segunda-feira, 9 de outubro de 2017

A samambaia que se tornou presidenciável

Por Luís Nassif, no Jornal GGN:

Há uma busca do candidato de um centro democrático, seja lá o que se entenda por isso.

Teoricamente, seria uma área de convivência entre liberais e sociais-democratas, que visasse preservar o país da radicalização que se anuncia e, especialmente, de um maluco de ultradireita.

O posto de candidato do centro democrático está vago.

São curiosos, aliás, os movimentos oportunistas que se formam em tempos de desconserto geral. Qualquer um se julga com oportunidade, do economista liberal aos velhos nacionalistas, passando por antigas apresentadoras de TV, apresentadores atuais. Teve 15 minutos de fama? Já pode se candidatar a presidenciável. Nem a Loto desperta tantas fantasias.

Um sistema tributário em favor do povo

Editorial do site Vermelho:

A diretora da Oxfam Brasil, Katia Maia, que divulgou no final de setembro um estarrecedor estudo sobre a desigualdade de renda no país, põe o dedo na ferida desta grave situação quando denuncia o injusto sistema tributário que favorece os muito ricos e é um dos principais fatores da concentração de renda. Em 2016, apesar da gravíssima situação fiscal que levou ao rombo gigantesco de 154,2 bilhões de reais, o governo abriu mão de 271 bilhões de reais em renúncias fiscais, que favoreceram os muito ricos. E não faz a cobrança, de maneira eficiente, de quase R$ 300 bilhões todo ano.

Direito de resposta: a chance dos mais fracos

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

O debate sobre a emenda parlamentar que permitia a retirada em 24 horas – sem decisão judicial --de mensagens contendo o “discurso de ódio, disseminação de informações falsas ou ofensa” contra partidos e candidatos na campanha de 2018 encerrou-se antes que a discussão inteira tivesse sido feita.

Vamos deixar claro: a emenda era um desastre inaceitável. O veto de Michel Temer evitou uma medida inconstitucional, que atinge uma cláusula essencial da constituição, que é a liberdade de expressão, que deve ser exercida sem autorização nem licença.

No Brasil, a diversidade fica em xeque

Por Ana Luiza Basilio, na revista CartaCapital:

Ao liberar o ensino religioso confessional nas escolas públicas, o Supremo Tribunal Federal enfraqueceu o debate sobre a diversidade de crenças. Enquanto o Judiciário entende que as aulas ministradas por bispos, padres, pastores e líderes de religiões específicas não ferem a laicidade do Estado, por serem facultativas, educadores questionam as implicações práticas da medida.

Para um grupo, o equívoco remonta a 1988, quando os constituintes incluíram o tema como disciplina do Ensino Fundamental. Outra vertente alerta para a necessidade de impor limites à oferta, de modo a assegurar o respeito às liberdades individuais dos estudantes.

Doria, Goldman e a baixaria no ninho tucano

Da Rede Brasil Atual:

O clima esquentou ainda mais no PSDB paulista, de onde deve sair o candidato à presidência do partido para as eleições presidenciais de 2018. Nessa sexta-feira (6), o vice-presidente nacional da legenda e ex-governador do estado Alberto Goldman divulgou um vídeo no Facebook no qual cobra João Doria, questionando se ele é prefeito ou candidato à presidência.

"Ele promove licitações e o Tribunal de Contas constata que em todas as licitações – e a última foi de varrição, que inclusive foi cancelada a licitação –, todos os editais já estão pré-determinados para as empresas que vão ganhar", acusa. "Esse é o homem que se diz puro, limpo, gestor, que não tem nada a ver com políticos. Ele é político sim, mas dos piores políticos que já tivemos aqui em São Paulo", diz Goldman.

domingo, 8 de outubro de 2017

A nova acusação sem provas contra Lula

Por Guilherme Coutinho, no blog Socialista Morena:

Um ano atrás, o MPF (Ministério Público Federal), por meio de seu membro-celebridade Deltan Dallagnol, afirmou ter “convicção” da culpabilidade de Lula em uma bizarra apresentação de Power Point, onde não foram apresentadas provas de nenhuma sorte. A imagem do slide do atrapalhado procurador viralizou na internet e se tornou símbolo maior do esforço desmedido (e, por vezes, descabido) de prender o ex-presidente líder de pesquisas eleitorais.

Obama pode? Pode. O Lula não pode!

Por Fernando Morais, em seu blog:

O ex-presidente Barack Obama esteve ontem em São Paulo para fazer uma palestra, dar umas entrevistas, caitituar umas ideias. Pelo menos é isso que foi apresentado como a razão da visita dele aqui. Deve ser. Dizem os jornais que ele recebeu um cachê de 400 mil dólares. Que seria alguma coisa em torno de um milhão e duzentos mil reais. E mais, claro, avião, hotel, para ele e para aquela trempa que acompanha ex-presidentes nos Estados Unidos e aqui no Brasil também. Agora, uma coisa curiosa é a seguinte: ninguém abanou o rabo para saber se é justo o ex-presidente dos Estado Unidos ganhar 400 mil dólares para fazer uma palestra. É legal? É legítimo? Ninguém piscou, miou ou piou na nossa imprensa a esse respeito. É pecado, crime, quando o Luiz Inácio vai fazer palestra seja lá onde for, o Lula.

Do mundo das ideias ao horror dos nossos dias

Luiz Carlos Cancellier
Por Roberto Amaral, em seu blog:

Com a colaboração da Justiça, vivemos tempos de repressão, de judicialização de quase tudo: dos costumes, da saúde, da política.

Enquanto a Justiça tem cerca de 80 milhões de processos sem decisão, ministros do STF e demais juízes pouco param em Brasília e em suas comarcas

Admirável! Em artigo recente (Significado de devido processo legal, Folha de S. Paulo, 30/09/17), o ministro Ricardo Lewandowski, também professor da Faculdade do Largo de São Francisco, disserta sobre a necessidade, nos processos judiciais, especialmente nos procedimentos penais, do respeito aos direitos fundamentais, “sobretudo os que decorrem diretamente da dignidade da pessoa humana, para cujo resguardo a prestação jurisdicional foi instituída”.

Parente e o beijo da morte da Petrobras

Por Tadeu Porto, no blog Cafezinho:

“Se o mercado sorri para nós, podemos ir até lá e dar um beijo nele”“, afirmou o Presidente da maior empresa do país.

A sinceridade de Pedro Parente é incrivelmente impactante, nesses tempos em que a política parece ser construída apenas com mentiras, afinal, o ex-ministro de FHC não poderia ser mais fiel ao que acredita: A Petrobrás para ele não passa de um flerte momentâneo, um match no Tinder ou um pente e rala, como dizem por aí no funk carioca.

Doria torra dinheiro com o MBL à toa

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Era inevitável. Tão inevitável quanto Lula e o PT se fortalecerem à medida que as pessoas descobrem que o “golpeachment” de Dilma foi um mau negócio. Cedo ou tarde a camada popular da capital paulista descobriria – ou começaria a descobrir – que João Doria, prefeito de São Paulo, não é, apenas, um embuste como administrador, mas um malandro que acha que só ele mesmo é esperto.

Avanço do autoritarismo assanha os militares

Por João Filho, no site The Intercept-Brasil:

Como se fosse um beatle nos anos 60, Bolsonaro foi recepcionado por centenas de viúvos da ditadura militar no aeroporto de Belém na última quinta (28 de setembro). A cena se repete em todas as cidades que visita em sua campanha eleitoral antecipada: uma claque emocionada carrega o deputado pelo aeroporto debaixo de um coro de vozes graves que repete enlouquecidamente “mito! mito! mito”. Em discurso, o vice-líder na corrida presidencial pediu uma salva de palmas para o general Mourão e fez uma promessa: “Comigo não vai existir o politicamente correto. Vocês terão armas de fogo.”

Doria: o crepúsculo de um farsante

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

“A política ama a traição, mas logo abomina o traidor”, dizia Leonel Brizola.

É a legenda ideal para a trajetória, em apenas nove meses, de João Doria Júnior, que em só poucas coisas conseguiu se tornar “o maior do Brasil”, como se acha: na empáfia, na grosseria, na soberba e, sobretudo, na traição àquele que o tirou da condição de mais um dos picaretas que vivem de acender as luzes sobre os ricos e famosos e o transformou no prefeito da maior cidade do país.

Doria é um sessentão agindo como moleque

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

O pior aspecto da maneira indecente como João Doria tratou Alberto Goldman é que ele mesmo, Doria, já é um senhor de idade.

Um sessentão de botox, visivelmente desequilibrado, xingando um octogenário. Vergonhoso.

Sinal de que o vídeo do vice presidente nacional do PSDB pegou na veia. Goldman afirma que o desafeto passa o tempo viajando e não assumiu a prefeitura.

“Diz que está trazendo alguma coisa para São Paulo. Não está trazendo nada. Até agora nada e nem vai trazer nada”, declara.

A resistível ascensão do “novo” MBL

Por Antonio Martins, no site Outras Palavras:

Há uma importantíssima aula de política contemporânea na reportagem O Grupo da Mão Invisível, produzida pelo jornalista Bruno Abbud e publicada há dias, no site da revista Piauí. Bruno infiltrou-se num grupo de Whatspp que reúne líderes do MBL e mais de 150 executivos do mercado financeiro. Acompanhou as discussões por dois meses (entre 25 de julho e 27 de setembro). Ao fim, produziu um relato essencial, que ajuda a compreender – e, portanto, desmistificar – as razões para a força surpreendente dos novos grupos de direita. Não, ela não provém de um suposto endireitamento geral da sociedade brasileira, em que muitos parecem agora acreditar. Está muito mais relacionada a um cenário político caótico, em que as antigas formas de construção de consenso tornaram-se ineficazes; e em que pequenos grupos, articulados e com vasta rede de relações, podem tornar-se muito influentes e poderosos.

Das 685 páginas de diálogos que Bruno Abbud examinou sobressaem quatro grandes conclusões:

O marqueteiro de Aécio e o site Antagonista

Por Altamiro Borges

Na edição desta semana, a revista Veja divulgou mais um áudio das obscenas conversas do diretor da JBS, Ricardo Saud, com seus comparsas no mundo do crime. É mais um petardo contra o cambaleante Aécio Neves – que já está morto politicamente, não pode mais curtir suas baladas noturnas e corre o risco de ser expurgado pelo próprio PSDB, o antro que ainda preside. Mas o áudio não atinge apenas o grão-tucano. De quebra, ele também deixa em apuros o site ultradireitista “O Antagonista”. Um de seus editores, o fascistoide Diogo Mainardi – que também trabalha na GloboNews –, talvez até peça prorrogação no seu autoexílio na aprazível Veneza.

Apesar da mídia, economia gera pessimismo

Por Altamiro Borges

A mídia chapa-branca, nutrida com fortunas em anúncios publicitários, tem feito um baita esforço para irradiar otimismo nos rumos da economia. Nas matérias dos jornalões e nos comentários da tevê, principalmente da Rede Globo, parece que o Brasil sob o comando do quadrilheiro Michel Temer está prestes a ingressar no paraíso. As coisas estão ruins, mas vão melhorar – juram os ex-urubólogos que esbanjavam pessimismo contra Dilma Rousseff. Mas apesar deste esforço parece que a sociedade não está depositando muita fé nos novos otimistas de plantão – da mídia venal e do covil golpista.

sábado, 7 de outubro de 2017

Senado garante impunidade ao “gato angorá”

Por Altamiro Borges

Sem maior estardalhaço da mídia chapa-branca, nutrida com milhões em publicidade oficial, o Senado aprovou na quarta-feira (4) a Medida Provisória que trata da reestruturação administrativa no governo federal. A MP teve como único objetivo recriar o cargo de ministro da Secretaria-Geral da Presidência para garantir o foro privilegiado para o “gato angorá” Moreira Franco – um dos políticos mais sujos do covil golpista. Por 40 votos favoráveis e 24 contrários, os senadores se apressaram em rejeitar os destaques que poderiam alterar o texto, que segue agora para sanção de Michel Temer, o chefe do “quadrilhão” no poder.

Bolsonaro usa estratégia eleitoral de Trump

Por Renato Rovai, em seu blog:

O deputado federal Jair Bolsonaro (RJ) foi recebido por milhares de pessoas no aeroporto de Belém do Pará na tarde ontem. As cenas foram postadas em vídeo neste blogue.

A questão é que isso deixou de ser exceção e passou a ser a regra. Por onde passa, Bolsonaro mobiliza milhares.

Hoje o candidato da extrema direita consegue ter em todos os cantos do Brasil um grupo para bater bumbo a favor das suas propostas. Parece natural que um candidato a presidente tenha gente lhe apoiando em todos os cantos. Mas não é.

O desafio de varrer o Congresso

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Daqui a um ano, tão importante quanto eleger um presidente que, com legitimidade e sensibilidade, recoloque o país na trilha do desenvolvimento e da justiça social, será renovar o Congresso Nacional, varrendo boa parte dos atuais congressistas. A maioria deles não honrou a democracia, perpetrando o golpe que derrubou Dilma Rousseff; não respeitou a vontade popular, mantendo Michel Temer no cargo apesar da ampla rejeição, e se prepara para fazer isso novamente; e não defendeu os mandamentos sociais da Constituição, aprovando medidas que suprimiram direitos e garantias. Se o Congresso não for requalificado, o futuro presidente, seja quem for, enfrentará os vícios da velha (e atual) política, lastreados no fisiologismo, no clientelismo, na servidão aos poderosos e não ao povo, na traição aos representados.

Definitivamente, Temer, não!

Por Luís Nassif, no Jornal GGN:

Que me perdoem os estrategistas políticos, os defensores da realpolitik, mas Temer, não! Definitivamente, não!

Pouco importa se a esquerda quer que fique, pois até as eleições de 2018, Temer será a melhor alternativa para desmoralizar o golpismo. Pouco importa se o mercado acha que sua queda, agora, poderia consagrar Rodrigo Maia, dar fôlego ao desmonte e prorrogar eleições. Pouco importa se sua queda afetar a economia, der algum fôlego a mais para os golpistas, se desmanchar táticas políticas ou facilitar novos golpes.

Mas Temer, não!