sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Jornalistas da EBC relatam medo e censura

Por Matheus Pichonelli, no site The Intercept-Brasil:

Era como falar do carro alegórico sem mostrar o samba-enredo. No Carnaval de 2017, a impopularidade de Michel Temer, então com 10% de aprovação, segundo o Datafolha, ganhou fala e alegoria nas manifestações de foliões Brasil afora.

Os protestos pipocavam nas ruas, nas redes e no noticiário – mas não nos veículos da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), responsável pela gestão da Agência Brasil, da TV Brasil e de emissoras de rádio, e cuja direção vetava a divulgação e até mesmo menções a faixas e cartazes onde se liam “Fora Temer” e outras críticas ao governo e suas reformas.

As possibilidades democráticas na internet

Por Helga do Nascimento de Almeida, no site Brasil Debate:

O golpe dado por Michel Temer é uma realidade agonizante e que vem trazendo diversos desdobramentos perversos para o Brasil. Os resultados dessa empreitada de diminuição feroz do Estado brasileiro, além de estarem produzindo cicatrizes profundas na economia e desenvolvimento social do país, também têm gerado marcas na relação entre as elites políticas brasileiras e os eleitores.

Se a desconfiança em relação aos representantes políticos no Brasil já era baixa – segundo dados da FGV a confiança da população na figura do presidente da República em 2015 era de 14% e no Congresso era de 12% – hoje, diante de um presidente que apresenta uma taxa de aprovação de 4% (segundo pesquisa VoxPopuli/CUT de 2 de Agosto de 2017), há, de fato, um perceptível desânimo nacional em relação aos políticos brasileiros.

As notícias exageradas da morte de Lula

Foto: Ricardo Stuckert
Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

“As notícias sobre minha morte têm sido extremamente exageradas”, observou Mark Twain certa vez.

O depoimento de Antonio Palocci a Sergio Moro foi recebido com imensurável alegria pelos suspeitos de sempre.

Ricardo Noblat, amigo de Temer, autor da fabulosa pergunta sobre como Michel conheceu Marcela num Roda Viva, decretou em sua coluna no Globo: “game over”.

“Palocci finalmente cedeu às pressões dos seus advogados e contou o que sabe em depoimento a Moro”, diz Noblat.

A globalização neoliberal está em xeque?

Por Tatiana Berringer e Diego Azzi, no site Vermelho:

Importantes acontecimentos na cena internacional tem apontado que a globalização neoliberal pode estar em xeque.

Com efeito, desde 1989 e o fim da Guerra Fria, os defensores do (neo)liberalismo celebravam a vitória do livre-mercado sobre a centralidade do Estado no planejamento econômico - seja o planejamento socialista da URSS; aquele capitalista dos Estados de bem-estar social ou, ainda, do desenvolvimentismo latino-americano.

Palocci e a miséria humana

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Comento, com mais calma, o episódio do depoimento de Antonio Palocci a Sérgio Moro, pois trabalhei precariamente entre a tarde de ontem e agora, em função de uma participação num debate sobre jornalismo econômico no Congresso do Conselho de Economistas do Brasil, em Belo Horizonte,ao lado de Luís Nassif ( GGN), Ricardo Conceição (editor da revista Conjuntura Econômica, da FGV) e João Borges ( da Globonews) que, brevemente, publicarei aqui.

As acusações de Palocci são inúteis

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

As acusações de Antonio Palocci a Lula e Dilma não passam de jogo de cena destinado a empanar o brilho das andanças do ex-presidente e de sua sucessora com vistas à eleição presidencial de 2018.

Antes de explicar por que, vamos contextualizar a acusação do ex-ministro dos dois ex-presidentes petistas.

Lula vem arrastando multidões pelas ruas de todo país. Nas pesquisas de opinião sobre intenção de voto na eleição presidencial do ano que vem, o ex-presidente já é o líder isolado enquanto que os candidatos preferidos da mídia antipetista – Alckmin ou Doria – estão empacados na lanterna.

A retomada a ofensiva contra Lula

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

São redundantes e ociosas as considerações morais sobre o que fez Antonio Palocci, o primeiro petista a delatar o ex-presidente Lula em busca da salvação numa delação premiada. Há algum tempo circula no PT um diagnóstico atribuído a José Dirceu: "Palocci já virou cachorro". Na ditadura, cachorros eram os militantes que se tornavam colaboradores da repressão, levando companheiros à prisão e à morte. Certo é que a Lava Jato, Janot e Moro retomaram a ofensiva contra o PT e o ex-presidente, apesar das lambanças envolvendo Temer, Geddel e outros partidos da coalizão governista, e pode estar em curso uma ação coordenada para fechar o cerco com a prisão de Lula. E Palocci, com seu depoimento, forneceu uma das peças mais importantes para o roteiro que começou a ser montado esta semana. Um roteiro de filme de ação vertiginosa, em que o telespectador perde o encadeamento das cenas e o significado da narrativa.

Palocci e os operadores financeiros

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

O ensaio de delação do ex-ministro Antonio Palocci é a demonstração cabal de como funciona a Lava Jato. Sua missão não é prender e punir corruptos e corruptores. É usar o poder de prender e punir corruptos e corruptores para livrar corruptos e corruptores, desde que atendam aos objetivos políticos da operação.

É o caso de Palocci.

Palocci tinha duas formas de operar. Uma delas, era para o PT, as conversas informais com financiadores de campanha. Nessa ponta, conversava com empreiteiras e frigoríficos. Na outra, atuava em benefício próprio agindo preferencialmente com investidores e bancos de investimento.

quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Lula: líder do povo e homem de Estado

Foto: Ricardo Stuckert
Por Celso Amorim

Foi com enorme honra que recebi, em dezembro de 2002, o convite do Presidente Lula para ser seu Ministro das Relações Exteriores. Diplomata de carreira, eu fora chanceler de Itamar Franco e havia representado o Brasil,em diversos governos, perante às Nações Unidas, em Nova Iorque, à Organização Mundial do Comércio e outras organizações internacionais em Genebra. Quando recebi o convite, era Embaixador do Brasil junto ao governo britânico.

Crônica de uma morte tucana anunciada

Por João Paulo Cunha, no jornal Brasil de Fato:

Os tucanos morreram. O aviso não veio dos adversários, mas foi sendo construído, passo a passo, pelos próprios comandantes do Partido da Social Democracia Brasileira, o PSDB. Até o epitáfio definitivo, anunciado pelo intelectual de maior destaque da agremiação, o filósofo José Arthur Gianotti, em entrevista na Folha de S. Paulo do dia 4 deste mês, o partido vinha se aproximando do óbito por meio de manifestações que aprofundavam sua decrepitude.

O golpe perfeito é obra da CIA

Pobres sustentam cassino financeiro global

Do site Outras Palavras:

Qual impacto que a fuga não-registrada de capitais pode ter no desenvolvimento de um país, principalmente nos mais vulneráveis e pobres? Qual o papel dos paraísos fiscais na facilitação desse fluxo financeiro, que drena importantes recursos de regiões inteiras do mundo? Para tentar responder a essas questões, o Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), em parceria com o Centro de Pesquisa Aplicada da Escola de Economia da Noruega (SNF), a Global Financial Integrity (GFI), Universidade Jawaharlal Nehru e o Instituto Nigeriano de Pesquisa Social e Econômica, produziu o estudo “Fluxos Financeiros e Paraísos Fiscais: Uma combinação para limitar a vida de bilhões de pessoas“, um extenso relatório em três partes que avalia o fluxo líquido de recursos de entrada e saída de países em desenvolvimento, durante o período de 1980-2012.

Taxa de juros e a reforma monetária

https://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/
Por Paulo Kliass, no site Carta Maior:

Durante os dias 5 e 6 de setembro o Conselho de Política Monetária (Copom) deverá realizar sua 209ª Reunião Ordinária. Como acontece a cada 45 dias, os integrantes da diretoria do Banco Central do Brasil assumem um uniforme distinto e debatem a respeito das diretrizes de política monetária do governo. Em particular, os diretores travestidos de conselheiros decidem quanto ao patamar da taxa oficial de juros, a Selic.

O 7 de setembro do golpe

Por Wellington Calasans, no blog Cafezinho:

A vocação de Temer de ser sabujo dos EUA tem neste dia a sua mais expressiva exposição, o desfile oficial do 7 de Setembro. As Forças Armadas que trocaram o projeto do submarino nuclear por jangadas e assistem com ares de cumplicidade à destruição da nossa soberania, pousam de fortes com o desfile de sucatas e batem continência para um presidente ladrão.

Enquanto os verdadeiros heróis são perseguidos ou presos por terem tentado dar ao Brasil a verdadeira independência, ladrões e criminosos lesa-pátria transformam esta efeméride em uma piada sem precedentes na nossa história.

A Globo e as suas armas sujas

Por Helder Lima e Paulo Donizetti de Souza, na Rede Brasil Atual:

O sistema globo de "jornalismo" de guerra volta a atacar com suas armas sujas. Em sua edição desta terça-feira (5), o Jornal Nacional dedicou três minutos à entrevista com Rodrigo Janot, o procurador-geral da República sobre sua atuação na reta final de seu mandato. Outros 12 minutos foram dedicados ao vazamento de conversa entre Joesley Batista e Ricardo Saud, ambos delatores da J&F, em que citam sem consistência alguma integrantes do Ministério Público e do Supremo Tribunal Federal – dando a entender que estariam sob suspeição. E outros cinco minutos foram usados para destacar acusações de Janot à cúpula do PT e aos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.


Bolsonaro e a falácia da "corrida do nióbio"

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

O nióbio não é uma mina de ouro que o Brasil tem nas mãos e não sabe explorar, ao contrário do que prega Jair Bolsonaro (PEN-RJ) inspirado no falecido fundador do PRONA, Enéas Carneiro (aquele do bordão “meu nome é Enéas). Uma audiência pública na Câmara colocou o nióbio em pratas limpas: o Brasil já faz uma exploração racional do minério. O presidenciável direitista, a propósito, não deu as caras na reunião.

Como se fosse um especialista, Bolsonaro vem pregando aos incautos por aí que o nióbio “vale mais que o ouro”, como disse na palestra da Hebraica em que insultou os povos quilombolas. E é esta, aliás, a razão para o insulto: o deputado de extrema-direita está de olho nas terras indígenas e quilombolas para exploração mineral e usa o nióbio para convencer as pessoas de que acabar com as reservas será bom para o país. Na mesma palestra, Bolsonaro disse literalmente que, se eleito presidente, “todo mundo terá uma arma de fogo em casa, não vai ter um centímetro demarcado para reserva indígena ou para quilombola”.

Janot, JBS e a seletividade na Lava-Jato

Por Sergio Lirio, na revista CartaCapital:

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, corre o risco de se tornar o São Sebastião do Ministério Público, aquele soldado romano que preferiu a morte a flechadas a renegar sua fé cristã.

Janot prometia lançar inúmeras flechas contra Michel Temer, mas, às vésperas de ser substituído no cargo pela colega Raquel Dodge, as setas parecem ter mudado de rumo e virado em sua direção. O fato de ter aderido à cruzada que transformou agentes públicos em inquisidores, em meros executores dos autos-da-fé, o colocaram nesta situação.

Desemprego e a precarização do trabalho

Por Ana Luíza Matos de Oliveira, no site da Fundação Perseu Abramo:

Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua - Trimestral (PNADC), a taxa de desocupação foi de 12,8% de maio a julho de 2017, com queda de 0,8 ponto percentual em relação ao trimestre de fevereiro a abril de 2017 (13,6%). Na comparação com o mesmo trimestre móvel do ano anterior (11,6%) houve alta de 1,2 ponto percentual.

Mas o destaque dos dados é para o fato de que o número de empregados com carteira de trabalho assinada (inclusive trabalhadores domésticos), que foi de 33,3 milhões de pessoas no trimestre analisado: o número mostrou estabilidade frente ao trimestre anterior, mas caiu 2,9% frente ao mesmo trimestre do ano anterior (- 1,0 milhão de pessoas). 

Quem são os neonazistas brasileiros?

Por Lu Sudré, na revista Caros Amigos:

"Devemos assegurar a existência de nosso povo e um futuro para as crianças brancas". As 14 palavras de David Lane, influente líder do neonazismo, ecoaram no mundo todo após serem ditas por supremacistas brancos em Charlottesville, cidade do Estado norte-americano de Virgínia, no dia 12 de agosto. As tochas de fogo que marcaram a história da Ku Klux Klan estavam nas ruas como há muito tempo não se via. Tais palavras podem estar mais próximas do que se imagina.

Segundo a antropóloga Adriana Dias, pesquisadora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que mapeia a atuação dos principais grupos neonazistas do País na internet desde 2002, existem mais de quatro mil sites neonazistas em domínio brasileiro.

Independência? Que Independência?

Por Jandira Feghali

Com quase meio milhão em déficit de moradias, mais de 1 milhão de desempregados, trabalhadores com dívidas crescentes, cenas cotidianas de guerra urbana e uma universidade estadual ameaçada, o Rio de Janeiro corajosamente resiste neste 7 de setembro.

Refém de um governo federal quadrilheiro e sem pudor e um governo estadual fracassado, a população de nosso estado viu a venda da Cedae ser autorizada, e outras contrapartidas inaceitáveis serem aprovadas por uma maioria na Assembleia Legislativa. Sem debate ou consulta popular, um dos maiores entes federativos do Brasil foi engessado sob real intervenção do atual Palácio do Planalto entreguista.