sexta-feira, 22 de setembro de 2017

As cem vidas de Lula

Por Marcos Coimbra, na revista CartaCapital:

Se dependesse dos adversários, Lula estaria morto. Se possível, teria morrido várias vezes. Tantas quantas as “balas de prata”, os “golpes fatais” e as “bombas atômicas” que acharam que o atingiram.

Semana passada, com as delações de Antonio Palocci, reencenaram o espetáculo da morte de Lula. O script foi rigorosamente cumprido: primeiro, o anúncio de “grandes revelações”; segundo, um interrogatório encenado; depois, a divulgação espalhafatosa, acompanhada da promessa de que o delator ainda tinha “muito a dizer”. No outro dia, o coro dos comentaristas, repetindo que, dessa, Lula não escapava.

Desconectados de todo o mundo, uní-vos!

Por Renata Mielli, no site Mídia Ninja:

Com a metade do mundo desconectada e com a diminuição no ritmo de crescimento de novas conexões, vai se criando um novo exército de excluídos, os excluídos digitais. A exclusão digital aprofunda as desigualdades entre indivíduos, famílias, regiões e países, determinando novos padrões de miséria e impondo novos desafios para a luta pelo fim da opressão capitalista.

E esta avaliação não é minha, é do secretário-geral da UIT, Houlin Zhao, por ocasião do lançamento do mais recente relatório da organização sobre a situação da Banda Larga no mundo, o State of Broadband 2017, da Comissão de Banda Larga da UIT. Zhao destacou que “os países ‘de ponta’ digitais estão avançando ainda mais, enquanto os países em desenvolvimento estão, em geral, sendo deixados para trás”.

Só Gilmar Mendes vota a favor de Temer

Do blog Socialista Morena:

10 a 1. Este foi o resultado, após dois dias de julgamento pelo STF (Supremo Tribunal Federal), da segunda denúncia feita pelo ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot contra o presidente Michel Temer. Pela decisão, a denúncia seguirá para análise da Câmara dos Deputados. O único dos ministros do Supremo que acatou o argumento dos defensores de Temer foi Gilmar Mendes, para quem a denúncia deveria ser devolvida à PGR.

A péssima semana de João Doria

Por Pedro Breier, no blog Cafezinho:

O fato mais comentado acerca da última pesquisa sobre as eleições de 2018 foi, naturalmente, a liderança de Lula – chamado, pateticamente, de “o mesmo candidato” em uma chamada da Veja – em todos os cenários, nos dois turnos, contra quaisquer adversários.

A consolidação de Bolsonaro na segunda colocação, com praticamente 20% das intenções de voto, também mereceu destaque.

Os índices de João Doria causaram pouca repercussão, certamente porque ficaram muito aquém do que os entusiastas da candidatura do PrefeiTop gostariam.

Partido da Guerra controla a Casa Branca

Por Serge Halimi, no site Outras Palavras:

Bastaram alguns meses para que os Estados Unidos se retirassem do acordo internacional de Paris sobre as mudanças climáticas, adotassem novas sanções econômicas contra a Rússia, invertessema dinâmica de normalização das relações diplomáticas com Cuba, anunciassem sua intenção de denunciar o acordo nuclear com o Irã, dirigissem uma advertência ao Paquistão, ameaçassem a Venezuela com uma intervenção militar e se declarassem preparados para atacar a Coreia do Norte “com um fogo e uma ira que jamais se viram antes neste mundo”. Desde que a Casa Branca mudou de inquilino em 20 de junho passado, Washington somente melhorou suas relações com as Filipinas, o Egito, a Arábia Saudita e Israel.

Todos os homens do "presidente"

Por Jandira Feghali

Em 1976, as telas dos cinemas retrataram um escândalo sem precedentes na história norte americana. A partir da investigação de um jornalista do jornal Washington Post foi desvendado o caso conhecido como Watergate. Fitas gravadas que comprovavam a relação do presidente com operações ilegais contra a oposição tiveram como resultado a renúncia do presidente Richard Nixon. Lá, as evidências falaram mais alto que os conchavos.

Mais de 40 anos depois vivemos aqui um enredo com alguns pontos em comum, mas com possibilidade remota do mesmo desfecho, apesar das provas apresentadas.

Sindicatos se unem contra as privatizações

Por Rute Pina, no jornal Brasil de Fato:

Sindicatos de vários setores lançaram, nesta quarta-feira (20), uma frente de atuação contra as privatizações de serviços essenciais propostas pelo governo Temer.

Segundo Eduardo Annunciato, presidente do Sindicato dos Eletricitários de São Paulo, as experiências de privatização do setor básico retiram investimentos do serviço público, rebaixam os salários dos trabalhadores, além de precarizar a rede de serviços:

"Então, o que temos que fazer é combater as as privatizações e não deixar que os mesmos erros do passado sejam repetidos neste momento. O país está passando por uma crise e não é justo que todo o conhecimento sobre o setor elétrico brasileiro, saneamento seja jogado no lixo em nome de salvar alguns capa pretas do poder", declara Annunciato.

O masoquismo de parte dos militares

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

As Forças Armadas – e suas escolas – produziram algumas das melhores inteligências deste país.

O Exército, desde cedo, solidificou a ideia da unidade nacional, mesmo num tempo em que o país, politicamente, era pouco mais que um amontoado de oligarquias provincianas e um banco de inutilidades cortesãs. Agora, vê-se reduzido a um secretário de Segurança dizer onde deve colocar seus soldados como guarda da esquina.

Cadê a tal "retomada" da economia?

Por Tiago Pereira, na Rede Brasil Atual:

Com a popularidade em baixíssimos níveis, o governo de Michel Temer aposta em parcos sinais de recuperação da economia, que apontariam para a superação do atual quadro de recessão, para assim se manter no poder. No mercado financeiro, o cenário é de aparente euforia, com a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), registrando sucessivos recordes nesta semana. Apenas na quinta-feira (14), já sob impacto da nova denúncia apresentada contra o presidente, o índice fechou com leve queda. 

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Fora do ar, site Carta Maior pode fechar

Da revista Caros Amigos:

Criada na primeira edição do Fórum Social Mundial, em janeiro de 2001, o site de notícias Carta Maior enfrenta crise financeira e pode fechar definitivamente. O veículo, referência na mídia contra-hegemônica e que atua intensamente para denunciar os retrocessos do golpe, está fora do ar desde o dia 11 de setembro por atraso no pagamento do serviço de hospedagem de seus servidores de internet.

Em um texto divulgado nas redes sociais, o diretor de Carta Maior, Joaquim Ernesto Palhares, explica a situação e pede ajuda (leia abaixo). Para ajudar, clique neste link ou na vá até a página do Facebook.

A crise política e o fator militar

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Peça 1 – sobre os cenários improváveis

Até a posse de Dilma Rousseff, já havia ocorrido os seguintes fenômenos, que passaram despercebidos dos partidos políticos e dos analistas em geral:

1. A montagem da bancada de Eduardo Cunha e Michel Temer, com recursos obtidos dos cargos públicos que receberam do PT.

2. As ligações entre a Lava Jato, a Procuradoria Geral da República (PGR) e o Departamento de Estado norte-americano.

3. A parceria Mídia-Ministério Público Federal (MPF), criada com a AP 470, do “mensalão”.

Risco de golpe militar impacta a Câmara?

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

A ameaça de golpe militar pode ter uma serventia, afora a lamentável demonstração de que a tentação autoritária pulsa viva nos quartéis. Talvez sirva para sacudir a maioria governista na Câmara, onde aportará hoje a nova denúncia contra Michel Temer, agora por obstrução da Justiça e comando de organização criminosa, fazendo com que a ficha caia: a insustentável situação de Temer chegou ao limite. Afogado em denúncias de corrupção, aprovado por apenas 3,4% dos brasileiros, e incapaz de reverter a deterioração social e econômica do país, Temer é um presidente que justifica eventual intervenção das Forças Armadas, liquidando com o que ainda resta de democracia no país. Se suas excelências não entenderem o que se passa, e novamente absolverem Temer, poderão ser os primeiros a chorar as pitangas.

Os generais e o presidente desmoralizado

Por Wadih Damous, no blog Viomundo:

A Constituição é clara: o presidente da República é o comandante supremo das forças armadas. E no seu artigo 142 o texto constitucional só admite a atuação dos militares na garantia da lei e da ordem por iniciativa dos poderes constitucionais; jamais por conta própria. A ordem jurídica também veda a opinião de caráter político por parte de oficiais da ativa.

No entanto, em menos de 48 horas, três generais – dois deles pertencentes ao alto comando do Exército, aí incluído o comandante, e um da reserva, mas visto como uma forte liderança por seus pares desde que comandou a primeira força de paz do Brasil no Haiti – fizeram letra morta desse marco legal ao defenderem a intervenção militar, para impedir a “instalação do caos.”

Filme e debate sobre o bloqueio a Cuba

Do site do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo:

O Cineclube Vladimir Herzog exibe na próxima terça-feira (dia 26), às 19 horas, o documentário “Bloqueio: a guerra contra Cuba”, uma produção do Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba.

O documentário aborda a história do bloqueio econômico dos EUA, aplicado desde 1962 como resposta à revolução cubano. O objetivo das restrições é asfixiar a economia do país, impondo fortes restrições à população.

A Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) vota pelo fim do embargo americano à Cuba há mais de duas décadas, declarando-o ilegal e um atentado ao povo cubano. No ano passado, EUA e Israel se abstiveram da votação pela primeira vez. Todos os outros países-membros votaram contra o vergonhoso embargo.

Em 1955, lições contra o golpismo de 2017

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Num país onde não faltam lições amargas que mostram derrotas da democracia para conspirações militares, o ano de 1955 guarda uma lição positiva para os impasses e angústias do Brasil de 2017. As semelhanças são muitas e serão explicadas nos parágrafos adiante. A diferença está no comportamento da hierarquia militar.

Em 1955, viu-se um esforço decisivo do ministro da Guerra, Henrique Lott, para afastar e punir oficiais envolvidos em atos de indisciplina. Resultado: em outubro daquele ano, após sucessivas ameaças de golpe, ocorreram eleições que conduziram Juscelino Kubitschek ao Catete, de onde ele sairia na condição dos mais populares presidentes de nossa história republicana.

Os fanáticos e a psicóloga da “cura gay”

Por Nathalí Macedo, no blog Diário do Centro do Mundo:

Retrocedendo algumas dezenas de décadas, como é sabido, o Brasil voltou a admitir a homossexualidade como doença a partir da decisão absurda de um juiz de primeiro grau que agora tenta tornar-se desembargador (pai, afasta do Brasil esse cale-se!).

A psicóloga (?) que trouxe para o século XXI o medieval conceito de “cura gay” é Marisa Lobo, a mesma que assinou contra Patrícia Lélis – aquela que acusa o Pastor Marco Feliciano de estupro -, sem sequer consulta-la, um laudo atestando que ela seria mitomaníaca (risos), como forma de invalidar as acusações de Patrícia contra seu estuprador.

Lula é o plano A, B...e Z do PT

Por Bepe Damasco, em seu blog:                                                                                      
Só pode ser vista como tática de pressão política sobre o Tribunal do Santo Ofício de Curitiba (forma apropriada como o bravo jornalista Mino Carta se refere aos justiceiros do Paraná) a proposta de alguns dirigentes do PT de boicotar as eleições de 2018, caso Lula seja alijado da disputa. A ideia seria dar desdobramentos práticos e radicalizados à palavra de ordem “eleição sem Lula é fraude.”

Alguns petistas pregam inclusive o alargamento do boicote, com o partido se negando a lançar candidatos à Câmara dos Deputados e ao Senado. E, seja por coerência ou efeito cascata, o PT também abdicaria de disputar os governos estaduais e as vagas nas assembleias legislativas. A meu ver, tudo da boca para fora. Não pode ser levada a sério a entrega de mão beijada não só da presidência da República e governos aos carrascos do povo, mas também de todas as cadeiras dos parlamentos.

Reforma trabalhista no Brasil e no mundo

Por Clemente Ganz Lúcio, no site Brasil Debate:

Com este artigo, inicio uma série de textos elaborados a partir de debates e palestras que realizei sobre a reforma trabalhista, buscando formas de sistematizar e contextualizar os problemas e enfrentar o desafio de pensar caminhos a serem trilhados pelo movimento sindical em cenário extremamente complicado.

Não é novidade que as dificuldades a serem enfrentadas são enormes. Contudo, a história nos autoriza a pensar que tudo muda o tempo todo; que no jogo social se disputa no presente as possibilidades de futuro; que alternativas se colocam e que tudo está sempre em aberto; que não há resultado definitivo, pois toda derrota pode ser revertida; um ônus pode se transformar em oportunidade; uma dificuldade pode mobilizar a criação de nova força de reação; há possibilidades de se caminhar para o inédito e o inesperado.

A Constituição não permite golpe militar!

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Faz alguns anos, desde o agravamento da crise política, que grupos civis de extrema-direita começaram a se manifestar publicamente pedindo que os militares derrubassem o governo da então presidente Dilma Rousseff e tomassem o poder. E afirmavam que a Constituição Federal teria um dispositivo que permitiria aos militares agir assim.

Abaixo [aqui], vídeo gravado pelo Blog da Cidadania em 2014, durante uma reedição da infame Marcha da Família com Deus e pela Liberdade, ocorrida em março de 1964, pouco antes de os militares instalarem no Brasil uma ditadura que durou 20 anos. Vamos assistir

Todo o poder emana da Globo