quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Facão: Gazeta, SBT e RedeTV! botam pra ferrar

Por Altamiro Borges

A crise da mídia tradicional, decorrente do caos econômico (que ela tenta esconder), da explosão da internet e da sua própria perda de credibilidade, continua produzindo vítimas entre os trabalhadores. Ela já não atinge mais apenas jornais e revistas – muitos que já fecharam ou outros que estão próximos da falência, com quedas de tiragem e sumiço de anunciantes. Agora a crise impacta com força as poderosas emissoras de televisão. Nos últimos dias, SBT, Gazeta e RedeTV! botaram para ferrar contra centenas de profissionais, anunciando demissões em massa, extinção de programas e cortes de direitos.

A agonia da Abril e a decadência da 'Veja'

Por Altamiro Borges

Nesta segunda-feira (13), o Grupo Abril – que edita várias revistas, entre elas a fascistoide “Veja” – divulgou um comunicado preocupante aos seus funcionários. Sem maiores explicações, informou que o executivo Walter Longo vai deixar a presidência da empresa após apenas dois anos no cargo. Ele será substituído por Arnaldo Figueiredo Tibyriçá, vice-presidente jurídico da corporação há 15 anos. A abrupta mudança atiçou o pânico nas redações do Grupo Abril, sinalizando que novas demissões podem ocorrer nas próximas semanas. No mercado editorial há consenso de que a empresa passa por uma fase de enormes dificuldades financeiras. Alguns especialistas garantem que ela está agonizando, beirando a falência.

A hora do pânico da Globo

Por Leandro Fortes, em sua página no facebook:

Não vejo Jornal Nacional, por recomendação médica, mas fui ver o VT da edição recente, sobre o escândalo da Fifa.

É pânico em estado puro.

Sem nenhum outro argumento, o JN anunciou, em quatro oportunidades, num jogral constrangido de seus apresentadores, que uma "investigação interna" nada encontrou que corroborasse a denúncia de pagamento de propina feita, nos Estados Unidos, pelo empresário argentino Alejandro Burzaco.

Monarquistas apoiam Temer. Faz sentido!

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Num país onde omissões graves e abusos tremendos costumam inspirar nostalgias perigosas, nunca é tarde demais para reconhecer a importância da proclamação da República, no célebre 15 de novembro de 1889.

O país assistiu bestializado à proclamação da República, escreveu Aristides Lobo, observador da época. Correto. Não foi um movimento popular, mas um golpe de Estado, destinado a impedir o que se chamava de Terceiro Reinado.

A economia e a corrida eleitoral

Por Paulo Kliass, no site Vermelho:

Uma vez ultrapassada a barreira simbólica dos 12 meses, o processo político tende a ficar completamente dominado pela lógica das eleições de outubro do ano que vem. Candidatos a candidatos, pré-candidatos, factoides, pesquisas de intenção de voto, eventos partidários, mudanças ministeriais, troca-troca de partidos, enfim tudo parece se mover na direção do pleito.
O processo eleitoral deverá abordar um conjunto amplo de questões. Desde a avaliação política do processo do golpeachment até discussões mais concretas a respeito de propostas para temas cruciais que martirizam o cotidiano da grande maioria de nossa população, tais como segurança pública e desemprego.

A reforma trabalhista é tiro no pé

Por Marcelo P.F. Manzano, no site da Fundação Perseu Abramo:

Na última quarta-feira, reunidos em um seminário organizado pelo Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho (Cesit), no Instituto de Economia da Unicamp, especialistas de distintas áreas debateram a respeito dos prováveis desdobramentos da reforma trabalhista que entrará em vigor no próximo dia onze.

Entre os muitos pontos tratados, um dos principais diz respeito à perspectiva econômica que serve de mote à reforma: a suposta retomada do dinamismo econômico por meio da ampliação da competitividade que se conseguiria com a redução do custo do trabalho no Brasil. Por uma série de motivos, entretanto, há sólidas razões para, não apenas duvidar dessa tese, como para acreditar que a reforma trabalhista deverá antes fragilizar ainda mais a combalida economia brasileira.

No MinC de Temer, a cultura do compadrio

Por Jotabê Medeiros, na revista CartaCapital:

Qual será o interesse que leva uma pessoa a aceitar um cargo em um regime de exceção? A primeira resposta que ocorre é: vantagens? Três meses depois que o jornalista Sérgio Sá Leitão assumiu o Ministério da Cultura do governo Temer, dando fim a uma vacância de 34 dias na pasta, seu currículo levanta dúvidas sobre as motivações no cargo.

Ex-secretário do ministro Gilberto Gil durante dois anos, ex-secretário municipal de Cultura do Rio de Janeiro na gestão de Eduardo Paes (PMDB) e ex-presidente da RioFilme, Leitão tinha, ao contrário do antecessor, Roberto Freire, um perfil de trânsito no meio cultural. E não pesa contra ele acusação de malversação, tráfico de influência ou desvios, ao contrário de quase todo o espectro ministerial do governo Temer.

Corrupção na Fifa e o cinismo da Globo

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

O empresário Alejandro Burzaco, um dos delatores do caso Fifa, acusou a Globo de ter pago propina por direitos de transmissão de competições ligadas à Conmebol, como Copa América, Libertadores e Sul-Americana.

Burzaco, que se entregou em 2015, disse que, por meio de sua empresa de marketing esportivo, subornava autoridades.

Segundo ele, Marcelo Campos Pinto, então diretor da área esportiva da Globo, se reuniu em 2012 num restaurante de Buenos Aires chamado Tomo Uno com Julio Grondona, presidente da AFA, José Maria Marin e Marco Polo Del Nero. No encontro, falaram de pagar 600 mil reais aos dois últimos.

A crise do Rio e o golpe de 2016

Por Paula Quental, no site Brasil Debate:

A crise do Rio de Janeiro e a solução proposta pelo governo federal na forma do Plano de Recuperação Fiscal (PRF), homologado em setembro, estão longe de ser uma questão localizada, restrita ao Estado. Tanto o diagnóstico da crise, como o “remédio” prescrito para enfrentá-la fazem parte da orientação da política econômica posta em prática com o golpe de 2016, que destituiu a presidente Dilma Rousseff. São outra “face” do golpe, não tão evidente como a emenda do teto de gastos e a reforma trabalhista, mas com potencial para fazer estragos no país todo, comprometendo políticas e serviços públicos.

O parlamento e o direito à reciprocidade

Por Cezar Britto, no site Congresso em Foco:

A nova legislação trabalhista brasileira, agora rebatizada de Consolidação das Lesões Trabalhistas, tornou-se uma das mais perversas do mundo, pois está centrada na compreensão de que o trabalho é “mero” custo de produção, uma “coisa” a ser apropriada pelo menor preço. A Reforma Trabalhista, por seu conteúdo demolidor de direitos, não fora aprovada por obra e graça do Divino Espírito Santo, tampouco nascera da vontade altruísta da classe trabalhadora de sacrificar-se em sofrimento temporal na busca da “salvação eterna”.

Waack, racismo e a Rede Globo: tudo a ver

Por Henrique Oliveira, no site Justificando:

O jornalista da Rede Globo, William Waack, foi afastado das funções de jornalismo após vazar um vídeo gravado minutos antes de entrar no ar. Durante a cobertura sobre a eleição de Donald Trump, no dia 8 de Novembro de 2016, o jornalista aparece xingando um motorista que estava buzinando, e faz comentários racistas com o também jornalista Paulo Sotero.

O diálogo:

William Waack: “Tá buzinando por que, ô seu merda do cacete? Deve ser um daqueles… Não vou nem falar de quem é, eu sei o que é… Sabe o que, né? Preto, né?” e Sotero pergunta: “Ahn?” e Waack diz: “Preto, né? Sabe o que é isso? É coisa de preto”, Sotero: “Sim”. E conclui o diálogo: “Com certeza”.

Míriam Leitão e o cachorro hidrófobo

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Mais cedo, registrei que Miriam Leitão tinha ficado “mordida” com a manchete da Folha que dizia que o mercado financeiro flertava com as recém adquiridas virtudes liberais de Jair Bolsonaro.

Bem, esta tarde o que rola nas redes é a mordida, mesmo que em palavras, do candidato respondendo a ela.

Faz aquele “não diga bobagem, Miriam” com que José Serra a brindou, em 2010, parecer coisa de “gentleman”.

terça-feira, 14 de novembro de 2017

Temer e PMDB querem poluir a campanha

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Venho dizendo aqui no 247 que o racha do PSDB pode ter como consequência o lançamento de um candidato governista do PMDB, para fazer a defesa de Temer. O líder do governo no Senado, Romero Jucá, acaba de confirmar isso. Disse ele hoje que, se ninguém o fizer (e quem haveria de fazer isso, após a revoada dos tucanos), o PMDB lançará um candidato para defender o “legado” de Temer, que a seu ver, vem fazendo “mágica”. Se a ameaça se confirmar, os eleitores brasileiros, já castigados pelos retrocessos de Temer, serão também obrigados a ouvir 85,5 segundos diários de bazófia peemedebistas. Embora tenha apenas 5% de preferência dos eleitores e possa até desaparecer em alguns estados – como o Rio, onde todos os quadros do partido estão presos ou sendo investigados - o PMDB tem o maior tempo de televisão e poderá veicular 3,2 inserções diárias, afora o tempo dividido nas edições da tarde e da noite do horário eleitoral.

A Lava-Jato nasceu em Washington

O dinheiro do pré-sal vai para os bancos


A Petrobras anunciou nessa segunda-feira (13) que a companhia registrou lucro líquido de R$ 266 milhões no terceiro trimestre de 2017. No trimestre anterior, chegou a R$ 370 milhões.

Contudo, para a Federação Única dos Petroleiros (FUP), os números realmente importantes são outros. "Nos últimos três trimestres, a empresa registrou R$ 5 bilhões em lucro líquido, mas entregou R$ 108 bilhões ao sistema financeiro", diz a entidade, em nota.

"Às custas de desinvestimentos e de drásticos cortes nas áreas operacionais, o endividamento da Petrobras diminuiu 11% em relação aos três primeiros trimestres do ano passado", diz a FUP. "No mesmo período, os gestores encolheram ainda mais os investimentos, que caíram 19%. Só neste terceiro trimestre, houve uma redução de R$ 10,4 bilhões."

Temer comete crime contra os idosos

13 observações sobre a resistência ao golpe

Por Breno Altman, em seu blog:

1. Nem sempre é possível reagir à contrarrevolução nos moldes empregados, por exemplo, pelo chavismo na Venezuela, especialmente frente ao golpe cívico-militar de 2002.

2. Não depende apenas de vontade e empenho da direção política, no momento exato da ofensiva de direita, a qualidade da reação ao golpismo. Se as condições politicas não são preparadas, com antecedência, por uma correta estratégia de poder, o fracasso geralmente é inevitável.

3. A mais importante dessas condições políticas é ter o apoio mobilizado da maioria dos trabalhadores, construindo sua disposição de defender o governo popular como uma batalha de vida ou morte.

Maduro vence queda de braço contra Trump

Por Fania Rodrigues, no jornal Brasil de Fato:

Apesar do cerco econômico contra a Venezuela, o presidente Nicolás Maduro venceu uma queda de braço contra o governo dos Estados Unidos e a União Europeia, nessa segunda-feira (13). De acordo com informações anunciadas pelo mandatário venezuelano, cerca de 400 compradores dos títulos da dívida do país, o que representa 91% dos investidores, reuniram-se com a equipe econômica do governo para discutir a proposta de renegociação. O encontro ocorreu no Palácio Branco, que faz parte do conjunto de edifícios do Palácio Presidencial de Miraflores.

Globo defende reforma trabalhista de Temer

Por Pedro Breier, no blog Cafezinho:

O editorial de hoje do Globo acrescenta ao cinismo e canalhice habituais da empresa dos Marinho uma dose cavalar de ignorância jurídica.

O jornal da família de milionários defende apaixonadamente, para variar, os ataques do governo Temer aos trabalhadores, como a reforma da Previdência e a trabalhista (esta entrou em vigor no último sábado).

O alvo é a Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), que aprovou alguns enunciados, ou seja, propostas de interpretação da lei trabalhista, após debates e aprovação por mais de 600 juízes, procuradores e auditores (aqui a notícia no site da Anamatra).

Para uma anatomia do conservadorismo

Por Katya Braghini, no site Outras Palavras:

Este texto condensa, de maneira panorâmica, as questões teóricas e metodológicas que são recuperadas de uma bibliografia que se propõe a discutir o pensamento conservador na sua ação políticas. Fala-se muito em conservadorismo. Mas, pensá-lo na cultura política soa como demérito ou assunto dado. A própria expressão “conservadores” parece explicar tudo, seriam retrógrados. Ao apontar que tal pessoa, grupo ou intelectual é “conservador” estamos pensando em quê? Há questionamentos que exigem uma localização, de onde vem, quem são os conservadores? Outros, que refletem sobre suas formas de abordagem ao que compreendem como ação política.