasileira, 2016), o nosso mais respeitado analista de política internacional. O autor teve acesso às mais seguras fontes de informação, a múltiplos arquivos, aliando tudo a um vasto conhecimento histórico. São 643 páginas densas, mas escritas com tal fluidez e elegância que parece estarmos lendo um romance histórico.

Moniz Bandeira é antes de mais nada, um minucioso pesquisador e, ao mesmo tempo, um militante contra o imperialismo estadunidense, cujas entranhas corta com um bisturi de cirurgião. Não sem razão, foi preso entre 1969 e 1970 e novamente em 1973 pelo temível Centro de Informações da Marinha (Cenimar), pois se opunha criticamente, no contexto da guerra-fria, ao principal suporte da ditadura: os Estados Unidos.