segunda-feira, 8 de maio de 2017

Doria-Huck e a decadência moral de FHC

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

A entrevista de Fernando Henrique Cardoso à Folha é algo que, quando lhe forem escrever a biografia, será rapidamente tratada, ao final, quando seu biógrafo cuidar da decrepitude intelectual e moral que passou a acometê-lo.

É um anticlímax, depois dos capítulos onde se cuidar de sua transmutação político-ideológica, desde os anos 90, que lhe daria um lugar na galeria dos grandes traidores da esquerda brasileira.

Porque, se tratada de maneira mais estendida, sua promoção da chapa Doria-Huck, tiraria, até, todo o interesse pelo personagem, que se reduziria a um oportunismo eleitoreiro rastaquera, dissolvedor de qualquer aspecto filosófico da conversão do antigo pensador desenvolvimentista em mascate do patrimônio nacional.

Lula quer o depoimento ao vivo

Veja e IstoÉ vestem Moro de tucano

Do blog Viomundo:

As revistas Veja e IstoÉ apresentaram na capa o juiz Sergio Moro vestido, apropriadamente, nas cores do PSDB. Lula, no vermelho anarco-sindicalista.

Veja bem, caro leitor: não foi o Conversa Afiada quem definiu assim. Nem o blog da Maria Frô.

Estamos falando em revistas financiadas pelo establishment que pretende prender Lula.

Ora, se é Moro vs. Lula, quem fica no papel de juiz?

Ah, não tem juiz isento e imparcial! Portanto, é lawfare, como vem denunciando a defesa de Lula.

Insanidade golpista: Chamem o doutor Pinel

Por Mino Carta, na revista CartaCapital:

Francisco Matarazzo, figura dominante da Fiesp nos anos 20 e 30 do século passado, além de dono de um terço do Porto de Santos (a lembrança talvez desperte a inveja de Michel Temer), costumava empregar crianças de 12 e 13 anos. Com gesto piedoso, punha-as diante de máquinas de tamanho menor, adequado às suas estaturas. Quando Getúlio Vargas deu início a uma legislação social que desaguaria na Consolidação das Leis do Trabalho, tratava de acabar de vez com situações como esta.

O vídeo patético de Moro aos fãs de Curitiba

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Moro encontrou uma maneira de lavar as mãos diante da enorme possibilidade de quebra-quebra em Curitiba no dia 10, quando Lula lhe prestará depoimento.

Gravou um vídeo, postado na conta do Facebook que sua mulher criou em sua homenagem, falando que queria transmitir um recado.

Começa com uma mentira relativa a seu uso e abuso das redes sociais — “não costumo fazer isso” — e termina com um boa noite.

Esquerda: isolamento ou capitulação?

Por Emir Sader, na Revista do Brasil:

Uma derrota como a do golpe de 2016 provoca obrigatoriamente muitos balanços e debates. Mas, vista na perspectiva do final do período, corre-se o grave risco de se perder o significado de todo o processo e de se deixar abater por perspectivas catastrofistas e derrotistas.

A necessária busca das razões do golpe não pode, em primeiro lugar, deixar de lado, antes de tudo, os motivos pelos quais, contra muitas evidências, esse período foi possível e representou avanços fundamentais para o povo brasileiro e para o país. Sem esta referência, se subestimará tudo o que se viveu, não se aprenderá com as experiências, especialmente em relação aos avanços, e se deixará passar a visão de que no fundo tudo foi um fracasso e se trataria de buscar as razões e os responsáveis por isso.

Um Congresso contra a democracia e o povo

Por Aldo Fornazieri, no Jornal GGN:

O Congresso brasileiro - Câmara dos Deputados e Senado - na sua expressão majoritária, investe contra a democracia e contra o povo. Se no passado, baionetas, fuzis e tanques eram os protagonistas da violência contra a liberdade e os direitos, nos tempos atuais parece que os parlamentos requereram a si a tarefa de agredir a democracia e os cidadãos. Já foi amplamente discutido o papel golpista cumprido pelo Congresso brasileiro na deposição da presidente Dilma e na ascensão do governo corrupto e ilegítimo de Temer.

Certa esquerda quer surfar na Lava-Jato

Por Bepe Damasco, em seu blog:                                            

Penso que cometem um grave equívoco pessoas ligadas ao campo democrático e de esquerda que insistem em enxergar pontos positivos na Lava Jato. Orgulhosamente me situo entre aqueles que não reconhecem nenhum mérito em uma operação judicial-policial midiática que fomentou um golpe de estado, desempregou milhões de trabalhadores, devastou a economia, fez tábula rasa do Processo Penal e do Código de Processo Penal, submete investigados à tortura psicológica para arrancar delações e não respeita a presunção de inocência. Corrupção não se combate através da violação sistemática da Constituição.

Os desafios da França com Macron

Editorial do site Vermelho:

A França escolheu neste domingo (7) entre dois candidatos conservadores o presidente da República para os próximos cinco anos. Votou entre a direita do banqueiro Emmanuel Macron e a extrema-direita de Marine Le Pen.

Macron venceu por uma margem de 65% dos votos. A vitória foi numericamente grande. Mas é frágil: quase metade dos eleitores votaram nele como um mal menor ante a ameaça da vitória da extrema direita. Pesquisas mostram que 43% de seus eleitores o escolheram para evitar a eleição de Le Pen, e apenas 16% apoiaram seu programa.

Doze homens suspeitos e crise da democracia

Por Antonio Martins, no site Outras Palavras:

Uma comissão especial da Câmara dos Deputados aprovou, quarta-feria à noite (3/5), a contrarreforma da Previdência proposta pelo governo Temer. A matéria ainda será levada ao plenário da Câmara e ao Senado. Mas os antecedentes da votação de ontem nos ajudam a abordar algo pouquíssimo examinado no Brasil – inclusive pelos partidos de esquerda. A velha democracia está moribunda. Seu mecanismo essencial, o sistema de representação, converteu-se numa farsa. Os supostos “representantes do povo” são hoje uma casta política, que não presta contas à sociedade e vive de favores do grande poder econômico – com a providencial cumplicidade da mídia.

domingo, 7 de maio de 2017

A cruzada autoritária de um prefeito mimado

Por João Filho, no site The Intercept-Brasil:

“Liga nas de cem que trinca
Nas pedra que brilha
Na noite que finca as garra
SP é fio de navalha
O pior do ruim
Doria, Alckmin
Não encosta em mim playboy
Eu sei que tu quer o meu fim”


Este trecho da canção da banda Aláfia foi removido antes de ir ao ar pela TV Cultura, emissora ligada ao governo de São Paulo. Além da censura na televisão, os vídeos da apresentação da banda no programa “Cultura Livre” também foram removidos do Youtube. Segundo a emissora, a intenção foi“não difundir ideias ou fatos que incentivem a polarização, independentemente do indivíduo a quem esse discurso se destina”. Essa justificativa da TV Cultura fica ainda mais engraçada quando lembramos que Augusto Nunes, conhecido por sua fervorosa militância antiesquerdista, é o jornalista escolhido para mediar entrevistas do Roda Viva.

Artistas e políticos na feira do MST

Foto: Mídia Ninja
Por Rute Pina, no jornal Brasil de Fato:

A Conferência "Alimentação Saudável: um Direito de Todos e Todas", que ocorreu neste sábado (6), se transformou em ato político em defesa da reforma agrária e da agroecologia. Segundo o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), cerca de 10 mil pessoas acompanharam, presencialmente, a atividade — que é parte da programação da 2ª Feira Nacional da Reforma Agrária.

O ex-presidente do Uruguai José Mujica; a atriz Letícia Sabatella; o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha; a apresentadora Bela Gil e; o dirigente nacional do MST João Pedro Stedile, participaram do evento.

Chomsky desmente colunista da Folha

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

Nada como um dia atrás do outro.

Clovis Rossi andou espalhando, no Brasil, uma versão falseada (um “fake news”) sobre uma entrevista de Chomsky ao Democracy Now.

O próprio Chomsky agora veio a público desmentir o colunista da Folha.

Chomsky criticou, sim, os governos de esquerda da América Latina, como nós o fazemos todos, por não terem feito tudo que deveriam ter feito. Mas elogia veementemente as conquistas sociais obtidas por eles, em especial pelo governo Lula. Menciona, elogiosamente, o livro de Celso Amorim e a política externa coordenada por ele durante a era Lula.

O mundo da pós-verdade e do fake news

Por Renato Rovai, em seu blog:

Na quinta-feira uma polêmica ganhou as redes após a divulgação por alguns sites de que o presidente da Câmara Federal, o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), havia resgatado um projeto do também deputado Marcelo Castro (PMDB-PI) que modifica o processo eleitoral.

Essencialmente o projeto de Castro altera o calendário das eleições que, ao invés de, a cada dois anos, seriam todas numa única ocasião, a cada cinco anos. E acaba com a reeleição para cargos executivos.

Os veículos que noticiaram o fato, entre eles a Revista Fórum, viram na atitude um risco de que o governo e o Congresso poderiam utilizá-lo para adiar as eleições de 2018 para 2020, o que permitiria a unificação de todos os pleitos.

Ataques aos direitos humanos na era Temer

Por Katia Guimarães, no blog Socialista Morena:

Violência policial, massacre de índios e trabalhadores rurais, perdas de direitos civis, agravamento de conflitos sociais, violações e arbitrariedades praticadas contra a população, em especial as minorias. Esta é a realidade do Brasil depois que a presidenta Dilma Rousseff, eleita democraticamente, foi tirada do cargo por políticos corruptos através de um golpe jurídico-midiático-parlamentar carregado de misoginia. Um verdadeiro estado de exceção que o país só viu parecido durante a ditadura militar.

Este é o resumo do vergonhoso relatório da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados que está sendo apresentado pelo deputado Paulão (PT-AL), presidente da CDH, em Genebra (Suíça), durante a Revisão Periódica Universal do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU).

Golpistas tentarão adiar eleições de 2018

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Por que o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), mandaria instalar uma comissão, em regime de urgência, para avaliar uma esquisitíssima proposta de emenda constitucional que tornaria coincidentes as eleições para cargos majoritários?

Note bem, leitor, não é instalar a comissão, é instalar em “regime de urgência”. Por que seria urgente unificar eleições legislativas em um período e eleições para cargos no Poder Executivo em outro período?

O que vale no Amazonas valerá no Brasil?

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Na quinta-feira, 4 de maio, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu pela cassação do mandato do governador do Amazonas, José Melo (PROS), e de seu vice, Henrique Oliveira (SD), por compra de votos, contratação de uma empresa de fachada e uso irregular da PM nas eleições de 2014. O TSE determinou também a realização de novas eleições diretas para governador dentro de 40 dias. A pergunta que ninguém fez e continua pairando sobre a decisão é se o que vale para o Amazonas valerá também para o Brasil no caso do julgamento da chapa Dilma-Temer. Ou seja, Temer também será cassado e podemos sonhar com eleição direta?

Quem (não) precisa da democracia?

Por Marcus Ianoni, no site Brasil Debate:

Enquanto alguns preferem chamar de golpe parlamentar o impeachment sem claro crime de responsabilidade, prefiro chamá-lo, por três fatores, de golpe de Estado. Abaixo explicarei essa posição. De qualquer modo, o golpe abriu um debate sobre a democracia brasileira. O que ele significa para o regime democrático, qual é a qualidade da democracia hoje e qual é a relação da democracia com os interesses das principais forças nas lutas de classes em curso no país?

A ideia de golpe parlamentar foca em que, do ponto de vista do início e do acabamento institucionais e formais do processo de impedimento, foi o Congresso (a Câmara e o Senado) que o executou, respeitando a Constituição apenas na aparência das coisas. No entanto, as bases de sustentação do golpe extrapolaram, inclusive no plano institucional, os partidos e os parlamentares, de modo que pensar apenas em golpe parlamentar parece ser impressionista, formalista e reducionista.

Greve geral e um recado para Temer

Por Henrique Fontana, no site Carta Maior:

O governo Temer e a grande mídia bem que tentaram esconder, tratando como “manifestações”, mas era impossível. O que ocorreu no dia 28 de abril de 2017 foi a maior e mais abrangente greve geral já vista no Brasil, que parou o país por direitos, pela democracia e pelo futuro. Eles podem até mesmo manipular as páginas dos jornais do dia seguinte, mas não terão o poder de mudar as páginas dos livros de história e o registro do que a sociedade brasileira assistiu pelas ruas de todo o país naquele dia.

A confissão da parcialidade nas revistas

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

A melhor sacada deste sábado é, sem dúvida, do veterano e competente jornalista Mario Marona, que olha, pensa e vê o que a mídia diz, mesmo quando não assume que diz.

As capas da Veja e da IstoÉ que começaram a circular hoje, sábado, têm um raro momento em que mostram a verdade.

E a verdade, observa Marona, é que “a imprensa brasileira nunca foi tão verdadeira ao confessar que, aqui, trata-se de um confronto entre o juiz, que deveria ser imparcial, e o acusado, que deveria ter direito a um julgamento honesto”.